Pov. Renesmee

As pessoas do colégio insistiam em me olhar com diferença toda vez em que eu chegava de carro com Jus – Ele ser o garoto mais desejado na escola não era justificativa – ele apoiou seu braço sobre meus ombros em um tipo de braço e seguimos para o campus.

– Bom dia seus esquisitos – Abordou Valery junto de Kevyn.

– Bom dia, Kevyn você tem sempre que usar essa camisa esquisita toda sexta-feira? – Questionei.

– Ei, não fala assim dela. É um ritual, a primeira sexta-feira em que usei essa camisa foi a melhor sexta-feira de todas – Ele sorriu arrumando seu cabelo.

– O verão de 2013 – Justin riu em tom de orgulho – Bônus! – Eles falaram juntos fazendo um toque de mão por trás de minhas costas.

– O que aconteceu no verão de 2013? – virei para o rosto de Justin.

– Nem precisa responder – Interrompeu Valery antes mesmo que Justin respondesse – Pra ter Kevyn e Justin juntos, com certeza uma orgia. E das piores – Rimos.

Tive minhas três primeiras aulas e fui para o refeitório onde encontrei os mesmos – Eles discutiam sobre a festa que haveria hoje, sentei observando a conversa.

– Serio mesmo que você vai ir? – Kevyn me questionou comendo suas batatas fritas.

– Eu vou se parar de perguntar isso – Puxei suas batatas.

– Pra Renesmee ir, com certeza irá ser a melhor festa de todas – Valery assentiu observando Justin dar uma leve mordida em meu ombro, onde não resisti em soltar um riso – Vá com calma tigrão, não ponha culpa na tequila quando quiser atacá-la hoje – Ela riu e eu corei. Novidade.

– Ninguém pode te acusar de ser sutil Benson – Justin respondeu em tom de ironia – E você e Kevyn? Qual vai ser a desculpa da noite?

– Ela sempre me ataca – Kevyn se inocentou abraçando Valery com um braço, enquanto ela o olhava com indiferença.

– Ela é fogo – Justin riu dando uma piscada para Kevyn com seu olho esquerdo.

– Graças a deus ela é fogo – Kevyn revirou os olhos enquanto falava, sentindo logo em seguida o soco em que Valery havia dado em seu estomago – Eu juro que ainda volto pra ver esses dois casarem.

– Depois do almoço a três ultimas aulas são vagas. Nós estávamos a fim de ir assistir um filme vocês vem? – Kevyn assentiu para mim e Justin.

– Nós vamos ficar no campus cara, aproveitar o sol que não tem a tempos em Kapitan Kley - Justin garantiu olhando para mim e confirmando.

– Até mais tarde então – Despediu-se Kevyn levantando da mesa junto de Valery.

Um dia como esse de sol minha família ao menos devem estar trancados em casa, o que chega causar até pena, deve ser horrível não pode sentir essa sensação do sol invadindo seus poros – Maravilhoso – Inspirei para mim mesma enquanto já estava deitada no gramado do campus com os demais alunos espalhados por lá e não deixavam de sempre olhar para mim e Justin com indiferença – “é apenas curiosidade” – Garantiu Justin deitando ao meu lado.

– Eles pensam que somos namorados ou algo do tipo? – Deitei em seu colo.

– É bem por ai – Ou que talvez eu esteja apaixonado por você – Ele acariciou meus cabelos.

– Jus... – Pedi em tom mais baixo, corando novamente.

– Eu sei. Você vive de mudanças e não quer partir meu coração – Zombou ele “tentando” fazer uma voz como se fosse a minha – Mais admita – Ele me virou para o mesmo – Não seria má idéia – Sorriu encantadoramente.

– Sem lábias conquistadoras – Tirei seus óculos escuros e colocando os mesmos em mim.

– Sem promessa turista – Ele rebateu sorrindo e apanhado meu chapéu em si.

Continuamos lá conversando sobre a festa que haveria hoje à noite, enquanto Justin cantava pra mim Pretty Woman – não tinha companhia melhor – Pensei comigo. Logo em seguida o tão desejado sol foi embora, fazendo com que todos os alunos deixassem o campus – Justin me acompanhou até a saída.

– Eu te levo? – Ele soltou já esperando que a resposta fosse sim.

Sorri antes que pudesse responder, deitando meu rosto em seu ombro – E antes que eu respondesse nós dois nos silenciamos por um instante enquanto observávamos a imagem em nossa frente. Jacob.

– Isso foi um não – Ele insistiu rindo sem graça.

– Desculpa Jus, deve ter acontecido algo em casa. Mais tarde a gente se fala?

– Sem duvidas – Ele sorriu beijando minha testa e logo se direcionando ao seu carro, mas antes fazendo um sinal de abordagem de Jacob.

Segui em caminho de Jacob que estava de regata preta, bermuda jeans e chinelo encostado em sua moto, enquanto todas as garotas do campus que se passava por ele se derretiam e ele não sabia disfarçar que estava gostando – Idiota – Praguejei pra mim mesma.

– Antes de qualquer coisa, tenho ordens para vim buscá-la para que não chegue em casa tarde hoje – Justificou pegando em uma de minhas mãos e beijando a mesma.

– Tudo bem... Mas qual é desse cumprimento clichê? – Ri descontraindo um pouco.

– É difícil saber um lugar que o mauricinho não beijou – Ele cruzou os braços me olhando e erguendo sua sobrancelha direita.

– Somos amigos – Rebati.

– Tudo bem – Ele disse em tom de ironia erguendo suas mãos pra cima até a altura de seus ombros e logo subindo em sua moto.

– Moto e chinelo? Que moderno.

– Anos de experiência Cullen – Ele se gabou já a ligando –Sobe ai.

Confesso eu adorava andar de moto com Jacob, mesmo não fazendo isso sempre. Mais a sensação de liberdade e paz era a mesma, tanto que nem me segurava nele – Apenas sentia o vento em meu rosto e seguindo para meus cabelos – inclinei a cabeça para trás mexendo meus cabelos de um lado para o outro e soltando logo em seguida um sorriso impossível de se evitar, pude ver Jacob sorrir com a situação. Ao chegarmos na mansão fui direto para a sala principal onde todos estavam conversando entre si e pude ver os passaportes nas mãos de meu avô.

– Filha – Minha mãe sorriu vindo até mim e beijando meu rosto.

– O que tem pra me falar? - Adiantei, evitando que ela não contasse. Assim como fez no café.

– Estamos com suspeitas de um nômade na cidade – Ela prosseguiu sentando se comigo segurando em minhas mãos – E para não termos que dividir a preocupação para uma busca mais precisa, resolvemos tira-la da cidade por alguns dias – Ela falou entre dentes olhando para Jacob que se apoiava no piano.

– Quando você diz “resolvemos” – Fiz aspas com os dedos – Você quer dizer eu você e papai... Né? – A questionei.

– Você e Jacob – Ela rebateu.

– O que? Por quantos dias? E pra onde? – Falei olhando para todos procurando respostas.

– Ainda não sabemos os dias, mas pensamos em Charleston – Ela sorriu esperando que eu gostasse da idéia.

– Carolina do sul? – Fiquei boquiaberta – Tem mais alguma coisa que queiram me contar? – Olhei para meu pai esperando uma resposta.

– Apenas segurança Ness, até termos certeza de tudo – Garantiu meu avô enquanto se sentava ao meu lado.

– Porque tão longe? Não quero ficar longe dos meus amigos.

– Ness e o que falamos sobre isso? - Rosalie me olhou com duvida.

– “Não se apegar, nos mudaremos logo” - Repeti suas palavras que havia me dito outro dia, cruzando os braços e encostando minhas costas no resto do sofá.

– E quando vamos? – Insisti no assunto, já que todos haviam se silenciado.

– Hoje – Edward respondeu colocando as mãos em seu bolso.

Minha reação não poderia ser diferente a não ser ficar boquiaberta novamente. Hoje haveria a festa do Kapitan High School onde Justin se apresentaria. Eu não saberia dar essa noticia a ele. Mais resolvi não me manifestar mais sobre o assunto e o silencio permaneceu novamente, fazendo com que Jacob se retirasse da sala – Segui o mesmo com os olhos, me senti mal com a situação – O problema não era Jacob. Era ter que me afastar novamente de repente, resolvi então me levantar e ir atrás de Jacob – Adentrei a área principal da mansão e logo o vi debruçado nas bancas que ali haviam, me aproximei ficando ao lado de Jacob.

– O problema não é você Jake – Pude o ouvirele rir baixo – O que foi? – Questionei.

– Não me chama assim desde quando era criança. Pelo menos não com tanto sentimento – Ele olhou pra mim – Fique tranqüila Nessie, eu estou bem – Ele voltou a sorrir.

– Posso te pedir um abraço estranho? – Sugeri carinhosamente enquanto acariciava sua nuca.

– Só se depois você jurar que vai fazer uma consulta com Carlisle, porque você só pode estar doente – Ele riu olhando para baixo.

– Idiota – Ri balançando minha cabeça negativamente.

Por um instante só podíamos ouvir os barulhos da folhas que caiam das arvores durante o vento que batia – Jacob continuava pensativo – Afinal, fazia já um tempo em que não tínhamos esse tipo de intimidade e não sei bem o por que. Mais deve ter sido as longas viagens de uma cidade para outra, ou ate mesmo quando ele ficou em Forks por tempo indeterminado – Acho que tudo isso de alguma forma nos afastou, mas não totalmente. Sempre ira existir essa ligação entre nós. Sem que eu percebesse, Jacob me virou para si e me puxou para um abraço, com suas mãos em minhas costas erguendo-me de leve e meus braços quase não conseguia envolver seus braços grandes – Mesmo assim retribui de bom grado.

Momentos depois minhas malas já estavam prontas e meus amigos já estavam sabendo em que eu não poderia comparecer e claro, que eu ficaria fora por uns dias. Justin sugeriu então se despedir e logo aceite, tomei um banho rápido e fui ao lugar onde havíamos combinados – Ficava no alto de uma montanha onde era possível ver a cidade.

– Vou sentir sua falta – Afirmei ao seu lado, observando ele em silencio enquanto olhava a cidade.

– Você vai voltar logo Turista – Ele desviou seu olhar para meu rosto – Eu prometo.

Sorri sem resposta e logo sentindo seu toque em minhas mãos me trazendo de leve em um abraço, onde meu rosto se encaixou em seu peito - Eu podia ouvir as batidas de seu coração.

– Esta vendo isso tudo? – Ele apontou para a cidade mostrando a mesma.

– Sim.

– Não nem 1% do tamanho do meu carinho por você – Ele beijou meus cabelos - Se cuida, se não serei obrigado a ir buscá-la – Rimos.

Fui dominada pelas verdades de suas palavras.

Pov. Bella

Adentrávamos todos no escritório de Carlisle para conversamos mais a fundo sobre o assunto, aproveitando a ausência de Renesmee na casa. Esperávamos por Alice quando de repente perdemos a distração que estava na viagem e que agora estava em Alice que acabara de derrubar o quadro que ela ajeitava na parede – A cercamos em segundos.

– O que você viu Alice – Jasper iniciou ajudando ela a se levantar.

– Um clã de seis pessoas. E estão passando uma foto de Renesmee entre eles – Edward a interrompeu.

– O que? – Me preocupei – Alem dos seis, quem está por trás disso? – Me aproximei de Alice.

– Não consigo ver. Assim como foi com Victoria e Riley – Ela assentiu.

– Quem poderia estar interessado em Renesmee? – Rosalie se intrigou.

– Vale retratar que as reservas de bolsas de sangue do nosso hospital esta se esvaziando aos poucos sem explicações e o número de mortes sem explicações tem aumentado durante algumas semanas em Kapitan Kley e cidades próximas – Carlisle se pronunciou.

– Precisamos tirar Renesmee daqui – Me preocupei novamente agarrando o ante braço de Edward.

– Que vampiro estaria se escondendo atrás de um nômade novamente? – Intrigou-se Jasper.

– Ele pode não estar se escondendo necessariamente – Alice sugeriu aparentando preocupação.

– O que quer dizer? – Rebati.

– Ao menos que seja outra espécie de vampiros – Edward afirmou fitando Alice – Alice não conseguiria ver por isso.

– Isso é possível?

– Assim como não consigo ver a espécie de Jacob – Alice juntou as sobrancelhas. – Mais é claro... – Ela finalizou dando passos mais a frente de nós como se estivesse descoberto algo.

– Obviamente – Edward finalizou.

– Os Salvatores – Afirmou Jasper.

Afinal quem eram? E o que queriam? Não me lembro de ouvir esse nome desde quando entrei na família. Afinal o que querem por aqui?