Lindo CAOS, Meu CAOS escrita por JWHFhiiii


Capítulo 3
Só um sonho




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– Que convidada especial? – Ren perguntou vendo os dois saírem da cozinha.

– Oh, eu acho que eu sei quem é! Deixa a May voltar que a gente vê com ela...

A alguns dias atrás naquela mesma cozinha, Liam estava sentado próximo a mesa de granito onde ele costumava sentar.

– Você acha que ela iria aceitar? – A princesa MaySteel com um fino roupão de seda sobre a pele, caindo sobre suas suntuosas curvas, se aproximou do grande rapaz loiro sentado a sua frente.

Liam passou uma mão ao redor da cintura da princesa, com certa firmeza inata e podendo sentir a surpreendente maciez dela.

– Eu espero que sim. Eu adoraria que ela o fizesse. – Ele disse com olhar vago, escorando seu outro braço sobre a mesa.

– Então nós vamos convidar. Deixa comigo! Eu a posso convencê-la a aceitar... E... – Ela dizia tentando anima-lo.

Liam estava em um de seus momentos introspectivos. Havia aqueles momentos que ele parecia só como qualquer outro Ninfú, distante, silencioso, perigoso... Ela não gostava de vê-lo assim.

Funcionou, porque ele riu dela. Mas então eles ficaram calados.

– Ela é importante assim para você?

Liam olhou para May por um rápido momento vendo verdadeira preocupação em seu rosto. Não era algo que ele parecia que gostaria de falar, mas... Com ela... Era diferente. Talvez ele quisesse o fazer.

E ela genuinamente se interessava que ele o fizesse.

– Quando eu só ficava por aqui, em momentos que eu queria ficar sozinho. Longe das pessoas. Que eu queria só não ter que me preocupar com elas e me permitir ser o meu pior... Para elas pelo menos. Meu eu de verdade, o mais distante de humanos possível. – Ele riu de si mesmo.

"Eu imagino que eu ficava sentado ali. – Indicou seu sofá na sala. – Com um olhar entediado e assassino, com cara de verdadeira morte. Porque eu me sentia assim, realmente, sobre quem se aproximasse. E eu não queria ter que me preocupar com isso, não nesses momentos, não aqui. Eu simplesmente o faria...

MaySteel só cruzou seus braços parada ali. Ela o ouvia, mas não queria o encarar. Ele também não podia a encarar tampouco... Mas era porque ela conhecia aquele Liam. Ele era assim assustador, mesmo que seja difícil imaginar quando o conhecia agindo de outra forma e aquele Liam, realmente ele o faria, sem se incomodar com isso depois.

Porque por mais que ele gostasse de conviver com os humanos e conhecer sobre eles, para o eu Ninfú dele, aquilo podia ser considerado só irrelevante e sem sentido. Vidas humanas continuavam lhe sendo descartáveis, apesar da diversão momentânea que podiam lhe dar às vezes.

– Era uma época que eu fiquei assim por um tempo e acho que o que ela mais via era as diversas garotas que entravam e saíam daqui durante o dia... Ela me via por ali todas as manhãs bem cedo, quando chegava para arrumar o apartamento. E independente da minha aparência ou do medo que ela poderia ter, era estranho como... Ela se preocupava comigo. Sem ela ter nenhuma razão para se preocupar. Era um tipo de sentimento raro e incomum, que eu não tinha como não valorizar...

"A preocupação dela comigo era maior do que o medo sobre mim ou qualquer outra coisa. Ela me fazia refeições e deixava pronto coisas na geladeira, ela achava que eu não comia direito... Eu não me importava porque a comida dela é realmente boa. Antes de sair ela me dizia o que fez para eu me comer, sobre a essência que jogou no meu quarto, que eu também passei a verdadeiramente gostar... Sobre como eu deveria tomar cuidado com aquelas garotas, porque meu olhar era perigoso demais e eu podia partir o coração delas... – Então ele riu.

– Eu totalmente posso imaginar ela falando isso.

– "Ah, mas esse menino! Não toma jeito! Um dia você vai encontrar uma garota que vai roubar seu coração e você não vai querer mais deixa-la ir... Confie nessa velha." – Ele a imitou. – Aquilo foi uma espécie de praga!

– Não foi praga... Eventualmente iria acontecer. Acredite, eu conheço aquelas garotas, todas elas estavam tentando, mas o que eu posso fazer se eu sou a melhor?

Liam olhou para May que mantinha um sorriso controladamente levado em seu rosto. Mas então o loiro só deu um peteleco em sua testa como resposta.

– Ai! – Ela reclamou esfregando a testa, não que tivesse doido mesmo, ou algo assim.

Ele se tornou sério novamente voltando aos seus pensamentos e a sua história.

– Ela gostava de me chamar de menino. Não acho que seja porque ela me considerava assim, parecia mais como... Ela querer me mostrar que tinha coisas para me ensinar... – Ele divagou, quase para si mesmo.

– Ela te chamava de menino, porque ela fazia para você, o que mães fazem.

– É... Algo como um filho... Talvez ela achava que eu precisava desse cuidado. Não que eu precisasse realmente, mas não posso dizer que não gostei de ter essa experiência... E mesmo que ela fizesse isso de forma descompromissada sem intuito de criar laços, eu já a considero membro interina disso aqui... Acho que algo como família.

– Para mim está perfeito. É a sogra mais fofa que eu poderia querer...

Liam só riu de May entrando na conversa dele.

– Mas e... Seus pais de verdade, Li?

– Eu não tenho pais, May.

– Como não?

– In vitro ou qualquer que seja outra origem, nunca me importou.

– Sério que você nunca teve vontade de saber?

– É... Nunca. – Ele pareceu pensar sobre aquilo, estranhando o pensamento também.

– Eu acho que nós deveríamos procurar. Só para saber pelo menos...

– Se você quiser fazer isso, fique à vontade. – Ele deu de ombros. – O que eu gostaria, é que todas as pessoas que importam para mim estivessem nessa noite. Vamos fazer isso oficial e da maneira certa, quero que todos eles saibam que temos uma nova integrante na família... Mas seria importante que sua família estivesse também. Eu gostaria que chamássemos seus pais.

Ela soltou um guincho rápido de ar, não era nem desaprovando a ideia. Era só não acreditando nela.

– Eles nunca iriam. Mas se você quiser fazer isso, fique à vontade. – MaySteel com um sorriso amigavelmente falso imitou a frase do loiro, que só riu dela.

A garota logo o acompanhou nas risadas quando uma senhora entrou ali na cozinha, vinda do corredor.

Ela olhou para os dois jovens, Liam sentado em uma alta cadeira no balcão de granito e May a sua frente, enquanto os braços dele a envolviam pela cintura e os dois riam juntos.

Um sorriso se abriu nela, antes de ela dizer:

– Já terminei o quarto de vocês, fiquem à vontade para voltar se quiserem.

– Ah, obrigada, Dona Elsa. – MaySteel disse ainda sorrindo e se virando para a senhora.

Ela era uma figura um pouco curvada, mas aparentemente bem saudável com seu peso da idade sobre as pernas e experientes rugas da vida no rosto.

Dona Elsa era só uma mulher comum. Nada muito especial sobre ela. Estava acima do peso, trabalhava em Owner a tanto tempo e tentava permanecer ativa e forte, sem querer deixar que nenhum empecilho a impedisse de continuar por ali e fazer o que ela sabia que fazia bem. Seu rosto transmitia certa bondade inata, assim como também simplicidade e algumas marcas do mundo.

Seria mais alguém, se você a olhasse. Ela não era, para o Li.

– Dona Elsa! Estávamos falando da senhora. – Liam se levantou indo em direção a ela. – Sente-se aqui com a gente.

– Oh não menino, eu ainda tenho todos os outros cômodos para ver...

– Ah, esquece eles. Eu arrumo depois...

– De jeito nenhum, meu filho. Eu acho que ainda consigo fazer o meu trabalho...

– Claro que consegue. Só que a senhora tem que se sentar mais de vez em quando. Sente-se aqui por agora. – Então ele a levou, colocando suas mãos ao redor do ombro dela e a sentou em frente a cadeira onde antes ele estava. – Precisamos conversar com a senhora.

Dona Elsa olhou ao redor e viu May com um lindo e honesto sorriso no rosto parada ao lado. Li, mal tinha se sentado ainda, quando ela já estava batendo contra o ombro dele.

– Menino! Levanta, deixa a sua garota sentar!

– Não, não precisa... – MaySteel se apressou a dizer quando percebeu que Elsa falava sobre ela. – Eu estou bem aqui...

– Claro que precisa. Seja um cavalheiro, rapaz... Um homem precisa fazer esse tipo de coisa, não vai querer perde-la de novo, não é mesmo?

MaySteel olhou para ela surpresa como aquela senhora poderia saber da história deles. Mas ela definitivamente não queria se sentar.

Então Liam fingindo ter sentido dor no braço e ter percebido uma sugestão de ouro, ele se levantou e falou:

– Claro. Com certeza, May, senta aqui. – Ele se levantou passando o braço entorno de MaySteel e a levando para se sentar.

– Não, mas eu não quero... – A princesa ainda questionava...

– May. – Li deu um último aviso e ela se sentou cruzando os braços. Liam riu e se voltou a sua super conselheira.

– Dona Elsa, eu tenho uma proposta para a senhora. E eu gostaria muito que aceitasse...

MaySteel então forçou um sorriso também voltando a conversa.

– Eu e a May vamos fazer uma confraternização nas Festas. Eu não sei se a senhora já tem planos... Com a sua família... Mas gostaríamos que passasse com a gente e todos os seus familiares estão convidados também. Eu, na verdade, adoraria conhece-los. Principalmente seus filhos... Eu posso ir busca-los e trazê-los quando quiserem...

– Oh não... Meus filhos estão atualmente morando fora de Owner, eu não lhes incomodaria com isso...

– Não é nenhum incomodo. Eu gostaria de fazer isso. Se a senhora aceitar...

Então ela fungou em uma respiração pesada. Aquela senhora sentada na cadeira polida e metalizada daquele espaçoso apartamento, tinha lágrimas começando a descer pelo seu rosto.

– Meu filho... Você não tem que se preocupar comigo assim. Eu fico honrada pelo convite, a vocês dois. Vocês formam um casal tão lindo! Já sou uma velha feliz até demais por poder te ver sorrindo assim. Por poder ter conhecido alguém tão precioso quanto você. Que eu chamo de garoto... Mas olha para você. É o homem mais incrível que essa velha poderia ter o prazer de conhecer e ainda assim aceita ser o meu menino. Pra mim... Saber que você enfim encontrou paz meu filho... Era tudo que eu desejava para você...Vocês não precisam se incomodar comigo, eu, uma simples velha, jamais sonharia em estar no mesmo nível de vocês meus amores...

– Dona Elsa...

– Dona Elsa. – May então falava, se debruçando um pouco e pegando a mão da mulher a sua frente. – A senhora é alguém importante para o Liam, acho que nenhum de nós tem dúvida disso... Se a senhora é importante para ele, então a senhora se torna duplamente importante para mim. Seria uma honra para nós te termos na nossa festa, você e toda a sua família seriam nossos convidados especiais e eu farei o possível para esse dia ser o melhor para você...

– Oh, meninos eu adoraria passar esse dia com vocês...

– Se a senhora achar que irá ficar desconfortável ou algo assim, só me fale porque a senhora é minha sogra... Porque pelo que eu saiba a única pessoa que pode mexer com a sogra é a própria nora, se não... Cabeças vão rolar.

– Oh! – Ela disse fingindo um susto ainda com lágrimas molhando seu rosto, mas logo ela começou uma risada balançando a cabeça e dando tapinhas em Liam. – Como poderia achar que eu não iria querer ir? Eu ainda não posso acreditar, seria uma honra de verdade menino...

May e Li sorriram um para o outro, dá mesma forma que faziam agora em seu quarto.

Porém era Liam sentado na cama e May mexia no armário retirando uma grande caixa de presente retangular.

– Eu disse feche os olhos! – A garota cobrou enquanto andava até ele e ele só riu fingindo fechar de novo.

Então ela riu colocando a caixa sobre a cama.

– Eu tenho algo para você. – May tirou a tampa.

– Supostamente não deveria ser eu a abrir o meu presente? – Ele questionou, só por curiosidade.

MaySteel riu ainda mais.

– Ah, qual o problema em ser eu? Eu quero te mostrar isso!

– Ok, eu perguntei só para caso em Krasfgar os cos costumes serem diferentes...

– Para! – Ela ainda ria balançando a cabeça, porque não era o que acontecia, talvez a diferente fosse ela. – Deixa eu te mostrar isso.

Então ela levantou na sua mão um suéter preto, com as pontas das mangas e o colarinho vermelho vinho. Era um material nobre e fofo. Realmente confortável.

– Segura.

Ele pegou a peça e ele levantou mais uma. Menor que aquela, com um corte bum pouco diferente, sendo de resto idêntica a anterior.

– Essa é minha! É um suéter de Festas de casal! Eu mandei fazer para nós... Se você não quiser usar eu vou totalmente entender...

– Por que eu não iria querer usar?

– Ah, sei lá... Porque é brega! – Ela caiu na gargalhada se sentando na cama ao lado dele. – Se fosse qualquer outro cara... Ou namorado, eu não aceitaria usar isso, mas com você...

– Eu gosto desse tipo de coisa. Achei que você soubesse quando vi que iria me dar isso.

– Que coisa? Coisas bregas? – Ela o provocou.

– Coisas humanas. Que levam sentimento... Eu vou adorar usar isso, princesa Krasfgar. – Ele realmente iria, ele acharia engraçado partilhar dessas bobas tradições humanas, principalmente com alguém como a MaySteel envolvida. – Minha princesa Krasfgar. – Liam se virou para ela e lhe deu um beijo suave nos lábios. – E me diz, que história é essa de "com outros caras"?

Ela riu da pergunta e ia se levantar, quando ele a puxou de volta a jogando na cama. Ela caiu deitada ainda rindo e ele se inclinou sobre ela. Liam e May.

– Oh, princesinha... Você é minha, princesa.

Ele juntou seus lábios de forma que lhes mostrava isso e May... Não tinha como concordar mais.


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