Cem Anos Depois escrita por Adson Kamps


Capítulo 2
II - Pesadelos, acorde Aurora


Notas iniciais do capítulo

*abre cortinas*

Alô alô, Graças a Deus!
Primeiramente gostaria de pedir desculpas, pois havia dito a algumas pessoas que os capítulos seriam postados dia sim, dia não; e acabei por postar somente hoje '¬u¬
Mas é isso, o cronograma dessa fanfic será todo sábado as 13:00, obrigado! o/



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Enquanto subia os degraus de uma torre secreta no palácio, Aurora era atraída por uma luz verde esmeralda em forma de esfera que vinha flutuando bem a sua frente, incentivando-a a prosseguir a sua subida. O corpo desobedecia a mente, querendo ir em direção a luz enquanto o cérebro só pensava em recuar; mas aquilo era mais forte que a jovem princesa.

Chegando ao topo da torre, botou reparo em um quarto que parecia ter um esquife de ouro e prata ao lado da janela. E como mágica, a esfera verde se transformou em uma roca negra como a noite, mas sem perder seu brilho esmeralda.

Algo lhe desafia, incentivava a tocar o fuso daquele objeto, mas antes que fizesse tal ato, três vozes se fizeram ouvir, gritando enquanto subiam as escadas da torre:

— Rosa! Não toque em nada!

A sensação de um vazio enorme sendo preenchido inundou seu corpo e mente, e Aurora sentiu retomar controle sobre si. Começara a se perguntar o porquê de ter saído do quarto onde suas tias a haviam deixado quando uma quarta voz sussurrou de forma autoritária em seu ouvido:

— Toque no fuso. Obedeça-me!

Bem que haviam dito que ela era mente fraca, seu autocontrole já era, mas isso não importava mais, pois tudo havia escurecido.

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A Maldição do Sono em que Aurora fora atirada era digna de um filme de terror, tanto para ela quanto para quem ficara acordado. Malévola fizera questão de adicionar pesadelos ao sono, tornando os maiores medos da garota reais e quase a levando à morte inúmeras vezes. Eles iam desde afogamento – pavor do qual ela nem sabia que tinha – até o despencar de um precipício.

Mas o pior de todos, e também o mais constante – pois sempre voltava para atormenta-la – era o medo de ser abandonada.

Começava sempre assim: Aurora era apenas um bebê de colo, amaldiçoado, mas mesmo assim não passava de uma criança normal. Ela estava nos braços de sua tia Fauna, fugindo do castelo, enquanto ao longe seus pais a observavam partir sem ao menos tentar impedir. Lógico que como ela era bebê, não entendia o porquê de seus pais não impedirem as fadas.

Suas três tias entraram na floresta correndo, como se temessem que algo estivesse perseguindo-as. Então a pior parte do pesadelo começa: Fauna enquanto corre solta a princesa no chão, deixando-a cair com força. Mas quando esta atinge o solo, já não é mais um bebê, e sim uma criança entre oito e dez anos.

Se levantando com dificuldade ela vira na direção em que as três mulheres foram, e vê ao longe as mesmas passando por uma névoa; mas quando saem do outro lado já não são três, mas uma: Malévola; carregando um menino de vestes azuis – que aparentava ter quinze anos – no colo enquanto distanciava-se da garota.

Chorando em desespero, Aurora se vira para o caminho por aonde viera e começa a correr em direção ao castelo de seus pais. Conforme avança em direção ao seu futuro reino, a menina vai crescendo, passando de oito anos para dezesseis em o que pareciam segundos. Quando chega ao seu lar vê que já é tarde demais, pois o castelo é apenas ruinas cercadas por um imenso muro de espinhos.

Caindo de joelhos, Aurora suplica para que aquele pesadelo acabe. Ela não queria que aquilo continuasse, já estava indo longe demais. Abaixando a cabeça e chorando em silêncio, a princesa tem a impressão que já se passara uma eternidade naquele sonho, que sempre acabava quando ela via o muro de espinhos. Mas quando levanta os olhos já não esta mais do lado de fora do reino, mas sim dentro do quarto onde o feitiço se concretizara.

Atônita ela gira em 180 graus até parar e observar surpresa seu corpo deitado em um esquife. Andando em direção ao clone desacordado, percebeu que tinham a mesma roupa: um vestido de baile em três tons de azul e um único branco. Admirou-se ali, em duvida sobre o que estaria acontecendo.

— Como isso é possível? – murmurou. Seria uma falha na maldição? Ou será que ela finalmente começara a se quebrar?

— Minha filha... – afastou-se com um pulo, ouvindo uma voz vinda da escuridão atrás do caixão – Me desculpe por não ter ficado contido na infância, tudo isso não teria acontecido se eu não tivesse ficado tão amedrontado perante Malévola. Eu sinto tanto.

Saindo da escuridão, Aurora pode ver um homem velho em vestes reais pretas e douradas. Trazia na sua cabeça uma coroa, e prendendo seu manto amarelo em um dos ombros havia uma pedra de rubi.

Com um choque, a princesa constatou que se tratava de seu pai.

­­– Oh, papai – aproximou-se do ancião para acariciar lhe os cabelos, mas ele simplesmente sumiu. Franzindo a testa, ela pensou se aquilo realmente estaria acontecendo ou se não passava de mais uma parte do sonho. Ela havia mesmo se visitado enquanto seu pai velava o corpo da filha desfalecido?

Enquanto olhava para o caixão, pode perceber que o tempo começara a correr mais depressa. O ouro e a prata que revestiam seu esquife começaram a perder o brilho e tornar-se opaco; a seda que cobria seu corpo e o mosqueteiro que protegia seu rosto estava servindo de criadouro de aranhas e ácaros. Até mesmo as pedras e madeiras que constituíam a torre estavam ficando mais gastas e trincadas.

— Adeus... – Ouviu vindo da janela, e quando se virou para lá, viu seu pai apoiado ao parapeito da janela. Não, ele não vai fazer isso!

— Adeus querida.

— Pai! NÃO!

Saltou da janela ao mesmo tempo em que seu pai despencava em direção ao rio que havia embaixo da torre. Só que quando atingiu a água, ela estava novamente caída no chão da torre que lhe servia de sepultura.

Encolhendo-se em posição fetal, chorou novamente a morte de todos que amava e observou o estrago que o tempo vinha fazendo na sua torre. O barulho da água que vinha do rio onde seu pai se atirara aumentava cada vez mais, assim como as lágrimas de Aurora – e a erosão que provocava na sustentação da torre.

Não sabia quanto tempo se passara, mas em dado momento ela pensou: Por que Phillip não veio me salvar? Tirar-me desse lugar? Ele nunca me deixaria na mão, a menos que algo tivesse acontecido.

Então, como um flash, uma lembrança de seu sonho atravessou a mente: Malévola carregando um garoto para longe da princesa e do castelo, na direção da pior parte da floresta encantada.

Não, não pode ser — pensou levantando do chão, agora já com as lágrimas enxugadas e uma determinação para saber o que havia acontecido.

— Dane-se você e sua maldição, Malévola! Eu vou descobrir o que aconteceu com Phillip! E quando isso acontecer, você vai pagar caro por isso!

Virou-se e olhou para o caixão, murmurando para si mesma em seguida:

— É hora de acordar, Aurora.

Então tudo escureceu – novamente.

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Notas finais do capítulo

O que acharam? Desculpem pela repetição de palavras, mas é que eu não tinha um dicionário na cabeça para definir algo com mais de duas ou três palavras e.e
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*fecha cortinas*



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