Lindo CAOS, Meu CAOS escrita por JWHFhiiii


Capítulo 6
Se eu morrer jovem


Notas iniciais do capítulo

https://em.wattpad.com/adf090530a783f0f531cc82affd2ca131db7dae7/687474703a2f2f7332372e706f7374696d672e6f72672f346e776630757538332f696d616765732e6a7067?s=fit&h=360&w=720&q=80



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669537/chapter/6

Liam parou o carro em frente a uma casa em uma região um pouco mais bem disposta da cidade.

– Não vai descer? – Neo perguntou quando ele não se moveu.

O loiro sacudiu a cabeça e fracamente sorriu para si mesmo ao dizer:

– É, vou.

– Eu vou também. – Com um pulo e um instantâneo sorriso Júlia desceu do carro. – Então é aqui, ham?

Ela disse apontando para a casa não tão branca atrás de si, com um canteiro meio mal cuidado na frente.

Neo e o garoto saíram logo depois. Os pensamentos do pequeno de dar o fora foram reprimidos no mesmo instante que recebeu um olhar profundamente sinistro do irmão do mal. Ele percebeu que não deveria brincar na hora.

Então todos eles chegaram em frente a porta e Liam tocou a campainha.

– Você deve ser o Liam. – Uma senhora parecida com Elsa, porém mais nova, abriu a porta e se forçou a sorrir para aquela figura alta e com olhos poderosos a sua frente lhe encarando, mesmo que sua mente gritasse para se afastar. – Por favor, entre. Fique à vontade, não repare muito... Estávamos mesmo lhe aguardando...

Ela dizia sorrindo ainda. Perdida entre seu medo, o temor, insegurança e a confusão de não saber o que dizer à frente de alguém como ele.

Júlia se sentia nervosa e não conseguia entender como Liam poderia não estar, ela estava por ele! Ela olhou para o Neo que parecia não notar nada diferente. Ela preferiu não comentar nada e entrou também.

Estavam todos na sala, sentados parecendo realmente só estarem esperando algo.

Eles se movimentaram ficando instantaneamente tensos ao ver aquela figura entrar na casa deles. Mais ainda quando surgiu uma cópia, logo atrás...

A senhora se apresentou como irmã da Elsa, Judith. Seu marido estava ali, um senhor grisalho bem acima de seu peso, com bastante gordura a mais como Judith. Ela o apresentou para o loiro, que só estendeu a mão o cumprimentando.

Júlia olhou ao redor e percebeu o efeito que eles tinham sobre os presentes daquela casa. Neo não costuma tentar se esforçar para mudar isso. Mas Liam tenta parecer mais... Acessível. A maior parte do tempo... Naquele momento, ele não estava sendo assustadoramente um ser perigoso e impassível, porém também não estava sendo o cara leve e tranquilo que sabia ser...

– Esses são nossos netos...

Ela apontou para a sala e havia uma garota, bem magra sentada, antes de forma jogada no sofá. Agora com seus músculos tensionados e as costas ereta. Possuía cabelos pretos, olhos escurecidos, inclusive ao redor com maquiagem forte.

Havia dois garotos, mais novos que ela, um gorducho um pouco mais alto e outro tão magro quanto a garota e aparentemente da mesma idade que seu primo. É, eles eram primos.

Liam só acenou para o que a senhora lhe informava e então ela se virou para um casal que se aproximava.

– E esse é o Tiphe, o filho da Elsa, e a sua mulher, Ilda...

O loiro então se virou para o homem que se aproximava. Ele devia ter em torno de seus quarenta anos. Era um homem bem apessoado, vestia um terno. Toda sua família estava formal. Ele possuía algumas entradas na cabeça e fios brancos, seu rosto era sereno e relativamente sério. Parecia cuidadoso agora, mas verdadeiramente prazeroso e interessado em cumprimenta-lo, talvez conhece-lo.

– É um prazer, senhor. – Tiphe lhe estendeu a mão lentamente e bem sem graça, mas com genuíno empenho cordial.

O homem estava um pouco nervoso também e realmente inseguro.

Liam detectou todos esses sentimentos nele e poderia dizer que são ótimos sentimentos para se sentir naquele momento, para ele mesmo inclusive...

– É um prazer te conhecer também... – Liam apertou sua mão. – Eu realmente queria saber como são os filhos da Dona Elsa. Sua mãe é... Uma pessoa maravilhosa.

– Ela é. – Ele disse sem graça, mas com completa segurança disso.

– Me chame de Liam.

Então eles conversavam quando a família ali viu a criança atrás de Neo e se assustaram inclusive em um nível maior do que até o momento. Um nível não tão controlado pelo menos, ao ver aquela figura.

Judith sussurrou para o marido, em um desespero levantando sua voz algumas oitavas:

– O que ele está fazendo aqui?

O Neo percebeu e disse para o Liam simplesmente:

– Li, vamos te esperar lá fora.

Liam concordou e aceitou se sentar em uma mesa na cozinha a parte a toda a família, para conversar com Tiphe. Ele tinha tantas perguntas que gostaria de fazer. Muitas coisas sobre ele que gostaria de saber.

Aceitou uma bebida local e aproveitou para investigar tudo que ele gostaria.

Júlia permanecia na sala.

– Vocês viram? Eles são amigos do VK! – O gorducho disse.

– Não fala esse nome aqui, menino! – Judith brigou e depois olhou sem graça para Júlia que ainda estava ali.

– Eles não são tão monstros assim quanto você disse prima. – O magrelo disse para a garota.

– Não, ela vai por um pôster no quarto e vai ficar beijando ele que nem ela faz... "Oh Joshua, meu amor!"... – O seu irmão gorducho caçoou.

– Cala a boca seu balofo! – Ela deu um tapa audível contra a cabeça de seu irmão.

– Ahn... Eu vou esperar lá fora também... Foi um prazer conhecer vocês! – Júlia tentou ser educada e sorrir, para sair dali o quanto antes.

Bom, ela estava longe de ser uma princesa, ou a senhorita cordialidade. Com habilidades sociais e tudo mais. Era mais fácil quando o Liam ajudava, mas considerando que ele estava ocupado demais, se deixando levar em um de seus momentos de admiração por coisas humanas...

Ela ficaria melhor esperando lá fora com o Neo, ele deveria estar precisando de companhia inclusive.

– Vocês se comportem, vocês assustaram a menina! Ela vai achar que vocês são um bando de animais!!

– Ai credo, vó! – A garota falou voltando a se jogar no sofá e bufar.

– Não, não. Está tudo bem mesmo. Eu entendo totalmente. Eu e minhas irmãs temos uma relação parecida também...

– Sério? – O magricelo perguntou.

– É... – Então ela se esforçou para lembrar o que ela deveria fazer... Depois de todo esse tempo em Owner e convivendo com realeza, ela deveria saber o mínimo. – Oh, a propósito, meu nome é Júlia. E vocês?

Idiota, nem tinha se apresentado ainda. Agora estava melhor.

– Meu nome é Napoleão. – O magricelo falou.

– Meu é Romã.

– Sou Annabeth.

– Ok...

– Annabeth deve ter sua idade, não é filha?

– Eu tenho 17. – A garota disse querendo parece desinteressada como ela devia ter habilidades durante anos praticando, mas dessa vez, falhando miseravelmente. Ela estava interessada naquilo, bastante.

– É, quase... Eu tenho 18. É um prazer conhecer vocês.

– Viu que ótimo, Annabeth. Você vai ter companhia lá, vocês podem até se tornarem amigas...

– Claro... – Júlia falou e Annabeth bufou.

A sua avó lhe deu um olhar duro, então sorrindo para a garota, agora sem a presenta dos gêmeos a atmosfera parecia mais amena e muito mais fácil de se mover. Apesar de que talvez pela proximidade, deixava ainda uma certa antecipação nervosa em todos no local.

– Então você é amiga do Liam?

– É, sou... – Júlia sorriu. – E sou namorada do irmão dele. Aquele que estava aqui, o Neo.

– Oh... – O senhor expressou sua surpresa com várias perguntas coladas na língua, mas sem conseguir emitir. Deixava para sua senhora, até porque ela já estava no embalo.

– Ah, eles são gêmeos, caso vocês estejam se perguntando... – A garota se apressou a explicar em frente ao silêncio que se formou.

– Ahn... Nós arranjamos uma lembrancinha, para dar como agradecimento pelo convite. Deixa eu te mostrar o que é, talvez você possa nos ajudar.

– Claro! Mas realmente não precisava, eles não vão nem se importar...

A senhora então olhou para ela, com quase decepção conformada em seus olhos, ela sabia que eles eram simples demais para dar algo, ela disse isso ao seu marido... Mas então Júlia se apressou a consertar:

– O que eu quero dizer, é que eles vão adorar de qualquer forma. – A garota abriu seu melhor sorriso.

– Vem vou te mostrar, vem comigo também Annabeth, você que sabe qual é.

– Vó, eu já te falei!

– Vem Annabeth! – A garota levantou do sofá a contragosto e seguiu a velha senhora e Júlia para o andar de cima.

Enquanto isso na cozinha.

– Nada como a comida da minha mãe, não é? Estou com saudades já. É a melhor, quando ela vem aqui, ela sempre deixa a geladeira estocada por semanas. Ela e a tia Judith competem sobre quem faz a melhor torta. Qual acabar primeiro que a outra, a que fez vai falar sobre isso o ano inteiro. – Então Tiphe ria.

Liam sorriu para ele.

– Vocês têm uma família bonita...

– É... Uma família tem seus problemas... Mas se quer saber minha mãe sempre fez o melhor por todos nós.

– É só você? Não tem irmãos?

– Tenho uma irmã, mais velha. Ela trabalha com pinturas, viaja o ano inteiro. Não vai poder estar aqui esse ano, ela é a mãe do Napoleão, aquele garoto ali... O magrinho.

– Sei, eu poderia busca-la.

– Não adianta, ela disse que estaria trabalhando hoje... Ela vive isso.

– Entendo.

– Foi por causa dela que nossa mãe foi pra Owner! Eu disse que minha mãe fazia tudo para que a gente pudesse ir atrás do que a gente queria. Eu é que fui relaxado, eu poderia ser muito mais se dependesse da minha mãe e do que ela sonhava para nós. Do que ela fez por nós... Sabe como é? Nós homens demoramos mais para tomar jeito... – Ele não encarava Liam, era como se falasse consigo mesmo.

– Eu acho que você fez um ótimo trabalho aqui.

– Eu poderia dizer que minha irmã é a sonhadora que nem minha mãe. E eu sou o pé no chão que sei que nós estamos nesse lugar e não temos como sair daqui. Mas eu ainda vou dar um jeito de levar meus filhos para um lugar melhor, nem que seja só eles, sabe? Como minha mãe fez com a Ghalia.

Liam o encarava, enquanto o homem não podia fazê-lo. Tiphe deu mais um gole virando seu copo e sorrindo.

– Por essa noite pelo menos nós iremos, não é? Obrigado por nos convidar e considerar minha mãe tanto assim...

– Você não tem que agradecer. Eu queria saber como seria ser criado por aquela senhora. Posso ver por você que seria alguém honrável.

E ele não dizia aquilo pela conversa deles. Liam sabia desde que o viu.

– Eu chamei um carro para levar todos, já deve estar chegando. Se vocês quiserem fazer mais alguma coisa antes de sair, fiquem à vontade. Eu vou esperar lá fora. Quando estiverem prontos.

Então o loiro se levantou e saiu da casa.

Neo estava escorando na cerca da casa, com seu celular em mão, trabalho. Ele era bem viciado nisso. VoidKan olhava ao redor um pouco a distância, como se analisasse que casa era aquela, ou opções de fuga. Não que ele estivesse pensando em arriscar perto de Neo... E agora então, quando seus olhos viram Liam saindo da casa, ele só desviou o olhar e andou para outro lado, disfarçando seus intensões sobre o lugar.

– Fez o que queria?

– É, acho que sim. A forma como ele se orgulha dela... É quase como isso lhe desse os motivos... Para ser alguém.

– Eu não sei porque você se importa.

Liam se encostou do lado de Neo, que ainda não tirava os olhos de seu aparelho.

– Você deveria tentar às vezes, pelo menos de vez em quando. Ser mais como eles.

– Por quê?

O loiro se virou para o irmão com um sorriso.

– Porque é divertido.

– Faça como quiser. – Neo guardou seu aparelho e caminhou em direção ao carro.

– Não estou brincando de criar uma família aqui, Neo. Eu estou fazendo isso, de verdade. Eu gosto de ter essas pessoas, depois de ver essa reação delas ser construída como resposta a algo tão simples de dar a elas... De ver o quanto elas podem mudar quando contaminadas por isso... É um processo não só interessante de se ver, mas grandemente recompensador. Entretanto você sabe, isso não é só sobre mim, eles não são independentes como nós, se eles sobreviveram até agora foi porque podiam se apoiar um no outro. Nos unir dessa forma é algo que nós precisaremos aprender a usar em algum momento... E é algo útil de se saber fazer. O que eu faço é entender mais sobre isso.

Neo o olhou, ele entendia seus motivos. Havia uma enorme gama de desenvolvimento pessoal, de trabalho, mas mais do que isso havia também diversão... Ele fazia isso porque o divertia mesmo... Talvez Neo pudesse entender um pouco, talvez qualquer Ninfú pudesse, afinal.

O Neo namorava uma humana... Ele podia entender o que era ter um pouco dessa leveza às vezes. O que era se deixar ser humano. O que os torna interessantes.

Ser resultado só desse turbilhão de emoções que sentem a todo momento e jamais conseguir explicar isso totalmente. Na maior parte do tempo, eles sequer tentam. Só buscam fazer aquilo, porque é o que vai os fazer se sentirem bem. Sem mais explicações.

Os dois irmãos estavam um de frente ao outro, próximo ao carro de Neo, quando Júlia aparece na porta da casa, com o restante da família de Elsa atrás.

Liam ignorou a conversa até então e só se virou para ela.

– Liam! Olha isso! – A menina gritou se aproximando.

Então ela colocou algo no chão. Era pequeno e peludo. Um pelo bege, grande e macio de um pequeno filhote que mal podia ficar em pé.

Liam encarou a eles e a garota que se agachava, acariciando o pequeno animal. Sem qualquer expressão no rosto.

Então ele só se abaixou também, deixando sair em um sussurro:

– Vocês não podem estar falando sério.

– Nós queríamos dar alguma coisa, mas não sabíamos o que...

Júlia estava abaixada com Liam, ainda segurando o cachorro.

– O que foi? Você não gostou? - Ela olhou para o Li. – Eles disseram que é uma tradição local dar um filhote quando conhece alguém novo.

– Minha família não é daqui, quase ninguém acompanha essa tradição. É algo idiota... Nós podemos ficar com ele se vocês não gostarem, é só que não sabíamos mesmo o que dar e... Queríamos lhes dar algo em troca... – Tiphe tentava explicar nervosamente.

O loiro pegou o filhote entre as mãos, parecendo ignorar a todos ao redor, só olhando para aquela pequena figura peluda.

– Tiphe, esse é... Um dos melhores presentes que eu já ganhei. – Então ele encarou Tiphe que parou de balbuciar e abriu um sorriso que tentou controlar, mas ficou simplesmente maior do que gostaria de demonstrar. Ele tinha gostado da reação do loiro afinal.

Liam se levantou segurando o cachorro e agradeceu.

– Ei pivete, nós estamos indo. – Liam gritou para o menino a distância e a família se sentiu desconfortável por um momento, até que se questionaram que tipo de intimidade era essa que esses dois poderiam ter.

Quando VK se aproximou, Liam lhe estendeu o filhote.

– Toma, você vai cuidar do Pone essa noite. E é melhor que você cuide direito, se fizer qualquer coisa com ele, vou mandar ele... Te morder, ou algo assim.

O garoto pegou o cachorro, sem jeito para segurar o animal, de início.

– O quê? Pone? Que tipo de nome é esse? E ele nem tem dentes ainda.

– Tá... Mas eu garanto que ele já sabe urinar muito bem.

Então Liam pegou em sua cabeça e o empurrou em direção ao carro, o menino desviou com dificuldade reclamando e o loiro só sorriu para ele, sinalizando com a cabeça para ele entrar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lindo CAOS, Meu CAOS" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.