1971: Como Tudo Começou escrita por Lara Manuela de Souza, Marina Saint


Capítulo 2
Os Black - Sirius


Notas iniciais do capítulo

[Capítulo Editado]
Nos vemos nas notas finais.



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Acordo com meu irmão gritando:

—Quem não acorda não vai à Hogwarts! E é porque provavelmente está morto! – ao mesmo tempo em que gritava batia a mão na porta do meu quarto.

Levantei da cama, me troquei, e fui à cozinha. Meus pais e meu irmão mais novo, Regulus já estavam comendo.

E com uma companhia muito desagradável.

 

Belatriz estava sentada na mesa, no auge dos seus vinte anos, o habitual olhar arrogante e maquiavélico, enquanto me via depois de uma longa semana de ausência. Vestia suas comuns vestes negras com mangas até os pulsos. Não podia compreender o fato de que até num dia de calor ela cobrisse toda a extensão do braço.

— Sua prima vai ficar no seu quarto enquanto você estiver em Hogwarts, Sirius. Espero que esteja tudo bem pra você. – disse minha mãe, Walburga, mais como uma ordem do que qualquer outra coisa. Belatriz amava dormir na nossa casa. Principalmente no meu quarto.

Belatriz e Regulus me mandaram um olhar maldoso.

— Porque ela vai ficar aqui, afinal de contas?

— Não é da sua conta.  - Respondeu Belatriz com a boca cheia de cereal. - Mas se quiser saber mesmo assim, eu vim porque achei que Regulus admirasse a minha preciosa presença, não é, Regulus? E vou aproveitar para ensinar algumas coisas a ele, já que ano que vem ele já estará entrando em Hogwarts.

Ele assentiu com a cabeça animado. Ele a amava como uma mãe. Tinham personalidades muito parecidas.

— Porque ela não fica no quarto de Regulus, então? – perguntei à minha mãe.

— Fui eu que decidi que não vou ficar no quarto de Regulus. É super nojento. Você sabe  muito bem disso, Sirius.— Belatriz se queixou com cara de nojo.

Regulus fez uma careta magoada, mas logo voltou à expressão normal – a de tédio misturado com maldade e sarcasmo. Uma expressão que antes só via em Belatriz, mas pelo jeito ela andou ensinando coisas para o meu irmão mais novo.

É, o jeito era ter de tirar algumas coisas do quarto e levar à Hogwarts mesmo. Minha prima vive fuçando as coisas dos outros. Tinha quase certeza que quando chegasse em casa, meu quarto estaria um chiqueiro.  Não sei por que Bella queria ficar aqui, já que ela tem seus vinte anos e já está noiva. - De um cara que nunca menciona. O sobrenome é... É... Lestrange.  - Belatriz é tão chata... - Totalmente o contrário da irmã do meio, Andrômeda. A única Black que presta. E que conversa civilizadamente comigo.

Se Belatriz encontrasse algo comprometedor no meu quarto ninguém ia deixar de saber.

Com essa linha de pensamento voltei ao meu quarto correndo, com uma torrada na boca e comecei a arrumar meu malão.

Coloquei tudo que minha prima não podia ver: minhas fotos, meu diário, e os artigos que comprei na Zonko´s. Terminando de guardar meus pôsteres trouxas, colocados só pra irritar Regulus e meus pais, saí com o malão pronto.

Pode parecer boboca, mas gosto de registrar as coisas em um diário. Lá está tudo que minha priminha querida amaria saber: que eu não quero ir pra Sonserina, que não tenho nada contra os trouxas, e claro... Não podiam faltar todos os detalhes de como vou querer o  meu velório. Por exemplo: a cor das flores, de que material vai ser o caixão, e quem não iria ser “convidado” - ou seja, ela estava incluída na lista dos "não-convidados". - Tudo isso, obviamente, para o caso de eu morrer de repente, tipo, se a minha prima me envenenar. – não duvido nada dessa hipótese. Ela comemora até quando mata uma formiga.

 Arrumei tudo e fui correndo de encontro à minha família que já estava arrumando os malões no carro. Inclusive o sapo vermelho de bolinhas amarelas de Belatriz. – senti um aperto involuntário no coração. Já deveria ter me acostumado à essa cena. Mais uma vítima de minha prima psicopata. Ter que aturar Belatriz deve ser uma tortura. Sem contar o fato de ele estar sendo colocado no porta malas. Vai morrer sufocado, coitado. Aliás, o ducentésimo quadragésimo segundo que a Belatriz vai matar.

Assim, lembrei-me do meu gato, o Geada. Tinha esquecido ele no quarto quando estava arrumando o malão – meu Deus, estou me transformando em Belatriz.

— Bella, priminha querida... - Comecei

— Que foi? – Disse arrogantemente, virando para me encarar.

— Você poderia pegar meu gato lá no meu quarto, por favorzinho? – Disse fazendo uma carinha fofa (pelo menos eu esperava que fosse uma carinha fofa)

— Tá bom... Priminho querido. Só não garanto que ele chegue aqui vivo. E, da próxima vez que quiser um favor meu, não faça essa careta horrível.. Ah, pensando bem... não vai ter uma próxima vez. E você ainda me deve uma. –E assim saiu andando na forma “eu sou demais, você é muito inferior”, que te deixa soltando fogo pelas ventas.

Não fiquei abalado quando ela disse “só não garanto que ele chegue aqui vivo”. O gato super me odeia. Tipo relação de cão e gato sabe? Ele é muito selvagem e independente. Bagunça todo o quarto e fica cuspindo bolas de pelo só em cima da minha cama. E ainda por cima tenta literalmente me matar quando eu toco em um único fio de pelo dele. Além de andar igual a Belatriz (Você sabe, daquele jeito que te deixa soltando fogo pelas ventas).Talvez se desse bem com ela.

Nesse mesmo momento, ela já chega com Geada no colo, um sorriso bobo estampado no rosto, acariciando suas costas. Peraí: Acariciando as costas de... Geada? Sorriso bobo em... Belatriz? Sópode ser um sinal de que o mundo irá acabar. Puxo meus cabelos com força, desesperado.

Eu sou novo demais para morrer!

— Esse gato não é uma fofura? - Belatriz de repente interrompe meus pensamentos pessimistas. - Tem até sangue nas garras. Acho que ele matou alguma coisa. Isso não é fofo? – Disse por fim dando um último olhar sonhador pra mim e esfregando o nariz no pelo branco e fofinho dele, que em resposta ronronou. Geada ronronando? O mundo vai mesmo acabar!

—  Ele andou meio ocupado tentando me matar. - Respondi olhando para o céu, a espera de um grande meteoro.

— Gato, eu te amo! Depois você pode me ensinar como se mata o Sirius? – Ele miou animadamente em resposta. (Ei! Ele nunca responde às minhas perguntas).

— Traidor! - Grito olhando acusadoramente para ele. -Não me julguem, estava meio fora de si, ainda tentando digerir que iria morrer a qualquer momento.

— Por favor, vocês dois poderiam parar de enrolação? Já estamos atrasados. – Disse meu pai, Orion, já sentado no banco do motorista, com o braço para fora da janela.

Entramos no carro bruxo, e disparamos em direção ao expresso. (N/A: No meu mundo bruxo é comum terem carros)

Descemos do carro e pela primeira vez olhei para o meu lindo , estiloso e moderno relógio de pulso da última moda. - Que comprei com o dinheiro que apostei com Bella sobre que time de quadribol ganharia a copa. Um único para não odiá-la tanto. Vou começar a lista "Motivos de Belatriz não ser de todo ruim" no meu diário.

— Estamos tão atrasados quanto uma tartaruga pode correr a 9000 quilômetros por hora. – Resmunguei. Estou ficando bom em comparações,não?

— Há. Tenho certeza que uma tartaruga pode correr muito mais rápido do que isso. – manifestou-se Belatriz distraída, enquanto olhava de nariz torto os trouxas.

Regulus abafou o riso.

— Certo. Chegamos. Passe primeiro, Sirius. – Disse meu pai.

Passei correndo através das duas plataformas entrando na 9 ¾ . Logo veio Belatriz em seus passos de "alienígena malvadão que se acha dono do mundo", Regulus e meus pais.

Tínhamos acabado de entrar quando uma voz familiar destacou-se das demais na multidão:

— Black!

Eu e todos os Black viramos em direção ao som da voz.

Mal. Mandou muito mal James.

— alguém conhece o rapaz?- perguntou minha mãe, com uma sobrancelha erguida pra gente.

— Acho que ele está pedindo esmola, tia. - disse Belatriz rindo, mexendo em sua bolsa preta "em busca de uma esmolinha".

— Nem sabe pentear o próprio cabelo. Lamentável. Deve ser filho daqueles grifinórios traidores de sangue, os Potter. Se entendem com trouxas. – Falou meu pai com um nojo aparente.

— E ainda por cima é um quatro olhos. - completou Regulus.

— Concordo com você, primo – disse Belatriz dando uma cotovelada nas costas do meu irmão. - E, obviamente podemos perceber que o sujeitinho Potter deve conhecer um outro sujeito que não se manifestou até agora e fica nos olhando como se tivéssemos contado grandes mentiras – Percebendo que era de mim que ela falava, me afastei deles correndo com a cabeça baixa o mais silenciosamente possível, mas a tempo de ouvir Regulus completar a frase de Belatriz:

— O Sirius – Sério, eles poderiam ser menos iguais? E então ouvi as gargalhadas do meu irmão juntamente com as de Belatriz ao longe, ao mesmo tempo em que sentia os olhares furiosos dos meus pais à minha procura, exigindo respostas.

Estava ferrado.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Por favor comente sua opinião, sim? É, é com você que estou falando.

*Manu*