Bigorna escrita por Captain


Capítulo 13
Divertimento


Notas iniciais do capítulo

Alô terráqueos, como vão? Eu também estou bem, ótima na realidade. O que vocês fizeram no final de semana? Ah, deixa isso para lá. Mais um capítulo pra vocês, então... Boa leitura!



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(Capítulo anterior:

— Thiago disse que tá por aqui. – Laura disse.

— Osh, fazendo o que aqui?

— Passeando com o namorado dele, aquele lá.

— Ah, aquele lá...)

 

 

Laura foi se levantando aos poucos, deixando aquele espaço da cama vazio. Não me mexi em nenhum momento, apenas a observei para saber o que ela iria aprontar. Laura caçava em sua mochila alguma coisa, me espantei ao vê-la colocando uma blusa de frio e calçando seus chinelos.

— Vai pra onde? – sentei-me na cama.

tá afim de sair um pouquinho?

Laura estendeu sua mão até a minha, e sim, eu estava afim de sair um pouquinho. Então segurei sua mão e levantei-me, calçando meus chinelos e seguindo Laura até a sala de estar. A minha respiração ofegante deixava aquele momento como que se Laura e eu fomos fugitivas. Era aproximadamente uma hora da manhã, duas adolescentes com “insônia” tentava fazer o mínimo de barulho possível.

— Cadê a chave? – sussurrou Laura, passando a mão na maçaneta.

— Elas não trancam a porta, vai logo tribufu.

Saímos do apartamento rapidamente, as luzes do corredor daquele andar ligaram, iluminando todo o caminho. Laura me puxou pela mão, e passou seu braço pela minha cintura, aquecendo-me.

— Vamos de elevador? – perguntei baixinho.

— Ah não, faz muito barulho.

Nos direcionamos até as escadas de emergência, o barulho de chinelos em cada degrau era insuportável. Enquanto descíamos sei lá quantos andares de escadas, alguns jovens subiam se apoiando um no outro, atrevendo-se a cantar canções e perturbar moradores. Depois de alguns minutos, chegamos a uma grande porta de entrada, totalmente de vidro, que se encontrava trancada. Desviei o caminho para o parquinho, que ficava nos fundos. Após termos chegado, eu me sentei na grama. Laura tirou seu celular do bolso da blusa e balançou o mesmo, em seguida conectou o fone de ouvido ao mesmo. Ela se sentou do meu lado e me entregou um lado de fone, que logo encaixei em meu ouvido.

— Estou ouvindo é nada, Marques. – falei após ter percebido que ela já tinha colocado música.

— Droga de fones paraguai. – Laura riu e desconectou o fone de ouvido do celular.

Ela aumentou o som do celular e uma música logo se iniciou. A música começou com algumas batidas e dava pra perceber o som de violão, e eu conhecia aquela música. Respirei fundo e enchi meu peito, preparando-me para cantar.

Era manhã — iniciei junto com a cantora.

Três da tarde. – Laura foi logo atrás de mim, fazendo a voz masculina daquela canção.

Quando ele chegou...

Foi ela quem subiu!

Eu disse “oi”... — dei um sorriso meio forçado, tentando entrar numa atuação –... ”Fica à vontade”

Eu é quem disse “oi”, mas ela não ouviu.                        

E foi assim que eu vi que a vida colocou ela  – apontei para Laura, e a mesma apontou para mim. – Ali naquela, terça-feira/quinta-feira de setembro/dezembro. Por isso eu sei de cada luz, de cada cor de cor. Pode me perguntar de cada coisa, que eu me lembro. — cantamos em uma só voz.

Laura deu pausa na música e começar a dar gargalhada, rindo de nós mesmas, rindo da nossa performance. Um suspiro meu encerrou aquelas risadas todas, e ficamos apenas em silêncio, dando uma olhada para a lua, que iluminava, novamente, a rua toda. Me deitei na grama e Laura deitou-se ao meu lado. Ela ergueu sua mão e apontou para uma das estrelas que havia no céu.

— Ahn, tá vendo aquela ali? Bom, aquela é a ursa maior.

— E você entende disso?

— Não, apenas quis dar uma de inteligente mesmo. – ela riu novamente.

— Sabe, acho que tem um saco de marshmallow na minha mochila.

— Ah, já deve ter estragado!

— Teu nariz que estragou, nem abri ainda.

Houve uma pausa, mas não era por falta de assunto, e sim porque queríamos ficar em silêncio, apenas curtindo uma a outra por olhares, toques.

— Já passou pela sua cabeça que neste momento a sua mãe deve ter acordado para tomar uma água, ter passado no nosso quarto e se espantado após não ter ninguém lá? – murmurou Laura.

— Aham. – rebati, mas não dei a mínima.

Coloquei minhas mãos dentro da blusa de Laura, tentando aquecer as mesmas. Fiz um pequeno movimento de cima para baixo no corpo de Laura, analisando o mesmo por meio de toques.

— Cadê sua touca? – perguntei após ter me lembrado daquele pequeno “acessório” em Hetlen.

— Cadê seu óculos? 

— Perdi por aí...

— Aham, acredito.

Laura enfiou sua mão dentro do bolso e retirou uma caixa não muito pequena, meus olhos só ficaram vidrados naquilo, querendo saber o que era.

— Toma, antes que eu me esqueça.

Tirei a tampa da caixa e vi dois colares, um escrito “For” com um coração partido e o outro “Ever” com a metade do coração, ou seja, era aqueles colares bem gays, sabe? Mas meus olhos brilharam ao ver aquilo, e um sorriso em meu rosto deixou Laura mais contente.

Forever, para sempre, sempre, infinito, chame do que quiser. Eu só quero passar o resto da minha vida com você, Amy. Eu só quero viver, se for com você. Sei que essa frase é típica de um casamento, só que não é um pedido de casamento, tá? E também não é de namoro, mas um dia vai ser os dois, é só eu ter vergonha na cara e te pedir logo. Eu comprei esse colar porque eu vi seus olhos brilharem por coisas tão simples, então fiquei lá, meia-hora para escolher um que você gostasse.

Essa declaração dela foi meio que sem sentido, pelo menos foi do jeito dela, né... Fiquei sentada enquanto Laura colocava o colar em mim. Fiquei um bom tempo olhando para o colar, para aqueles detalhes da noite, que estava me deixando mais feliz. Virei-me para Laura e a puxei para um abraço, queria que o cheiro dela ficasse em mim para todo o sempre.

— Obrigada, Laura, obrigada mesmo. – a apertei com mais força. – Quero que você saiba que eu te amo, amo demais, demais mesmo!

Fui a largando aos poucos, e chegou a minha vez de colocar o colar nela, deixei bem folgado porque estava cansada demais. Olhei para os dois lados rapidamente e me joguei em cima de Laura, deixando-a deitada no chão. Nossos rostos estavam próximos, era bom demais ouvir a respiração rápida de Laura, nossos lábios foram se colando aos poucos, sem nenhuma pressa. Senti as mãos de Marques se mexendo dentro do bolso, e logo surgiu um som de violino por poucos segundos e em seguida o som de piano invadiu, junto com um “grito”. Encaixei minha boca no da Laura, iniciando um beijo no momento em que uma voz feminina começou a cantar, fechei meus olhos e o beijo foi se intensificando por causa da música. Nos afastarmos para recuperar o fôlego, um sorriso ficou estampado em minha boca. Ajeitei-me no colo de Laura e movimentei lentamente meus quadris.

This is real, real, real love. – cantei junto com a cantora.

Sei que meu inglês não era um dos melhores, mas acho que Laura conseguiu entender que eu também conhecia aquela música.

You give me that, you give me real love.— completou Marques.

Sai de cima de Laura e a puxei para se levantar. Em um dia qualquer, num espero momento, eu escutei a conversa de alguns moradores dizendo que havia uma piscina. Tirei meu macacão junto com minha camisa, deixando-os largados na grama. Laura me olhou fixamente, olhava para o meu corpo e o que me deixava cada vez mais desconfortável.

— Tem uma piscina por aqui, sabia? – sussurrei.

Peguei minhas roupas largadas e caminhei lentamente até a área da piscina, Laura me seguia meio desconfiada.

— Podemos ficar aqui? – murmurou Laura.

— Não. – sorri descaradamente.

Deixei minhas roupas na beirada da piscina e me joguei na mesma sem pestanejar, passei a mão em meus olhos. Hetlen tirou seu blusão e deixou seu celular tocando músicas aleatoriamente, não demorou muito para ela entrar na piscina. Nadei até a mesma apenas sorrindo, sorrindo maliciosamente. Nadei de uma borda para a outra, apenas para ostentar... EU SABIA NADAR E LAURA NÃO. Era meio que engraçado, ela ficava parada e quando queria se mover, mergulhava e batia seus pés rapidamente, sem nenhum impulso, o que a fazia andar um centímetro. Sai da piscina rapidamente e agarrei as roupas de Laura e as minhas.

— O que você está fazendo? – ela gritou. – Amy, devolve minhas roupas!

Sai correndo em direção à entrada do condomínio, deixando a grama úmida, fiquei parada em frente ao portão. Minha respiração estava ofegante, eu não podia entrar pois estava encharcada, e é um crime molhar o piso do prédio, não é mesmo? Vi Laura se aproximando rapidamente. Comecei a rir e sem nem pensar direito, entrei no prédio, deixando os pisos onde eu pisava molhado. Eu olhava para trás a cada segundo para ver se Laura conseguia me alcançar, virei-me com força após ver a mesma correndo em minha direção. Bati meu cotovelo em algo meio que, duro... Olhei para cima e percebi uma reação nervosa, que batia o pé repetidamente.

— Amy sua vagab....

Laura interrompeu sua fala após ver o segurança em nossa frente, com um sorriso irônico no rosto.

— As mocinhas acham bonito uma hora dessa fazerem bagunça no apartamento, não é mesmo? E ainda mais... – ele nos analisou de cima a baixo – Encharcadas, molhando o andar todo! Rápido, diga-me onde moram, vou ter que dar uma multa á vocês.

Laura me encarou e bufou, mas nenhuma de nós iriamos abrir a boca, então pensei em algo que pudesse nos tirar daquela furada. Laura correu para o elevador mais próximo e fui correndo atrás da mesma, para a nossa sorte, o elevador havia se abrido bem na hora em que Laura tinha corrido.

— Para onde pensam que vão?! Voltem aqui, pirralhas insolentes. – berrou o segurança.

Ele corria atrás de mim, a porta do elevador estava se fechando quando eu me aproximava. Em um ato desesperado, pulei para dentro do elevador e comecei a gargalhar após a porta ter se fechado na cara do tal segurança.

— A gente está ferrada! – falou Laura, suspirando de alivio.

— Estávamos...

Me levantei do chão e entreguei as roupas para Laura, que foi se trocando enquanto o elevador subia para o penúltimo andar, vesti apenas minha camiseta, o macacão deixei nas mãos de Laura. Andávamos na ponta dos pés até a porta do apartamento da minha tia, entrei sem fazer nenhum barulho e caminhei até o quarto de hospedes. Joguei-me na cama e nem liguei se estava molhada, apenas ri ao ver Laura com sua cara de assustada, ela foi se deitando do meu lado, deixando a cama ainda mais úmida.

— Você acha que ele vai vir aqui? – sussurrou Hetlen.

— Nah, a gente não fez nada de mais.

Passei a mão pelo meu colar, segurei o mesmo e dei uma breve risada.

— Quero ir embora, Amy.

— Para com isso, criançona! A gente vai pra casa de tarde, sua frango. – reclamei.

Ficamos em silêncio absoluto após ter ouvido um barulho de porta de abrindo, me enfiei debaixo da coberta junto com Laura, que apenas respirava devagar ao pé do meu ouvido. Senti Laura começar a tremer, então peguei em sua mão, entrelaçando nossos dedos.

Consegui dormir, finalmente. E acho que Laura dormiu junto também, isso não vem ao caso. O celular de Laura começou a apitar muito alto, ou seja, era o despertador, o quarto estava claro, então já era de manhã. Acordei disposta, iria passar a tarde na praia com o Thiago.


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Notas finais do capítulo

Só passando aqui para dizer que estava passando aqui... Não, estou zoando, quero comunicar que postei uma nova fic, se estiver interessado, dê uma passadinha lá. https://fanfiction.com.br/historia/689592/Company/

Aqui vai as músicas que "tocaram" nesse capítulo:
https://www.youtube.com/watch?v=qdo_-U4PEsk
https://www.youtube.com/watch?v=olbbAuQUZd4



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