Pacífica já não entendia nada. Ela achava que Dipper pegaria a fenda e a esconderia, mas deixou que a destruíssem. Estava errada. Ele ESTAVA do lado do inimigo. Até em relação a Gideon se enganara. Não deveria ter confiado em ninguém.

Mabel ria maléficamente. Suas mãos brilhavam envolvidas por um fogo esverdeado.

—FINALMENTE! TODOS OS MEUS PODERES ESTÃO DE VOLTA! AHAHAHAHAHAHAHA!

Bud e Buford vieram correndo.

—Ah não. Chegamos tarde-disse o tio de Gideon.

Mabel se ergueu no ar.

—SERES DA FLORESTA. CRIATURAS SOBRENATURAIS. NOSSA HORA CHEGOU! ESSA DIMENSÃO É NOSSA! AHAHHAHAHAHAHAHAHA!

Ao estalar os dedos, tudo e todos começaram a flutuar. Will voou até Pacífica e segurou seu braço.

—Temos que sair daqui!-ele disse.

A garota se lembrou do Hallowinter, quando tinha asas, e usou uns truques que aprendera, voando até o bunker.

—Se abrirmos a porta, tudo lá dentro sairá voando-ela falou.

—O bunker tem uma proteção mágica. Nenhum tipo de feitiço entra sem a autorização de Ford. Posso dar um jeito de isso se aplicar a criaturas também, para só entrar quem deixarmos.

Ele flutuou até a porta e abriu-a. Entrou, seguido de Pacífica, que tomou um susto com o fato de realmente haver gravidade dentro do bunker.

Ao fechar a porta, Will murmurou alguma coisa que a loira não entendeu. Tomara uma pancada na cabeça a partir do momento em que gravidade fez o que as leis da física dizem que ela deve fazer.

Não que isso a tivesse surpreendido. Quer dizer, a gravidade era a única coisa que costumava seguir as leis da física em Reverse Falls. Bem...às vezes. Mas ela gostou de voar novamente. Sentira falta disso desde o Hallowinter.

—Acho que vou voltar à minha forma original-falou Will.

—O quê? Por quê?-Pacífica perguntou.

—Poderei espionar os outros.

—E se te verem?

—Em minha forma original, Dipper é o único que pode me ver. Não lembra quando eu disse que ele vê através do Mundo da Mente?

—Will, preciso te lembrar que Dipper não está do nosso lado?

Ele suspirou. Lembrou-se de que Dipper pedira segredo. Mas isso já fora longe de mais.

—Ele não é um inimigo, Shooting Star.

—Will, ele montou o portal, não lembra?

—Ele DESTRUIU o portal!

—Hein?

—Quer saber? Falar não vai adiantar nada. Vá até o portal e veja se descobre por conta própria.

Ele estalou os dedos, voltando à sua forma original. Will observou Pacífica, irritado, enquanto ela descia as escadas. Essa garota é teimosa!, pensou e foi procurar Mabel para descobrir o que ela estava tramando.

A garota abriu a porta e olhou para os destroços. Pegou a engrenagem de ouro e se surpreendeu ao ver a faca de Dipper cravada na mesma, não uma das suas.

"Essa engrenagem, seja de ouro, prata ou bronze, é a peça-chave de todo o portal. Se for danificada, a máquina para de funcionar depois de uns segundos", Will dissera. Que ironia. O Gleeful destruiu o portal sem querer por causa de uma falha na mira.

Então, um pensamento lhe ocorreu. O garoto sabia onde estava cada peça daquele portal. Lembrou-se de todas as vezes que Dipper arremessara algo. Pacífica olhou para a engrenagem, com os olhos arregalados.

—Dipper nunca erra seu alvo...-murmurou.

Ela largou a peça e saiu correndo.

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—Hey. Heey. HEY!

Dipper deu um pulo e se virou ao ver que era "sua irmã"

—Uh...oi mana. Que foi?

—Estava meio pensativo. Tudo bem?

Ele estranhou. Isso...era preocupação na voz dela? Nah, deveria estar sonhando.

—Estou bem.

—Certo...-ela o olhou, desconfiada-Enfim, vou dar uma volta. Sabe...torturar, matar pessoas, ou qualquer outra coisa que passe na minha cabeça.

—Vai demorar?

—Volto amanhã.

—E onde está o idiota do Gideon?

—Com aquelas chatas da Candy e Grenda.

—Garotas insuportáveis.

—Se é que a Grenda é uma garota.

"Os gêmeos" riram.

—Bem, divirta-se.

Mabel saiu flutuando e, ao ver que estava sozinho, o Gleeful tirou sua faca do bolso. Uma perfeita lâmina de metal e cinzas de dragão. Arma difícil de conseguir, mas Dipper dera um jeito. Não fere seres mortais como ele, mas outras criaturas
...aquilo era exatamente o que precisava para destruir "sua irmã".

Ele suspirou. Sentia-se péssimo mentindo para Mabel. Logo, lembranças começaram a invadir sua mente.

Lá estava ele. Um menininho de 8 anos, correndo pelo parque até sua irmã. Esta, por outro lado, estava fugindo de um homem. Ele roubara o arquinho dela e estava querendo pegá-la. Dipper pulou em cima do cara, derrubando o, deu um murro em seu rosto e ameaçou tacar fogo nele. O homem devolveu o que roubara e saiu em disparada.

—Hey, Mabes. Pode parar de chorar, dei um jeito nele-Dipper colocou o arquinho na irmã.

Ela enxugou as lágrimas, sorriu e abraçou o irmão.

—OBRIGADAOBRIGADAOBRIGADA! EU TE AMO, DIP, VOCÊ É O MELHOR BROBRO EVER!

O garotinho riu e retribuiu o abraço.

—Também te amo, sis.

Dipper voltou a realidade e viu pelo seu reflexo na lâmina que encarava-a, com um sorriso bobo no rosto.

—No que estava pensando?-ouviu uma voz conhecida.

Ele tomou um susto e, se houvesse gravidade, sua faca teria caído. Pacífica o encarava, com os olhinhos azuis brilhando de curiosidade.

—Hã...eu...-ele gaguejou.

—NÃO ACREDITO QUE ESTÁ COM PENA DE MATAR AQUELA MONSTRA! ELA NÃO É SUA IRMÃ!-Will gritou.

O garoto tomou outro susto, se virou e estava a ponto de perguntar o que Cipher fazia ali em sua forma original, mas não teve tempo.

—Estava pensando na Mabel?!-Pacífcia perguntou/exclamou.

—Er...

—VOCÊ SABE QUE ELA SÓ FEZ MAL A VOCÊ E QUE FOI ELA QUEM MATOU SUA FAMÍLIA DE VERDADE!-o triângulo continuou.

—EU SEI, TÁ?!-Dipper berrou.

Os outros dois o encararam, surpresos por seu tom de voz.

—É só...-a voz do Gleeful falhou-Ford e Stan nunca me deram atenção. Mabel sempre foi a única família que tive.

Uma lágrima teria escorrido pelo rosto de Dipper se a antigravidade não fizesse a mesma flutuar.

Pacífica e Will foram desarmados. Não sabiam o que dizer nem o que fazer. A garota foi a primeira a tentar algo. Ela abraçou Dipper. O garoto retribuiu o abraço e mais uma vez o garoto não conseguiu conter as lágrimas. Por um bom tempo, ninguém falou nada.

Will, desconfortável, quebrou o silêncio.

—Pine Tree...você sabe que no final vai precisar destruí-la. Tem certeza que pode fazer isso?

Pacífica e Dipper se separaram. O garoto olhou seu reflexo na lâmina. Sua expressão exibia uma determinação que não concordava muito com o medo e insegurança que estava sentindo.

—Eu posso.

...

I can.

L fdk

BRX FDK'W

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It sounds like something wrong

But I have to be strong

Everyone will pay if I make a mistake

I made a deal that I'll have to break.