A Garota do Lago escrita por Flora Medeiros


Capítulo 6
One more day...


Notas iniciais do capítulo

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– Hoje não dá. – Falei desviando dele e seguindo o caminho.

– Amanhã? Sábado? Domingo? – Bloqueou meu caminho novamente próximo a mesa dos caras que estavam na frente do portão quando eu cheguei.

– Desculpa, mas ainda está tudo muito louco na minha vida. Não conheço muito bem a cidade e não estou com a menor cabeça pra sair. – Falei.

– Eu posso ser paciente... Por favor!!! – Falou fazendo biquinho. Uma pessoa tão bonita deveria ser proibida de usar de suas artimanhas para conseguir o que quer. Não ia conseguir negar após aquilo.

– Então combinamos depois! – Falei voltando a andar e ele fez um “uhuul”.

– Te vejo por aí... Só cuidado pra não acabar me derrubando da próxima vez. – Falou rindo e eu o empurrei de leve fazendo ele rir mais ainda.

Andei novamente e finalmente cheguei na mesa que era uma das últimas.

– Demetrio Glaciem? Sério? – Falou Lilly quase gritando.

– O que foi? – Perguntei.

– NOSSA ELE É MUITO GATO! – Exclamou ela eufórica. – Se ele desse em cima de mim uma vezinha se quer eu já teria pulado no pescoço dele e não largado mais. – Falou rindo e me fazendo rir também.

– Mas deve namorar todas... – Falei revirando os olhos.

– Ele só namorou uma menina desde que chegou nessa escola. – Falou Felícia parando de anotar um pouco. – E foi a Jordana. Você deve conhecer ela não é? A namorada do seu primo.

– Eu não sabia nem que ele tinha namorada. – Exclamei. – Daquele ali eu quero distância.

– Ah, se vocês não se dão bem eu posso falar! – Disse Lilly. – O Aiden é o famoso galinha da escola.

– Já devia imaginar... Arrogante do jeito que ele é. – Falei bebendo a água que tinha trazido de casa.

– Mas e o Demetrio? Me conta... Que loucura! – Falou Felícia excitada.

– Não tem nada pra saber meninas... Ele só me chamou pra sair.

– QUE MÁXIMO! – Grito Lilly e eu arregalei os olhos pra que ela parasse de escândalo.

– Metade das meninas da escola se jogando em cima dele e ele chama a novata pra sair... Vai por mim muitas meninas vão ficar com raiva de você. – Completou Felícia.

– Que ótimo... Primeiro dia de aula e já tem gente que não gosta de mim. – Bufei.

– Nem liga... A inveja é grande. – Falou Lilly voltando a atenção pra seu caderno novamente quando o sinal tocou.

– Algum de vocês têm aula de Artes agora? – Perguntei.

– Artes? Não é nossa praia! – Falou Simas abraçando/esganando a irmã pelo pescoço.

– Pois é... A única desse grupo que faz Artes sou eu. – Falou Felícia. – E agora você! – Sorriu fofamente.

Fui a seguindo até a sala e eu só conseguia pensar na felicidade que eu estava por pertencer a um grupo.

A aula de artes foi muito legal, aprendemos a desenhar com giz na tela a partir de traços pontilhados. Quando terminou a Felícia me mostrou o caminho para a aula de Culinária.

Haviam três mesas e eu sentei na primeira.

– Hora, hora se não é minha esbarradora preferida. – Falou uma voz que acabei reconhecendo por ser a de Demetrio. Ri do comentário.

– Então quer dizer que você faz culinária? – Perguntei enquanto o observava sentar do meu lado.

– O quê? Qual o problema nisso? – Perguntou com um sorriso de lado.

– Nenhum, você só não tem cara de quem fica na cozinha. – Falei rindo da expressão que ele fez ao escutar isso.

– Você também não! – Retrucou ele e eu sorri abaixando o olhar.

– Pode-se dizer que cozinhar é um prazer e não um sacrifício pra mim.

– Posso dizer o mesmo. – Falou ele.

– Bom dia classe! Formem dois grupos. Um vem para a cozinha da esquerda e os outros à direita. Hoje escolhi uma coisa que será muito agradável pra vocês. – Eu e o Demetrio seguimos para a cozinha da direita. – Pizza! – A turma gritou um “Até que em fim”. – Mas não pensem que será fácil! Será avaliado montagem do prato, ingredientes, sabor e tempo... Vocês terão 45 minutos a partir de... Agora!

Começamos o preparo da pizza e iríamos fazer uma doce de chocolate branco com morango e banana. Uma parte do grupo se reuniu pra fazer a massa e a outra foi lavar e cortar corretamente as frutas. O Demetrio ficou comigo na parte de cortar as frutas junto a uma menina mais nova que devia ser duas séries a menos que a nossa. O Demetrio realmente levava jeito. Além de rapidez, percebia-se que ele tinha habilidade na cozinha.

Após a massa sair do forno começamos a montagem. Pegamos o chocolate branco e o derretemos na hora, pois precisava ser colocado ainda quente. Despejamos na pizza e começamos a montagem. Optamos por fazer um grande coração com morangos e pusemos banana nas partes de fora do coração.

Levamos ao forno novamente e quando ela saiu faltavam apenas 5 minutos para o fim da prova.

– Vamos lá pessoal! A equipe que ganhar leva essa maravilhosa caixa de trufas e a que perder fica com a louça das duas equipes. Dois minutos! – Exclamou a professora.

Cortamos a pizza ao mesmo tempo em que a Mrs Lovegreen indicou o término do tempo. A outra equipe também havia conseguido terminar a prova.

Ela chamou alguns alunos de outra sala para degustarem e darem a nota. A tensão era grande e finalmente a hora da nota chegou.

– Por um ponto de diferença os ganhadores são... Rufem os tambores! – Os alunos começaram a bater na bancada. – Bancada... DIREITA! – Falou e nosso grupo começou a comemorar. O Demetrio pegou a caixa de trufas.

– A primeira trufa será para nossa querida professora! – Falou dando um abraço na professora e todo mundo aplaudiu. Ele começou a distribuir as trufas.

– Abra a boca! – Falou e eu revirei os olhos, mas abri e ele colocou aquela trufa deliciosa.

– Nossa que delícia! – Falei me deliciando com aquela trufa.

– Está mesmo. Não precisa agradecer pessoal... Eu já sei que fui o principal motivo de termos vencido. – Falou fazendo cara de importante e recebeu alguns pescotapas.

– Você só cortou as frutas seu mala! – Falei rindo e batendo o pano no braço dele fazendo ele rir.

– Interrompo? – A voz de Aiden adentra o local e por mai incrível que pareça estava sendo direcionada a mim. Meu sorriso murchou. – Temos que ir. – Falou mal humorado.

– Tudo bem... Vou pegar minha bolsa. – Falei e Demetrio me seguiu até o armário.

– Se você quiser ficar eu te dou uma carona depois... – Falou e eu dei um pequeno sorriso em retribuição a sua gentileza.

– Obrigada, mas eu tenho que ir mesmo... Minha tia a mãe do Aiden deve estar nos esperando.

– Tudo bem... Promete que vai pensar com carinho em sairmos? – Fez o mesmo biquinho de antes e desviei rápido o olhar pra não acabar aceitando sair hoje com ele. Peguei minha bolsa e fechei o armário.

– Vou pensar... Amanhã a gente conversa! – Falei e antes que eu saísse ele me abraçou se despedindo. Retribuí o abraço e sorri gentil pra ele.

Segui o caminho até o carro e o Aiden conversava com uma menina a abraçando.

– Interrompo? – Falei repetindo a mesma expressão e palavra que ele havia usado minutos atrás.

– Sim. – Falou a menina que supus ser a tal Jordana.

– Temos que ir... Te vejo depois. – Falou dando um beijo nela e eu entrei no carro.

Ele entrou no carro e começou a dirigir se afastando cada vez mais da escola. Fomos em silêncio até chegar em casa. Nancy já nos esperava na sala.

– E aí crianças... Como foram as aulas? – Perguntou.

– Criança? – Aiden bufou subindo as escadas.

– Por incrível que pareça foi ótimo. – Falei sorrindo e comecei a contar a ela como havia sido o dia.

– Que ótimo! Você não sabe o quanto eu torci por você. – Sorriu gentilmente e eu retribuí o sorriso. – Comprei uma coisa pra você! – Falou retirando uma sacola preta com um símbolo de uma maçã mordida.

– Não precisava... Não fique gastando dinheiro comigo! – Pedi... Estar na casa dela já era incomodo demais.

– Não se preocupe! Um telefone celular é super necessário. Quando aprender a mexer você vai entender.

– Mexer? Achei que ele fosse só pra ligações. – Peguei a sacola e tinha um celular rosa com o nome Iphone 6S. – Obrigada, mas eu não sei usar essas tecnologias.

– Tudo bem o Aiden te ajuda. AIDEN! – Gritou o chamando e eu a interrompi.

– Não, não, não... Eu me viro. – Falei rapidamente.

– Tudo bem. Conheceu alguém especial? – Perguntou me fazendo arregalar os olhos.

– Foi meu primeiro dia! Não tem como saber se alguém é especial ou não... – Falei rindo. O Ainden desceu as escadas e foi em direção a cozinha.

– Ah para... Claro que tem... Conheceu alguém que tem grandes chances de se tornar especial então? – Perguntou Nancy.

– Talvez... – Falei lembrando do Demetrio.

–Sério? Me conta tudo! – Falou animada.

– Ela vai sair com o Demetrio mãe! – Falou o Aiden entrando na sala só com shorts, sem camisa e tomando suco. Ele podia ser o maior dos malas, mas que era bonito isso não poderia negar. Me repreendi por meus pensamentos e voltei a prestar atenção na conversa.

– Sério? O carinha que você odeia? – Falou Nancy.

– O próprio. – Falou franzindo a sobrancelha.

– Como você soube disso? Quer dizer... Eu nem aceitei ainda... O que não vem ao caso.

– Eu escutei quando ele estava insistindo que nem um cachorro atrás do osso. – Falou voltando para a cozinha.

– Nossa acho que ele está de mau humor hoje. – Falou Nancy.

– Nem me fale. – Sussurrei. – Mas porque ele não gosta do Demetrio?

– Na oitava série tiveram uma discussão que não sei muito bem o motivo. O que sei é que depois disso não se falaram mais. Mas não ligue pra essa bobagem! Se for de sua vontade saia. Se divirta! Quero que você viva o máximo.

– Tudo bem. – Sorri gentilmente. – Vou subir pra tomar um banho. – Falei e ela consentiu.

Tomei um banho e pus um pijama. Desci novamente as escadas e fui a cozinha. Nancy e Aiden conversavam então parei um pouco antes assim que escutei meu nome na conversa.

– A Sophie vai precisar da sua ajuda... Muito mais sua que minha. Você é adolescente, vai passar muito mais tempo com ela do que eu que trabalho o dia inteiro... – Foi interrompida.

– Mãe... Você que resolveu trazê-la pra cá... A culpa é sua! Eu não vou ser babá de ninguém! – Aiden falou.

– Aiden! – O repreendeu. – Você sabe que ela não teria ninguém... Ainda mais depois de tudo que aconteceu na vida dela. – Falou Nancy.

– Não é nosso problema! – Falou aumentando a voz. – Não é meu problema!

Cada palavra que ele dizia me machucava bastante, mas de repente comecei a sentir algo em mim ficando diferente... Meu corpo inteiro pareceu estar com frio. Com a respiração acelerada e entrecortada. Olhei pra a cozinha novamente e observei o Aiden pôr uma vasilha de metal com comida dentro de um aparelho que parecia um forno só que separado do fogão. O frio começou a aumentar e por um impulso inexplicável entrei na cozinha e pulei em cima dele ao mesmo tempo em que o mini forno explodiu.


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Notas finais do capítulo

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=RERr49_V71g