Laderland escrita por Rikamaru


Capítulo 5
Capítulo V: Holocausto




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669276/chapter/5

A noite chegara. Era uma noite quente e muito movimentada na grande Cidade de Graphel. Os preparativos para a memorável invasão a mansão dos Kiyoharas, que estaria marcada para a próxima hora, já haviam começado e todos os sete Grandes convocados já estavam encilhando seus cavalos e vestindo-se apropriadamente para o confronto. O sangue de Haegar começava a ferver. Estava incrivelmente excitado com o que viria a seguir, sentia-se confiante e preparado para executar uma chacina em escala gigantesca, como há muito não fazia.
Calmamente andava até a grande cavalariça de pura madeira que ficava aos fundos da sede da Santa Ordem. A cavalariça era vasta, haviam ali inúmeros cavalos de todos os Grandes convocados para Ônica. Dirigiu-se até o grande garanhão branco que estaria ao fundo da cavalariça e pegando uma grande espiga de milho deu-lhe de comer e retirou-o da cocheira onde estava. Pegou uma grande escova e seus arreios, levou-o até a margem de um riacho próximo dali e, após largar os arreios no chão, lavou-o retirando todo o suor e sujeira de seu pelo, refrescando-o, banhando-o e deixando-o beber água. A brisa úmida que soprava do riacho era revigorante. O calor cada dia aumentava mais e naquela noite atingira seu ápice. Tanto os animais quanto os humanos sofriam com a alta temperatura e procuravam um lugar para refrescar-se.
Observou em meio a límpida água uma bela moça. Sabia que era Stella, conhecia aquele corpo como ninguém e lembrava nitidamente dele na noite anterior. Belos seios fartos que se evidenciavam na água à luz da brilhante lua cheia que se mostrava ao céu e que o levavam a loucura. Imediatamente, retirou a sua camisa negra e desamarrou a bainha da espada de suas costas, retirou sua calça e botas e atirou-se ao rio indo a nado ao encontro da bela mulher. Surpresa, Stella pareceu relutar a chegada de Haegar que, em instantes, agarrou-a dando-a um grande beijo que a deixou paralisada.

– O que espera para hoje, Haegar?
– Estou excitado pela batalha, mal posso esperar.
– Mais excitado do que comigo? - Disse ela agarrando seu rijo membro.
– Dificilmente.
Delicadamente pôs sua mão sobre o seio direito de Stella enquanto respondia e novamente beijou-a longamente. Seus olhos encontraram-se de novo e houve uma longa troca de carícias. Haegar sentia-se no paraíso, não sabia explicar o porquê daquela mulher aflorar tanto seus mais selvagens instintos e deixar-lhe em busca das maiores luxúrias.
O tempo passara. Após um longo tempo, Haegar e Stella colocaram-se a nadar até a margem do riacho e a colocarem suas roupas novamente. Pegou os arreios que estavam largados e rapidamente encilhou seu garanhão e após subir em sua sela fez menção a Stella que subisse na sua garupa levando-os novamente até a grande mansão que era a sede da Santa Ordem em Ônica.
Chegaram ao grande jardim da sede. Haviam ali grandes árvores e flores espalhados por toda a área que era delimitada por enormes muros que escondiam a grande mansão, que ficava ao fundo do jardim, da cidade. Todos os outros cinco Grandes já estavam lá prontos para o combate e recebiam as últimas ordens de algum mensageiro qualquer de Hasken e apenas esperavam o retorno de Haegar e Stella para partir.
– Que falta de responsabilidade. Um Grande não se pode dar ao luxo de atrasar-se deliberadamente como um novato qualquer. Se fosse o Mestre com certeza já teria ficado impaciente e cortaria as suas cabeças ao chegarem. - Disse o mensageiro que ali estava.
– Só que o Mestre me enfrenta e você não, seu merda.
Não costumava ter respeito a ninguém inferior a ele. Para Haegar o mensageiro era comparado a um plebeu qualquer que mataria sem dó sem fosse-o ordenado. O mensageiro apenas abaixou a cabeça e, furioso, retirou-se dali balbuciando maldições a Haegar.
– Vamos começar? Estou excitado.
– Acalme-se, Haegar. As ordens do Mestre são claras: seja sucinto e obediente. - Disse o menino mais novo que outrora estava junto a Hasken.
Claramente descontente, Haegar observou os cavalos que começavam a partir dali e seguiu-os. Stella continuou na garupa de Haegar e assim foi por todo o percurso. Saíram dos grandes muros da sede e puseram-se a andar por vielas de ruas estreitas e afastadas do centro da cidade, andando um atrás do outro como em fila indiana devido ao estreitamento das ruas. Os passos da cavalgada aumentavam cada vez mais a ansiedade de Haegar. Sentia as mãos firmes e macias de Stella agarrando seu peito. Era aconchegante.
– Quem é o novo pupilo de Hasken, Stella?
– Chamam-no de Roth. Não tem sobrenome e mal sabem sua história. Mas os boatos dizem que foi adotado por Hasken após a noite sangrenta e que o Mestre lhe deu muito poder.
– Ele é prepotente demais.
– Eu sei. Ninguém gosta dele dentro da Ordem.
Aproximavam-se. Atravessaram a cidade de Graphel para uma porção mais rural, dominada por grandes campos iluminados pela lua. Já era possível avistar um grande castelo no alto de uma colina. O castelo era magnífico, possuía paredes brancas e duas gigantescas torres. Era possível ver seus grandes muros com o escudo do clã, e observar o grande fluxo de pessoas que circulavam por ali.
Finalmente chegavam. Haviam andado por mais ou menos duas horas por inúmeras ruelas e, posteriormente, por campos. Começavam a descer de suas montarias e medida que iam amarrando seus cavalos nas árvores e, imediatamente, começavam a observar o grande portão central do muro abrindo-se e de lá saindo uma grande tropa de guardas armados que viriam a seu encontro.
– Saudações viajantes. Sinto-lhes em informar que hoje o clã Kiyohara está em festa e não pretende receber visitas.
– Não somos visitas, caro amigo. - Dizia Haegar com um sorriso sádico no rosto.
– Por favor, voltem outro dia.
– Temos um presente para todos os presentes na festa e não podemos entregar outro dia.
– Não se preocupe. Nos entregue o presente que eu faço questão de entregá-lo ao líder pessoalmente. Mas, afinal, o que é este presente?
Apenas sorriu e, friamente, respondeu:
– O descanso eterno.
O sadismo em sua voz era perceptível. Tinha uma expressão louca, de quem apenas divertia-se ao lutar, e expressava gargalhadas enquanto retirava de sua bainha a enorme espada que portava. Observavam grandes labaredas negras acompanharem os movimentos de Haegar ao desembainhar sua longa espada. Com maestria, Haegar brandia sua lâmina rapidamente contra o ar e observava o grande fogo negro consumir a vida dos guardas enquanto seus corpos carbonizavam. Seus gritos de dor confundiam-se com os de portões abrindo e de passos dos Kiyoharas que saíam para tentar salvar suas vidas.
A invasão acontecia de modo brutal. Os sete Grandes começavam a invadir a grande mansão em velocidade alucinante. Seus poderes eram imensos e, quase que sem nenhuma dificuldade, retiravam a vida de todos que se colocassem em seus caminhos. Observava-se inúmeras pessoas correndo de um lado ao outro, eram crianças, mulheres, idosos ou homens, nada mudava, todos morriam. Olhou para o lado. Via-se Roth andando friamente por entre a multidão e, em um simples alçar de seu palmo, lançava inúmeras rajadas multicoloridas que destruía facilmente tudo aquilo que entrava em contato. Os ataques faziam um efeito luminoso magnífico. As rajadas negras, multicoloridas, azuis e vermelhas, combinavam-se em um espetáculo de luzes e cores que era fabuloso. Os ataques eram perfeitos, as labaredas da grande espada de Haegar junto de sua grande velocidade não davam a mínima chance para os pobres membros dos Kiyoharas que pereciam facilmente e, assim, um mar enorme mar de sangue tomou conta do enorme pátio.
Subitamente observaram um homem locomovendo-se em velocidade gigantesca entre os Grandes. Os sete que ali estavam apenas viam seus corpos serem cortados pela espada que portara. Eram inúmeros golpes desferidos de uma só vez e, ao movimentar-se, apenas via-se um raio branco. Haegar tentava acompanhar seus cortes, mas era impossível. Nem a sua imensa velocidade era o suficiente para defender-se dos golpes do grande homem e, dessa forma, apenas observava os cortes se formando em sua pele.
– Mas que merda é essa? - Disse Haegar com uma expressão de raiva. Não gostava de ser atingido, e, muito menos, da ameaça de ser derrotado.
– É o líder do clã, conhecido como Kiro Kiyohara, O relampejo. - Respondeu-lhe Roth.
Haegar parou. Começou a observar o grande enfrentamento que ocorria entre Kiro e Roth. O menino apenas desviava dos ataques quase que sem esforço algum e, em poucos golpes, atingia-o arremessando o grande homem longe. A grande batalha começara. Roth lançava-se em ataque rápido até Kiro e, no ar, começava uma batalha de vultos que se chocavam e atingiam-se mutuamente em velocidade impressionante. De súbito, viu-se um grande clarão em meio a frenética troca de golpes que revelava um enorme corte de velocidade alucinante desferido por Kiro que atingiu Roth da barriga ao seu peito e lhe derrubou no chão.
Enquanto observavam uma grande quantidade de energia multicolorida cobrir Roth ao chão, Haegar e Stella partiam ao ataque sem nem ao menos pestanejar. Imediatamente viu-se Haegar coberto de chamas negras brandir lâminas com o grande Relampejo, causando grandes colisões e explosões ao céu cada vez que suas espadas se chocavam. Ao seu lado estava Stella, que unia seus grandes poderes aos de Haegar e, num breve erguer de braços, criava inúmeras explosões no próprio ar afastando Kiro a cada tentativa de aproximação.
No chão, via-se Roth agarrando-se a diversas plantas e, rapidamente, retirando-lhes a vida e transferindo-a para si, acelerando, dessa forma, sua recuperação. Seu fluxo de energia era alucinante, seu poder aumentava cada vez mais e mesmo ferido por um corte que parecia ser quase fatal, observavam seu corpo curando-se misteriosamente.
Dentro do castelo o massacre continuava. Os outros quatro Grandes não se intimidaram e invadiram brutalmente a propriedade Kiyohara causando um genocídio absurdo. Os gritos de dor e morte eram ouvidos a metros de distância e, mesmo com a grande batalha no lado exterior, conseguia-se perceber tantos os gritos como o rachar das paredes do prédio que em breve tornar-se-ia ruínas.
Haegar mantinha-se concentrado na batalha. Seu brandir de lâminas era frenético e mesmo com a desvantagem da velocidade as inúmeras explosões súbitas de Stella o apoiariam de tal forma a conseguir ferir Kiro algumas vezes. O fogo negro de Haegar começava a fortalecer-se e ao observar-se um enorme brilho vindo de sua espada enormes labaredas negras emergiam do solo como se fossem grandes braços e seguravam a pele de Kiro queimando-a enquanto percebia-se Roth reaparecendo na batalha e desferindo um golpe fatal que deceparia a cabeça do Relampejo.
O cenário era caótico. Inúmeras vidas foram ceifadas e não havia mais nenhum ser Kiyohara vivo naquela mansão que outrora estaria em festa. Roth andava friamente entre os cadáveres e aproximava-se de Kiro para pegar sua enorme espada e também a adaga que portava em sua cintura. Os outros quatro Grandes recém começavam a sair do castelo, quase que sem ferimentos, enquanto observavam a grande estrutura desmoronando e ruindo aos poucos.
– Isso foi incrível, incrível! - Exclamou Haegar com uma cara extremamente sádica.
– Acalme-se gatão, foi apenas mais uma batalha. - Respondeu Stella com um ar de satisfação.
– As ordem agora são de voltarmos para a sede e descansarmos.
– Descansarmos? Deixe de ser louco Roth, isso foi só o aquecimento. Veja isso, veja que cenário incrível. Que perfeição, vamos prosseguir com isso, vamos mostrar nosso poder a todos. Estamos em Ônica, na capital, na sede, temos um alvo perfeito, aqueles ursinhos de pelúcia de Anokuton vão pagar de uma vez por todas.
– Essas não foram as ordens, homem. Fique.
– Eu não aceito ordens de um pirralho tosco como você, seu verme. - Com displicência e raiva, Haegar cuspiu no rosto de Roth enquanto apontava-lhe o dedo do meio em sinal de desprezo.
– Seu merda, olha o que você fez. Um inútil como você cuspindo em mim? Acha que é quem? Em nome do Mestre irei acabar com a sua vida e com tudo o que conquistou e provarei de seu sangue, seu merda.
As palavras de Roth eram fortes. O clima pesara. Observava-se ao fundo o grande castelo ruindo a medida que a energia de Roth e Haegar chegavam a níveis extremos. Ambos se olhavam com um ódio mortal e já com sua grande espada em mãos, Haegar demonstrava o seu ódio ao ter suas grandes labaredas aumentando de escala a cada segundo enquanto Roth permanecia inerte, mesclando a sua grande frieza a uma raiva quase que contida. Ele sabia do poder de Roth, porém não temia. Estava em um nível acima do normal, seu sangue fervia e clamava por batalhas e, desta forma, todos ali sabiam que se houvesse mesmo o grande confronto muito provavelmente a Santa Ordem teria uma grande perda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laderland" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.