Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 5
Capítulo 5 - Um pouco de humanidade.


Notas iniciais do capítulo

Senti falta de algumas pessoas nos comentários :/
Vou começar a ser má com vocês, quando eu sentir falta dos comentários vou demorar :3
Vamos ao capítulo então!



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— Estou pensando em arrumar um carro.

Katniss olhou para ele enquanto levava à boca a colher do serial velho que comia acompanhado por um leite que fora feito com leite em pó.

— Isso não chamaria atenção?

— Sim, talvez. Mas logo não terá mais nada nos arredores para pegarmos para comer, e então precisaremos de todo modo sair da cidade. E a pé que não pode ser.

— Tudo bem, você decide.

— Claro que decido. – gabou-se ele, com seu melhor sorriso sarcástico, passando a mão pelos cabelos ainda bagunçados por ter acordado a menos de 40 minutos. – Você devia treinar um pouco com o arco no corredor. Não tá fazendo nada mesmo. Isso pode nos ajudar.

— Vou fazer isso. – disse a garota enquanto levantava-se e lavava com a água de um balde os utensílios que tinha utilizado para tomar seu café da manhã.

—Sabe – começou ele – você se levantou primeiro e juntou seus lençóis pensando que eu não descobriria que você tinha dormido comigo, mas eu sei que dormiu.

— Não dormi com você.

— Dormiu sim senhora.

— Eu dormi na mesma cama que você, não com você.

— E qual a diferença?

Katniss não respondeu, apenas pôs-se a secar as coisas que acabara de lavar.

— Não quer saber como descobri que você estava metida na minha cama?

— Para de usar essas expressões.

Ele riu do incomodo dela, decido a continuar chateando-a.

— Você colocou seu pé sobre o meu durante a noite e eu acordei. Ele estava bem frio se quer saber.

— Não quero.

— Sabe, quero deixar claro que o durão aqui sou eu e não você, querida muda.

— Não sou muda e você sabe. E você não está parecendo durão com essas especulações idiotas.

Dito isso, a garota deixou a cozinha, ouvindo ainda a risada dele, risada que a poucos dias lhe causaria um medo imensurável, mas hoje não a deixava desconfortável, ela já estava se acostumando.

Foi para o corredor e começou a treinar pondo algumas flechas no alvo. Ouviu o som das facas de Peeta tinindo e logo soube que ele sairia, talvez à procura do tal carro.  Em poucos minutos ele estava do lado de fora, as botas pesadas amarradas, o casaco escuro sobre os ombros, as facas nas duas bainhas da cintura.

— Vamos garota, se apronta que vamos à luta.

Katniss diligentemente se aprontou e em poucos minutos já estava com Peeta nas ruas desertas e sujas mais uma vez. Andavam agora sem rumo certo, apenas caminhando e olhando, procurando por carros, e quando encontravam tentavam fazer que ligassem. Vinte e nove tentativas falhas. Como é possível que tantos carros não saiam do lugar? Mas analisando o problema, descobriram que uns haviam sido muito danificados pelo calor, e outros que não estavam tão expostos, estão sem o mínimo de combustível. Com certeza foram roubados.  

— Já estou com fome, acho melhor voltarmos para casa – anunciou o rapaz – tudo o que eu comi foi aquele café e agora já passam das quatro da tarde.

— Você que sabe.

Fizeram o caminho de volta para casa, percebendo que tinham se afastado muito. Quando chegaram enfim, já começava a escurecer, e Katniss já sentia suas pernas adormecerem de cansaço. A dor em todo seu corpo era excruciante e o enfado a fazia cochilar em pé. Ao passarem pelo portão velho e enferrujado, seu cansaço a fez ficar menos atenciosa, então quando adentrou, uma ponta de ferro solta do danificado portão raspou por sua barriga a fazendo gemer instantaneamente.

— Está dormindo em pé, garota? Vai se matar desse jeito.

Katniss não deu atenção aos protestos de Peeta enquanto subiam a escada, ela agora com um pouco mais de dificuldade, por estar ferida.

Ao entrarem dentro de casa, a morena sentiu sua blusa já molhada colar em sua pele. Abriu os olhos o máximo que pôde, e conseguiu ver o líquido vermelho vivo que se espalhando pela camiseta.

Correu para o banheiro, ouvindo a voz de Peeta, mas sem conseguir compreender o que ele dizia. A fraqueza pela fome e o cansaço juntou-se à recente perca de sangue fazendo-a ficar a ponto de desmaiar. Sua cabeça girava, a visão não estava lá em boas condições e a audição estava mais para um zumbido estranho que ela não conseguia discernir.

Entrou no banheiro com o pensamento fixo que só precisava se lavar um pouco, lavar aquela ferida e deitar. “Vamos lá, vai ser só alguns minutos” pensava. Ela precisava aguentar pelo menos isso, e até a comida deixaria para um pouco depois. Ela precisava deitar, precisava parar de utilizar aquelas pernas, deixar-se levar pela fraqueza por algum tempo até descansar o suficiente para poder utilizar o maxilar para mastigar e comer.

Despiu-se o mais rápido que pôde, pegando já uma média vasilha de água e despejando sem cerimônia sobre sim mesma. A água a fez acordar um pouco, mas a sensação ruim de fraqueza não a deixou. Jogou água sobre a ferida que sangrava ainda mais. Depois disso, viu que não se aguentava mais em pé; não se secou, apenas colocou sua roupa íntima seguida de uma blusa larga e um short de tecido que ela mesmo tinha deixado pendurado ali.  

Abriu a porta do banheiro com dificuldade, porém ansiosa, pois agora podia se deitar e dormir sem se sentir imunda.

Um passo a frente e a visão turva à traiu: ela não viu o pequeno degrau de saída do banheiro, e após a queda, o piso frio foi a última coisa que sentiu antes de apagar de vez.

Já estava voltando à consciência quando sentiu sua blusa sendo levantada e a pele de sua barriga ficar exposta. Um toque perto do umbigo, suave, devagar, quase como se fosse um carinho, e depois uma pausa. Katniss assustada começou a forçar-se a abrir os olhos, uma tarefa que no momento era extremamente difícil.

Em meio a seus esforços, sentiu um segundo toque, esse gelado, como algum tipo de tecido molhado. Lutou mais intensamente contra a vontade de manter os olhos fechados, e de súbito conseguiu abri-los.

Peeta estava a sua frente, com um pedaço de algodão molhado na mão, encostando-o em sua ferida na barriga. Assustada com a proximidade, Katniss se afastou para o outro lado da cama, fazendo com que Peeta percebesse que ela despertara.

— Para de pular feito um cervo. Deu trabalho pra fazer isso parar de sangrar. Se ficar pulando desse jeito, vai abrir de novo e eu não vou mais secar isso não.

Era engraçado por que ela jurava que ele estava um pouco mais vermelho e agitado que o normal. Katniss voltou à posição inicial, e o loiro voltou a passar o algodão na ferida, tampando-a logo depois com uma gaze e esparadrapos.

— Roubar malinhas de primeiro socorros é útil, lembre-se disso.

Ele não a olhava, apenas se concentrava no trabalho que desempenhava, a fazendo ficar mais encabulada.

— Eu fiz sopa enquanto você dormia seu “soninho da beleza”. – a morena sentiu que ele estava sorrindo de modo irônico como sempre fazia, mas ela não podia ver, pois o mesmo mantia sua cabeça baixa, fora do alcance dos olhares dela. – Vou trazer aqui, não dá uma de canguru.

A atitude de trazer a comida até ela a surpreendeu mais que qualquer ação que ele tenha feito ate agora. Ele parecia agora um ser humano com um pouco de compaixão, afinal.

Em pouco tempo uma porção de sopa chegou às suas mãos e não demorou cinco minutos para que o prato fundo estivesse totalmente vazio.

— Obrigado. – agradeceu ela. Se ele estava agindo como humano, ela poderia começar a agir também.

— Volta a dormir; Tem que se recuperar logo. Você não é útil desse jeito.


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Notas finais do capítulo

E ENTÃO? Digam o que acharam, digam , digam, digam !
Aos leitores que comentaram no capítulo retrasado e não no passado, por favor, comente nesse, eu senti sua falta, pode ter certeza :D
Quero anunciar que daqui para frente a história vai tomar um rumo mais agitado! E para vocês ficarem na curiosidade de saber sobre o próximo capítulo, vou liberar o título o capítulo para vocês:
"Morre ou se Junta"
Até o próximo, estrelinhas



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