Burning Love escrita por Beatrix Costa


Capítulo 9
5 Meses...


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpa a demora, mas cá está um novo capítulo!
Espero que gostem!



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Anteriormente…

—Agora não sei… temos de saber?

Jane apercebeu-se que Maura se tinha entregado ao amor, assim como ela e, com uma voz sonhadora e feliz respondeu convictamente – Não… não temos.

Tinham-se passado 5 meses desde a chegada de Jane e Maura a Londres, e muita coisa tinha acontecido… As duas tinham decidido ficar por lá durante algum tempo, pois Ian ainda não tinha acordado e era demasiado arriscado levá-lo para Boston. Elas tinham alugado um apartamento perto do hospital. Jane tinha pedido transferência temporária há cerca de 3 meses para a LPD (Londres Police Department) pois não aguentava ficar sem fazer nada durante muito mais tempo. Às vezes, Maura parecia estar à beira de uma depressão, sentia-se triste, revoltada e desgostosa... No entanto, tinha Jane para a animar. Desde a sua primeira noite juntas, muitas outras tinham acontecido e muitas dúvidas tinham sido impostas. Nessa tarde de domingo surgiu uma delas.

—Maura, nós não podemos ficar aqui para sempre!

—Eu sei Jane, mas o que é que queres que te faça? Eu não posso deixar aqui o Ian!

—Nem eu estou a dizer isso, mas eu estou preocupada contigo. Quer dizer, vais chegar a Boston com um bebé nos braços e apresenta-lo assim do nada às pessoas, isto é, se a minha mãe ainda não contou a toda a gente…

—A Angela não faria isso, eu pedi-lhe…

—Como se isso servisse de muito, já não sabes como é a minha mãe! Por acaso já sequer contas-te aos teus pais?

—Não… - disse Maura hesitante.

—Tens de lhes contar Maura!

—Eu sei. Não insistas Jane, eu… ah!

—O quê! Que se passa? Estás com dores?

A patologista tinha sentido uma coisa maravilhosa… o primeiro pontapé do seu bebé! Aquele pequeno arrufo tinha-se tornado num momento terno. Jane beijou-a e Maura puxou-a pela cintura e as coisas foram-se desenrolando. Foram para o quarto. Jane tinha sempre muito cuidado quando fazia amor com Maura para não a magoar ou causar-lhe algum tipo de desconforto. A barriga dela já estava bem saliente. Elas já podiam saber o sexo da criança mas Maura quis deixar isso para o momento do parto. Quando terminaram, Jane disse algo, uma coisa que Maura não tinha a certeza se queria ouvir ou não…

—Eu quero assumir tudo.

—O… que queres dizer Jane?

—Quando voltarmos para Boston… vamos assumir a nossa relação.

—Vamos… sim, sim, claro… - disse Maura pouco convicta.

O telemóvel da detetive tocou.

—Rizzoli… humhum… sim, vou já para aí – ela desligou – Desculpa, tenho de ir…

—Sim, já sei. Sabes, não sinto falta nenhuma de trabalhar ao domingo.

Elas riram e a detetive vestiu-se e pôs a arma no cinto. Maura ficou na cama, tapada apenas pelo lençóis, a pensar se quando voltassem a Boston iriam mesmo assumir a relação. Continuava com medo que os outros a julgassem mal. E Ian… o que iria ele pensar quando acordasse e ela disse-se que estava grávida e que namorava com Jane? Sim, porque ela já se considerava namorada de Jane.

Na esquadra de Londres era tudo muito diferente. Os hábitos, as quantidades de café que se bebiam diariamente (os copos de plástico onde os detetives se serviam tinham pouco pais de 5 centímetros, logo, Jane tinha de se servir cerca de três vezes de manhã) e as pessoas… Toda a gente parecia muito mais calma e equilibrada. No pouco tempo em que trabalhava lá, Jane já se tinha tornado a melhor detetive do seu departamento. O facto de estar muito mais habituada a lidar com o stress, pois Boston não era uma cidade fácil, ajudava-a muito nos casos mais difíceis. No fundo, sentia que costumava lidar com casos muito mais difíceis do que ali onde as pessoas pareciam ser quase todas umas santas. Sentada na sua secretária também ela pensava no que tinha dito. Uma coisa era certa, ela amava Maura e não a ia deixar por nada deste mundo…

Maura convidou Jane para jantar num restaurante perto do museu “Madame Tussauds” para desgosto da detetive. Era daqueles sítios para o qual ela tinha de levar vestidos desconfortáveis e saber usar três tipos de garfos, facas e colheres. Mas enfim… fez a vontade a Maura. Vestiu um vestido azul que a mãe lhe tinha oferecido nos anos (teve de mandar vir alguma roupa de Boston e Angela fez questão de lhe mandar todos os vestidos que ela tinha no armário, que eram 3) e calçou uns sapatos de salto. Maura levou algo mais discreto. Escolheu um vestido preto largo e umas sabrinas rasas da mesma cor. Lá foram elas…

O restaurante era lindo. Era finório, como dizia Jane, e requintado na opinião de Maura. Estava cheio, e elas iriam ocupar a última mesa vazia, mesmo à frente de uma mulher que estava a fazer o pedido.

—Eu recomendo uns “Escargots” para entrada e “Ratatouille” para prato principal… - disse Maura depois de ver a lista.

—Quantas vezes é que eu tenho de te dizer para traduzires para inglês quando se trata de comida francesa! – reclamou Jane.

Depois de cerca de dez minutos para decidirem o que comer (e de uma interminável discussão sobre línguas), finalmente fizeram o pedido. Quando foram servidas, a detetive fez uma cara estranha… na prática, a entrada eram caracóis com coisas verdes por dentro para ela. Já para Maura, era um prato com o maior primor. Elas conversavam animadamente, mas atrás, o cenário era bem diferente. A mulher sentada na mesa atrás delas continuava sozinha, e parecia extremamente aborrecida.

—Ok, lembras-te daquele filme erótico que vimos há uns anos….o… como é que se chamava? – tentava lembrar-se Maura.

Pleasure of dead… sim, lembro-me. Nunca me ei de esquecer da tua expressão na cena da casa de banho das mulheres. Parecias excitada – observou Jane na tanga.

—Ahahah, olha que tu também…

—Eu o quê?!

—Nada nada… podíamos era experimentar algumas daquelas… posições – sugeriu Maura dando a mão a Jane.

A detetive achava piada àquela faceta malandra de Maura, tornava-a mais sensual e misteriosa. Ela acenou afirmativamente o que deixou Maura com um sorrisinho no rosto e um olhar mortífero (no bom sentido).

De repente, um homem velho e bem-parecido sentou-se na mesma mesa onde se encontrava a mulher atrás de Maura. Quando Jane lhe deitou o olhar e percebeu quem era não conteve a sua cara de surpreendida ao que Maura reparou.

—Que se passa Jane?

—Não… nada…eu…

—O que foi Jane, o que é que se passa?! – disse Maura olhando para trás – Oh…

Na mesa atrás da patologista, encontrava-se Arthur, o seu pai adotivo. Ele levantou a cabeça e os olhares dos dois cruzaram-se. Ele sorriu e levantou-se.

—Ele está a vir para aqui! – disse Maura alarmada.

—Calma fica sentada e tudo corre bem! – disse Jane que por dentro também estava com o coração palpitante.

Arthur chegou à mesa das meninas, e cumprimentou Jane depois de esta se levantar. Maura queria fazer o mesmo, mas se o fizesse o seu segredo iria ser descoberto…

—Então Maura… Não cumprimentas o teu pai? – perguntou Artur à filha.

—Ahhh… eu, eu fiz uma rotura no fémur direito, custa-me muito levantar – inventou Maura.

—A sério! Mas já foste ao médico querida?

—Sim, ele disse que eu não precisava de ajuste e com uns medicamentos tudo ficava bem – Jane pensou para si “A sério, não podias ter arranjado alguma coisa melhor!”.

—Achas? Tu és uma pessoa mais calculosa Maura, sabes que isso não é bem assim… vá, deixa-me ver.

—Não, não é preciso eu…

—Vá lá querida, deixa-me ver.

Maura assim fez. Muito lentamente e de cabeça baixa, foi-se levantando devagarinho e a tremer. Jane assistia àquela cena incrédula.

Assim que Arthur viu Maura de pé, arregalou os olhos e exclamou:

—Maura... tu estás grávida?!


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Notas finais do capítulo

Maura e as suas mentirinhas... alguém estranhou a falta de urticária XD
Comentes ;)



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