Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira


Capítulo 8
Namorando escondido




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O sinal anunciando o início das aulas tocou no Ridgeway.

— Vamos subir Cris – chamou Alison.

— A Belinha ainda não chegou – falou Cris.

— A preguiçosa deve ter dormido mais que a cama, daqui a pouco ela aparece – disse Alison.

— Agora ele não pode subir para as aulas sem a namorada – observou Rick num tom de sarcasmo.

Isabelle chegou correndo, segurando Eddie e Nick pelas mãos.

— O carro do meu pai estragou há quatro quarteirões, tivemos que vir correndo – explicou a loirinha.

Eddie e Nick soltaram as mãos da irmã e correram para o lado do ensino fundamental.

— Eu estava preocupado – contou Cris, aproximando-se de Isabelle e prestes a dar-lhe um beijo nos lábios, mas ela virou o rosto, de modo que o beijo foi depositado na bochecha.

— Lembra do que eu te falei? Discrição. Agora vamos subir.

Cris pegou os livros dos braços de Isabelle e ela questionou:

— Quer emprestado o meu material?

— Não, só vou carregar pra você. Tenho uma ótima notícia, hoje temos aula juntos. Isso não é demais?!

— É sim, só menos empolgação.

No meio da aula, Cris mandava mensagens ao celular de Isabelle:

“Tô aqui atrás, olhando para a menina mais linda que eu já vi”

“Seus cabelos loiros são lindos como raios de sol”

“Tô ansioso para sairmos daqui e eu poder te beijar”

Isabelle tentava olhar disfarçadamente para trás e via Cris com uma cara de bobo e o olhar fixo nela.

A professora chamou a atenção:

— Senhorita Benson, está com algum problema?

— Não senhora.

— Por que olha tanto para trás e para suas pernas? Deixa eu advinhar: Está usando o celular para conversar com um colega. Dê-me agora! - estendendo a mão para exigir o celular.

— Não estou com o celular, eu o esqueci em casa. Só tô nervosa com a prova de matemática no último tempo. Prometo que vou me concentrar agora.

— Pensa que eu nasci ontem? Sou professora há 12 anos! Conheço bem o comportamento dos alunos nessa era digital. Só por causa da sua mentira além de me dar o celular, vai ler para a turma as mensagens que enviou e recebeu.

— Isso é abuso de autoridade! - disse Isabelle, nervosa, ficando de pé.

— O seu comportamento é um abuso! Já para a Diretoria!

— Tanto faz! - falou Isabelle, pegando a mochila e saindo apressada. Estava aliviada, preferia a detenção a mostrar pra turma o teor das mensagens recebidas.

Na hora do intervalo, Alison, Cris e Rick esperavam Isabelle no refeitório ansiosos.

— Peguei detenção de novo, já tô acostumada, mais um sábado... - contou a loira.

— Dessa vez foi minha culpa Belinha. O que posso fazer para me redimir? - perguntou Cris, sentindo-se culpado.

— Que tal parar de me mandar mensagens durante a aula?

— Isso não vai se repetir. Mas, nada impede que eu te mande nos intervalos da aula. Olha seu celular.

Isabelle pegou o celular na mochila e leu:

“Quando você sorri meu mundo se enche de graça”.

Alison e Richard começaram a rir compulsivamente, deixando Cris irritado:

— Qual a graça?

— Você tá muito mal mesmo amigo, já perdeu o senso de rídiculo – respondeu Rick.

— Você tá é com inveja! - insurgiu-se Cris.

— Eu vou ter que concordar com o Rick. A paixão faz as pessoas perderem o senso – falou Alison, secando uma lágrima no canto do olho de tanto rir.

— Vocês são dois invejosos. Eu e Belinha estamos juntos e felizes, enquanto os dois estão encalhados! - falou Cris.

— Cris, não precisa falar assim com eles, são nossos amigos – disse Isabelle.

— Tá bom, foi mal galera – desulpou-se Cris.

— Estamos sobrando aqui Rick. Vem, vamos deixar os namorados a sós – falou Alison, puxando Rick pelo braço para o pátio.

— Precisava ser estúpido com nossos melhores amigos? - perguntou Isabelle ao namorado.

— Já tô arrependido. Mas, eles tiraram sarro dos meus sentimentos por você.

— Cris, eu sei que essa coisa de namoro é muito nova pra nós dois. Você tá encarando isso de um jeito muito exaltado e eu, talvez, de um jeito muito contido. Acho que temos que encontrar o meio termo.

— Eu entendo o que você quer dizer. Desculpe a empolgação.

— Desculpe a falta de empolgação, não é falta de sentimento. Só estou um pouco assustada com essa novidade.

— Eu entendo. Vou respeitar o seu tempo e ser menos exagerado.

— Obrigada – falou Isabelle sorrindo, olhando em volta e ao ver que ninguém reparava neles, deu um selinho rápido em Cris.

— Só isso? - queixou-se o garoto.

— Mais tarde, se você for bonzinho, posso te dar mais.

— Vou ser o garoto mais bonzinho do planeta se eu puder ter mais disso. Vamos nos encontrar onde depois da escola? No seu apartamento ou no meu? Ainda temos que fazer o dever de casa...

— Acho melhor no seu, é mais sossegado. Minha avó vai para o meu apartamento tomar conta de mim e dos meus irmãos. Acho isso totalmente dispensável, porque eu já sou praticamente adulta, mas meus pais acham melhor assim...

— Tio Spencer também ainda toma conta de mim, mas quando subimos para o estúdio do ICarly ele não costuma nos incomodar.

— Ótimo! Já temos um lugar só nosso para namorar.

— Eu queria poder namorar você em qualquer lugar.

— Calma, a gente ainda chega nesse ponto.

Mais tarde, no estúdio ICarly, Isabelle e Cris sentaram-se nos puffs com seu material escolar em mãos. Largaram tudo no chão, aproximaram-se e estavam prestes a se beijar quando ouviram uma voz infantil:

— Posso brincar com vocês?

Os dois se afastaram rapidamente e viram Sophie.

— Maninha, não estamos brincando. Estamos fazendo o dever de casa. Mais tarde a gente brinca com você. Por que não vai brincar com o tio Spencer e o Júnior? - perguntou Cris.

— Eles estão brincando de brincadeira de menino, atirando carrinhos na parede. Não tem graça – respondeu Sophie.

— Sophie, depois eu brinco de boneca com você. Mas, primeiro tenho que terminar o dever de casa – prometeu Isabelle.

— Vai demorar? - indagou a pequena.

— Um pouco, quando eu terminar vou te chamar – respondeu Isabelle.

— Tá bom – concordou Sophie saindo do estúdio.

— Sua irmãzinha é um amor – observou Isabelle.

— É sim, mas espero que ela não volte tão cedo – disse Cris, puxando Isabelle para mais perto de si e a beijando na boca.

Os dois já se beijavam há um tempo, cessando apenas por poucos segundos em busca de ar, quando ouviram uma risadinha infantil.

— O mano e a Belinha tão namorando! - cantarolou Sophie.

— Não estamos! - apressou-se a dizer Isabelle.

— Mas vocês estavam se beijando que nem namorados – falou a pequena – Se você casar com meu irmão também vai ser minha irmã, Belinha?

— Não vou me casar com o seu irmão, eu só tenho 14 anos! Sophie, você não viu nada disso.

— Vi sim.

— Belinha, ela é só uma criança, não precisa se preocupar tanto com isso – disse Cris.

— Ela vai contar para os adultos.

— Minha Sophie não é fofoqueira, não é mesmo?

— Sou sim.

Isabelle ficou de joelhos, de frente para Sophie e perguntou:

— O que quer em troca do seu silêncio?

— Doces, muitos doces.

— Sophie, a mamãe já disse que não pode comer muito doce. Fica agitada e vai ter cáries – observou Cris.

— É isso ou eu conto!

— Tá bom, vou à loja de doces e vou voltar cheia de doces pra você, mas bico fechado. Temos um trato?

— Sim, temos – concordou Sophie apertando a mão de Isabelle.

— Não acredito que tô tendo que subornar uma criança – comentou Isabelle, levantando-se do chão após Sophie sair contente com a promessa de doces.

— Até parece que é a primeira vez – comentou Cris.

— Mais uma palavra e alguém vai ficar com olho roxo – ameaçou Isabelle.

— Pensei que depois que a gente começasse a namorar você seria mais doce comigo.

— Não fale em namoro e em doce!

No dia seguinte, a professora começou a passar pelas carteiras para verificar o dever de casa. Isabelle e Cris tentavam desesperadamente responder todas as questões antes que ela chegasse a eles.

— Senhorita Benson e Senhor Shay, podem parar. Já percebi que não fizeram o dever de casa. Agendas na minha mão agora.

Os dois entregaram as agendas contrariados.

Mais tarde, no apartamento 13B, Isabelle viu que a avó estava distraída com Eddie e Nick na sala, aproveitou para ir à suíte dos pais. Pegou um contrato de um fornecedor do restaurante, assinado por Sam, e foi para o seu quarto. Pegou um papel em branco e treinou várias vezes até conseguir assinar de forma bem semelhante à mãe. Então, falsificou a assinatura de Sam no bilhete enviado pela professora na sua agenda.

Enquanto isso, no apartamento 8C, Cris não sabia como falar à Carly. A morena estava sentada à mesa da cozinha, relendo o discurso que faria no partido, afinal, havia decidido aceitar a candidatura à vereadora.

— Mamãe, posso te fazer uma pergunta? - perguntou ele, sentando-se à mesa.

— Claro querido.

— Quando você estava na escola, você já se esqueceu alguma vez de fazer o dever de casa?

— Que eu me lembre não, sempre fui uma aluna muito aplicada. Mas, algo me diz que o senhor andou esquecendo o dever.

— A senhora sempre advinha tudo.

— Vai ver que é porque sou sua mãe e te conheço melhor que você mesmo. Passa sua agenda pra cá. Vou assinar. Dessa vez passa Senhor Cristopher. Mas, se isso virar rotina, o papo vai ser outro.

— Juro que não vai virar rotina.

— Acho bom. Espera aí... O Spencer me disse que a Belinha veio ontem aqui fazer o dever de casa com você...

— Mas foi o dever de geografia, esse é o dever de química.

— Por que não fizeram todos?

— Eu já disse, esquecimento, acontece.

— Acontece, mas espero que só dessa vez.

Ao final das aulas do dia seguinte, Alison propôs:

— Galera, vamos ao boliche mais tarde? Faz tempo que a gente não joga! Convidei o Greg também.

— Não vai dar. Eu e o Cris vamos ao cinema – explicou Isabelle.

— Não podem ir outro dia? - perguntou Richard.

— Deixa eles Rick, a gente marca o boliche outro dia – falou Alison.

— Valeu pela compreensão – agradeceu Cris.

— Vocês são demais! Lembrem-se que para todos os efeitos nós saímos com vocês – disse Isabelle.

— Tá bom Belinha. Já entendi, sempre que seus pais perguntarem você estava comigo – expôs Alison.

— Por isso que você é a melhor amiga de todas – elogiou Isabelle, dando um beijo estalado na bochecha de Alison e saindo com Cris.

— Já eu, sinto saudade da minha melhor amiga de todas – falou baixo Alison, mas Rick ouviu.

— Desde que a Belinha começou a namorar o Cris não tem mais tempo pra nós. Você disse que ela não ia deixar de ser a nossa melhor amiga. Mas, o Cris quer a Belinha só pra ele – insurgiu-se Rick.

— É só uma fase Rick, vai passar. Eles estão começando a namorar agora, querem estar juntos o tempo todo, depois vai sobrar um tempinho pra nós, assim espero.

— Daqui a pouco você começa a namorar o Greg e eu vou sobrar.

— Por isso mesmo não quero namorar o Greg agora. Sou muito nova e ainda gosto de passar meu tempo livre com os meus amigos.

Richard sorriu pra Alison, que devolveu o sorriso.

Naquela noite, Isabelle voltou pra casa toda animada depois de ir ao cinema com Cris. Encontrou Sam, Freddie e Carly sentados na mesa da cozinha com caras de poucos amigos.

— Olá pessoal – cumprimentou a loirinha pressentindo o perigo.

— Belinha tá ferrada! - falou Nick rindo ao passar pela irmã em direção ao quarto.

A menina pegou Bolinha, que já pulava nas suas pernas, no colo e falou:

— Vocês viram a nova tosa do Bolinha? Não acham que ele ficou uma gracinha?

— Belinha, sente-se aqui, o papo é sério – chamou Freddie com o semblante fechado.

— Eu posso explicar! - disse a menina nervosa, tão logo sentou-se à mesa, após colocar o cachorro no chão.

— É bom mesmo que possa explicar – alertou Sam.


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