Bigorna escrita por Captain


Capítulo 15
Tudo junto e misturado.


Notas iniciais do capítulo

Nem sei que título colocar nesse capítulo porque aconteceu coisas bem louca. Eu escrevi esse capítulo torcendo para que saía bom e que vocês curtam. Boa leitura, bigorneiros OSKAOKSOAKSOP



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 Agora deu pra ver o rosto daquele senhor, ele era bem peludo, sinceramente. Parecia um chewbacca, aquele coisa peluda do Star Wars. Maju o puxou para um abraço apertado, deu pra sentir até a força aqui.
— Filha, quanto tempo. – disse o senhor após algum tempo de terem se soltado. – Cresceu bastante.
— Senti sua falta, senhor Paulo.
A Anna olhou aqueles dois sorrindo. Agora aquela casa estava com um clima de família. A Eduarda gritava com as suas duas amigas, tudo fazia parte da brincadeira de boneca.
— Amy, vem brincar comigo.
— Não dá florzinha, eu não tenho mais Barbie.
Paulo me olhou de cima a baixo e logo fez o mesmo com Laura Nos observando com um sorriso.
— E vocês são? – ele deu uma risada para não parecer grosseiro.
— Meu nome é Amy, senhor. Sobrinha da Anna. E essa é a Laura, uma amiga que trouxe para cá.
— Ah sim. Sejam bem-vindas então. Vou ir descansar porque fiquei fora por um bom tempo, até mais tarde meninas.
Paulo foi até a Anna e se despediu com um beijo em sua testa, logo fez isso com suas filhas, e se dirigiu para o quarto. Fiquei olhando para os lados, procurando a minha mãe. Não queria incomodar a minha tia perguntando onde aquela velha tinha se enfiado, então puxei Laura para o quarto de hospedes. Andei até a cama e me sentei, fiquei olhando bastante tempo para Marques, que deu um sorriso após ver minha cara de “monga”.
— O que foi Wennen?
— Nada é que... Sabe? Eu gosto de você.
— Gosta bastante? – Laura foi se aproximando de mim e logo sentou ao meu lado.
— Ah, acho que sim. E você?
— Gosto não, você tem cara de rato. – Ela começou a gargalhar.
— A TUA MÃE! – Gritei e joguei o travesseiro na cara dela, irritando-me com o insulto – Sua ratazana, bicho do esgoto. Vai, sai daqui.
Laura Marques se levantou e andou até a porta, fechando-a e logo se direcionou a mim novamente. Por um minuto, eu achei que Laura Marques iria me abandonar, mas me lembrei de quando ela me disse que não iria me deixar tão fácil. Sabe qual é o meu pior defeito? Sentir tudo em dobro, me apegar bastante.
Marques veio andando até mim e em seguida se deitou do meu lado.
— O que você espera fazer futuramente? – Laura interrompeu o silêncio que havia se iniciado.
— Futuramente quando? Tipo, daqui a pouco ou daqui a alguns meses ou daqui anos?
— Sei lá.
Fiquei observando nossas mãos irem se aproximando. Porém, Laura tirou sua mão de perto de mim e colocou em minha cintura e eu sorri com isso.
— Você pensa em trabalhar no que? – Laura falou e me fitou com aqueles maravilhosos olhos escuros.
— Nossa. – suspirei e fiquei olhando para o nada, tentando responder. – Acho que nunca pensei nisso. Mas, no que você quer trabalhar?
— Eu gosto de animais, isso é ótimo, não é?
— Você quer trabalhar com animais? – dei uma risada. – Isso é meio que fofo.
— Eu não falei isso...
Fiquei em silêncio depois disso, aliás, o quarto foi tomado por um silêncio incrível. Então, me levantei e vasculhei minha mochila, tirei um vestido preto com bolinhas que eu tinha ganhado da minha madrinha.
— Cai fora, vou trocar de roupa. – falei.
Laura dei um sorriso sacana e saiu. Por mais que eu goste da Laura Marques Hetlen, eu não iria me trocar na frente dela. Não agora. A observei saindo e dei um sorriso como forma de agradecimento. Fechei a porta e comecei a retirar aquela veste molhada. Coloquei o vestido em seguida e, nunca me senti tão bem. Dava para ouvir os gritos das crianças, o grito de Laura também. O que será que aquelas pestes estaria aprontando? A curiosidade me tomou e sai do quarto então, deixando a roupa molhada jogada no chão do quarto.
— Olá, olá. – falei.
As meninas me observara e pararam com os gritos. Laura se levantou do tapete e caminhou até a cozinha. A porta se abriu e eu rapidamente a fitei.
— Onde que a senhora estava, dona Márcia?
— Eu? – a voz dela se afinou, igual de uma adolescente. – Lugar nenhum. Que horas você quer ir para casa?
Olhei para Laura, aguardando que a resposta fosse dela, mas então ela só deu de ombros.
— A hora que a senhora quiser. – respondi.
— Sete e meia está bom para vocês?
— Sim! – Laura respondeu junto comigo.
Ainda era dez horas e pouca da manhã, o que eu iria fazer até as sete? Não queria mais voltar a praia, por mais que eu adorasse ela. É loucura dizer que estou com saudade da escola?
Maju saiu do quarto e se sentou no sofá da sala. Não se incomodou com as meninas ali, com todos os brinquedos jogados pelo tapete. Ela apenas se sentou e ficou olhando para a televisão.
— Então, o que faz para se divertir aqui? – falei para Maju que não tirou o olhar da televisão.
— Bom, eu jogo...
"Bom, eu jogo..." por que isso me deixou curiosa? Sentei-me ao lado dela e olhei para Maju.
— Joga o que? – perguntei.
— GTA...
— MENTIRA! ME DEIXA JOGAR, POR FAVOR! – gritou Laura da cozinha e veio correndo até o sofá.
— Claro, vou colocar o jogo.
Maju se levantou e apenas fiquei encarando ela. Em poucos segundos elas já estavam jogando, um bonequinho estava dirigindo e outro estava atirando. Como isso aconteceu em tão poucos minutos? Elas já estavam conversando e me deixando de lado. Comecei a me sentir completamente excluída. Levantei e fui para o quarto. Deixei a porta encostada e deitei-me, nem me dei o trabalho de tirar as roupas do chão. Consegui ouvir os gritos da Laura do quarto, "corre, corre." Que ótimo que elas estavam se divertindo, que ótimo mesmo! Peguei meu celular e fiquei relendo as conversas que tive com a Marques no WhatsApp. Ficar em silêncio por tanto tempo acabou me deixando com sono. Última coisa que consegui ver foi a porta se abrindo e depois eu cai no sono.
Acordei com meu celular vibrando, olhei para a cama ao lado e Duda estava dormindo lá, será que essa criança é carente? Atendi a ligação sem nem ao menos ver quem era.
— Alô?
— Viadoooo!
— Quem é?
— Babaca!
— Que?
— Mona, me beslica.
Depois disso, a ligação caiu e eu fiquei com a maior cara de "que porra foi essa?" Quem tinha me ligado? Pensei em retornar, mas algo me impediu. O relógio marcava quatro e cinco da tarde. Eu tinha dormido tanto assim? Levantei-me e arrumei aquele ninho de ratos que eu chamava de cabelo. Fui para a sala de estar e as meninas ainda estavam jogando.
— Mas que porra! – gritei, furiosa. O ciúme tinha me dominado.
— O que foi? – Laura questionou.
— Nada, nada!
Voltei para o quarto e coloquei o tênis da Marques, estava furiosa e só por causa que elas estavam juntas. Vesti uma jaqueta que eu havia colocado na minha mochila, peguei meu celular e voltei para a sala.
— Avisa para minha mãe que já volto.
Saí, não me importava com nada mais. Sei que eu parecia uma criança toda emburrada, e nem tinha acontecido nada demais. Esperei o elevador chegar e apertei rapidamente o botão do térreo. Mandei uma mensagem para o meu alcoólatra de plantão preferido: Thiago. Íamos nos encontrar em um bar, o que logo me animou.
Cheguei em poucos minutos no local combinado. Thiago começou a gritar e levantou a mão para que eu pudesse o ver. Que vergonha que senti. Fui para a mesa onde Thiago e Vitor estava.
— Fala, lourinha. – disse Thiago e Vitor deu um sorriso.
Peguei o copo do Thiago que estava cheio com alguma bebida que eu nem sabia o que era, entornei o copo na minha boca e logo senti uma coisa queimando minha garganta.
— Tem que arder assim mesmo? – falei depois de um tempo, dando uma risada nervosa.
— Tem sim, gatona. – Vitor respondeu.
Fiz um gesto para que enchesse mais, Vitor olhou preocupado para Thiago que deu de ombros, então, Vitor encheu e dei um gole, sentindo novamente a ardência descendo pela minha garganta. De repente, Vitor se virou para seu parceiro e se concedeu um selinho. Jesus-meu-deus, eu nunca tinha visto eles fazendo algo mais íntimo que dar as mãos. Olhei em volta e acabei percebendo que era um bar gay, eu comecei a rir do nada, talvez de felicidade, nervosismo, não sei, apenas me deu uma vontade de rir.
— Ela tá loucona já. – falou Thiago. – Como vamos levar ela embora?
— Será maldade abusar dela um pouquinho? – Vitor sussurrou e eu consegui ouvir.
Ele tirou um saco pequeno e um cookie dentro. Olhei para aquele cookie com desejo, eu não tinha comido quase nada.
— Ai que maldade, Vitor. Tem certeza?
Vitor só balançou a cabeça positivamente e entregou-me o cookie. Rasguei a embalagem e devorei o cookie, senti algo diferente no cookie, mas não consegui saber o que era. Mastiguei devagar, tentando saborear.
— O que tem aqui? – perguntei depois de um tempo.
— Maconha! – Vitor falou e começou a gargalhar.
Primeiro, fiquei chocada. Mas estava muito "nem ai" para pensar em alguma coisa para o meu bem. Então comecei a rir e tomei outro gole daquela bebida que não fazia ideia do que era.
— Você acha que ela tá bem? – comentou Thiago com o Vitor.
— Não..
— Meu, aquela menina tá me dando mole. – falei, olhando para uma garota ruiva, que dava longos goles em uma cerveja. – Eu vou lá, eu vou sim. Tô indo minha gostosa, volta aqui.
— Acha melhor levarmos ela para casa?
— Me solta! – gritei, e eles nem tinham se levantado.
Me levantei, corri em direção a garota ruiva e puxei seu cabelo, dando uma gargalhada monstra.
— Qual é seu problema, guria? – a garota gritou.
— Meu problema é você, sempre foi. Eu amo você, Valéria. – desci minha mão para sua nuca, passando a unha levemente por ela.
— Mas, meu nome não é Valéria...
— Xiu, nomes não importa. – me aproximei da mesma e estava decidida a beijá-la.
— NÃO, NÃO, NÃO. Desculpa moça, nossa amiga aqui não está muito bem. – chegou Thiago e foi me puxando para a mesa, segurando o riso até.
Sentei de frente para Vitor, que não parava de rir com aquela situação.
— Meu, sério cara, você é uma delicia. – falei diretamente para a garrafa de vodka que estava sobre a mesa.
Peguei meu celular para ver as horas, porém minha visão começou a ficar borrada. Uma fome começou a tomar conta da minha pessoa. Guardei o celular na jaqueta e sai do bar, com poucos trocados que tinha ali, decidi ir para uma sorveteria. Eu não conhecia nada por ali, então caminhei em direção reta e fiquei torcendo para que houvesse alguma sorveteria.
— Tá perdida? – uma voz feminina me chamou atenção.
Me virei e observei a garota ruiva, acho que ela me seguiu. O sorriso dela após a fala me deixou derretida.
— Valéria? – falei, lembrando-me dela.
— Não... – ela riu. – Pode me chamar de Mari.
— Mari? Que nome lindo.
— Obrigada. Qual seu nome e para onde estava indo?
— Meu nome é... Caralho! Esqueci meu nome. Mas acho que meu sobrenome é Wennen. Eu estava indo pra ali. – apontei reto e ela deu uma risada.
— Tá bom, Wennen. Vou te pagar um sanduíche, pode ser?
A voz dela me acalmou e eu decidi confiar nela, aliás, eu nem sabia o caminho de volta para casa, precisava de uma ajuda e pensei que ela pudesse me ajudar. Assenti com a cabeça e deixei ela me guiar; Não consegui parar de olhar para seus olhos claros, aquele piercing no septo, que ela insistia em ajeitar a cada segundo. Ela me fascinou.


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Notas finais do capítulo

Foi mal pelo capítulo não sair de um jeito bom. Eu nunca comi maconha, perguntei pra minha irmã e ela disse que não tinha sabor de nada. É meio escroto perguntar pra irmã que gosto tem comer maconha OSKOSKAOSKAOSK... Então, foi mal mesmo. Até o próximo capítulo.



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