Cem Anos Depois escrita por Adson Kamps


Capítulo 4
IV - O Caçador de Corações


Notas iniciais do capítulo

Heigh Ho príncipes e princesas! o/
Novo capítulo saindo do formo - ou melhor, caldeirão - agora mesmo! Vejam a continuação da história e saiba o que aconteceu com Cind... ops! Ruby no interior da Floresta Encatada!
Boa leitura - e cuidado com o lobo! e.e



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  Enquanto se aventurava pelo interior da Floresta Encantada, Ruby não pode deixar se sentir que estava sendo perseguida. Sempre olhava para trás, receosa, e procurava andar por entre as árvores, evitando as clareiras com medo de ser vista e de tornar mais fácil uma possível emboscada.

  Talvez estivesse ficando paranoica com tudo que vinha acontecendo nas últimas horas; o desaparecimento de Henry, a guerra declarada contra Stevan e sua nova identidade deviam ter mexido com algo no seu subconsciente aumentando seus medos. Às vezes pegava-se pensando que não precisaria passar por tudo aquilo se tivesse ficado na casa de sua Madrasta durante o baile, mas logo descartava a hipótese disso acontecer. Seu noivo a amava e faria de tudo por ela, assim como ela estava fazendo de tudo para salva-lo.

  Só precisava saber onde ficava a maldita casa dos anões.

  Não percebeu o quanto andou até que se percebeu parada na frente de uma mina de diamantes. Não precisava ser nenhuma Bela da vida para saber que aquele lugar pertencia aos anões, então bastaria seguir o caminho deles para chegar até a casa.

  Passou ao lado da entrada e viu algo curioso: as picaretas marcadas com os nomes de cada anão estavam jogadas no chão como se tivessem sido largadas as pressas, o que era algo muito estranho, pois todos sabiam que ninguém trabalhava naquela mina desde a mudança de Branca de Neve para o castelo de seu Príncipe.

  Ignorando tal fato continuou seu caminho, passando por cima de troncos caídos e pulando pequenos desfiladeiros até chegar na casa.

  Era uma construção um pouco rústica de madeira e pedra – lembrava uma casa de bonecas devido ao tamanho –, parecia ter sido construída por alguém forte e sem nenhum bom senso para decoração de ambiente.

  Entrou na clareira e olhou em volta. Era muito diferente do que ouvira falar: a Floresta Encantada sempre fora inspiração para muitos poetas de toda região dos Estados Unidos de Aurandon por conta de sua beleza e magia encantadora, mas agora naquela noite sem lua ela mais parecia um bosque de filmes de terror que contos de fadas.

  Ruby imaginou onde estariam os animais companheiros de faxina da Branca, pois até agora os únicos seres vivos que encontrara foram uma ou duas corujas, no máximo.

  Sem esperar mais, entrou na pequena residência e espirrou logo em seguida por conta da poeira. Francamente, a garota imaginava uma casa com um pouco de poeira e nada mais, mas não esperava algo em tão péssimo estado. Como não queria gastar a “bateria” da varinha mágica – isso se ela tivesse uma – limitou-se apenas a acender a ponta da mesma a fim de encontrar o tal coração.

— Tomara que esse coração não venha com uma “cobertura” de pelos ao seu redor, se não estarei perdida – murmurou para as paredes.

  Virou e revirou todos os cômodos deixando eles mais bagunçados que antes, resolveu parar para descansar.

­­­– Pense Cind... Ruby – disse para si mesma – Se eu fosse um anão, onde esconderia as minhas coisas?

  Olhou em volta e lembrando-se do seu tempo de Gata Borralheira, entoou o feitiço – Bibidi, Bóbidi, Bum – e com uma rajada de vento toda a poeira sumiu no ar, revelando algo que ela não esperaria encontrar ali.

  No chão aos céus pés, havia uma fruta, mais especificamente uma maçã. Catou-a do chão e quando trouxe mais para perto de si viu que uma parte dela faltava, uma parte que havia sido mordida. Com um susto deixou-a cair no chão, pois agora sabia do que tratava-se aquilo. Agachou-se e a pegou novamente, agora com cuidado para não ser envenenada – tolice dela ter esse medo? Talvez – e guardou-a dentro de uma cesta de palha em cima da mesa a sua frente.

  Ótimo, já tinha uma arma caso precisasse se livrar de alguém, mas até agora nada do Coração do Lobo. Agarrou a cesta mantendo-a bem ao lado de seu corpo e caminhou até a lareira, onde curiosamente algumas faíscas ainda refletiam no caldeirão. Não, aquele brilho vinha de dentro do caldeirão.

  Parada em frente à lareira e prestes a abrir o recipiente, lembrou-se de uma história onde três javalis conseguiram matar um lobo jogando ele em águas escaldantes dentro de um caldeirão; será que seria aquele caldeirão a sua frente? Abriu-o então e quão grande foi a sua surpresa ao ver uma caixa de madeira no fundo. Uma tranca em forma de espada fincada em um coração fechava o objeto.

  Retirando com cuidado de lá de dentro, abriu-a e constatou que havia completado o seu objetivo; lá dentro estava o Coração do Lobo. Virou-se de costas sorrindo e foi caminhando em direção à porta, pronta para fugir daquele local que estava lhe causando arrepios quando esbarrou em algo. Em algo não, em alguém.

  Meio desnorteada olhou para cima, e naquele momento soube que a sensação de perseguição não era falsa, era muito real.

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— Ora, ora. O que temos aqui? Parece que alguém fez o meu trabalho – disse a enorme sombra, abaixando-se e pegando o coração que havia saltado da caixa durante a queda – Como eu deveria lhe agradecer? Se é que eu deveria.

— De isso para mim ­– disse a garota levantando-se – Ou vai se arrepender.

  Viu os olhos da sombra lhe encarando, mas logo foram fechados, pois ela caíra na gargalhada.

— Hahaha! E o que vai fazer? Jogar a capa em mim? Hahaha!

  Com medo a garota viu aquela coisa retirar da lateral de seu corpo uma adaga de prata que brilhava na leve luz da varinha. A VARINHA pensou recobrando um pouco da sua inteligência.

  Ergueu o instrumento magico e entoou – Mostre-se agora Caçador! Bibidi, Bóbidi, Bum! – e todas as velas da casa se acenderam, revelando o rosto dos dois inimigos.

— Caçador? – perguntou e voltou a cair na gargalhada – Pode me chamar de Gaston¹ mon chéri. E você seria ahn... Chapeuzinho Vermelho? Hahaha! – voltou a rir.

— É Ruby para você! – disse colocando a varinha abaixo do queixo do homem – E se eu fosse vossa senhoria, mon chéri, me deixaria em paz! Eu tenho uma varinha e não tenho medo e usa-la!

  Demonstrando sua irritação, Gaston deu um tapa na mão da garota mandando sua varinha para longe do alcance dela. E enquanto a mesma permanecia distraída agarrou-a pelo pescoço, prensando suas costas na parede logo em seguida – Não tenho tempo para seus joguinhos mágicos, menina!  O coração é meu e você não pode fazer nada para me impedir de leva-lo! – disse apertando ainda mais a sua mão em volta do pescoço de Ruby.

— Por favor, me de ele – disse a garota perdendo sua audácia e coragem, quase desmanchando-se em lágrimas – Eu preciso dele para achar o príncipe Henry para Cinderela – era tão estranho falar de si mesma em terceira pessoa.

— E você acha que o meu motivo é menos nobre que esse?! – gritou o Caçador – Eu também quero encontrar o meu amor! Ela esta presa com uma Fera e só o Coração do Lobo pode me guiar até ela!

  Quase desmaiando pela falta de ar, Ruby pode ver atrás do homem uma garota se aproximando com a adaga que Gaston havia deixado cair. Só precisava enrolar mais um pouco caso aquela moça fosse ajuda-la – Sabe Gaston, acho que você não devia ir atrás do seu amor – o homem franziu o cenho curioso – Qualquer Fera é melhor que você!

— Ah! – ele começou a esmagar o pescoço da garota, mas logo sua mão perdeu a força e uma expressão de surpresa tomou o seu rosto. Abaixo do seu coração a ponta de uma adaga surgiu, e logo ele foi chutado para longe de Ruby.

  Caída no chão e recuperando o ar, a garota da capa vermelha viu sua salvadora estendendo-lhe a sua mão, que logo foi aceita para erguer-se do chão – Você esta bem?

— Sim, obrigada – disse ofegante, mas ainda curiosa sobre quem seria aquela garota – Quem é você?

— Meu nome é Aurora, sou do Reino do Sol Nascente – Ruby arregalou os olhos. Aquilo era impossível, não podiam ter se passado sem anos naquele feitiço da Fada Madrinha, não haviam se passado nem cem horas! – E você? Quem é?

  Temendo uma reação negativa de Aurora por ter sido o seu reino a atacar o Sol Nascente, resolveu mentir dizendo sua segunda identidade – Eu sou Ruby, a Chapeuzinho Vermelho.

  Aurora franziu o cenho ­– Chapeuzinho Vermelho? Mas a única que eu conheço era morena e ainda era criança por morar aqui na Floresta – avançou na direção de Cinderela ficando mais irritada – Diga-me quem você realmente é, agora!

  Nervosa com a pressão da princesa a sua frente, Ruby olhou para o lado e viu um Gaston quase morto agarrando o Coração do Lobo – Se eu não acharei Bela, você não achara seu príncipe!

— Não! – gritaram as duas em uníssono, mas o homem já havia esmagado o objeto e caíra morto, com um sorriso vitorioso nos lábios.

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Notas finais do capítulo

¹ Gaston/Caçador: se formos ver pela parte mais "certinha" da história de A Bela e a Fera, Gaston era um caçador da vila francesa onde Bela morava, então por que não ser o caçador da Chapeuzinho Vermelho e da Branca de Neve? xD


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Ea pessoal, o que acharam do capítulo? O que precisa ser melhorado para os próximos?
Deixe seu review com a sua opinião pois estou sempre lendo eles :3

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