Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 26
Capítulo 26 - Antes de anoitecer.


Notas iniciais do capítulo

Oie gente :D
Voltando hoje com um capítulo para a Theleader e a Ateniana, que me deixaram muito orgulhosa com as recomendações que escreveram para a fic! Meu muito obrigada! Vocês foram ótimas para meus ânimos que andam decaídos ahsuhuash
Quanto a vocês, outros leitores: estão comentando muito menos que o de costume e eu estou só observando... hum !
Bem, o capítulo de hoje é um capítulo de transição. Não é muito extenso, nem muito cheio de acontecimentos, mas é importantíssimo para essa nova fase da história, que inclusive (para nossa tristeza) é a fase final. ahsuhuashusah Mas não se preocupem ainda tem umas coisas para acontecer antes do fim :D
Vamos ao capítulo que é melhor. Espero que gostem :)



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— Sabe, você tinha razão — Katniss esperou que ele continuasse a linha de pensamento. Peeta dirigia, olhando a estrada compenetrado enquanto a levava ao endereço que Gale lhe dera. Otto observava a janela no banco de trás, ouvindo pouco e falando menos ainda.  — Sobre o apartamento. Já é hora de sairmos de lá. Como você falou, Delly, Aya e Lily não estão mais lá e aquele lugar já foi atacado mais de uma vez. Pode ser que tenha chamado atenção. Não é mais seguro.

— E para onde iremos? — indagou ela com a pergunta que ela mesma não soube responder quando levantou a hipótese.

— Podemos procurar um lugar nos sítios e fazendas vizinhas. Talvez possamos encontrar uma que valha a pena viver.

— É uma ótima ideia.

Peeta sorriu e voltou-se à estrada. Já estavam chegando ao endereço que procuravam e ele não parava de olhar para todos os lados. Um guerreiro nunca para de desconfiar de armadilhas.

— É ali. — pronunciou Katniss depois de alguns minutos — isso era um...

— Um hospital. Por que eles decidiram se abrigar em um hospital?

A pergunta ficou no ar enquanto chegavam ao portão. De longe, Katniss pôde observar a cabeleira loira bronzeada de Finnick, que sorriu ao enxergá-la no carro.

— Que bom que chegaram — recepcionou ele — fiz questão de ficar de guarda hoje para te receber, Katniss. — A amiga sorriu e o viu continuar — Pode entrar e estacionar em qualquer lugar. Gale já foi avisado.

Peeta olhou para o lado afim de saber qual havia sido o meio de comunicação, já que várias torres de telefones celulares estavam danificadas, então encontrou na mão do moço um rádio, como dos que eram dados a policiais. Finnick viu o olhar dele e logo se explicou:

— Alguns policiais trabalhavam na segurança desse lugar e deixavam suas coisas nos armários. Bem, acho que eles não precisam mais.

O marido de Katniss assentiu e entrou para o estacionamento do grande hospital. Ele era branco e verde musgo e parecia tão grande quanto um campo de futebol.

Ao saírem do carro, já se encontraram com Gale que veio direto a Katniss abraçá-la com um sorriso nos lábios. Cumprimentou Peeta com um aperto de mão, antes de dizer-lhe:

— Você parece bem melhor agora, sem todo aquele sangue.

— Você também parece melhor agora, um pouco mais distante da minha mulher. — Peeta sorriu como se estivesse falando de algo simples como um comentário sobre o tempo. Katniss que estava perto dele o beliscou por debaixo da camisa e o viu fazer uma careta. Gale por outro lado, pareceu incomodado e até um pouco constrangido com o comentário, porém não demorou e ele já tinha voltado à sua posição de Líder.

 — Venham comigo. Tem muita gente querendo te ver, Kat.

Enquanto caminhavam acompanhando Gale que ia na frente, Katniss reclamava aos sussurros:

— Pode parar com isso já! Ele está tentando ser legal.

— De olho na mulher dos outros? Isso é tentar ser legal?

— Só controla seu drama por hoje, okay? Tenta ser legal e acessível. Sei que isso é completamente difícil para você, mas tente.

— Ai! essa doeu, amor.

A morena lhe mostrou a língua enquanto ele ria, despreocupado com sua irritação.

Ao chegarem à grande porta da frente, Gale a abriu de forma ligeira e antes que Katniss pudesse formular algo em sua mente, uma Annie sorridente e pequena como sempre fora, saltou-lhe aos braços.

— Kat! Não acredito! — Soltou-se um pouco para olhar o rosto da amiga — Meu Deus, é você mesmo! Quando Gale disse, eu quase enlouqueci! Eu não sabia...

— É muito bom vê-la também, Annie. — Katniss já beirava as lágrimas. Annie era uma representação de um passado tão feliz. Aquele sorriso a levava de volta à sua infância sem precisar de máquina do tempo alguma.

— Como você continua bonita! — Prosseguiu a ruiva — sempre fora assim! Atraía os olhares dos meninos mais bonitos da escola! — Alternou seu olhar entre Gale e Katniss — Gale ficava louco da vida!

— Você também continua linda. Senti sua falta, Annie. — afirmou Katniss voltando a abraçar a amiga. Quando soltou-se dela, lembrou-se de Peeta parado ao lado — Annie, este é Peeta, ele é meu marido. E este é Otto, um amigo nosso.

— Marido? – Annie pareceu engasgar — Eu não me lembro de você se casar antes do mundo virar essa bagunça. Eu me lembro que você e Gale tinham terminado a pouco tempo quando tudo aconteceu...

— Bem é por que já nos casamos depois que o mundo já estava bagunçado. Não foi uma cerimônia oficial como se tinha há algum tempo, mas foi de verdade.

— Bem, entendo. Só lamento por não ter estado presente. — Virou-se para Peeta — É um prazer conhecer o homem que convenceu Katniss a se casar.

Peeta parecia confuso e Katniss pôs-se a rir. E riu ainda mais quando Annie continuou:

— Ah você não sabe? Ela tinha algum tipo de repulsão a matrimônios. Na verdade, Gale fora o que tinha chegado mais perto. Bem querido — Annie aproximou-se e tocou-lhe o ombro. Peeta nunca soubera que Katniss havia sido assim — você conseguiu algo realmente notável.

— Bem, — interrompeu Gale — vamos entrar, não é mesmo? Não vieram de tão longe para ficar na porta.

Seguiram pelo corredor e Annie não parava de contar a Katniss como fora que conseguiu sobreviver a tudo. Ela ainda era a mesma: a garota que falava pelos cotovelos.

Chegaram à sala de recepção e lá Katniss teve uma outra surpresa: Hazelle, mãe de Gale a esperava, com o sorriso simplório e acolhedor que sempre teve. Katniss teve mais vontade de chorar agora, lembrando-se de como Hazelle lhe era como uma mãe. Sem esperar qualquer coisa, correu até ela e a abraçou com força, sentindo aquele carinho e segurança que os braços daquela senhora sempre lhe proporcionaram.

— Que bom que está bem, menina Katniss. Nunca deixei de fazer preces por você.

— Que bom que não deixou, — respondeu Katniss sorrindo e limpando as lágrimas — elas funcionaram muito bem. — Olhou para trás e apontou para Peeta — Meu marido e meu amigo.

Hazelle sorriu para eles e desejou um “bem-vindos”, demorando-se mais olhando para Peeta, e para o anel em seu dedo. A menina tinha mesmo se casado.

Adentraram ainda mais e chegaram ao refeitório, onde haviam várias pessoas pois era hora do café da manhã. Katniss caminhou entre as pessoas, falando com os conhecidos (alguns vizinhos e até colegas da faculdade) e desejando bom dia aos que não conhecia.

Peeta ficou de longe observando, e percebeu quando Gale parou ao seu lado, fazendo o mesmo que ele.

— Porque um hospital? — perguntou Peeta — Eu sei que a área é grande mas pode ser perigoso também. Quer dizer, haviam pessoas doentes aqui antes.

— Eu sei. Aliás, todos estão aqui. Muitos doentes haviam sobrevivido, mas tinham sido deixados por médicos que morreram ou simplesmente fugiram. Nós viemos para cá em um grupo de 15, em que 8 estavam feridos. Achamos que seria o melhor lugar para se curar.

— Antes daqui, onde estavam?

— Na minha casa. Os vizinhos não sabiam o que fazer então simplesmente se apoiaram em quem se mostravam mais confiante. No caso, eu. Eu não estava confiante coisa nenhuma, mas precisava manter minha família. Eu sempre os mantive.

Peeta parou de observar Katniss e voltou seu olhar ao rapaz ao seu lado.

— Tivemos que correr de lá quando alguns caras tentaram invadir a casa para saquear. Nós resistimos, mas era um grupo de doze homens contra um grupo de quinze, porém desses quinze dez eram mulheres assustadas ou crianças ainda mais assustadas. A única solução foi fugir, e foi a melhor decisão que tomei. Se tivéssemos ficado para lutar por nossos suprimentos, poucos estariam aqui.  Viemos para cá por causa das pessoas que se feriram durante a fuga. Quando chegamos, haviam cinco enfermeiros, dois homens, três mulheres, uma médica e quatro funcionários da limpeza. Eles estavam aqui quando tudo aconteceu então decidiram não sair mais. Nós imploramos que nos deixassem entrar e eles relutaram, mas ao verem os feridos, acabaram por deixar.

— Bem, isso dá um total de vinte e cinco pessoas. De onde vieram as demais?

— Nós às encontramos. Disponibilizamos abrigo e comida em troca de trabalho e obediência às normas. Sem regras, esse lugar já teria ido ao chão.

— Que tipo de trabalho prestam? — Peeta havia ficado realmente impressionado com o lugar. Era o mais organizado que ele já vira, depois da calamidade.

— Alguns saem e trazem suprimentos. Apesar de termos muitos alimentos na dispensa do hospital, não é bom comer sem repor. Outros cuidam da limpeza. Como você falou, é um hospital e doenças contagiosas são um perigo. Deixar tudo sempre limpo e livre de transmissores é o modo que encontramos para manter-nos saudável. Outros fazem a comida. Outros cuidam das crianças. Outros ensinam a atirar. Cada um tem sua tarefa e importância para esse lugar.

— Entendo. Você organiza? Se for, tenho que te dar os parabéns. Não deve ser nada fácil. Quantas pessoas tem que liderar? Quarenta?

— Cinquenta e seis. Não é fácil, mas minha mãe e a doutora que estava aqui quando chegamos ajudam a manter as coisas como estão. Depois que se acostumam com as regras, tudo fica mais fácil.

— É estranho que não tenham sofrido nenhum ataque. Tenho certeza que há gangues querendo o que há aqui.

— Pois é, eles não tinham nos notado. Não até semana passada.

— Foram atacados semana passada? – Peeta podia ver a preocupação nos olhos de Gale.

— Sim, mas resistimos. Ainda não decidi se isso foi bom ou ruim.

— Como assim? Por quê ?

— Por que eles vão voltar a qualquer momento.

— E você me diz isso agora?! — irritou-se Peeta — acha que eu traria Katniss para um lugar ameaçado?! Nós saímos de uma luta não tem nem três dias, cara!

— Eu sei, mas...

— Mas você esta me dizendo que ainda hoje, a qualquer momento, podem atacar isso aqui! Eu sabia que não era uma boa ideia, mas Katniss é teimosa como o diabo!

— Não vai acontecer nada, okay? — ralhou Gale — Estamos esperando o ataque a sete dias e ele ainda não aconteceu, não é possível que aconteça logo hoje! Seria muita falta de sorte.

— Se você quer saber eu não tenho tido muita sorte na minha vida. Katniss foi uma das únicas coisas boas que eu tive em tempos. Não vou deixar que esteja em risco.

Peeta já descia o primeiro degrau a fim de chamar a esposa para irem embora, porém foi parado por Gale, que agarrou seu braço.

— Olhe para ela! Está se sentindo feliz! Não estrague isso por um medo bobo.

Peeta voltou-se para morena que abraçava várias pessoas com um sorriso no rosto. Depois virou-se para Gale que o encarava sério, seguro no que dizia.

— Deixe-a pelo menos até o final da tarde. Antes de anoitecer vocês vão e não vai acontecer nada.

O loiro voltou a olhar a morena e depois concluiu.

— Tudo bem. Antes de anoitecer. 


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Notas finais do capítulo

Vocês acham que isso vai dar certo? AUSHUAHSUHAS Deixem suas opiniões!
Só quero dizer pra vocês que o título do próximo capítulo é: Ferido.
Quem será o ferido? Peeta? Gale? Finn? Otto? Donald Trump? AHUSHAUSHUH
Até a próxima, queridos. Espero que comentem para que eu me anime..