Cem Anos Depois escrita por Adson Kamps


Capítulo 3
III - Gata Borralheira de Capuz Vermelho


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gentem! o/
O terceiro capítulo esta aqui para vocês! **AEE**
Desculpe por ele sair um pouquinha fora do horário, mas não tive tempo para passa-lo do celular para o computador hoje pela manhã :p
Mas sem enrolação, aqui esta ele!!
**TADAAA**



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— Temos que fazer algo quanto ao Reino de Stevan! Quem eles pensam que são para acabar com o nosso contrato de exportação? – esbravejava o rei na ponta da mesa.

— Mas papai, você sabe que desde a praga que Malévola rogou sobre a filha de Stevan o reino deles começou a empobrecer – tentava argumentar o príncipe – Eles perdem cerca de 500 moedas de ouro por semana, imagine isso durante dezesseis anos! Não tem como eles continuarem comercializando.

­– Não me importa o que acontece dentro dos muros daquele palácio, a quebra do acordo irá desestabilizar toda a economia dos EUA¹! Não tem como o país avançar com um reino nas costas!

— Pai! Tente entender o lado deles! A Rainha Leah² está adoecendo rapidamente e nem dinheiro para os remédios eles tem! – lembrou Henry³, às vezes parecia que seu pai não tinha coração, mas sim uma pedra bombeando sangue para o corpo.

Recostado no acento real, o rei fechou os olhos e com os dentes trincados contou até dez, esperando não perder a paciência com o próprio filho – Muito bem Henry, esperarei mais um pouco para tomar minha decisão, mas que fique claro que qualquer coisa que aconteça será diretamente depositada sobre seus ombros, e eu em nada ajudarei! – vociferou dando a sua cartada final, esperando convencer o filho.

Mas não funcionou como ele queria.

— Obrigado papai – respondeu o Príncipe com um sorriso no rosto – Sei que essa guerra é desnecessária e que logo Stevan e seu reino se recuperarão da crise.

Morrendo de raiva por dentro, mas ainda assim com um pouco de orgulho do primogênito, o Rei Marcus4 dispensou todos dando a reunião por encerrada meio a contragosto, permanecendo sentado até somente ele e o Grão-Duque restassem na sala.

— Com sua licença meu Senhor, devo dizer que a atitude do Príncipe é louvável, mas o senhor não teme que isso possa acarretar em um desequilibro maior ainda na economia de todos os reinos? – perguntou o Duque, curioso.

— É claro que eu sei o que tudo isso pode gerar, Tobias5, não sou tolo, mas também sei que meu filho é tão cabeça dura quanto à mãe fora...

O duque tossiu, atitude o que fez o rei franzir o cenho.

—... e também como eu sou – completou a frase – Ele não iria tirar essa ideia da cabeça e faria de tudo para vê-la realizada.

— Mas então qual é a sua estratégia, Majestade? – perguntou Tobias novamente curioso.

— Meu filho deve aprender que as decisões humanas nem sempre são as melhores para todos – suspirou um pouco decepcionado com a vida de monarca – E se ele tiver que aprender isso caindo do cavalo, que assim seja.

Tobias olhou para o seu rei e viu que realmente havia um homem bondoso atrás daquela máscara de pedra; não sabendo o que dizer para conforta-lo, fez uma referencia e saiu da Sala de Reuniões.

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Atrás de uma das cortinas, permanecia alguém que estivera escutando tudo, desde o inicio da reunião até a última conversa entre Marcus e Tobias.

Parara ali por acaso, enquanto passeava pelo castelo fora pega de surpresa pela reunião que seu sogro havia programado em segredo. Por sorte não fora pega antes de se esconder, pois sabia o quanto Prudência encheria sua cabeça de broncas e regras de etiqueta sobre escutar a conversa dos outros sem permissão.

Após Marcus se levantar da cadeira e sair da sala a garota pôde voltar a respirar novamente, aliviada e realmente agradecendo a sua sorte por não terem-na achado. Estava ciente que a estariam procurando por todo castelo, principalmente Henry, já que se casariam dali a 7 dias e nem tinham arranjado os comes e bebes para a festa.

Mas agora ela tinha outra missão a cumprir antes de juntar-se ao seu futuro marido, e ela sabia perfeitamente quem a poderia ajudar naqueles casos.

Afinal, o que seria de Cinderela sem sua Fada Madrinha?

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— Então você não pode ajuda-los? – perguntou pela terceira vez, mesmo sabendo qual seria a reposta ela ainda tinha esperança.

— Desculpe-me Cinderela, mas eu faço magia, não milagres! Além do mais, o que você esta me pedindo creio eu que nem com a minha magia mais a das Três Boas Fadas seria capaz de realizar – respondeu a Fada Madrinha como se já tivesse ensaiado aquele discurso mil vezes, ou até mesmo como se já tivesse dito a alguém – Sinto muito Cinde, mas isso eu não posso fazer.

— Tudo bem – respondeu cabisbaixa. Sua ideia de estabilizar a economia com magia fora ralo abaixo, mas tinha que tentar sua segunda - E sobre a Maldição de Malévola? Você pode quebra-la?

Pensando, a fada se levantou do lado de Cinderela e andou em círculos algumas vezes – Esse tipo de feitiço só é quebrado pelo beijo do Verdadeiro Amor, o máximo que posso fazer é adiantar o tempo naquele reino.

— Adiantar o tempo? – perguntou a Gata Borralheira.

— Sim. O tempo adiantando irá confundir a maldição fazendo com que ela se enfraqueça mais rapidamente, mas tem um porém: todos que estiverem dentro dos limites do Sol Nascente6 irão envelhecer mais rápido, inclusive as estruturas do castelo.

Cinderela parou para pensar sobre tudo que acontecia longe de seu castelo. Devia ser horrível para Stevan ter sua única filha em Coma Mágico e a esposa doente; sem contar um reino que empobrecia de maneira absurda. Por um lado aquele feitiço seria bom, mas por outro...

— Muito bem – disse por fim – Faça isso. De preferencia agora.

Um brilho branco envolveu a fada e sua varinha, e como uma estrela cadente, o feitiço saiu pela janela do quarto de Cinderela, indo em busca do reino para o qual fora programado ocupar.

— Ótimo. Obrigada Fad... – foi interrompida por um enorme estrondo vindo de sua porta, alguém havia entrado na sala. Era Tobias.

— Más noticias Cinderela – ele disse com um olhar alarmado e cheio de pena – O Príncipe Henry sumiu.

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Agora não mais escondidas, Cinderela e Fada Madrinha ouviam a reunião emergencial que seu sogro fizera sobre o desaparecimento de seu primogênito, cujos sapatos foram encontrados no jardim com o que parecia uma carta com o selo do Reino do Sol Nascente, o reino de Stevan.

Passaram-se cerca de vinte e seis horas desde que a magia da Fada começara a fazer efeito sobre o reino que agora estava prestes a ser atacado, e de acordo com isso já teriam se passado vinte e seis anos naquele local.

— TRAIÇÃO! – gritou o rei do lugar de onde estava apontando o dedo para a bandeira do Sol Nascente que estava na Sala de Reuniões – Eles sequestraram meu filho em busca de um resgate de milhares de moedas de ouro que poderiam tirar-lhes da falência! Mas se pensam que é assim que resolvemos as coisas estão enganados! Em exatas quatorze horas TEREMOS GUERRA!

Um dos serviçais de Marcus que estava perto da bandeira apontada fez as honras de atear fogo nela, simbolizando o fim de uma aliança e um reino já morto.

A fada que observava tudo com espanto e horror não pôde deixar de pensar que os humanos eram a espécie mais desunida entre si, sempre tentando ultrapassar uns aos outros. Até mesmo demônios como Malévola ou Hades eram unidos com seus iguais.

Ela tinha que dar um jeito de parar aquele massacre que aconteceria caso Henry não fosse encontrado, então teve uma ideia.

Passou a palma da mão aberta sobre a sua varinha, deixando essa com um brilho semelhante à Lua; colocou-a sobre a mesa.

Retirou seu manto e com umas poucas batidinhas ele adquiriu uma tonalidade vermelha, tornando-se um escudo contra magias que não fossem mais poderosas que quem o vestisse.

Virou-se para Cinderela que permanecia ignorante ao que sua protetora fazia. Estendeu então os objetos a princesa.

— Fuja para a Floresta Encantada – murmurou temendo ser ouvida – Procure a Casa dos Anões e ache o coração do lobisomem. Ele é encantado, então pingue uma gota de sangue na varinha e peça para achar a localização do príncipe, ela lhe guiará.

— Mas...

— Saia a meia-noite para que ninguém a veja. Tome cuidado quando chegar a Floresta para não perder a noção do tempo, lá você nunca irá envelhecer. Entendeu?

— Entendi. Mas e você? Como ficara sem a sua varinha?

— Eu darei um jeito – deu uma piscadinha para a menina – Agora vá se arrumar, já é quase meia-noite.

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Ao longe Cinderela observava o luxuoso castelo, antes iluminado pela magia azul da Fada Madrinha, mas agora enegrecido pela sombra do Luto, e em breve, rubro pelo sangue derramado.

Colocou o capuz e entrou na floresta. A partir de agora ela não era mais Cinderela, não era mais a Gata Borralheira. Ela era Ruby, a Chapeuzinho Vermelho.

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Notas finais do capítulo

***
¹ EUA: Estados Unidos de Auradon, resolvi tirar esse do filme Descendants como um pequeno easter egg :3 ;
² Rainha Leah: Nome da mãe de Aurora;
² Henry: Príncipe da Cinderela;
4 Marcus: Nome fictício para o pai de Henry;
5 Tobias: Nome fictício para o Grão-Duque;
6 Reino do Sol Nascente: Nome fictício para o Reino de Stevan;
7 Ruby: Nome da Chapeuzinho Vemelho em Once Upon a Time (sim, mais um Easter Egg)
***
E aí? O que acharam do capítulo?
COMENTEM! o/
DISSERTEM! o/
E façam um autor feliz x3

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