Relatos de uma sociedade em crise. escrita por Lu Jackson


Capítulo 2
Automutilação.




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Nunca me cortei, mas confesso que em alguns momentos minha dor emocional quase me convenceu a transforma-la em dor física. Eu sei que isso é considerado uma fraqueza estupida, porém apenas as pessoas que já passaram por muitas coisas sabem como é a intensa vontade de pelo menos por um momento se livrar da dor. Em muitos momentos cheguei a pegar uma faca e ficar encarando, esperando apenas a coragem aparecer. Fiz leves cortes nas pernas, nada muito profundo ou que me faça correr algum risco (produziu apenas uns arranhões, não tive coragem suficiente para me cortar de verdade)

Conheço uma garota chamada Emma (outra vez um nome inventado para proteger a identidade real)

Emma tinha depressão e por isso se cortava. Suas notas não eram boas, seus pais não se importavam com ela e preferiam o trabalho a passar um tempo com a filha, ela via espíritos (nunca acreditei que essa parte fosse verdade, pois ela exagerava ao falar deles e do que presenciou)

Seus pulsos eram marcados, ela teve muitos namorados e toda vez que terminava era um corte a mais. Apesar de ser popular ela era infeliz.

Beatriz e Rebecca eram outras populares que também se cortavam, muito embora suas vidas fossem aparentemente perfeitas. Lilian era uma amiga próxima minha, sua mãe foi assassinada e o que restou para a pobre Lily foi a depressão e a automutilação.

Ela se cortava por se achar gorda, se cortava por sentir falta da mãe e chegou até a tomar antidepressivos. Por causa dessas garotas tesouras afiadas ou qualquer coisa que pudesse corta a pele foram banidas da escola.

Nem sempre sabemos o que faz uma pessoa se cortar, muitas vezes coisas horríveis aconteceram com essas pessoas. Eu me mantive forte, no entanto não posso dizer o mesmo de várias outras pessoas que se entregaram para a dor física para aliviar sua dor emocional.

Emma agora sofre de anemia e as outras garotas citadas correm o risco (me corrijam se eu estiver errada) de pegar tétano.

Ninguém é perfeito (nada e ninguém a não ser Deus é perfeito) então não julgue o menino solitário ou a garota com uns quilinhos a mis. Essa pessoa possui sentimentos como qualquer outra e talvez não aguente a dor de ouvir seus xingamentos ou suas piadinhas maldosas. Não diga que isso é frescura sem antes tentar entender.


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