1971: Como Tudo Começou escrita por Lara Manuela de Souza, Marina Saint


Capítulo 4
A seleção de casas - Remus


Notas iniciais do capítulo

[Editado]
Gente, vocês não sabem como foi gostoso escrever esse capítulo. Afinal, ele é narrado pelo Remus. Meu maroto preferido.♥



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— Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui! – gritava um homem corpulento – quando digo corpulento quer dizer duas vezes maior que o normal. – Todos os alunos do primeiro ano já estão aqui? Certo, me sigam.

Todos nós fomos guiados por um caminho íngreme no meio de altas árvores, cujas não posso dizer que alguém além de mim percebeu, pois a escuridão era iluminada pelo fraco brilho de uma pequena lua minguante. Ufa. Lua minguante. Não gostaria de me transformar no meio de tanta gente. Seria suicídio.

Fizemos uma curva e pude ver a imagem de Hogwarts ao vivo pela primeira vez. Fascinante. Só o que digo. Ouvi um suspiro de Pedro. Naturalmente, com a boca cheia de chocolate. Sirius se mexendo, animado, e James deixando escapar um mero “Uau”, que foi copiado pela maior parte dos estudantes ao nosso redor.

O caminho havia dado de frente a um grande lago com barquinhos atracados na margem.

— Somente quatro em cada barco!

Assim eu, James, Sirius e Pedro fomos em um barco, admirados demais para falar algo, seguindo o grande homem que estava indo no barco com uma garota magrela que não prestei muita atenção.

— Abaixem as cabeças! – gritou o homem. Abaixamo-nos, atravessando uma cortina de hera. Entramos em meio que um cais subterrâneo, provavelmente embaixo do imenso castelo.

O grande homem verificou os barcos.

— Esse aí e Rúbeo - Sussurrou James. - Ele é o primeiro guarda-caça de Hogwarts.

— O homem-montanha? – Perguntou Sirius, inocentemente.

— Não chame ele assim, Sirius, vai parecer uma ofensa. E não quero saber o que ele faz quando se ofende – Disse prestando atenção em como era grande.

Nós subimos uma escadaria, que levou-nos a uma grande porta de carvalho, que Rúbeo bateu três vezes.

A porta abriu-se e pudemos ver uma bruxa alta e magra de cabelos negros e óculos.

— Alunos, Professora Mcgonagall.

— Pode deixá-los comigo agora, Hagrid. - Disse ela.

A professora nos guiou até uma sala pequena, ao lado do saguão, onde fez um pequeno “discurso” sobre o que deveríamos fazer, o que são as casas, quais são e... Você entendeu.

E saiu, enquanto não sabíamos o que fazer. Vários fantasmas surgiram então das paredes, assustando quase todo mundo. Inclusive Pettigrew. Eles nos olhavam atentamente, enquanto tinham pequenas discussões entre si.

Então Mcgonagall reapareceu e como uma deixa, os fantasmas se retiraram.

— Façam uma fila e me sigam. A cerimônia de seleção vai começar. – Disse a professora nos guiando ao Salão Principal. Ela parou atrás de um banquinho com um chapéu, que descobri que falava e pensava, pois ele cantou uma música sobre as casas, a qual não consegui prestar muita atenção.

— Quando chamar seus nomes vocês irão sentar-se no banquinho e colocar o chapéu. – Disse professora Mcgonagall.

Assim fiquei aliviado. Era só um chapéu inofensivo. Então só prestei atenção em alguns nomes, só pra saber em que letra estava.

Fiquei desligado por um tempo. Isso acontecia muito comigo.

— James Potter? – Com isso James, foi à frente e colocou o chapéu. – Grifinória!

Depois consegui prestar um pouco de atenção. Hmmm... Lílian Evans, Lucius Malfoy, Marlene...

— Pedro Pettigrew? – A vez de Pedro. Aguardamos alguns segundos, e... – Grifinória!

— Remus Lupin? – Fiquei nervoso de repente. Sentei-me no banco, e coloquei o chapéu. Senti minhas mãos suarem frio e fechei os olhos. No mesmo momento ele começou a falar comigo em pensamento “Hmmm certo... Já sei onde te colocar.” – Grifinória! – Um alívio percorreu todo o meu corpo e me sentei á frente de James na mesa da Grifinória, que me aplaudiu.

— Severus Snape? – Um garoto de cabelos muito oleosos e um nariz enorme sentou-se no banquinho. Senti a garota ruiva ao meu lado ficar nervosa. Se eu não me engano, Lílian Evans. – Sonserina! –De repente ela ficou desapontada. Pude sentir de novo. Há tempos sinto o que as pessoas sentem, vejo as coisas de modo mais claro – até no escuro – e é muito difícil de prestar atenção nas coisas. Na verdade, desde que virei um lobisomem.

— Sirius Black? – pude ver Sirius colocando o chapéu na cabeça. Ele estava muito nervoso.

— Ele não vai para a Sonserina – disse James de repente. Mas em vez de em vez de falar desejosamente, ele havia feito uma afirmação.

— Por que não? – Perguntei.

— Eu não sei. Na verdade, eu pressinto que ele venha pra cá, digo, a Grifinória.

— Grifinória! – Gritou o chapéu. James me mandou um sorriso brincalhão.

— Eu não disse?

Sirius sentou-se ao lado de James, na minha frente. Pude ver que ele estava aliviado, mas com medo. Olhei para a mesa da Sonserina. Já entendi, ele é o primeiro Grifinório da família.

— SN? – Disse Mcgonagall com uma cara surpresa.

Então a última pessoa sentou-se no banquinho e colocou o chapéu, temerosa. Por sinal, era a mesma garota que foi no barco de Rúbeo. Ela era alta, magra, cabelos pretos brilhantes até a cintura, muito pálida e... Solitária. Percebi isso só no seu olhar. Mas uma coisa nela me incomodava. Ela não parecia triste, muito pelo contrário, parecia divertida com alguma coisa.

O chapéu pareceu confuso. Ele ficava murmurando muitas coisas inaudíveis por uns 5 minutos. Até que pensei que tivesse chegado a uma conclusão:

— Lufa- Lufa! – A mesa Lufa- Lufa aplaudiu, mas antes que a garota se levantasse, o chapéu disse:

— Não peraí. Corvinal! Não, não, não... Sonserina! Não, melhor, Grifinória! -Depois pareceu repensar na escolha e não sabíamos se aplaudíamos ou não. Até que a garota veio à nossa mesa. Sem palmas. Estávamos confusos demais para fazer isso. E ela se sentou, bem... no único lugar vago da mesa, à esquerda de James. Na mesma hora senti um frio percorrer a espinha, um frio sobrenatural, semelhante ao que sentia quando me transformava em lobisomem.

Olhei para a mesa dos professores. Dumbledore havia se levantado.

— Que sejam bem vindos! – Disse ele se referindo a obviamente, nós, do primeiro ano.

— Queria dizer que o professor Slughorn, que ensina poções, não irá estar presente este ano. E a professora Anne, que ensinava defesa contra as artes das trevas se aposentou. Portanto teremos um professor que se prontificou a dar aulas a essas duas importantes matérias: Vincent Cook!

Da mesa um professor de ar amalucado se levantou e arrumou os grandes óculos de aro quadrado no rosto. Ele tinha cabelos grisalhos até os ombros e um bigode. Ambos chamuscados. Usava um chapéu coco, uma camiseta das Esquisitonas e um short do time de quadribol Chudley Cannons. Enquanto o aplaudíamos, ele fazia reverências, tirava o chapéu e mostrava a língua excessivamente longa.

— Certo, que então comecem o banquete! – Disse Dumbledore, cortando o clima. Vincent fez uma cara de ofendido à Dumbledore, e então sentou-se, contrariado.

Quando vi, os pratos à minha frente estavam cheios de comidas variadas, mas a minha atenção foi voltada ao bife malpassado. Enchi o meu prato dele, inconsciente de que isso era meio que... incomum.

Logo senti os olhares dos meus amigos recaindo todos sobre mim. James e Sirius estavam boquiabertos, enquanto Pedro estava indignado:

— Você pegou todo o bife malpassado só pra você! Eu também quero comer bife malpassado! – assim ele enfiou o garfo no meu prato e tirou um pedaço grande, colocando-o no seu prato.

Percebi a cara pálida (A garota) do lado de James dar uma risada inaudível com o olhar baixo, dando uma garfada na comida.

— Vo-vo-você vai comer todo esse bife? – Perguntou Sirius apontando com o dedo trêmulo para o meu prato. Ele estava branco como papel.

— Hmmm, se vocês não quiserem...

— Ah, não, não, não. – James se pronunciou abanando a mão. – Nós comeremos carneiro, não é Sirius? – Perguntou passando um braço envolta dos ombros do mesmo.

—E-é, nós comeremos carneiro... – Respondeu Sirius, olhando o nada, distraído.

Pedro tinha terminado de comer e limpava a boca com um guardanapo:

— Vocês por acaso sabem a piada do não nem eu? – perguntou olhando nos olhos de cada um de nós em expectativa.

Sirius retomou à sua cor natural.

— Não. – Respondeu

Nem eu— Disse Pettigrew caindo em uma gargalhada estridente.

Nos entreolhamos. Chegamos em acordo silencioso “Parece que vai ser moleza faze-lo rir”.

James foi o primeiro a se manifestar:

— Por que a planta não fala quando é pequena?

— Não faço a mínima ideia – Respondeu Pedro – Por quê?

—Por que ela ainda é uma mudinha. – Mal terminou de falar e Pettigrew começou sua gargalhada de hiena de novo.

— Tá, tá. Acalmem os ânimos. Agora é minha vez. – Disse eu.

— “Estava um turista observando o começo de uma briga de galos.

Ele perguntou a um caipira:

— Qual é o galo bom, aí?

O caipira respondeu:

— É o vremeio, moço.

O turista observou a briga e o galo branco ganhou nos primeiros segundos. O turista foi tirar satisfação com o caipira:

— Mas você não disse que o galo bom era o vermelho?

E o turista respondeu:

— Mas era a verdade afinar, não? O vremeio era o bom e o branco o marvado”.

Pedro e James começaram a rir descontroladamente.

— Peraí – Disse Sirius levantando uma mão dramaticamente – Minha vez. – O que a estante disse para o celular?

— O que? – Perguntei.

Ele fez uma cara triste. – Eu ainda não sei... Não aprendi a língua dos objetos ainda, sabe, ainda estou em nível iniciante.

Pettigrew, eu e James rimos da confusão de Sirius.

— Cara, essa foi boa! – Disse James dando tapinhas em suas costas ainda rindo.

— Mas nem foi uma piada direito! – Disse ele levantando os braços.

Pedro já as secava lágrimas que saíram de seus olhos.

Dumbledore havia se levantado novamente:

— Agora vamos aos avisos: Os testes para quadribol começarão na segunda semana de aula. E, a floresta da propriedade é terminantemente proibida a todos os alunos.

Cantamos o hino de Hogwarts e seguimos um monitor até o quadro de uma mulher gorda vestida de rosa.

— Senha? – Perguntou o retrato.

— Círculos de fogo. – Disse o monitor.

O retrato se inclinou pra frente revelando uma passagem redonda. Todos passamos, e entramos em uma sala redonda, cheia de poltronas aparentemente confortáveis, e uma lareira.

O monitor nos indicou os dormitórios masculino e feminino, e fui acompanhado de meus amigos até o dormitório. Alguém havia deixado nossa malas ali e, cansado demais até pra falar, desabei na cama com a mesma roupa em que estava.


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Notas finais do capítulo

E aí? Sabem... Vocês não comentaram nomes para os professores, então eu tive que ir à minha estante e procurar um nome bom. O “Anne”, eu tirei de um livro chamado “Anne, de Green Gables”, o “Vincent”, de “Vincent Van Gogh” e o sobrenome “Cook”, do livro “Spy dog 1”...
O que vocês acham do professor Vincent, hein? Kkk. Nos vemos no próximo capítulo.
Beijos, Manu