Bigorna escrita por Captain


Capítulo 18
Bananas de Pijamas


Notas iniciais do capítulo

Buona sera, terráqueos. Como vão? Ah, espero que bem, porque eu estou ótima. E ai, ganharam presente nesse feriado? Eu só ganhei um boneco do Batman, e tipo, eu estou muito feliz. Boa leitura! ♥



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Nos soltamos, e eu? Ah, eu não pude conter o sorriso. Fiquei encarando-a por uns cinco, seis, sete segundos... Até que o sinal soou pelos corredores, me deixando um pouco, desastrosa. A olhei por mais um segundo, e ela me respondeu com um sorriso.

Fui para a minha sala e passei quarenta e cinco minutos ouvindo sobre porcentagem... Não peguei o caderno, e se eu pegasse, seria tudo em vão. Minha imaginação estava à solta. É babaquice, mas enquanto o professor de matemática brigava com alunos do fundo, eu imaginava a minha vida com Laura Marques. Perdia-me num mundo tão bom... Imaginei como seria acordar ao lado dela, e ouvir sua voz rouca, dando aquele sorriso que tanto adoro.

O professor bateu a mão na mesa, ou será que foi uma régua? Não sei. Mas, o barulho que causou, despertou a atenção de todos dali. Inclusive a minha.

— Chega de barulho, seus filhotes de gambá! Quero os exercícios na minha mesa em dez minutos, ou... – ele olhou para mim. – Tirarei pontinhos.

Pontinhos? Olha, professor, você é meio retardado, mas tudo bem. Retirei meu caderno da mochila e copiei a lição o mais rápido que pude. Sei que aquele professor não falava sério, mas era melhor se prevenir. Eram poucos exercícios, não podia reclamar. Batia o lápis em minha cabeça cada vez que pensava. Eu tinha lido em algum lugar que aquilo ajudava a pensar, eu sabia que era falso, mas já tinha virado um vício fazer aquilo. Peguei meu caderno e deixei em cima da mesa do professor, junto com aqueles cadernaços.

Não demorou muito para bater o sinal e avisar que a aula tinha se encerrado. Os cadernos foram devolvidos e pude apreciar aquele lindo cinco estampado na folha. Para mim, aquilo era maravilhoso, já que eu não ganhava muitas notas boazíneas. Eu gostava de ir à escola, até porquê, em casa eu não tinha muito o que fazer. A próxima aula era história, mas a professora não chegava, se passou quatro, cinco, seis minutos e nada dela.. Tirei meu celular da bolsa e fiquei conversando com a Mari. Ela me contou o que aprontava, e eu até que contei o pedacinho do meu dia.

 

Marina 2h56 PM

Filhotes de gambá? PKAPSKAPKSPAKS, gostei. Vou aderir esse maravilhoso apelido.

 

Amy 2h56 PM

 Gostei também, vou chamar as molecadas da rua assim. Olha, vou saindo aqui antes que tomem meu celularzito. Falou, filhote de capivara.

 

Marina 2h57 PM

Ai, ai... Essas escolas de São Paulo - São Paulo que ficam tomando telemóvel dos alunos. AQUI, NOOOSSA, AQUI É OUTRA COISA, pode fazer o que quiser, até sair da sala na hora que quiser. Enfim, vai lá, porque quero passar a tarde conversando com a senhorita.

 

Sorri com aquela mensagem e guardei meu telemóvel, como tinha citado Marina Scopelli. A professora havia chegado, e disse que íamos fazer uma disputa de grupo. Droga! Poxa, eu não converso com ninguém não, e essa velha coroca quer me deixar mais excluída.

— Loura, bora pra cá. – gritou Thiago, com um grupo de amigos que eu nunca tinha conversado em minha vida.

Peguei minhas coisas e andei até aquele grupo, esbocei um sorriso, um sorriso meio que forçado e dei um “oi” meio que baixo.

— Alunos, vou passar na mesa de vocês e quero saber o nome dos grupos. – disse auditorialmente a professora.

Os meninos do grupo do Thiago se entreolharam, e pediram a mim alguma ideia.

— Ah, eu não sou muito boa com nomes, mas que tal em homenagem algum desenho?

— BANANAS DE PIJAMAS! – gritou Thiago, anunciando o nome do nosso grupo, sem esperar alguma permissão.

O pessoal da sala começaram a rir, e eu meio que ri também, mas foi por impulso.

— Ok, Bananas de Pijamas, grupo um! – disse a professora, dando um sorriso de lado, como se tivesse se divertido com aquilo.

Outros grupos anunciaram os nomes também, mas de uma forma mais... Como posso dizer? Calma. Não gritando como Thiago fez. Depois de um pequeno tempo, a professora de história explicou o que íamos fazer. Me animei com aquela ideia, e meu lado competitivo foi ativado.

A professora retirou um papelzinho do copo e anunciou para todos:

— Quem foi o presidente do Brasil no período da Primeira Guerra Mundial?

Os meninos olharam um pro outro, como se tentasse lembrar a resposta. Até que olharam para mim, que estava com a resposta na ponta da língua.

— Você sabe qual que é, loura? – disse um menino sentado na primeira carteira à direita. Nunca havia conversado com ele, mas sempre o achei um carinha bonitinho.

— Sim, Venceslau Brás.

— Parabéns, Amy. – disse novamente a professora, ouvindo, não sei como, meu sussurrinho. – Um ponto para o grupo... Bananas de Pijamas.

A aula prosseguiu assim até a hora do intervalo. Duas aulas de histórias, cada grupo já estava com... Hum... 15 pontos. É claro que teve aqueles que erraram e tal, mas não ficaram tão para trás assim. Já era mais ou menos quatro horas da tarde, precisava de uma maçã e um suco para repor minhas energias. Fui direto para o refeitório, tinha suco de maracujá, mas não tinha maçã. Fiquei triste sim, mas peguei o suco e fui para as minhas mesas preferidas. Não entendia porque aquela parte da escola era tão vazia, tinha uma vista tão linda, ainda mais quando chovia. Laura chegou perto de mim, e com aquele sorriso lindo dela. Sorri de volta, então se sentou. Ela se sentou próxima de mim, era bom poder sentir o seu perfume doce novamente, sua respiração meio acelerada. Seus olhos brilhantes. A encarei, contei na mente suas pintas pelo rosto.

— É suco de que? – perguntou ela, depois de um breve tempo.

— É… Acho que é de maracujá, quer um pouco?

Laura Marques balançou a cabeça positivamente, logo entreguei o copo para ela. E não pode, quer dizer, não consegui desviar meus olhos de sua boca.

Awwn, mas que casalzinho mais lindo. – gritou Thiago, e então se sentou de frente para nós.

Laura riu, e por um segundo eu pensei: “quando ela vai me pedir em namoro?” Queria perguntar isso a ela, mas, não naquele momento. Os dois ficaram conversando sobre… Ahn.. O que eles estavam falando mesmo? Eu não estava prestando muito atenção neles. Enterrei meu rosto no pescoço de Marques, e me senti no paraíso. Fechei meus olhos, e imaginei minha vida no futuro ao lado dela.

Não sei o que aconteceu depois, única coisa que sei, é que adormeci. Acordei aos poucos, uma voz estava me chamando.

— Ou, ou. Você tem que ir pra sala, coisa feia. – sussurrou Laura.

— Tá. – ainda com sono – Que horas são?

— Horas? Não sei, só sei que já está na penultima aula.

— O que?!

Me levantei da mesa e me despedi de Laura Marques às pressas. Ela riu do meu desespero todo, e meio que fiquei brava com aquilo, mas foi só por um minuto mesmo. Enquanto corria pelos corredores até minha sala de aula, eu arrumava o cabelo e tirava a baba do canto da minha boca. Entrei e me desculpei pelo atraso, não dei justificativa, então fiquei sem presencia na aula. Sentei a mesa e copiei rapidamente os exercícios do quadro.


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Notas finais do capítulo

Breve postarei mais capítulos. Perdão pelo sumiço, eu amo vocês.
E tipo assim, feliz 4 meses, Funes, sua vagabunda.