Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira


Capítulo 22
Distantes




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Os dias foram passando e assim as semanas. Aos poucos, a dor da decepção de Isabelle parecia diminuir. Mas, ela não conseguia mais ver Cris com os mesmos olhos. Ainda estudavam juntos, eram vizinhos, filhos de melhores amigos e apresentadores do ICarly, porém, a proximidade física não compensava o enorme afastamento emocional.

Todos podiam perceber que Isabelle e Cris tratavam-se, quando muito, como conhecidos. Cumprimentavam-se, faziam o que tinham que fazer juntos, como reuniões do ICarly para fechar roteiros, sentavam-se na mesma mesa para refeições, mas pouco se falavam.

Sam tentou assuntar com a filha o que se passara:

— Belinha, é impressão minha ou você e o Cris andam afastados?

— Ele tem as coisas dele e eu tenho as minhas. Estamos crescendo. Não precisamos mais viver grudados como quando éramos crianças.

— Vocês viviam grudados até ontem, quando já eram adolescentes! O que aconteceu?

— Tá todo mundo namorando menos eu! Satisfeita?

— Eu sei que você anda chateada por causa do namoro da Alison. Mas, o Cris também está namorando? E o Rick?

— O Rick foi para Los Angeles passar o final de semana com os pais. 

— Agora entendo porque está tão pra baixo. Não podia ser só por causa do namoro da melhor amiga.

— Como você pode ver, todos me abandonaram. Hoje é sábado à noite e não tenho com quem sair. Ninguém me ama, ninguém me quer.

— Belinha, você é uma moça linda e inteligente! Qualquer garoto adoraria sair com você num sábado à noite. Por que não procura seus contatos em vez de ficar aí na fossa?

— Não sou a garota dos contatinhos.

— Claro que não é! Passou a vida bitolada em Cris e Rick. Como se só existissem esses dois garotos no mundo! Você ainda é tão jovem. Por que não tenta conhecer outros garotos?

— Conheço muitos garotos... todos idiotas!

— Você conhece superficialmente. Vive enturmada com o pessoal do ICarly e não se dá a chance de conhecer melhor seus colegas de colégio.

— Você conheceu melhor seus colegas de colégio? Parece-me que seus únicos amigos sempre foram a dinda, o tio Gibby e o meu pai.

— Meus colegas de colégio tinham medo de mim. Na verdade, até o Gibby e seu pai tinham medo de mim. Eu era um pouco intimidadora. Mas, mesmo assim, fiquei com alguns garotos antes de namorar seu pai.

— E foi bom?

— Não foi ruim. A experiência sempre vale a pena. Você melhora sua técnica de beijo e avalia melhor seus sentimentos.

— Como assim?

— Quando eu era adolescente e beijava seu pai, era diferente. Eu só podia saber que era especial, porque já tinha experimentado outros beijos.

Freddie entrava no quarto no momento e ouviu a fala de Sam, dizendo:

— Quer dizer que o meu beijo é o melhor que já experimentou?!

— Não foi isso que eu disse. Nerd metido! Você ouviu a conversa pela metade e fica tirando conclusões.

— Quando vai admitir que eu sou o amor da sua vida e que adora meus beijos?

— Eu já admiti isso faz tempo, bebê – abraçando o marido.

— Eu admito o tempo todo que você é o amor da minha vida e que não há beijo mais delicioso que o seu.

Os dois começaram a se beijar e Isabelle se manifestou:

— Vão fazer isso fora daqui!

Sam e Freddie riram e saíram, abraçados.

Isabelle ficou pensando se um dia teria a sorte de viver um amor como o de seus pais. Decidiu colocar os fones de ouvido para ouvir músicas clássicas, a fim de induzir o sono. Dormir seria o melhor remédio naquele momento.

Enquanto isso, Cris olhava fotos de Isabelle nas redes sociais. Imaginava quem seria esse rapaz especial que mereceu a entrega dela de corpo e alma. Chegou a imaginar que fosse Rick, mas numa conversa de meninos, este confessou que ainda era virgem.

Cris continuava saindo com Monica, mas não tinha a menor vontade de assumir compromisso. Ela também não parecia fazer questão. Tivera a sua primeira vez com ela, a segunda e a terceira também. Ela o estava introduzindo num mundo desconhecido. Era prazeroso, mas não o preenchia por dentro.

No sábado da semana seguinte, Isabelle ficou muito contente ao receber uma mensagem de Alison convidando-a para cinema e lanche no shopping. Desde que ela havia começado a namorar Greg, nunca mais haviam tido esses momentos de meninas.

Isabelle saiu do cinema toda contente, comentando com Alison as cenas hilárias da comédia que foram assistir. Seguiram para a Praça de Alimentação, onde comeram hambúrgueres e tomaram refrigerantes. Depois do lanche, Alison introduziu o assunto:

— Belinha, eu te fiz esse convite porque estava precisando conversar. É um assunto delicado e só consigo falar isso com você, a minha melhor amiga.

— Do que se trata?

— É sobre o Greg...

— Claro! Sobre o Greg! Ilusão a minha achar que você tinha me convidado por estar com saudade de mim. Você nem lembra mais que sou sua melhor amiga. Só me procura quando precisa de mim. Largou-me sozinha! Mesmo sabendo que eu estava mal com a história do Cris.

— Belinha, sem drama. Quando você teve aquele namoro relâmpago com o Cris esqueceu-se totalmente de mim, mal respondia as minhas mensagens. Eu tenho passado menos tempo com você, porque estou namorando. Mas, nunca te abandonei. Será que você pode deixar de ser criança e me ouvir um minuto?

— Você está me chamando de criança?! Não sou obrigada! Eu vou embora! – pegando a bolsa e se levantando.

Isabelle chegou em casa e ficou com peso na consciência. Pediu a Freddie para levá-la à casa de Alison.

Mais tarde, Alison olhava séria para Isabelle sentada na sua cama.

— O que quer, Belinha?

— Primeiro, pedir desculpa. Depois, dizer que você tem razão, eu tenho agido de forma imatura. Estou sofrendo e não sei como lidar. Finalmente, quero escutar o que tinha a me dizer e tentar ajudar, como toda boa melhor amiga deve fazer.

Alison foi direto ao ponto:

— O Greg quer transar!

— E você quer?

— Eu não sei! Esse é o problema! Não sei se estou preparada...

— E como posso ajudar? Também sou virgem!

— Não sei... eu precisava compartilhar isso com alguém.

— Por que não fala com a sua mãe?

— Ela me mata se souber que estou pensando nisso. Ela me diz que devo me casar virgem!

— É... daí complica!

— Eu acho que esse é um momento muito importante na vida de uma garota. Tem que ser especial. Para ser especial, eu tenho que estar pronta, segura do que quero e completamente apaixonada.

— Você sempre pareceu muito apaixonada pelo Greg.

— E sou! Mas, sinto-me insegura! E se ele me achar uma boba?

— Ele é experiente?

— Não sei. Não tive coragem de perguntar.

— Eu acho que, primeiramente, você tem que ter coragem de ter um diálogo aberto com seu namorado antes de abrir outras coisas pra ele.

— Palhaça! – falou Alison, empurrando Isabelle, como brincadeira.

— Falando sério. Eu acho que você tem que ter uma conversa franca com ele, quando ele voltar a te fazer a proposta de transar. Dizer para ele que você é virgem e que se sente insegura. Perguntar das experiências dele. E o mais importante, deixar claro que quer ser respeitada enquanto não se sentir pronta.

— Você tem razão.

— Amiga, não se obrigue a nada para agradar o seu namorado. Se ele gosta de você, ele vai respeitar o seu tempo. Minha mãe sempre me ensinou isso. Ela diz que quando o homem gosta, respeita.

— Minha mãe também já disse isso.

— Viu só?

— Obrigada, Belinha. É muito bom poder dividir isso com você.

As duas se abraçaram.

Na semana seguinte, a professora de literatura informou à turma que iria montar uma peça de teatro para ser apresentada aos outros alunos e aos pais.

A peça a ser encenada seria “A Bela Adormecida” e para desgosto de Isabelle, a professora a escolheu para o papel principal.

Durante o lanche, Alison parabenizou a amiga, que não demonstrou animação.

— Você sempre gostou de papéis de destaque. Qual o problema, Belinha?

— Não to numa fase boa para ser o centro das atenções. Na verdade, eu só queria sumir.

— Amiga, todos passam por fases difíceis na vida.

— Nunca imaginei que eu estaria tão ferrada aos 16 anos.

— Ainda bem que você só tem 16 anos. Tem muita vida pela frente! Essa fase não é nada!

— Obrigada pelo discurso de livro de autoajuda. Já li alguns... só pra ver como estou mal. Peguei os da minha avó.

— Se eu fosse você, estaria nas nuvens, sabendo que iria ser beijada por Willian Sulivan!

— Quem é esse?

— Seu par romântico!

— Ah tá! Nem conheço esse garoto, é de outra turma.

— Dá só uma olhadinha para o menino que acaba de entrar no refeitório.

Isabelle olhou para o garoto e soltou: “Uau!”.


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