Relatos de uma sociedade em crise. escrita por Lu Jackson


Capítulo 3
Esteriótipos.




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Você é o que você veste. No mundo de hoje as aparecias são mais importantes, isso mesmo você é o que você veste, come ou possui. Não tem essa de você é o que você é e sim o que tem.

Sou de classe média (nem rica nem pobre) e já passei por momentos constrangedores com meus pais só por estarmos vestidos de forma formal (quem é que se arruma todos apenas para ir na sorveteria com os pais e irmã?)

Ser atendido com certo nojo é uma das coisas mais absurdas que já presenciei e sofri e como se não bastasse eu ainda tenho que me vestir “aquadamente”. Batom vermelho é para prostituta, vestido rosa para patricinha, roupa preta é para rockeiro; comentários assim são muitas vezes ditos por mentes fracas.

A música “Perfeição ” de uma de minhas bandas prediletas, Legião Urbana, trata muito bem desse assunto: a estupidez humana. “Vamos celebrar a estupidez humana/A estupidez de todas as nações”

É por isso que o mundo é assim cheio de guerra e crueldade. Mentes pequenas, atitudes estupidas.

O que eu quero dizer é que não importa como eu me vista, quantos carros eu tenha, nada disso importa! Eu sou uma pessoa e mereço ser respeitada,

Um tio meu uma vez foi comprar um carro. Sua roupa e modo de agir eram humildes e por isso o vendedor o desdenhou. “Quero esse caro”, disse meu tio “O preço é muito alto para você” disse o vendedor. Meu tio sem perder a compostura disse que tinha condições de comprar um bom carro e logo após pediu para que um outro vendedor fosse atende-lo. No final ele levou o carro que o tal vendedor esnobe disse que ele não tinha condições de levar.

Está é uma antiga lição: não devemos julgar as pessoas pelo que aparentam, pois elas podem te surpreender.

Uma vez Megan e eu decidimos passar batom vermelho (estávamos no oitavo ano e queríamos mostrar que poderíamos ser femininas) nosso amigo disse que meninas com batom escarlate querem seduzir alguém (um eufemismo para puta). Tiramos o batom na mesma hora e raras foram as vezes que voltamos a usar qualquer batom escuro na escola ou para sair.

Hoje eu parei para pensar e percebi que não tem nada demais em usar um batom mais escuro. Eles não me classificam como santinha, boa moça ou puta.

Tudo não passa de uma convenção social ridícula que temos que nos portar e nos vestir de tal forma. E se eu quiser usar moletom e calça jeans no verão? Serei presa?! As pessoas têm que aprender a cuidar de suas próprias vidas. Não aguento mais uma vizinha falando “Nossa ela está na rua a essa ora”, quer saber de uma coisa? Eu não devo satisfação a ninguém! Todos deviam ser tratados de forma igualitária e respeitosa independente da condição social ou da aparência.

Ser loira não quer dizer que a pessoa seja desprovida de inteligenciam o único desprovido de inteligencia é aquele que considera a cor do cabelo para avaliar a capacidade intelectual de uma pessoa.

Ser negro não é sinônimo de escravo, ser branco não quer dizer que a pessoa seja superior.

Nem toda baixinha é irritadinha, nem toda garota é romântica ou gosta de rosa. Nem todo garoto é um galinha desalmado.

Queria apenas dizer que não importa como eu me vista ou quanto dinheiro eu tenho na conta, o importante mesmo é saber que eu sou honesta comigo mesma e que não irei ficar jogando minha opinião (aquela opinião que não é construtiva e é apenas venenosa, uma opinião ridícula que mostra que nós nos importamos apenas com as aparências) para pessoas que eu mal conheço. Não quero ser mais uma máquina, obedecendo uma sociedade manipuladora e preconceituosa.

Eu quero ser apenas eu, e não quero nunca mais ter que tirar um batom ou trocar de roupa por causa da sociedade que dita o que eu devo ou não fazer. O que eu não daria para um mundo sem estereótipos.


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