A Garota do Lago escrita por Flora Medeiros


Capítulo 15
Back from hell


Notas iniciais do capítulo

Oi lindezaaas, sei que estão querendo me matar por eu estar postando pouco, mas é que comecei a trabalhar aí dificultou um pouco. Comentem por favor e puxem minha orelha atrás de novos capítulos haha. Sei que esse não foi grande, mas é que eu precisava terminá-lo nessa parte. Se preparem que o próximo será revelador ahuahuah



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— RÁPIDO AIDEN! – escutei ao sair do quarto Nancy gritando.

Desci as escadas e parei em frente a um espelho enorme que tinha na parede da sala. Observei a calça jeans preta junto com uma blusa fina branca, a bota sem salto que havia escolhido e uma jaqueta preta com bolsos grandes para carregar meu celular e alguns documentos. Amarrei o cabelo em um rabo de cavalo e mais uma vez observei meus dois novos companheiros inseparáveis... Esses olhos eu não me pertenciam e o colar que não me largava.

— Ai mãe... Já vai. – falou passando rapidamente por mim.

— Estou saindo... Onde está a Sophie? – entrei na cozinha.

— Cheguei. – sorri para os dois, mas apenas a Nancy retribuiu.

— Bem crianças... Estou saindo. O Aiden me falou ontem que vocês também vão dar uma saída... Dois avisos: Nada perigoso e divirtam-se. – olhou para o relógio de pulso. – Dez da manhã, já estou mais do que atrasada. Beijo, beijo... – falou saindo rapidamente com dois sacos enormes que continham vários presentes. Sorri ao ver a cena.

— Pronto? – perguntei pondo minha jaqueta preta.

— Pronto.

Entramos no carro e Aiden colocou o cinto de segurança logo após pegou um aparelho estranho. Parecia um celular, mas era diferente.

— Muito bem... De Chicago para Aurora. Deixa eu ver... – olhou no aparelho. – 67 quilometros. Estaremos lá em torno de uma hora e meia.

Aurora... Minha cidade natal. Com certeza deveria estar muito diferente, o que me causava uma agonia na boca do estômago. Depois de tanto tempo eu voltaria pra casa, mas ela não seria mais minha casa. Encostei a cabeça no vidro da janela e continuei observando as ruas passarem. Deixei uma lágrima escapar ao meu cérebro finalmente constatar que eu nunca mais veria as pessoas que faziam daquele lugar ser o que era. Minhas pessoas. Minha família e amigos.

Meu pai... Uma memória rápida passou por minha cabeça fazendo que a nostalgia invadisse meu peito.

FLASHBACK ON

— Amor, não precisa se preocupar... É só um dentinho de leite. Já vai nascer outro bem mais forte e bonito que esse aí. – falou alisando minha bochecha enquanto eu ainda segurava o dente em minha mão.

— Mas pai... Os meninos vão rir de mim! Eu sou a única menina de oito anos que só perdeu o dente da frente agora. – falei cabisbaixa e chorosa.

— Eles serão uns idiotas se rirem... Eu particularmente acho que você ficou bem mais charmosa assim, pote de mel. – começou a fazer cócegas.

— E se eles me acharem feia? – falei com os olhos marejados.

— Sophie Bennet! Você é linda. E não se preocupe se alguém achar você diferente porque perdeu seu dentinho agora. As pessoas que riem das outras por uma coisa como essa não são boas. E eu tenho certeza que alguém ainda irá olhar pro seu sorriso e acha-lo o mais lindo de todos.

— Mesmo com um dente faltando? – perguntei abaixando a cabeça.

— Mesmo com um dente faltando. – sorriu pra mim que retribuí e lhe abracei bem forte.

FLASHBACK OFF

Pote de mel... Era como papai me chamava. Senti o nó crescer em minha garganta até que não pude suportar mais e comecei a chorar. Tentei segurar o choro para que Aiden não visse, mas comecei a lembrar de minha mãe bondosa e com cheiro de canela. Eu nunca mais a veria. Saber que estava voltando a um lugar com tantas lembranças me vez voltar a pensar em tudo que eu não iria ter... Tudo que eu deixei de viver. Fechei os olhos em meio a lembranças e não sei o momento ao certo em que peguei no sono.

— Sophie? – falou Aiden me acordando.

— Hm... – resmunguei.

— Chegamos. – desceu do carro me fazendo franzir a testa em protesto pelo barulho que havia feito.

Esfreguei os olhos e desci do carro. Uma fina camada de neve cobria todo o local então subtendi que havia começado enquanto eu dormia. Girei os olhos e minha garganta começou a arder. Estávamos em frente ao lago. Por mais diferente que esteja eu o reconheci. Havia agora uma cabana com uma placa que parecia bem gasta ao lado."Patins 10 dólares, meia hora", mas seria impossível alguém patinar ali. O lago estava totalmente descongelado.

— Lembra daqui? – perguntou Aiden cortando o silêncio.

— Sim... – falei exitosa.

Fomos andando em direção ao lago e um ar frio cortava minha bochecha. Olhei para o céu que continuava a deixar cair os pequenos flocos de neve e senti um cair e derreter imediatamente em minhas mãos. Suspirei fundo e escutei um barulho estranho... Na verdade estava mais para uma música.

— Não é o meu celular... – falou ele guardando o dele no bolso. – É o seu. – falou apontando para o bolso da minha jaqueta.

Retirei o celular de meu bolso e a foto de Demetrio reluzia na tela dele. Cliquei no botão verde e coloquei no ouvido esperando ele falar algo.

— Sophie? – perguntou ele.

— Oi Demetrio. – falei ao mesmo tempo em que vi as sobrancelhas de Aiden se tornarem um "V" e sua evidente irritação.

— Aconteceu algo? Tento te ligar desde ontem... Nós não iríamos sair para a casa de campo dos meus pais? – falou ele com um tom de voz que demonstrava seu desapontamento.

— Nossa Demetrio, me desculpe... Eu realmente esqueci. A Nancy quis ir a praia e eu acabei não lembrando.

— Tudo bem... Acabei ficando sozinho. Foi bom para pensar. – falou distante. – Essa casa me traz algumas lembranças boas. Poucas, mas me lembra quando eles ainda viviam. Eu ainda insisto em chamar de "Casa de Campo dos meus pais", mas agora é minha casa de campo. – suspirou. – Por mais difícil que eles fossem... É difícil imaginar tudo sem eles.

— Entendo. – falei sentindo meu coração se partir. Ele estava triste. E em parte era por minha culpa. – Se você quiser podemos compensar isso depois. – falei tentando reanimá-lo.

— Claro... Onde você está? – perguntou e ao mesmo tempo a linha ficou muda.

— Aiden? – ele me olhou. – Acho que houve algum problema. Ficou mudo! – falei lhe entregando o celular.

— Aqui é difícil pegar área mesmo. – o olhei confusa. – É difícil conseguir receber ligações... Deve ter caído. – falou tentando me explicar da melhor maneira. Assenti e pus o celular no bolso.

Voltei a olhar para aquele imenso lago.

— Quer ir até lá? – perguntou Aiden.

— Sim. – falei meio hesitante.

Uma grande sensação de pânico se apoderou sobre mim. Meus joelhos tremiam e meu instinto me avisava para não chegar perto. Me aproximei do lago que estava totalmente cristalino e o observei de perto. Aiden me deu espaço e ficou a alguns metros apenas observando. Me ajoelhei próxima a margem e havia algo de diferente. Algo que não era possível de se ver em lagos comuns. Me aproximei mais até conseguir enxergar perfeitamente as formas de uma garota.

— Como isso pode ser possível... – me perguntei antes de ser surpreendida por algo me puxando para dentro do lago.

Em estado de pânico comecei a me debater, até o momento em que senti tudo a minha volta começar a ficar frio demais. O lago... Estava congelando. Um desespero enorme se apossou de mim e tentei quebrar a fina camada de gelo que me impedia de subir. Escutei Aiden gritar pelo meu nome do outro lado. Ele limpou a neve do local e seu olhar era de puro pânico quando me viu do outro lado. Ele deu vários socos tentando quebrar o gelo, mas nada parecia funcionar.

Senti algo puxar a minha perna e finalmente olhei para a garota que estava no fundo do lago. Ela estava viva. Ela me puxou para o fundo do lago e enquanto travava uma luta com ela tentando me soltar de sua mão que me puxava consegui olhar bem em seu rosto. Ela era eu.


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Notas finais do capítulo

Comentem por favooooor(Reforçando)



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