Reverse Falls - When Gravity Falls escrita por Belle Cipher


Capítulo 7
The Lake and the Bunker




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669766/chapter/7

—PACÍFICA! VOCÊ PRECISA VER ISSO!-Dipper chamou.

A garota foi até ele e viu Will flutuando.

—Ele faz isso o tempo todo, Dip Dop.

—É aí que tá. Não é ele quem está fazendo isso.

A loira fez um certo esforço mas continuou sem ver nada.

—Como não está vendo?-o Gleeful perguntou.

—Isso é normal. Deve ser um POP.

Pacífica quase riu.

—POP?

—Ah, claro!-Dipper deu um tapa na própria testa-Li algo sobre isso em um livro.

—O que você NÃO lê em livros?

Ele estalou os dedos e um livro, não dos grandes, apareceu na mão do garoto. Pacífica sempre leva um susto quando ele usa aqueles poderes que conseguiu só-Will-sabe-como. Ela leu o título: "A Vida, o Universo e Tudo Mais".

—Dip isso é só ficção científica.

—No universo em que foi escrito, sim. Mas no nosso, algumas coisas são reais.

—Suponho que uma delas seja esse troço de POP.

—Exato.

O garoto folheou o livro.

—Aqui. "Um POP é alguma coisa que não podemos ver, ou não vemos, ou nosso cérebro não nos deixa ver porque pensamos que é um problema de outra pessoa. É isso que POP quer dizer: Problema de Outra Pessoa. O cérebro simplesmente o apaga, como um ponto cego. Se você olhar diretamente para ele, não verá nada, a menos que saiba exatamente o que é. A única chance é conseguir ver algo olhando de soslaio".

—Ah, li algo sobre isso também. Alguma coisa chamada hã...Neve...Nébula...ah, Névoa!

—É mais ou menos isso. Só que um pouco diferente. Enfim, tenho a solução.

Dipper abriu seu diário e mostrou para ela. Na página estava escrito: "Fadas da campina: criaturinhas pequenas e irritantes. São inofensivas, mas se ser chato e insuportável matasse, seriam assassinas". Logo abaixo havia o desenho de uma. Agora que sabia o que eram, Pacífica ergueu o olhar e as viu.

—Ah, estou vendo. São fofas.

—E bem chatinhas-disse Dipper, afastando uma-Parecem moscas coloridas e brilhantes.

—Por que será que estavam sob o efeito de um POP?-perguntou Will.

—Talvez alguém sob efeito de um POP quisesse transmitir isso para elas.

—Esse troço funciona assim? Deixe-me ver seu livro-falou Pacífica.

O Gleeful guardou o livro antes que ela o pegasse.

—Não tem nada disso no livro. Na verdade, ele não explica muito bem como se "faz" um POP, mas eu e Will fizemos umas experiências um tempo atrás e descobrimos que, se uma criatura sob efeito de um POP quiser que outro ser ou coisa também seja afetado por ele, ela pode transmití-lo por meio de um toque.

—Engraçado. Por que iriam querer fazê-las terem POP?-a loira questionou.

—Provavelmente alguma pessoa cruel que estivesse sendo irritada por essas coisinhas e queria que os outros também sofressem com isso sem saber quem ou o que está perturbando.

O trio caminhou até a clareira, deixando as fadinhas para trás. Eles sentaram no chão e comeram um sanduíche que "pegaram emprestado" da geladeira de Bud antes de saírem.

—Vocês têm uma energia impressionante-Will comentou.

—Somos o Trio do Mistério, lembra?-perguntou Pacífica, se referindo ao que Bud dissera aos três mais cedo.

—Hey, olhem!-o garoto apontou para o lago.

Seguindo seu olhar, viram Gideon conversando com um garoto na água. A loira sorriu ao ver o primo e foi até ele.

—Isso não vai acabar bem, vai?-Dipper perguntou.

Will deu de ombros e os dois foram atrás da garota. Depararam-se com ela olhando para o cara da água toda apaixonadinha.

—Acho que vou vomitar-murmurou o Gleeful.

—Você tá é com ciúme-o de cabelos azuis sussurrou de volta e sorriu.

—Pfft. Sai fora.

Cipher riu e virou-se para Pacífica.

—Quem é ele?

—Mermando-ela respondeu com um sorriso bobo e suspirou em seguida.

—E O QUE é ele?-perguntou Dipper.

—Um sonho.

O mais velho segurou a barriga.

—Sério, Will, agora eu vomito.

—Cof cof ciúme cof cof.

—Vou te afogar no lago.

Will riu novamente.

—Ele é meu amigo-Gideon respondeu-É um sereio.

Dipper trocou olhares com Cipher.

—Sereio?-o demônio perguntou com certa cautela.

—Aham.

—Isso não é bom, é?-o Gleeful sussurrou.

—Nem um pouco-Will murmurou de volta.

—Bem, vamos Pacífica, já deu hora-Dipper falou mais alto.

—Nah, vou sair com Mermando-ela falou.

—O quê? Você não ouviu Gideon? Se.rei.o. Sem pernas. Rabo de peixe.

—Ele pode virar humano, sabia?

—Como sabe?

—Diário.

—Que seja. Divirta-se com Miermana-Dipper revirou os olhos, se virou e saiu pisando duro.

—É Mermando!-gritou Pacífica.

—Tanto faz!-ele gritou de volta.

Will foi atrás do nervosinho.

—Vou cantar para você uma bela musiquinha chamada "Ciúme".

—E eu vou cantar uma bela musiquinha chamada "Cala a boca antes que eu te esmurre".

—Nome muito grande para uma música.

—Cala a boca!

Dias passaram-se e Pacífica continuou a se encontrar com Mermando. Enquanto isso, Dipper e Will exploravam a floresta de Reverse Falls. O Trio do Mistério já não existia. Os garotos se afastavam cada dia mais da loira, mas ela estava tão apaixonada que nem ligava.

—Então Pine Tree, o que acha disso? Pine Tree?-Will olhou ao redor e viu Dipper andando de um lado para o outro.

—Deve ser algum tipo de feitiço, sereios fazem esse tipo de coi...

—PINE TREE!

—AH!-ele gritou de susto, mas depois voltou ao normal-Ah, Will, o que foi?

—Deixa para lá. Cara, qual é seu problema?

—Esquece.

—É a Pacífica, não é?

—Tá tão na cara?

—Seria menos óbvio se escrevesse isso com marca texto na sua testa.

—Eu só estou preocupado. Algo naquele cara não está certo.

—E se eu for dar uma olhada? Ficaria mais tranquilo?

—Bem...

—Ótimo.

Will se transformou em sua forma de triângulo para não ser visto. Foi até o lago e viu Mermando puxando Pacífica para a água.

—PINE TREEEEEEEEE!-berrou Cipher e Dipper veio correndo.

O triângulo voltou a ser humano.

—O LAGO! MERMANDO! PACÍFICA! VAI AFOGAR ELA!

—FAÇA ALGO!

—NÃO POSSO! ELE COLOCOU UMA PROTEÇÃO CONTRA CRIATURAS DO MUNDO DA MENTE!

O Gleeful correu até o lago.

—PINE TREE, NÃO!-Will chamou-o.

Mas não adiantou. O garoto pulou na água.

Dipper olhou ao redor com dificuldade e viu Mermando segurando Pacífica, que tentava voltar a superfície.

O garoto se esforçou para chegar por trás e deu um soco no sereio, que soltou a loira. Ela foi até a superfície e arfou em busca de ar. Quando recuperou o fôlego, viu Will acenando freneticamente para ela.

—SHOOTING STAR!

—O QUÊ?!

—DIPPER PRECISA DE AJUDA! NÃO POSSO ME APROXIMAR!

A garota olhou ao redor e viu que Dipper realmente não a seguira.

—ELE SABE NADAR, WILL?!

—NÃO!

—Caramba...-ela murmurou, prendeu a respiração e afundou novamente.

Olhou ao redor e viu Mermando largando o garoto em cima de uma pedra e indo embora. Pacífica nadou até Dipper e arregalou os olhos ao vê-lo.

A garota segurou-o e nadou até a superfície, puxando o Gleeful consigo.

Ela saiu da água e colocou-o deitado na margem.

—Dip...acorda!-ela disse, sacudindo-o.

—O QUE HOUVE?!-ouviu Will gritar.

—ELE ESTÁ INCONSCIENTE!

Will tampou a boca com as mãos e olhou a cena com os olhos cheios de lágrimas. Seus poderes não funcionavam com nada nem ninguém dentro daquela estúpida barreira mágica. Ele não sabia se Dipper estava morto.

—WILL, ACHA QUE PODE AJUDAR?

—NÃO SEI! NUNCA TENTEI REVIVER ALGUÉM SEM A AJUDA DE DIPPER!

—REVIVER?!

—Falei besteira...-murmurou Will.

—DIPPER, ACORDA! DIPPER, POR FAVOR! SE FOR UMA BRINCADEIRA, ISSO NÃO TEM GRAÇA! VOCÊ NÃO PODE MORRER!-ela dizia, sacudindo-o.

—PAZ?!-Cipher gritou.

—ELE NÃO REAGE!

O de cabelos azuis teve uma ideia. Pegou um pedaço de madeira e usou-o para se livrar da crina de unicórnio que cercava o lugar. Logo em seguida, colocou fogo naquela porcaria colorida só para ter certeza que aquilo não o perturbaria mais.

Correu até Pacífica e viu que ela ainda sacudia Dipper. Depois de um tempo, percebeu que isso era inútil.

Ela enterrou o rosto nas mãos e começou a chorar. Will estava prestes a fazer o mesmo, até que viu alguém se aproximar.
O cara era IGUALZINHO ao Bud, mas parecia mais sério. Ele colocou uma mão na testa de Dipper, murmurou algo e uma luz azul brilhou.

Isso chamou a atenção da loira. Ela ergueu o olhar para o homem e depois olhou o garoto ao ouví-lo arfar.

Dipper tossiu, engasgou, cuspiu água e fez de tudo para buscar o ar perdido.

—O...que...acon...-ele parou e voltou a arfar, até recuperar o fôlego-O que aconteceu?

—DIPPER!!!-Pacífica exclamou, abraçando o garoto.

O Gleeful corou violentamente, apesar de seu rosto não demonstrar vergonha. Ele pigarreou e afastou a garota delicadamente.

—Não precisa ficar emocionada.

—PENSAMOS QUE ESTIVESSE MORTO! NUNCA MAIS FAÇA ISSO! NUN.CA!-a loira gritou.

—Ele não estava morto. Mas estava próximo disso-disse o homem.

—Quem é você?

—Alguém bem indiscreto-disse uma voz conhecida.

Os quatro se viraram e deram de cara com Bud.

—Crianças, acho que já é hora de conhecerem meu irmão e autor dos diários, Buford.

—O quê?!-Dipper olhou para as mãos do homem-Seis dedos...
Pacífica pegou o diário 3, o Gleeful pegou o 2 e o autor pegou o 1.

—Os três diários...-murmurou Will.

—Wow, wow, wow, wow, wow!-a loira falou-N...não pode ser. Tio Bud só tem um irmão...

—TIO?-Buford olhou Pacífica, em choque.

—...meu pai-ela continuou-E ele está mo...

A garota foi interrompida por Buford, que a abraçou.

—Bem, acho que eu deveria explicar-disse Bud-Seu pai não morreu. Ele estava sendo perseguido por...algo, então forjou sua morte e passou a viver escondido em um bunker que construiu por aqui. Ah e...bem...ele está te abraçando agora.

Depois de alguns segundos sem saber como reagir, Pacífica retribuiu o abraço. Quando se soltaram, ela viu o homem com um sorriso e os olhos cheios de lágrimas.

—Ah, não, para. Já chorei de mais hoje-ela disse e os dois riram.

A loira olhou Dipper e viu uma sombra de tristeza cruzar seu rosto por um milésimo de segundo.

—O que houve?-perguntou.

—Nada...-ele murmurou.

—Dipper...

—Tá bem-ele suspirou-É só que...quase toda minha família está morta. Só sobramos eu, tivô Stan, tivô Ford e Mabel.

—Espera, você é um Gleeful?!-perguntou o homem e Dipper assentiu.

Buford o olhou com pena. Will leu seus pensamentos e reagiu rapidamente, agarrando seu braço e puxando-o para longe do grupo.

—Ele ainda não sabe, Sixer!

—Como sabe o que pensei?

—Hello! Will Cipher!

—Você está humano?

—Longa história.

—Como foi a infância dele?

—A pior possível.

—Bem, pode ser do mal mas cumpre suas palavras.

—Pois é.

—Como será que ele irá reagir quando souber a verdade?

—Eu preferia que nem soubesse. Mas grandes coisas virão. E ele irá descobrir.

Buford fez uma careta. De repente, algo passou por sua cabeça.

—Espere, se nos perguntarem sobre o que estávamos falando, o que diremos?

—Sempre pensando antes de agir, huh? Tenho uma ideia.

Buford ouviu a sugestão de Will e concordou com a cabeça. Voltaram até Bud, Dipper e Pacífica. Ford sorriu.

—O que acham de visitar o bunker?

É preciso dizer que todos, principalmente Dipper e Pacífica, adoraram a ideia?

—--------------------------

—Você falhou.

—Mas...-Mermando foi interrompido.

—"MAS" NADA! SUA MISSÃO ERA CLARA! MATAR A PINES E, SE DESSE SORTE, O AMIGUINHO DELA TAMBÉM! ME REPONDA, POR ACASO ALGUM DELES PARECE MORTO?!

—Eu...eu...

—"EU...EU..." PFFT! PATÉTICO!

A criatura estalou os dedos e Mermando desapareceu. Só ela sabe o que aconteceu com ele.

—Bem, parece que vou precisar de um novo aliado. Alguém mais...PODEROSO!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!