Começar de novo escrita por UchihaHime Chan


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Yoo, minna!
Aqui está um novo capítulo, espero que estejam gostando.



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Karin Uzumaki, melhor amiga. O título parecia ser importante, mas, exatamente como "mãe" ou "pai", não havia lembranças nem emoções associadas a ele. Olhei para os policiais, sentindo que seria de bom tom demonstrar algum tipo de emoção, mas eu não conhecia a tal garota, a Karin.

O policial mais velho se apresentou como investigador Morino e passou a me fazer as mesmas perguntas que todo mundo já tinha feito.

_ Sabe o que aconteceu?

_ Não.

Observei o liquido do cateter entrar lentamente na minha mão.

_ Qual a última coisa de que se lembra? _ Perguntou o policial Yakushi.

Ergui os olhos. Ele trazia as mãos unidas atrás das costas e acenou com a cabeça quando meus olhos cruzaram com os dele. Era uma pergunta tão simples, e eu queria mesmo responder corretamente. Eu precisava. Olhei de relance para minha mãe. A fachada de clama começava a desmoronar. Os olhos dela cintilavam, o lábio inferior estava esticado e tremia.

Meu pai pigarreou e disse:

_ Cavalheiros, por favor, isso não pode esperar? Ela passou por muita coisa. E, se soubesse de algo neste exato momento, ela contaria.

_ Qualquer coisa _ Disse o investigador Morino, ignorando meu pai _ Qual a última coisa de que se lembra?

Fechei os olhos bem fechados. Tinha de haver alguma coisa. Eu sabia que tinha lido O sol é para todos, era bem provável que o tivesse feito em sala de aula, mas não conseguia formar uma imagem mental da escola, nem dos professores. Eu não sabia sequer o ano que cursava, mas que saco!

O policial Yakushi se aproximou, o que lhe rendeu um olhar desgostoso do colega. Ele enfiou a mão no bolso da camisa e de lá tirou uma foto para me mostrar. Era uma garota, na verdade o rosto dela até lembrava o meu ligeiramente, mas não era rosada como eu, seus cabelos eram avermelhados, e os olhos de um azul lindo e surpreendente, muito mais estonteantes que meus olhos verdes... Mas com alguns encaixes aqui e ali, talvez pudessemos passar por imãs...

_ Você a reconhece?

Frustrada, balancei a cabeça.

_ Tudo bem. O médico nos disse que sua memória pode levar um tempo para voltar, e quando...

_ Ei!

Eu me joguei para a frente, me esquecendo do maldito cateter que repuxou minha mão e quase se soltou.

_ Espera, eu me lembro de uma coisa.

Meu pai deu um passo, mas o investigador pôs-se na frente.

_ Do quê?

Tentei engolir saliva, com a garganta subitamente seca. Não era nada, mas eu tinha a sensação de que era um espécie de grande conquista.

_ Lembro-me de pedras... rochas, bem lisas. Chatas. Cor de areia.

E tinha sangue, mas isso eu não disse, porque não sabia ao certo se era verdade.

Meus pais se entreolharam, e o investigador Morino suspirou. Meus ombros caíram. Obviamente, não era a resposta que queriam.

O policial mais jovem bateu de leve em meu braço.

_ Ótimo. Muito bom mesmo. Achamos que você esteve na Japan State forest, e isso faria sentido.

Não parecia algo esplêndido. Fitei minhas unhas sujas, desejando que todos eles fossem embora. Mas ficaram e conversaram com meus pais como se eu não fosse capaz de compreender nada do que diziam. O fato de Karin continuar desparecida era grave,. Isso eu entendi. Realmente me senti mal. Queria ajuda-los, mas não sabia como.

Quando percebi, vi os olhos do investigador por cima de mim. Um calafrio me desceu pela espinha e desviei o olhar depressa, com a impressão de que o merecia. Como seu eu fosse culpada de algo... algo terrível.

**

Fui tomada por um formigamento e confusão quando os desconhecidos... Hã... quando meus pais me tiraram do hospital no dia seguinte. Era inacreditável que as autoridades me deixassem simplesmente ir embora com eles. E se não fossem mesmo meus pais? E fossem psicopatas querendo me raptar?

Estava, mais uma vez, fazendo papel de ridícula.

Ate parece que pessoas, assim do nada, sem motivo algum, iriam querer ficar com uma garota de dezessete anos, que era minha idade, recém descoberta através da ficha do prontuário.

Olhei para meu pai, ele tinha um olhar influente, era algo que impregnava tudo que ele tocava. Eu precisava saber muito a seu respeito para perceber que era poderoso. Arvores altas, colinas verdes e suaves, tão bem cuidadas quanto o campo de golfe que eu vira na televisão do quarto de hospital, passamos por um decline e pude ver várias casas aconchegantes.

Não demorei a descobrir que eles eram ricos. Estupidamente ricos. Era engraçado: eu não lembrava nadica de nada, mas sabia qual era a cor do dinheiro.

Eu simplesmente não conseguia parar de esfregar a palma da mão no couro macio. O carro devia ser novo, porque tinha um cheiro fresco de algo que acabou de sair da fábrica.

Aí vi a casa, putz, era quase do tamanho de um hotel. Um edifício intimidador, com robustas colunas de mármore na fachada e quatro ou cinco andares, e a garagem, do lado esquerdo era do tamanho das casas pelas quais tínhamos acabado de passar. Nós morávamos no oriente mesmo?

_ É a nossa casa? _ perguntei ao ver o carro contornar uma fonte espalhafatosa e cercada por verde bem no meio da entrada de automóveis.

Minha mãe apertou um sorriso:

_ Claro que é amoreco. Você morou a vida toda aqui. Eu também. Era a casa dos meus pais.

_ Era? _ Indaguei surpresa.

Meu Deus, coisas raras por todo lugar. O tapete perto da escadaria suntuosa parecia macio, pinturas de paisagens estrangeiras adornavam as paredes cor de creme. E havia tantas portas, tantos cômodos. Não conseguia me mexer.

_ Onde fica meu quarto?

_ Querida, que tal leva-la para cima? _ perguntou meu pai.

Ela se adiantou com seus passos lentos e calculados, envolvendo meu braço com sua mão gelada. Ela me levou para o andar de cima, falando sem parar das pessoas que ajudaram nas buscas. O governador participou, dizendo que estava orando por mim. Aparentemente, não era pouca coisa. Eu não fazia ideia do que dizer.

Meu quarto ficava no terceiro andar, no fim de um corredor comprido e iluminado. Ela se deteve diante de uma porta na qual alguém havia colado um adesivo com os dizeres: "cuidado, eu mordo". Comecei a sorrir, mas aí ela abriu a porta e deu um passo para o lado, cautelosa, entrei no quarto desconhecido que cheirava a pêssego e parei a menos de um metro da porta.

_ Vou dar uns minutos a você – disse ela. _ Pedi a Naruto para separar alguns de seus anuários da escola. Estão sobre a escrivaninha.

Assenti com a cabeça e apartei os lábios ao examinar o quarto. Era grande, umas vinte vezes maior do que o do hospital. Havia uma cama no meio, caprichosamente coberta por um branco edredom de pena de ganso vários travesseiros com filetes dourados formavam a cabeceira. Um urso de pelúcia marrom descansava em cima deles, fora de lugar.

_ Estarei lá embaixo de precisar de mim. _ disse pigarreando, tinha esquecido de que ela ainda estava ali.

_ Beleza.

Com um breve aceno ela saiu e eu comecei a investigar meu quarto. Os anuários estavam mesmo na escrivaninha, mas passei bem longe deles. Havia um notebook rosa da apple ao lado de vários aparelhos menores. Reconheci um Ipod. Uma tevê plana pendia logo acima da escrivaninha. Fui até o closet e escancarei as portas. Dava para morar dentro dele... Eu não estava muito curiosa, eu não ligava muito para roupas, sabia disso. Aí vi as prateleiras e armações lá no fundo e quase gritei.

Pelo visto, eu ligava muito para roupas e sapatos.

Perto da cama, havia um quadro cheio de fotografias. Repleto de fotos com amigas, e elas estavam ... todas vestidas como eu. Franzindo o cenho, inspecionei mais de perto o mural. Cinco garotas, eu no meio, e todas usávamos o mesmo vestido tubinho, só que de cores diferentes. Num dos retratos estávamos eu e duas meninas num campo de golfe e em outra em frente a um barco chamado anjo, todas enfiadas em biquínis pequetiticos, o meu era preto, começava a ver um padrão.

Eu estava sempre sorrindo nas fotos, mas tinha... algo de errado. Como o sorriso de uma boneca, falso, pintado. E, em todas as fotografias, a mesma garota estava sempre a meu lado, sempre de vermelho... vermelho, como sangue fresco.

Senti algo ruim do estômago. Inveja? Eu tinha inveja dela? Não podia ser. Era minha amiga. Minha melhor amiga. O sorriso dela no retrato me deu calafrios e ergui os olhos. As cores do quarto foram sumindo, dando forma a tonalidades de cinza. Fiquei toda arrepiada.

Frio, fazia tanto frio ali, es estava tão escuto, só o som da correnteza... indo e vindo, indo e vindo...

Obriguei meus olhos a se abrirem e o quarto voltei a sua tonalidade. Um rápido clarão e um vislumbre. Uma menina alta e morena, de sorriso amplo e chapéu de aba larga, todo vermelho estendia os braços para mim. Pisquei, a imagem sumiu, olhei em volta, mas não havia uma só foto dela. Na minha cabeça, ela tinha uns dez anos,mas não havia nenhuma criança como ela no quadro. Fiquei decepcionada, ao contrário das outras, seu sorriso era verdadeiro. Adoraria vê-la em meu mural de amigas.

_ Vejam só quem voltou.

Surpresa, pulei ao ouvir aquela voz grave, me virei.

Havia um garoto na porta, alto e esbelto. Os cabelos loiros e em desalinho deixavam entrever os olhos azuis, bem claros. Tinha uma carinha travessa e peculiar, era um pouco sardento também. Dava para deduzir que era meu irmão. Era o... Naruto.

Ele inclinou a cabeça para trás, me observando com curiosidade.

_ Vai parar com a palhaçada e abrir o jogo comigo?

_ Como assim?

Ele entrou sossegadamente e parou a poucos centímetros de mim. Éramos da mesma altura.

_ Por onde você realmente andou, Saky?

_ Não sei.

_ Não sabe? _ ele deu risada, e formaram-se rugas em volta de seus olhos. _ Deixa disso. No que você e a Karin se meteram desta vez?

_ Karin está desaparecida. – murmurei, olhando para o chão. _ Não sei onde ela está.

_ Eu tenho minhas teorias.

_ Tem?

Naruto se jogou na minha cama e se espreguiçou.

_ Mas que merda, você provavelmente matou a Karin e escondeu o corpo em algum lugar. _ Ele riu. _ É minha principal teoria.

O sangue se esvaiu do meu rosto, fiquei sem ar.

_ Caramba, Saky, eu estava brincando...

Num instante, tudo ficou cinza e branco. A única cor era o vermelho, um vermelho vivo e berrante sob minhas unhas. Gemidos baixos... alguém chorava.

Naruto agarrou meu braço.

_ Está tudo bem com você?

Pisquei, a visão desapareceu. Enfiei as mãos nos bolsos. Fiz que sim.

Ele se sentou na cama, olhando fixamente para mim.

_ Puta merda, você não está fingindo.

_ Fingindo o quê?

_ Essa coisa de amnésia... Porque eu apostei uma grana que vocês tinham ido para alguma balada, ficaram muito doidas e só voltariam quando estivesse sóbrias.

Droga.

_ Eu costumava fazer esse tipo de coisa?

Naruto soltou uma risada curta.

_ Ô, Que esquisito. Você não está mesmo fingindo.

_ Como sabe? _ Perguntei. Estava cada vez mais confusa.

_ Bem, você ainda não me xingou nem me chutou para fora do quarto e...

_ Eu faria uma coisa dessas? _ Interrompi horrorizada.

Ele me encarou, de olhos arregalados.

_ A gente... bate um no outro?

Balançando a cabeça, Naruto voltou a se deitar.

_ Cara, que bizarro...

Tirei as mãos do bolso e suspirei.

_ Vamos voltar para a história de eu ter matado a Karin e escondido o corpo. Por que disse isso?

_ Estava brincando. Vocês duas eram melhores amigas. – Ele sorriu afetado._ Na verdade eram mais inimigas do peito, nos últimos dois anos. Tinham uma espécie de rivalidade não declarada. Começou quando elegeram você a rainha do baile do segundo ano, mas acho que a coisa só desandou quando você começou a sair com Sasori, o Grande.

_ Sasori, o Grande? – Empurrei um fio rosa de cabelo para trás da orelha. – Meu namorado?

_ Claro, para você só existe ele e mais nada.

Não gostei daquilo.

_ Eu nem me lembro dele...

_ Cuidado, vai abalar a confiança do cara. – falou ligeiramente deliciado. _ Talvez tenha sido a melhor coisa que já aconteceu.

_ Eu perder a memória e não lembrar o que houve comigo? _ A raiva se acendeu dentro de mim, familiar e intensa.

_ Não foi isso que eu quis dizer. – Disse olhando-me nos olhos. _ Você era o terror de todo mundo. Só isso. E isto... é um avanço.

Ia dizer alguma coisa, mas não pude, nós nos viramos e ... Uau, simplesmente uau. Meu queixo caiu e foi parar no edredom. Havia um garoto alto na porta do meu quarto. Cabelos negros cobriam-lhe a testa e escorriam em volta das orelhas. A pele tão clara quanto a minha. O rosto largo e de traços bonitos. A camisa de mangas compridas ficava toda esticada sobre os ombros largos e os bíceps. Seu corpo era escultural, esguio e musculoso.

Um boné pendia das pontas de seus dedos. Esquecido. Nossos olhares se encontraram e eu senti meu peito se agitar. Os olhos dele eram do mais puro ônix. Havia um nítido alívio em seu olhar, e também uma cautela que não fazia sentido para mim.

_ Esse aí é meu namorado? – murmurei com um sorriso, esperançosa e ao mesmo tempo apavorada.

Se fosse, eu não tinha ideia do que fazer com ele. Bem, tinha... de repente, me veio um monte e ideias como beijar, tocar e fazer todo tipo de coisas divertidas, mas ele era... Deslumbrante a ponto de dar água na boca, e isso me intimidava que era um inferno.

Naruto se engasgou de tanto rir.

O garoto olhou para mim e depois para meu irmão. Minhas bochechas ficaram quentes, o alívio ainda estava em seu rosto. Ele estava feliz em me ver, mas... Mas aí, seus olhos se tornaram frios como lascas de gelo.

_ Namorado? Ah, claro _ disse ele sem pressa, com sua voz grave e serena. _ Mas nem que você pagasse minha faculdade na Penn State.

Ofendida e envergonhada, me retrai. Mas aí a pergunta saiu:

_ Mas por que não?

Ele me encarou com umas das sobrancelhas arqueadas e depois se voltou para meu irmão.

_ Te espero lá fora.

_ Na boa, me dá só um segundo, Sas

_ O nome dele é Sas?- perguntei, cruzando os braços.

Ele parou e deu meia-volta.

_ Sas, de Sasuke Uchiha.

Agora sim, baixei os braços, sentindo-me, pela milésima vez, uma completa idiota.

Sasuke estreitou os olhos.

_ Ela realmente não lembra de nada?

_ Não. – Respondeu Naruto laconicamente.

Ele fez menção de se virar novamente, mas voltou a parar. Murmurando baixinho ele olhou para mim:

_ Que bom que você está bem, Saky.

Antes que eu conseguisse reagir, ele foi embora. Virei-me para Naruto.

_ Ele não gosta de mim.

Naruto parecia com vontade de rir novamente.

_ É, não gosta, não.

Uma sensação estranha brotou em meu peito.

_ Por quê?

Pulando da cama ele suspirou.

_ Você não gosta dele.

Não? Eu não tinha bom gosto? Era o cara que eu queria para pai dos meus filhos...

_ Não entendo.

_ Você tratou o cara muito mal.... nos últimos dois anos.

_ Por quê?

Pela cara que ele fez, estava cansado de tantas perguntas.

_ Porque o pai dele é um dos auxiliares, e você não curte muito essa gente. Nem os filhos deles ou quem anda com eles.

Meu queixo caiu e os braços penderam. Devia ser brincadeira.

_ Temos auxiliares?

Naruto revirou os olhos.

_ Nossos pais têm, embora a mamãe nunca tenha trabalhando na vida... é como falar com uma criança de dois anos

A raiva alfinetou minha pele.

_ Desculpe. Pode ir falar com o Sasuke, que pelo jeito não tem QI reduzido como eu.

O arrependimento passou ligeiro nos olhos do meu irmão, ele suspirou de novo.

– Olha, desculpe. Não foi minha intenção, mas, Saky... é tão estranho.

Olhei a porta livre, não queria ficar só.

_ Aonde vão?

_ Beisebol.

_ Posso ir?

A surpresa iluminou seu rosto.

_ Você detesta beisebol. Só faz por que o Sasori gosta.

_ Eu não sei quem é o Sasori! – meus punhos se cerraram. _ Não sei quem eu detesto, ou de quem gosto. Ou o que esperam que eu faça ou diga. Não reconheço nada disso. E para piorar, descubro que todo mundo me odeia... até mesmo minha melhor amiga. _ Estava prestes a chorar.

Naruto se ajoelhou diante de mim e me abraçou.

_ Saky, vai ficar tudo bem...

_ Todo mundo diz isso, mas e se não ficar tudo bem?

Ele não respondeu.

Porque nada estava bem, e eu nunca ficaria bem. Estava presa naquela vida da qual não me lembrava, presa no corpo daquela garota, a tal Sakura Haruno e quanto mais eu descobria a respeito dela, mais eu a detestava.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse foi o capítulo!
Muitas surpresas? Finalmente, Sakura soube um pouco de sua velha personalidade... Ela não parece estar muito feliz, não?



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