Last Breath escrita por Bee


Capítulo 2
Capítulo 2.


Notas iniciais do capítulo

Ei, então, eu sei que vocês minhas duas leitoras estão ai nervosas porque eu prometi postar toda semana mas não fiz, e como a dona Mione não foi me dar uma bronca no whatsapp eu só queria ver onde dava. Brincadeira. Eu estava em um sério bloqueio criativo, e meu Bog o capítulo 5 não sai, por mais que eu tente. Apenas de que agora estamos na metade dele. E isso é muito bom haha E vou postar mesmo assim, com três dias de atraso, eu sou má. E espero que gostem desse capítulo, um pouco da história vai ser revelada agora.
Enjoy it. Boa leitura e até lá embaixo.



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Lily estava em sua cama, e sua cabeça estava um turbilhão severo de pensamentos insensatos. Havia anos que aqueles pensamentos estavam dentro da cabeça da garota. Talvez a solidão a tenha feito assim, mas nem mesmo a garota sabia.

Após a partida de Hugo, anos atrás, a garota procurou uma nova companhia. Diga-se de passagem que foi difícil para a garota encontrar alguém que andasse com ela, pois ela não fazia bem o estilo de garota repleta de amigos, e super popular. Ela encontrou alguém que assim como ela era do tipo excluída, alguém tão parecido com ela como Hugo sempre foi. Lily havia conhecido Genevive, uma garota de sua idade, com as mesmas ideias de diversão e de tedio, em menos de dois meses se tornaram amigas.

Mas o que liberou o lado negro de Lily? A morte de Genevive. Mas por que isso tornaria Lily Luna Potter, a doce filha mulher de Ginny e Harry, uma garota dominada pelo lado negro da força? Porque Lily viu a doce Genevive ser assassinada. E pior ainda, com frequências tinha visões de Genevive, fosse em seu quarto, fosse na sala de aula, fosse na rua. E aquilo a atormentava.

A ruiva girou em sua cama. A imagem de Genevive estava em sua cabeça, ela via o sangue, ela via a dor, ela se via impossibilitada de ajudar a pobre garota loira que se contorcia a sua frente. E lembrava de que estavam jogando. A garota caiu. Sangue. Dor. Paralisia da ruiva. Nunca contaram para Lily o que havia acontecido, exatamente. Apenas a disseram que a loira havia comprido sua missão na terra, e havia partido para ajudar o Senhor a cuidar da vida aqui embaixo.

– Baboseira. – a ruiva disse lembrando de tudo. Pegou o telefone, não ia ficar ali sozinha naquele quarto. Sabia que a solidão lhe trazia a tormenta. Após três toques, ouviu a voz de sua tia. – Tia Mione? Posso falar com o Huguito?

Não demorou muito até que Hugo estivesse no lugar marcado a esperando. Ele lia um livro, e aquilo era estranho para Lily, pois quando o ruivo partiu ele odiava livros. Mas antes que a garota pudesse ver o titulo do livro o garoto guardou o tal na mala em uma velocidade incrível. – E ai, ruivinha? – ele disse animadamente.

– Cenoura! – a ruiva o cumprimentou sentando ao seu lado no banco daquela praça antiga onde costumavam ficar.

– Sabe, quando eu cheguei aqui, eu olhei aquele balanço. – Hugo apontou o tal balanço, e com um sorriso de lado (o qual deve ter aprendido com seu pai) e encarou a prima – Lembra dele?

– Não. – a garota foi sincera, não lembrava mesmo o que havia acontecido ali. – O que tem ele?

– Uma vez, acho que a Vic e o Teddy haviam trazido a gente aqui, e você me desafiou a saltar o mais longe possível após se balançar no balanço. Eu o fiz. – e com um sorriso taciturno ele a encarava – Quebrei meu nariz naquele dia. Mas quebrei o nariz com um sorriso no rosto. Foi alguns dias antes da minha viagem para a Alemanha.

– Desculpa. – Lily disse rindo, mesmo sem querer rir. Mas havia realmente se lembrando daquela cena, e a cara de Hugo aquele dia foi o climax de sua infância, o jovem ruivo e sardento sorria, mas o sangue tornava seu sorriso medonho.

O silencio se instaurou no lugar. Era fino como uma placa de gelo, e também tão horrivelmente gélido quanto. Lily só queria falar uma coisa, mas sabia que se o fizesse acabaria totalmente com o clima.

– Ei. – Hugo a chamou – Vamos ver quem balança mais alto? Como quando éramos crianças?

– Huguito, nós não somos mais crianças, não tem por que agir como se fossemos. – sua voz séria assustou o ruivo.

– E do que adianta viver a vida como velhos. Lilian Luna, nós podemos morrer amanha, temos que viver nosso hoje. – o ruivo estava em frente à garota, e por algum motivo ela realmente temeu aquelas palavras.

– Tudo bem. – ela se rendeu e se levantou indo até o balanço.

– Não vale largar antes. – o garoto se sentou no velho balanço, e ele rangeu. – No três. E um, e três. – o ruivo largou os pés se balançando.

– Você trapaceou. – Lily gritou se soltando assim que o garoto voltou.

– Em Roma faça como os romanos.

– Um romano deve estar querendo te matar nesse instante. – Lily gargalhou. Era difícil falar enquanto eles se balançavam e ficavam levemente fora de sintonia por instantes.

– Pois que venha, algo pode me matar antes. – ele gritou enquanto quase voava.

Lily sentia o vento em seus cabelos, sentia o ar rarefeito, sentia a velocidade, sentia como se estivesse voando. Ela se sentia jovem, e sentia que seu ultimo suspiro poderia ser ali e agora. Afastou aquele pensamento, e só então notou que Hugo havia parado de se balançar e apenas sorria.

– Isso foi bom. – ele disse apenas, mas parecia taciturno demais.

– Você acha? – a garota não o havia achado, pois sentia aqueles pensamentos horríveis em sua mente, e não conseguia os mandar para longe.

– Claro. Quase me senti uma criança livre.

– Mas você é. – Lily sorriu.

– Quem dera.

E o silencio se formou ali novamente. Aqueles pensamentos negativos estavam povoando a cabeça da garota. Foi então que ela lhe olhou.

– Hugo, por que você me abandonou?

– Era necessário, Lily. Acredite foi difícil para eu ir também. Mas foi preciso. – o ruivo disse, encarando o entardecer que agora brilhava no horizonte.

– Mas eu me senti tão sozinha.

– Eu me senti sozinho também.

– Então por que se foi? – ela gritou, e saiu correndo em direção a sua casa.

– Lilian! Lily, volte aqui. – ela ouviu o grito do primo, mas não voltou, não olhou para trás, apenas continuou.

Ela lembrou que se não fosse pela partida do primo, ela não teria conhecido Genevive, e não teria presenciado a morte, não seria quem ela achava ser agora. A garota ouviu passadas atrás de si, e resolveu parar. Viu Hugo, o garoto estava ofegante.

– Me desculpe. – ele disse, mas antes que ela pudesse gritar com o garoto, ele caiu no chão, e seu nariz começou a sangrar.

– Hugo. – ela gritou e correu até o garoto, se ajoelhando perto dele. – Hugo o que aconteceu?

– Eu só não estou me sentindo bem. – ele gemeu, o que assustou a garota.

– Vamos, eu vou te levar pra casa. Mas me ajude a te levantar. – Lily passou os braços por baixo do braço de Hugo, e o abraçando o levantou.

O caminho até a casa de Ronald e Hermione foi silencioso e demorado. Hugo era pesado, pelo menos para que uma garota levantasse. Lilian tentava a todo custo manter o primo acordado, sabia que não era normal a frequência cardíaca que sentia sob a roupa do primo, a respiração acelerada do garoto se juntava com a dela, mas por motivos diferentes, a ruiva estava cansada da caminhada – considerando que ela era bem menor e mais fraca que o garoto – e ele, bom, Lily não sabia bem o porque da respiração dele estar daquela maneira, mas de algum modo sabia que não era certo.

– Calma Hugo, estamos chegando, sua mãe vai saber o que fazer para você melhorar. Ela sempre soube. – Lily o encorajou com um sorriso que raramente dava. O sorriso de esperança. Esperança que nem ela tinha.

Mas algo pareceu estar realmente fora do normal, já que quando o ruivo ouviu aquelas palavras agitou-se mais ainda, tanto que acabou caindo na calçada imunda, e ali ficou. – Huguito, que foi? Vamos primo, pare com isso. Está agindo como uma criança.

Nada adiantou. Ele se sacudiu, e com um movimento mais forte do que ela esperava ele caminhou no sentido contrario. – Hugo Granger Weasley, trate de vir até mim agora, você está passando mal.

– É Jet Lag. – ele caçoou, mas sua voz o entregava, ele estava assustado.

– Jet Lag o caramba. – ela esbravejou. – Eu ouço essa desculpa de Jet Lag, Jet Lag, mas Jet Lag não faz isso com ninguém, sério, como Jet Lag causa palpitação e nariz sangrando, ou respiração assim? Hugo, me escute.

– O que, Lilian? – ele gritou, sua face estava vermelha, tanto pelo sangue que lhe cobria o buço, quanto pela raiva.

– Vamos para sua casa, agora. – ela sentenciou. – Se você não for comigo, não vai a lugar nenhum pelo resto da sua vida, pois eu arrancarei suas pernas.

– Eu compro uma cadeira de rodas. – Hugo brincou, mas não continuou a andar, apenas parou, parecendo exausto.

– Se essa ameaça não adianta, eu cortarei suas partes intimas e darei para os cachorros, apesar de que acredito que eles não comam carne de covarde. – Lily Luna sorriu, aquele sorriso sádico que se manifestava na nova versão da garota, nova pelo menos para Hugo.

– Eu vou, pois ainda gosto das minhas partes intimas e do poder que elas exercem sobre as mulheres.

– Susto? Constrangimento alheio? Náuseas? – Luna ironizou.

– Susto com o tamanho sobrenatural. – Hugo já estava ao lado da menina, e sorria pervertidamente.

– Certo, vamos lá, superdotado. Vou te levar pra casa.

Quando chegaram até a grande casa dos Granger-Weasley, Lily sentiu uma ponta de vergonha ao bater no batente da porta. E quando sua tia apareceu, notando o sangue no rosto de seu caçula, seus olhos se encheram de lagrimas.

Quanto drama. – Lily pensou consigo. – É apenas um nariz sangrando.

Apenas um nariz sangrando.

– Hugo! Ronald, venha me ajudar, por favor. – a tia Mione gritou da porta da casa, assustada demais para fazer qualquer coisa.

– Ah, novamente? – Ron apareceu, sua cara estava nada boa enquanto encarava o filho. O ruivo, que agora já estava calvo por conta da idade, pegou o seu filho no colo como se tal ato fosse o mais fácil de sua vida, e seu filho tivesse o peso de uma criança.

– Coloque-o no sofá, e ligue para o doutor Ramirez. Certo, querido? – Hermione abraçou seu marido e só então olhou a afilhada no batente da porta. – Faz muito tempo que ele começou a sangrar?

– Não sei, talvez uns vinte minutos. Ele apresentou resistência em vim para cá. – a garota explicou – Por que o nariz dele tá sangrando?

– Acredito que seja Jet Lag apenas, minha querida. Não se preocupe, são os ares, ele passou muito tempo na Alemanha, e vai demorar a se acostumar. – Mione sorriu.

– Eu acho que vou pra casa. – Lily suspirou, virando as costas.

Lily voltou ao mesmo ponto que estava. A cama. O teto. Genevive. Sangue. Genevive sangrando enquanto se contorcia no chão. Hugo sangrando. O desespero no olhar de Hermione. O olhar choroso da mãe de Genevive. O caderno.

E como um metal atrai um imã, o caderno (agora surrado e riscado até a onde podia) atraiu a mão da garota. Ela precisava escrever. Ela precisava colocar aquelas coisas para fora, ou seu peito explodiria. Isso se ainda existia algo dentro do peito daquela garota, tirando as teias de aranha, e poeira de algo que não é tocado há anos.

Como um sonho ela viu a jovem, o sangue na boca estava seco, assim como estava quando os paramédicos chegaram, Lily se viu parada, as lagrimas que antes escorreram pelo rosto agora formavam uma salgada mascara de nada. Sem dor. Sem sofrimento. Genevive morrera, disseram os paramédicos. Sua melhor amiga havia morrido, e ela nada havia feito.

– Alguém tão jovem para lidar com a morte assim. – alguém na rua dissera.

– Ninguém com essa idade deve lidar com algo assim. Mas a morte não perdoa ninguém. – outra pessoa respondera.

Um bando de abutres, seguindo o cheiro da morte, se amontoara ao redor das duas e dos paramédicos. Lily viu a policia se aproximar. Mas não se mexera. Quando a polícia chamara seus pais, ela ainda estava ali, encarando o local onde o corpo pequeno e franzino de Genevive ficava.

Lily sentia o gosto doce da dor. Ela a merecia. Merecia por não ter ajudado a amiga. A ruiva via o sangue gotear do seu pulso direto para o carpete.


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Notas finais do capítulo

Ei, e ai o que acharam? O que acharam do nervosismo e drama da Mione ao ver o filhotinho daquele jeito? E o que acharam da história sobre Lils e Genevive? Então, quero que me digam o que acharam e bom, é isso, até semana que vem :)



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