Bigorna escrita por Captain


Capítulo 19
Um jogo, uma encarada, um não.


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus, esse título não faz sentido nenhum! Tudo bem, eu sou assim mesmo e.. QUANTO TEMPOOOO! Cara, eu sumi sim, mas fiquei bem solitária, bem tristinha, bem sem amigos e resolvi voltar a escrever. Boa leitura, terráqueos. ♥



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Já era a quinta aula quando me dei conta. Eu queria que o tempo passasse mais depressa, só para eu ter aquela companhia de Laura Marques.
Eu estava ansiosa, e já podia imaginar eu andando em direção a minha casa com ela ali, do meu lado. Talvez segurando a minha mão, não sei. Já conseguia imaginar a sua despedida, um sorriso encantador. Laura Marques é encantadora demais. Sem mais.

A aula seria na quadra, já que era educação física. Juntei minhas coisas da mesa e guardei em minha mochila, e logo a fechei. Coloquei os óculos e acompanhei a troça de alunos até a quadra coberta da escola. Assim que o professor abriu a quadra para todos, eu me sentei no chão, no cantinho, perto das árvores. O campeonato de futebol estava se aproximando, então o professor pediu que treinemos um pouco. Eram poucas as meninas que se interessavam por futebol, ou algum esporte mesmo. Todas as aulas, repetidamente, elas estavam lá, sentadas no chão conversando ou mexendo em seu celular.
Por sorte, tinha uma menina que se salvava daquilo, ela era bem esportiva, jogava sempre com os meninos por motivos de não ter garotas suficiente para formar um time. Me levantei, assim, por impulso e segui em direção ao professor que segurava uma bola de futebol, esperando alguém se candidatar ao jogo.
Um grupo de meninas também se levantaram e vieram até mim.
— Vai jogar, Amy? - a garota mais alta disse.
— Ah, eu vou. E vocês? - falei, dando uma boa analisada nas seis garotas a minha frente.
Elas balançaram a cabeça positivamente. Começamos a dividir o time, mas como estava ímpar, ou ia sair alguém ou entrava mais uma. Aquela garota que só jogava com garotos se aproximou, anunciando que ia jogar também. Então, ficou quatro pessoas em cada time, até criamos nomes: As Sarradoras e Fio de Seda.
O meu time era o Fio de Seda, que era formado por mim. Emily, que era incrivelmente alta, com a pele branca e traços coreanos, falando sério. Isabel, a que só jogava com garotos, que tinha a minha altura, ela prendia o cabelo em um rabo de cavalo e seus olhos escuros eram lindos, porque havia um brilho bem bonitinho lá. E também, a Caroline, que vivia com curativos nos dedos, ela era morena, uma morena bem gost... Perdão, mas eu não conseguia parar de olhar para aquele sorriso dela e... Meu Deus, aqueles olhos verdes. Falando sério, minha sala só tinha gata, e eu percebi só agora. Tá bom, estou em controlando. Combinamos a posição de cada uma no campo, e eu fiquei no gol, porque não gostava muito de correr.
O jogo havia começado, e eu estava observando a movimentação da bola. As Sarradoras tinha garotas fortes, que conseguia se desviar fácil das Fio de Seda, ficando cada vez mais próximo do gol. O meu gol! No qual eu parecia um caranguejo, dando passinhos para o lado e para o outro. Então, a Íris chutou em direção ao gol, e cara... Eu literalmente me joguei no chão, conseguindo pegar a bola. Foi uma péssima ideia, confesso, fiquei com dor em toda a lateral do meu corpo. Chutei a bola para a Isabel, que deu um sorriso com a minha super pegada, mas cá entre nós, isso foi sorte de principiante, eu não sou uma boa goleira, disso eu tenho certeza. Assistir aquilo tudo foi bem legal, com sorte, As Sarradoras não conseguiram se aproximar do gol por causa da maravilhosa Caroline, que não vou mentir, é uma boa jogadora, era bem rápida.
O sinal tocou, e portanto, devolvemos a bola para o professor e seguimos até a sala completamente suadas. Eu vi Laura Marques descendo as escadas, ela estava com fones de ouvidos e de cabeça baixa, por isso, resolvi não atrapalha-la e segui junto com as meninas até a sala. Elas gritavam no corredor, jogando na cara das As Sarradoras que tinham vencido. Caroline olhou para mim, com seus olhos verdes incríveis, dei um sorriso forçado e me sentei no meu lugar, parada em frente ao ventilador, tentando me refrescar.
Eu nunca fui fã das sextas aulas, – por mais interessante que seja. – eu só me desligava, e prestava atenção em algo inanimado ou observava as pessoas conversando. Caroline veio em minha mesa e puxou uma cadeira, se sentando ao meu lado. Ela entrou pra frente, com um sorriso estampado.
— Você foi boa lá, sabia? – falou, e virou seu rosto pra mim.
— Foi sorte, e tô com dor na cintura por isso.
Caroline riu, e ri também né, já que é uma regra: Quando alguém ri, você deve rir também.
— Você vai jogar com a gente no campeonato. – Caroline exclamou. – E não estou perguntando, apenas afirmando.
— Tudo bem, mademoiselle, como preferir.
— Tá. – ela olhou para os lados. – E vai ter que me dar o seu número, sabe? Apenas para... Não sei, só pra ter. – riu de nervosismo. – Por favor.
Balancei a cabeça positivamente, ela me entregou seu celular, logo disquei meu número nos contatos e salvei. Depois disso, a gente só ficou se olhando, o que me deixava cada vez mais vermelha. Odiava a sensação de ser observada, eu não sabia como reagir, o que fazer... Ficamos assim por minutos, até que ela resolveu se levantar e ir para o seu lugar que ficava no fundo, junto com Íris, Isabel e Emily. Já que tinha ficado sozinha, resolvi pegar meu celular e bater um papo com Marina.

Amy 6h24 PM

Sabe de uma coisa? As últimas aulas são ó: um porre. E eu quero ir embora!


Marina 6h25 PM

Se eu tivesse meu cavalo branco iria até ai e te tirava né. Mas eu nem curto cavalo, e sou a favor da educação. YWHQSOA


Amy 6h25 PM

HSUWEWTASJ, firmeza Marina. E aí, o que está fazendo?


Marina 18h25 PM

Olha, tô procurando uma boa série aqui na Netflix, mas vou logo falando, é uma bosta, a maioria nem tá atualizada ainda ):


Amy 6h26 PM

Nossa, nunca acompanhei uma série em minha vida. Como é?


Marina 6h29 PM

O QUE?!! HAHAHAH MINHA QUERIDA, QUANDO TU CHEGAR EM CASA EU VOU TE LIGAR E VAMOS BRIGAR, TÁ?


Ri ao ler aquela mensagem, Marina Damasceno era engraçada, guardei meu celular porque o sinal ia tocar a qualquer momento, e quando todos os animais saem da jaula, é complicado andar com todo aquele empurra-empurra. Levantei da cadeira e ajeitei minhas coisas, forçando os olhos, eu vi Caroline me encarando. Sério, qual é o problema das pessoas dessa escola? Só sabem encarar e ser bastante esquisitas, será que isso pra elas é seduzente? Porque pra mim não, me sinto num clipe de música ou num filme de psicopata. Coloquei a mochila nas costas e ouvi o sinal tocar. Sai apressada, não queria ser vítima de um empurra-empurra novamente. Ao chegar no portão avistei Laura conversando com um grupo de meninas, uma coisa que odeio fazer é atrapalhar, juro pra vocês que não é ciúme, mas sei lá, é meio vergonhoso interromper alguém. Caminhei mais depressa, evitando ser vista por Laura Marques. Já fora da escola, eu senti um puxão no braço, me virei e vi a própria satanás: Laura Marques de Algum Outro Sobrenome Que Não Estava Mais Me Lembrando.

— Eu vi você, palhaça. Para de sair apressada quando me vê, é meio chatinho ter que sair correndo atrás de ti. – Ela disse, e deu um sorriso no final.

— Foi mal, eu não curto me atrasar pra chegar em casa. – a respondi e continuei andando.

— Falando nisso... – Laura entortou a boca. – Eu não vou te acompanhar hoje, tenho que chegar mais cedo em casa.

Observei a mão de Laura ir até seu pescoço e passar o polegar no seu colar. Que bem, era aquele que ela tinha me dado naquela noite lá.

— Não, tudo bem. Vejo você amanhã, tá bom?

— OK, vejo você amanhã.

Estávamos na esquina quando decidimos nos despedir, Laura foi se aproximando e deu um sorriso... Aquele sorriso encantador a qual sou gamadona. Ela me deu um selinho e depositou um beijo em minha testa, se virando e indo embora sem dizer mais nada. Suspirei, mas suspirei bem apaixonada mesmo.

Caminhei em direção a minha casa, sorridente, feliz da vida, querendo que "amanhã" chegasse logo. Quando cheguei em minha humilde residência, vi minha mãe sentada na mesa de jantar, mexendo no seu celular e com uma revista qualquer na mesa.

— Cheguei, senhorita Márcia.

— Oi linda, chegou cedo hoje, tá tudo bem?

— Tudo sim, eu vou pro quarto trocar de roupa e depois desço, tá firmeza bróder?

— Tá firmeza sim, bróder.

Fui pro meu quarto gargalhando com minha mãe. Troquei de roupa, colocando um pijama, me sentei na cama, respirei fundo e conversei um pouco com a Marina, falando como tinha sido o meu dia, e ela falou como foi o dela. Jantei com minha mãe, conversei com Laura Marques, conversei um pouco mais com Marina, ri bastante com as duas. O dia foi cansativo, não muito, mas foi, dormi lá pelas duas da manhã, com uma ajudinha da Marina que me mandava áudio gritando com os pombos da varanda dela.


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Notas finais do capítulo

Já tá virando disco arranhado eu pedir desculpas, né não? Mas ó, me desculpem mesmo por estar sumindo assim. Espero que tenham gostado, e nem se inventem de apoiar Caroline e Amy como casal.



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