Bigorna escrita por Captain


Capítulo 16
Me leva pra casa, Mari.


Notas iniciais do capítulo

ALO ALO GRAÇAS A DEUS. Boa tarde, como vão vocês? MEU DEUS! Eu também estou bem. Talvez esse capítulo ficou meio curtinho, mas é aquele ditado, né? Boa leitura para vocês, não me matem por algo que vocês não gostem u_u (a Laura morre OASKAOKSAOKSPAKS, to zoando... Será?)



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Chegamos numa lanchonete e eu não consegui tirar os olhos dela. Me sentei numa mesa vazia e deitei minha cabeça na mesma. A fome estava me dominando.
— Aqueles seus amigos... O que eles deram para você? – Mari disse, passando a mão pelo meu cabelo enquanto eu apertava minha barriga de leve.
— Foi aquela coisa verde, que tem quatro trevos... Acho que é aquele negócio da sorte. – tentei explicar, sem noção nenhuma.
— Entendi, maconha. Já volto.
Fechei meus olhos e naquele momento, esqueci toda a minha fúria. Meu juízo foi voltando aos poucos e... Por que eu estava deitada numa lanchonete, com uma pessoa estranha que iria me pagar um sanduba?
— Olha, esse é o maior que tinha. – Mari disse, dando um curto riso.
Levantei a cabeça e admirei aquele lindo X-Bacon, maravilhoso e com bastante salada, que caia até na mesa. Não sei como consegui devorar aquilo tudo. Mas foi bom, tirou um pouco da minha fome.
— Por que você me deu esse sanduíche? Ele tá com veneno, né? Quantos você quer para tirar essa substância do meu corpo? POR QUE EU?! – comecei a entrar em pânico.
— Calma, Wennen. Coloquei nada nesse coisa aí, só queria te ajudar. E te achei bem bonitinha, e tipo, meu Deus, eu sabia que você não estava normal e resolvi te seguir para não ler no jornal "Garota é morta e abusada sexualmente em um domingo de tarde após sair de um bar gay". Eu só quis ajudar, sabe?
— Me desculpa. – esfreguei meus olhos e dei um sorriso. – Você sabe que horas são?
— São... – ela olhou no relógio de parede do local. – Seis e oito, por quê?
— Mari, eu não sei voltar para casa! – exclamei.
Comecei a dar risada, risada de mim mesma. Peguei um pouco da salada que havia caído na mesa e comi, e tava bem gostoso. Ao invés de eu ficar preocupada, eu continuei rindo. Uma música começou a tocar na sorveteria e logo me animei.
— Mas é claro que o sol vai voltar amanhã... – comecei a cantar.
— Não, nem canta. – Mari me interrompeu.
Mari se levantou e pagou aquele sanduiche incrivelmente gostoso. A segui até o caixa, e logo a abracei. Não sei o que foi mais bom, sentir seu perfume ou sentir seus peitos maravilhosamente grandes. Depois de um tempo eu soltei ela, andei até a saída e olhei para a rua, tentando me lembrar aonde ficava a casa da minha tia.
— Marrie, como é morar na praia?
— Meu nome é Mari. E é ótimo, pena que estou aqui só para visitar minha mãe.
— É, eu também. Mas não a minha mãe, a minha tia. – comecei a rir frouxadamente. – Então, Fernanda. Eu sou sexy?— dei uma piscadela e recebi como resposta uma gargalhada.
Andei até o poste de luz mais próximo, aliás, era o que estava na nossa frente. Eu meio que abracei o poste, e comecei a girar em volta dele, deslizando minha mão pelo mesmo. Eu não consegui entender direito o que eu estava fazendo, entretanto estava sendo bem engraçado e então não parei. Senti uma mão em minha cintura, me puxando.
— Tá bom, é melhor você parar com isso porque tipo... Tá todo mundo olhando. – comentou Marrie, ou Mari, não me lembrava mais o nome dela.
Deixei ela me levar para um lugar bem bonito, era tipo uma pracinha que ficava em frente à praia. Era iluminada por centenas de pisca-pisca, e o engraçado é que nem era Natal. Fui para um banco que estava de "costas" para o mar, fiquei sentada, observando as pessoas indo e vindo.
— Amy. – falei, depois de um determinado silêncio.
— O que?
— O meu nome. Amy Wennen. Mari é nome ou apelido?
— É apelido, não gosto muito do meu nome. Mas, me chamo Marina.
— Que nome lindo, meu. – coloquei as mãos em minhas coxas.
— E o seu, é nome ou apelido?
— Meu, eu não sei. Vou perguntar pra minha mãe, calma.
Tirei o celular da jaqueta e com a visão ainda borrada, disquei o número da minha mãe. Coloquei no viva-voz e esperei a chamada ser atendida.
— Amy, onde que você está? – uma voz surgiu.
— Mãe, calma. A Mari tá perguntando se meu nome é nome ou apelido?
— AMY, COMO ASSIM? QUEM É MARI? VOLTA PRA CASA AGORA.
— Ó, não grita, não grita. – coloquei o dedo indicador nos meus lábios, tentando fazer o gesto de silêncio. – Tenho que ir.
Desliguei a ligação e encarei a tal de Marina, que estava bem assustada com o que tinha acabado de acontecer. Suspirei. Ela suspirou. Sorrimos.
— Você pode me ajudar a voltar pra casa? – disse, olhando para o teu sorriso.
— Tá, vamos lá.
Ela se levantou e me deu a mão. Eu sou uma pobre garota que estava carente, que mal tem? O vento estava forte, fazia até algumas folhas dançarem pelo chão. Fechei minha jaqueta e apertei a mão da Marina, que fez o mesmo com a minha em seguida.
— Você se lembra de alguma coisa que tinha por lá perto? Tipo, uma pizzaria, sorveteria...
— Sim, sim. Eu acho que... – parei de falar e arrotei. – Desculpa. Eu acho que tinha uma pizzaria com um carinha de bigode na porta.
— Pizzaria Luigi, gosto bastante de lá.
Meu corpo começou a entrar num estado de sonolência, eu não conseguia mais enxergar nada direito. Senti meu corpo ficando leve. Meus olhos fecharam.
Alguns minutos mais tarde...
Eu estava lá, em frente à porta do apartamento da minha tia. Marina estava prestes a bater na porta na campainha. E eu? Eu não fazia ideia do que estava fazendo lá. No colo dela, com mais uma jaqueta, completamente quentinha.
— Ei, obrigada. – sussurrei e esbocei um sorriso de lado.
— Deixei meu contato no seu celular e sim, eu sei a sua senha, um dois três e quatro não é uma senha decente, Amy. – Marina sussurrou e deu uma risadinha.
Ela bateu na porta e a mesma se abriu no ato de desespero. Era a minha mãe, completamente vermelha.
— AMY WENNEN DA SILVA! – ela gritou.
— Meu sobrenome nem é esse. – dei risada.
— Olha moça, muito obrigada por trazer essa ratazana para casa. Eu sinto muito, muito mesmo. Ela causou muito problema? – disse dona Marcia.
— Não, só um pouquinho. – Mari riu. – Enfim, ela dormiu no meio do caminho e tive que trazer ela no colo. Ela está entregue.
Sai do colo de Marina, que estava bem confortável até. Recebi o olhar de Maju e Laura, que continuavam no sofá. Mostrei o dedo do meio para as duas e me dirigi para o quarto de hospedes. Era seis e quarenta da noite. Eu queria tanto ir embora. Minha mãe entrou no quarto e deixou a porta encostada.
— O que está acontecendo. Quem era aquela moça? – ela começou a perguntar.
— Me desculpa. Sei que nunca fiz nada do gênero e sumir de repente é assustador. Fui dar um passeio pela praia e sei lá, dormi.
— Amy, eu sou sua mãe, não minta para mim. Você está cheirando a álcool.
— TÁ BOM, VOCÊ ME PEGOU! – entreguei-me, tendo a consciência pesada. – Eu sai porque estava com raiva. Fui beber, toda loucona, comi um cookie estranho, fiquei doidona e só me lembro disso. Me desculpa, por favor. Prometo que não vou fazer mais nada desse tipo.
Márcia me olhou, talvez esteja tentando entender tudo o que eu disse, já que falei tão rápido para me livrar da culpa.
— Eu só quero ir embora, sabe? Não me importo de voltar para aquela nossa rotina. – me sentei na cama, colocando algumas roupas que estavam espalhadas dentro da minha mochila.
— Tudo bem, Amy, tudo bem... Vou colocar as coisas no carro. Chama a Laura para arrumar as coisas.
Percebi uma certa decepção, talvez, nas palavras da minha mãe. Peguei meu celular e lá vi o contato da Mari salvado. Uma mensagem tinha acabado de chegar, e um sorriso nos meus lábios se formou.


Marina 6h46 PM

Oi. Eu talvez tenha anotado seu número no meu celular e talvez isso pode ser considerado invasão de privacidade, mas tudo bem. Obrigada pela noite, você me divertiu bastante e eu adorei te conhecer.

Não sei porquê e nem como, eu estava sentindo dores em minha bochecha, eu não parava de sorrir. Fiquei olhando para teclado, tentando saber o que digitar naquela hora

Amy 6h48 PM

Meu Deus! Que invasão de privacidade, tenho que mudar essa maldita senha. Obrigada por não ser uma estupradora e querer abusar de uma pobre inocente que não sabe nem o caminho de volta para casa.

Marina 6h48 PM

E aí, aconteceu alguma coisa? Sua mãe brigou e tal? Eu tentei ser sociável, para ela não achar que sou uma louca, estupradora e tal.

Amy 6h49 PM

Ela tá um pouco triste, mas vou tentar animá-la com comidas feita por mim (ou não). Você me disse que estava aqui como visita, né? Então... Onde que você mora mesmo?

Fiquei lá, paralisada, olhando para aquele "digitando..." que aparecia. A porta se abriu e era a Laura. Achei que ela iria me perguntar o que tinha acontecido ou algo do gênero, mas ela só sentou na outra cama e socou algumas roupas dentro da mochila dela. Ela estava me ignorando? Por que? Abri a boca para perguntar algo a ela, mas não tive coragem o suficiente. Voltei a olhar para a tela do celular e Marina já tinha me respondido:

Marina 6h49 PM

De Santa Catarina, uma cidadezinha bem pequena e pouco conhecida. Estava morando lá com meu pai e tipo, senti uma saudadezinha da minha mãe. Então vim pra São Paulo. Você é daqui mesmo ou tá tipo, viajando com a família?

Amy 6h54 PM

Fiquei só esse final de semana na casa da minha tia com uma amiga e com minha mãe. Na realidade, eu moro na capital mesmo. Já estou voltando para casa e vai ser a bosta da mesma rotina.

Laura saiu, nem se preocupou comigo, nada. Aquilo me irritou. Tirei o tênis dela e ataquei em sua mochila, sujando um pouco de barro. Deitei-me na cama e me cobri. Esperando a resposta da Mari.

Marina 6h56 PM

Sinto muito, rotina é algo bem chato. Qualquer dia eu vou para São Paulo, São Paulo e te levo para algum lugar bem legalzinho que deve ter por ai.

Não respondi ela por um tempo, minha mãe chegou no quarto com um sorriso enorme. Ela andou de um lado para o outro e percebi que queria desabafar. Tirei a jaqueta da Mari e a deixou pendurada no... No chão mesmo.

— Conta o que aconteceu, dona Marcia.
— Lembra do Fernando? ENTÃO, ele acabou de me ligar dizendo que quer um tipo de.. ENCONTRO! Dá pra acreditar? Ele é bem bonitão, simpático, gostos...
— MÃE! – gritei e comecei a rir.
— Desculpa, Amy. Então, tá pronta?
Balancei a cabeça negativamente e apenas deu um sorriso, como: Uau, estou feliz por você!

Amy 6h59 PM

Ei, você deixou sua jaqueta comigo, o que que eu faço com ela? Quer que eu te entregue?

Marina 7h00 PM

Não, tudo bem. Tenho diversas jaquetas, fica como lembrança.

Amy 7h00 PM

Acho que nunca vou emprestar uma jaqueta para alguém. Sei que egoísmo, mas tipo, É MINHA JAQUETA, EU QUE PAGUEI, SAI FORA.

Fiquei rindo comigo mesma. Minha mãe já tinha saído e eu nem percebi. Peguei a jaqueta do chão e fiz igual cachorros de policial, cheirei. Cheirei igual um farinheiro. Me levantei e com as mochilas na costas, calcei meu chinelo. Sabe a roupa toda molhada? Bom, ela já tinha secado, então enfiei dentro de uma sacolinha e guardei na mochila. Fiquei na sala, mas não perto de Laura. Ela falava algo com a Maju, e as duas estavam com o celular. Que ódio.
— Obrigada pela tarde, Ma. Você tem meu número né? Me passa o código daquele carro lá. – Laura falou e a raiva começou a crescer dentro de mim.
— Quando chegar me liga, espero que você venha mais aqui.
Voltei para o quarto de hospedes rápido e peguei meu travesseiro. Enquanto aquelas duas não paravam de se falar, eu meio que... Pisava na mochila da Laura e chutava. Eu tenho um jeito muito estranho de expressar minha raiva, mas acho que é saudável.


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Notas finais do capítulo

Nesse capítulo a mãe da Amy saiu meio que, uma adolescente, né? Não sei o que deu na minha cabeça para escrever desse jeito. Perdão pelo tamanho... Bom, amanhã vai ser o último capítulo Bigorna (não me matem), resolvi parar de escrever e me concentrar em meus estudos. Galera, vai sair bem louco o capítulo de amanhã! ♥

Tô zoando e_e PSKAPSKAPKSPAKSKP, boa noite.



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