Bigorna escrita por Captain


Capítulo 8
"Partiu" praia.


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, mais um capítulo. TENHAM UMA BOA LEITURA, E AGUARDO OS COMENTÁRIOS DE VOCÊS. ♥



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Ouvi batidas suaves na porta do quarto, e logo uma voz surgiu.

— Filha, já está pronta?

— Ahn, mãe... Eu chamei a Laura pra ir com a gente, tem algum problema? – disse meio envergonhada, pois não havia comunicado ela.

— Por mim tudo bem, mas juízo... Vou ir preparar as coisas no carro.

Logo ouvi os passos dela até o final do corredor, larguei o travesseiro e comecei a pentear meu cabelo. Peguei minha mochila e o travesseiro, pois com certeza iria dormir na viagem. Sai do quarto arrastando a mochila até a sala de estar, na janela da mesma, já estava observando o carro da minha mãe na calçada e ela estava dobrando algumas cadeiras de praia e deixando no porta-malas. Caminhei em direção a cozinha, e fiquei observando nos armários algo que eu possa comer no caminho sem me melar. Então retirei um pacote de marshmellow e enfiei dentro da mochila. Voltei para a sala com um sorriso, olhei novamente para a janela e logo vi Laura conversando com a minha mãe e foi ali que me animei mais, e pronto, estava tipo: olha minha felicidade ali, ó. Coisa mais linda. Perdi Laura de vista, talvez ela esteja entrando em casa, ou ajudando minha mãe no outro lado do carro, sei lá. Me perdi em meus pensamentos, tentando descobrir onde Marques estava, foi quando senti mãos macias e um pouco pequenas sobre meus olhos, tampando-os. Fiquei um pouco agoniada, pois ficar sem ver nada é, em minha opinião, um pouco assustador. Virei-me aos poucos e abracei o corpo da pessoa, com a esperança de que fosse a Laura.

— Como vai, esbarrona?

Ouvir aquela voz me fez relaxar e então abracei mais forte seu corpo. Laura me apertava com a mesma intensidade, e nossos abraços demonstrou que as duas estavam felizes, talvez não na mesma intensidade, mas felizes. Então fui me afastando devagar, e a olhei de cima a baixo, abri um sorriso um pouco malicioso. Ela estava com a mesma calça do dia em que saímos, eu reconheci por causa do pequeno rasgo no bolso da frente e a cor meio azulada. A camisa dela era um pouco engraçada, me lembrou do filme/livro A Culpa É Das Estrelas (sim, eu li e assisti, qual é o problema?). Pois tinha um cachimbo e aquela frase: “isto não é um cachimbo”. Ela me pegou observando sua camisa e comecei a rir.

— O que foi? – Laura perguntou quase rindo.

— Nada, apenas conheço essa camisa.

— Vamos, meninas? – Marcia gritou do lado de fora, em frente ao carro.

Fixei meu olhar para Laura, que endireitou a alça da mochila em seu ombro, ela deu um sorriso e foi em direção ao carro, fiquei para trás para desligar as luzes e carregar meu grande travesseiro. Hetlen tentava me dar a mão, mas sempre olhava para minha mãe com certo medo, ela não sabia disfarçar nenhum pouco. Ao entrarmos no carro, resolvi sentar no banco de trás junto com Laura, até porque seria confortável deitar no colo dela enquanto estivéssemos no carro.

 – Filha. Me esqueci de avisar, vamos passar o fim de semana todo na casa de praia sua tia Anna. Sua amiga vai poder ficar? – minha mãe a olhou pelo retrovisor, esperando que a resposta fosse dela.

— Sim senhora. – Laura a respondeu rindo, mas deu pra sentir um desconforto em sua risada.

Marcia deu partida no carro e foi passando devagar até certo local, onde ela aumentou a velocidade. A vista do meu lado era apenas árvores, praças e lojas, e no da Laura era prédios e pequenas moradias. Nossa cidade era assim, sempre foi, um lado uma coisa e outra, outra... Deu pra entender? Laura tirou aqueles fones de ouvido tipo uma concha, – qual é o nome mesmo? Deve ser headphone, sei lá. – e colocou nas orelhas, apenas fiquei olhando para a tela do seu celular enquanto ela escolhia alguma música. Aproveitando a distração dela, joguei meu travesseiro em seu colo e me curvei para o lado, descansando minha cabeça no travesseiro. Laura deixou sua mão debaixo do travesseiro e agarrei a mesma, e assim a gente chamou de mãos-dadas-escondidas, não, a gente não falou uma para outra, apenas rimos da forma que nos estávamos se “tocando”. Eu não estava com sono, nem um pouquinho, meus olhos estavam vidrados na janela, observando cada loja, moradias... Senti os dedos da Laura deslizando lentamente pelo meu cabelo, olhei para ela, olhei para a boca dela, e me deu uma vontade de beija-la naquele momento. Naquele momento, eu me lembrei de uma frase: depois da tempestade, vem o arco-íris. Alguma coisa assim... Mas, o que estou tentando dizer é que o meu arco-íris era ninguém mais do que, Laura Marques. Fiquei sorrindo ao ter aquele pensamento, Laura foi abaixando seu fone lentamente, deixando os por volta do seu pescoço. O silêncio havia tomado conta do carro. Marcia olhava para Laura, Laura olhava para mim e eu olhava para minha mãe.

— Então Laura, você é da mesma sala que a Amy? – falou minha mãe quebrando o silêncio constrangedor.

— Infelizmente não. – ela deu uma pausa e deixou seus olhos vidrados em mim, mas logo voltou a olhar minha mãe pelo retrovisor. – Mas somos do mesmo intervalo.

— Isso é ótimo, pelo menos não a deixa sozinha...

Aquelas palavras me deixaram constrangidas, meu rosto ficou um pouco vermelho e Laura deu uma risada.

 – Pode deixar senhora Wen... – Laura não terminou a frase ao se lembrar de que “senhora era a minha vó” –... Marcia, que irei cuidar dela.

Todas haviam dado um sorriso, se conformando com a resposta de Laura. O trajeto até os tuneis foram repletos de assuntos do passado. Minha mãe adorava contar de como eu era criança, as bagunças que eu fazia. Ela conversava com Laura como se ela fosse “meu namorado” (normalmente as mães tem esse assunto com os namorados das filhas, só que a minha é futura-namorada) Fiquei encolhido no banco, eu deveria ter trazido um cobertor... Mas tudo bem. Apontei para o fone de ouvido da Laura e fiz uma cara de pidona.

— Deixa eu ouvir um pouquinho? – disse fazendo um beiço.

— Ah não, só tenho músicas bregas, você não vai gostar.

Ignorei o que Laura tinha falado e retirei o fone de volta do seu pescoço e coloquei em meus ouvidos. Marques me entregou o celular desbloqueado e ficou olhando para a tela. Realmente, ela tinha um bom gosto. Tinha uma várias músicas da Clarice Falcão, outras de Maria Gadu, algumas de Legião Urbanas e diversas outras que eu gostava... Deixei as músicas tocar aleatoriamente em um volume baixo. Com meus olhos fechados, cantando baixinho as letras das músicas que conhecia, ouvi minha mãe dizer:

 – Graças a Deus estamos chegando... – abaixei um pouco mais o volume e deixei meus olhos no retrovisor. – Amy, a Anna tem uma filha e ela é meia sozinha, sabe? Queria muito que vocês a levassem para todos os cantos que fossem, até porque sei que é meio entediante ficar ouvindo papo de gente mais velha.

— Pode deixar, mãe. Só espero que ela não seja chatinha. – dei uma risada.


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Notas finais do capítulo

Acho que vou lançar mais outro capítulo nessa semana hein, tô bastante inspirada. E aí, qual será a merda que pode acontecer no próximo capítulo? Tenho várias ideias...



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