Cinzas de uma Era escrita por Kris Loyal


Capítulo 28
Capítulo 28 - Sem pulso


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou?
Composta de Skandar Keynes, THG, SPN, TVD, The Flash e atualmente uma dose muito forte de Ian Somerhalder :::::::: EU :)
Espero que ninguém tenha ficado sem pulso, e estejam todos aqui pois tem capítulo novinho !
Vamos lá?
*eu tô engraçadinha hoje né*



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É engraçado como um minuto pode ser tudo e nada ao mesmo tempo. Nada, para uma pessoa que apenas está esperando o tempo passar, despreocupada. Tudo, em uma questão de vida ou morte.

Em certas situações a vida passa em câmera lenta como se você tivesse mesmo que sentir toda a agonia do momento.

Katniss estava gelada, e a parede fria encostada a suas costas não ajudava em nada. Em sua cabeça mil e uma possibilidades se formavam: quem estava ferido? Seria Gale? Finnick? Peeta?

Respirou fundo; Precisava se acalmar. Sendo qualquer um dos três que estivesse ferido iria precisar da ajuda dela, não podia simplesmente entrar em pânico.

Espreitou pela parede a fim de olhar para os lados. O tal ferido devia estar por ali, não deveria? Escutou uma rajada de tiros na parede em que estava pressionada: a tinham percebido.

Voltou a ponta da pistola para a direção em que vieram os tiros e disparou duas vezes. Se acertou ou não, ela não estava preocupada naquele momento, pois o que precisava era de distração e tempo para correr para o lado e ver quem se feriu.

— Não Finnick... Não Gale... — Sussurrava. Sua garganta travava enquanto ela completava a frase com o último nome — Não Peeta. Por favor, não Peeta...

Ganhou alguns segundos para espiar e ao olhar para o lado, descobriu o que queria saber:

Gale estava deitado, quase desacordado, com bastante sangue se esvaindo de algum lugar perto do seu quadril. Peeta estava ao lado, gritando alguma coisa e lhe dando tapas no rosto, com certeza tentando fazer com que ele se mantivesse acordado, o que ao que parece não estava funcionando, pois o moreno estava mais para lá do que para cá.

— Peeta! — gritou Katniss — Peeta! Mandem arrastá-lo para cá! Eu posso cobri-los!

Peeta a olhou surpreso, depois nervoso antes de responder, também aos gritos:

— O que diabos está fazendo aqui, Katniss! Falei para você ficar lá dentro! Se você levar um tiro eu te mato!

Katniss revirou os olhos e o loiro reconheceu que não era hora para aquilo, então logo voltou a si ordenando aos dois homens que estavam ao seu lado que carregassem Gale, enquanto ele e Katniss dariam cobertura.

Os dois homens, que eram fortes (um mais que outro) ergueram Gale e contaram até três antes de saírem correndo em direção à porta da frente. Katniss e Peeta disparavam vários tiros com a intenção de tirar a atenção dos invasores dos dois homens que corriam com o ferido.

Katniss abriu a porta e os dois entraram rapidamente, levando Gale por entre os corredores procurando a maca mais próxima. A morena, antes de entrar, olhou uma última vez para Peeta e sussurrou a palavra “Cuidado” para que ele entendesse com leitura labial. Ele, do outro lado, assentiu e sorriu de canto como se aquilo não fosse nada. Ele já tinha um plano.

Ao entrar no hospital, andando pelos corredores, Katniss viu Gale ser colocado em uma maca e segundos depois os lençóis brancos ficarem machados do vermelho vivo do sangue.

Correu em direção ao almoxarifado, a procura de alguém que pudesse estancar aquele ferimento. Ele estava perdendo muito sangue em pouco tempo e isso não era em nada um bom sinal.

— Um médico, um enfermeiro, ou qualquer um que possa ajudar um ferido. Há algum aqui? — perguntou apressada assim que abriu a porta do cômodo que abrigava as pessoas.

— Sou médica. — levantou-se uma mulher negra que Katniss até agora não tinha percebido ali, com seu jaleco branco inteiramente limpo e seus olhos cor castanho mel. Não pôde deixar de observar o quanto ela era bonita com seus cachos presos a um elástico bem no alto da cabeça. — Venha Carl, posso precisar de ajuda. — ela pareceu ver o olhar interrogativo de Katniss quando  chamou o jovem, então completou — ele é enfermeiro.

Katniss assentiu, e antes que pudesse sair e acompanhar a doutora até a sala onde Gale estava, ouviu um murmúrio preocupado vindo de Hazelle:

— Quem se feriu Katniss? Foi um dos meus filhos?

Ponderou dizer a verdade a ela. Mas em que isso ajudaria? Faria a pobre ficar mais desesperada do que já estava. Então não teve dúvidas quando respondeu:

— Não, Hazelle. Não se preocupe, eu fui lá fora e as coisas não estão tão fora de controle quanto parece.

A senhora pareceu respirar aliviada e Katniss sentiu pesar por ter mentido para ela, mas isso só durou um segundo, pois no milésimo seguinte sua mente já aceitava que tinha feito o melhor, especialmente para uma senhora que beirava seus sessenta e seis anos.

Seguindo pelo corredor encontrou a doutora com um olhar de choque ao ver Gale em cima da maca.

— Você disse que não era nenhum dos filhos dela. — comentou deixando o choque de lado e tomando agora sua postura profissional.

— Não preciso mentir para você também, preciso? — respondeu asperamente.  Estava ficando sem paciência — se você preferir, eu digo que não é ele e lhe cubro o rosto, então você o opera achando ser outro, se isso te ajuda.

— Não vai ajudar. — respondeu a doutora, simplesmente. — Ah Gale... — era possível a ouvir sussurrar, enquanto começava os procedimentos — sempre falei para tomar cuidado...  Sempre falei.

Katniss andava de um lado para o outro no corredor em frente a sala, quando ouviu uma explosão. Correu para porta e se sentiu idiota: estava tão preocupada com estado de Gale que acabou esquecendo que do lado de fora havia uma guerra.

Olhando pela fresta da porta não conseguia ver absolutamente nada. A poeira do que parecia ter sido uma granada fez uma bagunça tão grande que do lado de fora a visibilidade era zero. Ficou parada, esperando que algo acontecesse, já que tudo estava calado agora.

Dez minutos depois via a porta sendo forçada, e entrando por ela um Finnick sujo, porém vivo, carregando um outro homem e este sim parecia ferido. O loiro sorriu para Katniss antes de seguir em frente procurando um quarto para colocar o homem e dizendo:

— Você pode chamar a doutora Paylor, Katniss? Há alguns outros feridos chegando por ai.

Ele não sabia sobre Gale, Katniss pensou. Não com aquele sorriso, não com aquela voz. Ela sinceramente não queria que ele ficasse sabendo agora.

— Estou indo chamá-la. Já acabou lá fora?

— Já — sorriu mais uma vez — Peeta conseguiu bolar um plano e eles caíram. Agora está tudo bem.

— Que bom. Que tal você ir descansar um pouco então?

— Não, eu ainda quero ver Gale. Não vi aquele covarde a batalha inteira. Não me diz que ele ficou aqui dentro se escondendo?!

— Não.. — hesitou — Gale estava lá fora e já voltou... Já está aqui dentro. E já está descansando também, ele ajudou a muitos. É melhor você fazer o mesmo, Finn. Você está ferido? — perguntou acompanhando-o enquanto ele deixava o homem ferido na cama.

— Não. Só alguns arranhões leves.

— Melhor. Então toma um banho e deita um pouco, okay? Você esforçou muito.

Katniss parecia nervosa e ele estranhou, porém estava mesmo cansado, tanto que os músculos de suas pernas tremiam como consequência do esforço. Olhou para os corredores, reparou em seu corpo sujo e deu uma olhada no lado de fora, onde tudo começava a dar sinal de paz, antes de decidir:

— Acho que você tem razão. — Seguiu para o banheiro, até que parou no corredor apenas para fazer-lhe uma última pergunta — Annie está bem, não está?

— Está, claro. — respondeu Katniss, feliz por finalmente poder dizer uma verdade — Peeta?

— Está bem. Deve estar chegando. Acho que você vai querer estar na porta quando ele chegar.

A morena sorriu e saiu, deixando-o. Mal chegou à porta e viu Peeta entrando com um rapaz ferido ao seu lado, sorrindo levemente para ela. Estava feliz em vê-la. 

Ela o ajudou com o homem ferido e quando pôde enfim abraçá-lo o fez com tanta força que sentiu dor. Ele mancou para trás pelo impacto do abraço brusco e Katniss se afastou para ver qual era o problema.

— Um tiro de raspão na perna. Nada que você precise se preocupar.

Ela assentiu e o ajudou a adentrar no hospital vendo outros enfermeiros se moverem pelo local atendendo a todos os feridos.

— Heey — chamou por uma enfermeira — ajude ele, por favor.

— Não, Katniss — interrompeu Peeta — Deixa ela ajudar os outros. Há piores que eu. Vá — dirigiu-se à jovem — naquele quarto há alguém que precisa mais. 

A garota assentiu e Peeta sentou-se no sofá da recepção, fechando os olhos de deleite ao sentir suas pernas descansarem um pouco. Katniss sentou-se no chão, à frente dele e colocou a perna atingida em seu colo, levantando a calça para ver o tamanho do ferimento. Não estava muito feio, mas a pele estava rasgada na espessura de um dedo mindinho e sangrava muito, apesar de ser uma fenda pequena.

Levantou-se, pegou um pano e água e começou a limpar. Peeta apenas encostou a cabeça na parede, de olhos ainda fechados, tentando ignorar a dor.

— Aqueles idiotas — começou ele — eu mandei que todos parassem de atirar. Queria que eles pensassem que tínhamos ficado sem munição, que estávamos nos rendendo e que eles podiam entrar. Mandei alguns caras para a parte de trás do hospital, pois os que viriam  pela frente nós já estaríamos esperando. Quando eles se acharam seguros para entrar e já estavam no estacionamento... Bum! Eles deviam saber que era uma armadilha, não deviam?

Katniss deu de ombro e sorriu um pouco.

— Os que vieram por trás foram pegos pelos homens que eu mandei que esperassem lá. Depois de tudo, o plano deles pareceu patético. Acho que eram amadores. Nada como os Colt’s ou coisa assim.

— Tivemos sorte então. — disse Katniss. Ele abriu os olhos para enfim perguntar:

— E Gale? Como está? Ele está vivo, não está?

— Até onde sei, sim. A doutora está fazendo tudo o que pode por ele. Eu estou muito preocupada, Peeta. — Pela primeira vez desde que vira Gale ferido, Katniss se permitiu deixar lágrimas se formarem. — A mãe dele não aguentaria. E ainda tem Finnick, Annie, esse lugar e eu, pois, pelo amor de Deus, eu o conheço desde o tempo em que ele colecionava figurinhas de chiclete.

Peeta murmurou um “eu sei” baixo e se inclinou para enxugar-lhe as lágrimas antes de confortá-la:

— Gale não vai morrer. Ele é durão, vai estar bem antes que a gente descubra onde ele se feriu. Não chora.

Katniss soltou a perna dele devagar, deitou-se no sofá afim de deitar a cabeça na perna que não estava ferida e se permitir chorar pelo estado do amigo. Tão logo quanto ela se chegou, ele trouxe a mão até seus cabelos, proporcionando um consolo silencioso ali.

Quatro minutos depois a voz de Hazelle encheu a sala perguntando pelos filhos. Logo depois, Carl, o enfermeiro,  saiu a procura da doutora Paylor que após cuidar de Gale, foi tentar atender a outros pacientes. O que Carl disse conseguiu fazer com que Katniss sentisse uma sensação horrível, tanto que ela achou que poderia vomitar:

— Doutora Paylor! Gale está ficando sem pulso.


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Notas finais do capítulo

:(
Gente será que o Gale vai morrer? :/
Eu não sei.
O título do próximo capítulo é: Tocando em frente.
Não parece um título de paz? SERÁ QUE TEREMOS UM MOMENTO DE PAZ?
Paz nessa fic é mais babado que o conflito kkkkk Pq, minha nossa, pense numa vida de perrengue.
Espero vocês nos comentários tá? Não me deixem.
Bjs



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