Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 27
Capítulo 27 – Ferido.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Eu sei, vocês estão me odiando.
Eu sei, eu demorei muito, mas muitooo, mas muitooooo mesmo.
1º - Quero me desculpar. Sério, não foi a intenção. O final de ano foi muito corrido, o começo também e eu ainda tive outras coisas ai que me impediram de postar.
2º - Dizer que eu vou postar a história até o fim. Isso é um fato, vocês não precisam se preocupar, pois mesmo que demore, eu irei até o fim. Claro, exceto em casos de imprevistos ou adversidades muito sérias.
Enfim, eu voltei. ashuahsuhas
Espero que gostem aí. E que comentem para que eu veja se ainda estão vivos.
E outra vez:
Sorry!



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— Foi tão bom te ver, querida Katniss — disse Hazelle a abraçando — só não entendo por que tem que ir tão cedo.

— Nós precisamos. — interviu Peeta. Katniss lançou-lhe um olhar zangado, mas ele continuou — Daqui a pouco vai anoitecer e não é bom pegar a estrada quando já está escuro.

— Mas poderiam dormir aqui. — insistiu a idosa — Amanhã bem cedo vocês iriam.

Katniss olhou para o loiro como se dissesse “é isso mesmo. Por quê não posso ficar até amanhã?” Porém ele apenas desviou o olhar, para afirmar novamente:

— Não podemos. Temos mesmo que ir.

Gale observava tudo e sabia o porquê da insistência de irem embora, porém não falou absolutamente nada.

— Além disso — continuou Peeta — Otto só dormiu uma noite conosco, ele ainda não se acostumou a nós, e depois de tudo que ele passou é melhor dar um tempo para o garoto.

Otto ouviu bem a fala sobre ele, porém não demonstrou reação. Katniss por outro lado, sentiu-se uma má amiga por não lembrar-se de Otto antes. Fez uma careta antes de concluir:

— Peeta tem razão. Eu não havia pensado em Otto... Ele não ficou nem dois dias inteiros conosco, e quero que ele se acostume a nós.

O loiro pareceu aliviado por ter convencido a mulher sem ter que aborrecê-la. Katniss se pôs a despedir-se de Annie e Finnick, a quem descobrira que estavam juntos agora, apesar de Finn ser mais novo. Despediu-se dos outros vizinhos e conhecidos que se ajuntaram à porta para vê-la partir.

— Vamos? — chamou Peeta, quando ela terminou de abraçar a última pessoa, no caso, Gale.

Katniss assentiu e o seguiu, acenando para os residentes com uma mão, enquanto a outra estava firmemente entrelaçada a de Peeta.

Olhou uma última vez para Gale, e ele lhe ofereceu um sorriso de lado pequeno, porém significativo. Katniss lembrou-se de quando era criança, e de como sempre que estava com medo chorava para ter uma desculpa para um abraço ou consolo. Ás vezes de seus familiares ou simplesmente de Gale. Ele nunca deixou de abraçá-la, não importava o quanto o medo fosse bobo.

— Obrigada! — gritou para Gale. Ele deu de ombros parecendo não entender, mas depois sorriu, e fez uma reverência. Ela sabia que ele estava dizendo algo como “ao seu dispor”, como sempre fazia antes. Como antes.

A morena olhou para Peeta e conseguiu capturar os olhos preocupados dele. Olhava para os muros e para o portão como se tivesse algo por lá que devia ser notado.

— Amor — ele não respondeu — Peeta

— Oi

— O que você tem? Está tão sério.

— Não é nada — tentou sorrir para ela — vamos para casa. Ainda temos que planejar uma mudança, você se lembra disso?

Ela sorriu, ainda não convencida, mas entendendo que não era hora de insistir. Entraram no carro e Peeta olhou o retrovisor, observando o movimento  do lado de fora mais uma vez. Deu ré, e já estava em direção ao portão quando o primeiro tiro se ouviu.

Katniss colocou a mão no rosto em espanto e pôde ouvir quando todas as pessoas que estavam à porta começaram a gritar. Ela estava tão em choque que não conseguia entender os gritos do próprio marido ao lado:

— Abaixa, Otto! Fica deitado aí! Katniss, o que você ‘tá fazendo? Se abaixa !

Mas ela não estava ouvindo muita coisa. Seus olhos estavam fixos na grande porta do hospital, onde seus conhecidos corriam de um lado para o outro em pânico, sem senso de direção.

— Tenho que ajudá-los. Tenho que ajudá-los. — repetia

— Não Katniss, nós temos que ir embora enquanto nossos pneus estão intactos!

— Não... Não Peeta. Temos que ajudar. Eles não sabem lutar. Não sabem.

Peeta ainda abaixado passou a mão sobre a testa secando o suor de nervoso e ponderando a decisão estúpida da mulher. Olhou para ela por três segundos notando o espanto e a tristeza em seus olhos. Ela não queria que aquele pessoal morresse.

— Tudo bem, Katniss. Mas você vai me prometer que vai colocar todo mundo lá dentro e mantê-los lá. Aqui fora eu e Gale cuidaremos.

Ela balançou a cabeça com mais força que o necessário de forma positiva. Peeta voltou a ligar o carro e sair apressadamente de onde estava, tentando chegar o mais próximo possível da porta de entrada.

— Vou atirar para te cobrir, enquanto isso você e Otto descem, entendeu?

— Sim. Peeta?

— Oi

— Cuidado. — ele a olhou e sorriu antes depositar um beijo em seus dois dedos e depois levá-los aos lábios dela.

— Agora.

Os tiros disparados pela pistola de Peeta iam diretamente a um ponto por cima do muro e da cerca, onde ele tinha certeza que estava o cara que atirava em direção a ele. No segundo disparo, Katniss correu, segurando firmemente a mão de Otto, e passou para dentro da porta, porém não antes de ver dois corpos sem vida na calçada. Dois idosos.

Ela os conhecia de vista, pois ambos moravam no bairro que ela morava antes  e sentiu-se mal por não poder dedicar a eles mais que três segundos de atenção. Tinha que entrar no hospital e manter todo mundo lá dentro. Não queria que ninguém mais morresse.

Ao passar pelo corredor, viu um grupo de seis homens armados vindo na direção contrária, com certeza preparando-se para atirar lá fora. Lembrou-se de Gale, a quem ela não conseguiu identificar o paradeiro quando desceu do carro. Nem de Finnick. E agora, também não sabia de Peeta.

Parou e encostou suas costas na parede branca e fria. Eles iam ficar bem, não iam?

— Katniss — Otto a balançou percebendo a hesitação dela — Katniss nós temos que ir. Temos que ajudar. Não foi por isso que você quis ficar?

Ela respondeu positivamente, porém ainda precisou de mais alguns segundos para se recompor. Aos poucos voltou a caminhar, e logo a correr, e ao chegar mais a frente, encontrou todos na sala de recepção: Os rostos dos mais velhos beiravam o pavor e os adultos não conseguiam conter a preocupação. Das quatro crianças que eram residentes, três choravam e uma como era um bebê de colo, dormia no colo da mãe sem fazer a mínima ideia do que acontecia.

— Saiam daqui! — gritou Katniss — tenho certeza de que esse hospital tem um porão ou um almoxarifado e é lá que vão se esconder até tudo isso acabar!

— Estamos esperando a ordem de Gale. — falou uma mulher carrancuda que tinha um cabelo bem curto, no estilo Joãozinho.

— Gale não pode dar ordem a ninguém agora ! — gritou Katniss com toda força que conseguiu — ele está ocupado demais atirando naquelas pessoas e tentando salvar esse lugar. Agora, por favor, não dificultem as coisas e façam o que está sendo pedido.

Os residentes começaram um a um a se levantar e seguir um homem velho que estava com uma vassoura por estar varrendo quando o tiroteio começou. Ele com certeza era um zelador.

Quando a sala estava mais vazia, Katniss pôde perceber a presença de uma senhora, que estava debruçada sobre o mármore do balcão da recepção, sem ação alguma. Hazelle.

— Hazelle — chamou Katniss — Nós temos que sair daqui. Não é seguro aqui na recepção.

A mulher levantou os olhos molhados para Katniss antes de murmurar apenas duas palavras:

— Meus filhos.

— Eles estão bem. Eu os vi assim que entrei aqui e eles estavam bem escondidos e apoiados enquanto atiravam. — ela não tinha visto ninguém, mas precisava que Hazelle voltasse a si e se era preciso mentir para ela, que fosse. — Peeta está lá com eles e ele tem experiência. Eles vão resolver isso logo.

Puxou a senhora na direção em que a multidão tinha ido e procurou Annie com os olhos. Achou-a no refeitório, pegando latas e pacotes de comida. Quando Katniss a questionou com o olhar, ela simplesmente respondeu:

— Eles ficam mais tranquilos com comida. Principalmente as crianças.

Katniss assentiu e sorriu, guiando-a também a seguir a multidão que logo chegou ao almoxarifado, que não era grande, mas era suficiente. Sentaram-se todos no chão, e Annie começou a oferecer-lhes comida. Minutos depois, ela estava com as três crianças que choravam, contando-lhes uma história antiga, provavelmente contada pelos idosos que Annie visitava em um asilo antes da catástrofe e que envolvia duas crianças e uma casa feita de doces. 

Aquela cena fez Katniss lembrar-se e imaginar quantas vezes as pessoas que viveram na Segunda Grande Guerra, ou na Primeira, tiveram que fazer a mesma coisa.  Ela lembrava que sempre ficava perturbada quando estudava esses acontecimentos da história, mesmo tendo acontecido há tanto tempo. Na verdade, o mundo não muda por que as pessoas não mudam. Sempre cometem os mesmos erros.

Como a violência que acontecia no passado, estava acontecendo no presente, e ela sabia, ainda aconteceria no futuro.

— Annie — chamou ela — Não deixe ninguém sair. Otto vai te ajudar ficando aqui na porta.

Katniss saiu do cômodo e foi em direção à janela para olhar do lado de fora. Peeta a mataria se a visse espiando por uma janela de vidro, tendo a chance de levar um tiro, mas ela precisava ver como estava lá fora.

Recordou-se da pistola extra que tinha embaixo do banco do carro e desejou tê-la em mãos para ajudar. Então a ideia de alguma arma das que os homens levaram ainda ter sobrado surgiu. Voltou ao almoxarifado e perguntou ao zelador onde guardavam as armas. Última porta do corredor trinta e seis.

Não teve muito trabalho para achar: a porta estava escancarada considerando a pressa que os homens tinham. Havia apenas uma pistola portátil silenciosa e um revolver prateado, de um modelo bem antigo, quase uma relíquia. Revolvers como aquele eram difíceis de encontrar, já que a fabricação havia sido parada há muitos anos.  Optou pela pistola: tinha mais munição, menos impacto ao atirar e era algo mais de seu tempo. 

Enquanto corria pelos corredores com a pistola na mão a fim de encontrar um lugar estratégico para atirar, tentou imaginar onde e como Gale e seus homens conseguiram armas e munições.

Sentou-se no chão, ao lado da grande porta de ferro da frente, abrindo apenas uma brecha para visualizar o lado de fora. Conseguiu localizar Finnick que atirava amparado por uma mureta, mas não via Gale e muito menos Peeta.

Olhou para o muro ao lado e percebeu o exato momento em que um homem estava pulando o muro. Apontou a arma acalmando a respiração, do mesmo modo que fazia quando ia atirar com o arco. O disparo pegou no ombro, e ele caiu para dentro. Mesmo ferido, o homem insistiu e levantou-se para prosseguir. Sem ter mais tempo de pensar sobre o assunto, disparou um segundo tiro, este pegando em cheio na bochecha. Bem, aquele não insistiria mais.

Ela sabia que tinha prometido a Peeta apenas ajudar os residentes. Mas não podia ficar ali parada enquanto cada tiro disparado poderia estar sendo contra seus amigos ou seu marido.

Saiu o mais rápido que pôde, encostando seu corpo na parede, procurando não ser vista.

Porém antes que fizesse outra ação, escutou um grito de um homem que a fez prender a respiração:

— ESTÁ FERIDO! ALGUÉM DO COMANDO ESTÁ GRAVEMENTE FERIDO!


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Notas finais do capítulo

Mas será que é o senhor Peeta? Ou o senhor Gale? Ou o senhor Finnick? Ou um figurante e eu só quero assustar vocês? Ou eu matei mais alguém? Digam o que acham ashuahsu
O título do próximo capítulo é: Sem Pulso.
Comentem tá, pra eu saber quem ainda está aqui!
bjss



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