Burning Love escrita por Beatrix Costa


Capítulo 7
Face to face


Notas iniciais do capítulo

O amor é uma coisa complicada mas será que o podemos simplificar?
Espero que gostem!



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Anteriormente…

O doutor conduziu-as até ao local e assim que Maura viu Ian através do vidro sentiu-se sem chão. Jane colocou as mãos sobre os seus ombros e a patologista rodeou a barriga com os braços.

—Tinhas razão… é ele! – confirmou Jane alarmada.

Maura gemeu baixinho ao que Jane ficou preocupada.

—Estás bem?!

—Sim… é só o embrião que começa a desenvolver nas primeiras semanas. Como descobri muito cedo a gravidez sinto algumas coisas instintivamente – respondeu a patologista em lágrimas.

Ficaram ali uns dez minutos até que Maura disse:

—Vamos, ele tem de repousar.

Uns segundos depois o médico abriu a porta que dava para a vitrina e disse exatamente a mesma coisa com um sotaque britânico. Jane não ficou impressionada, se havia coisa que Maura sabia fazer, era determinar tempos fossem eles quais fossem. Maura saiu do hospital muito perturbada depois de ouvir o diagnóstico do médico. Entraram no táxi e Jane pediu a Maura que lhe explicasse, em INGLÊS CORRENTE, o que realmente se passava pois não tinha percebido nada da conversa entre ela e o médico.

—O projéctil atingiu uma zona muscular muito próxima do coração.

—Ele vai ser operado certo…

— (Maura suspirou) Jane, a taxa de sobrevivência na cirurgia que ele vai fazer é de 17,3 % e a recuperação pode demorar até dois anos.

—Melhor do que zero… sempre me dissestes “confia nos médicos” desta vez tu é que tens de fazer isso.

Maura encostou-se ao ombro de Jane e agradeceu-lhe por tudo o que estava a fazer por ela. À chegada do hotel as duas acabaram de arrumar as coisas no gigantesco armário. Maura propôs a Jane que as duas pedissem transferência para uma das esquadras de Londres por um tempo. A detetive, hesitante, acabou por concordar se essa situação se justificasse. As amigas almoçaram no restaurante do hotel e conversaram sobre Kent…

—Vá lá Jane, ele não é assim tão mau – disse Maura agora um pouco mais alegre.

—Eu não disse isso, mas quer dizer… não há química.

—No entanto beijaste-o.

— (A detetive fez uma cara desagradada) Eu estava bêbada!

—Não tens saudades de estar com alguém?

—Claro que sim! Mas, desde que o Casey foi embora e o aborto (a conversa adquiriu um tom mais triste) … foi muita coisa ao mesmo tempo – Maura colocou as mãos sobre o ventre, rodeando-o com força – Não te preocupes, a ti não te vai acontecer nada – disse Jane convicta.

Durante a tarde Maura mostrou uma parte da cidade a Jane. Ela sabia que não valia a pena ir ao hospital pois ninguém a ia deixar ver Ian. A operação seria realizada nessa noite e ele precisava de repouso absoluto. A detetive nunca tinha visitado Londres mas não ficou encantada. Sempre preferira Boston… a sua cidade o seu lar, onde tinha os seus amigos, família e o seu trabalho. No entanto, às vezes não fazia mal nenhum mudar de ares. As ruas eram lindas, muito limpinhas ao contrário das de Boston, também achava piada às fardas e chapéus que os polícias usavam. Era interessante ver as diferenças entre os dois sistemas policiais. Eram seis da tarde quando as duas decidiram sentar-se numa esplanada. Jane recebeu um telefonema da mãe a perguntar como estava tudo. A filha explicou-lhe a situação toda numa conversa que durou cerca de dez minutos. Desligou.

—A seguir vamos ao hospital, eu quero ver se consigo desejar boa sorte ao Ian – disse Maura.

—Sim, fazes bem.

De repente Jane fez um olhar estranho ao que Maura reparou.

—Que se passa?

—Olha para trás discretamente.

Maura assim fez. Um homem de boné e camisa preta estava sentado na mesa atrás da patologista. Parecia nervoso… muito nervoso! Segundos depois, um rapaz de fato treino chegou e tirou alguma coisa do bolso. Jane levantou-se rapidamente da cadeira e gritou:

—Armaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!

Todos ficaram assustados e desataram a correr. O homem de fato treino fez o mesmo. A detetive com as suas pernas de atleta iniciou a perseguição. Passaram dois quarteirões e num speed rápido saltou para cima dele e derrubou-o.

—Quieto! – disse ela tirando-lhe a arma da mão enquanto aplicava um golpe no braço do rapaz.

Poucos segundos depois chegaram dois polícias que trataram da detenção. Jane mostrou o distintivo e um dos agentes agradeceu-lhe. Também lhe disse que se precisasse de emprego eles estavam com falta de agentes na ala dos detetives. Por sua vez ela respondeu que talvez viesse a precisar. Da esquina surgiu Maura a correr com a sua mala a balançar no braço direito.

—Jane! Estás bem?

—Não corras Maura… e sim, estou. O outro fugiu?

—Sim! Desatou a correr assim que pôde.

—Bolas… bom, pelo menos evitamos um possível homicídio.

Elas dirigiram-se para o hospital para ver Ian antes da operação. Assim foi. Maura pôde entrar na sala onde ele estava com uma bata e uma touca. Jane ficou a observá-los pelo vidro. A patologista conversou com ele e disse-lhe que ele tinha de ficar bem para tratarem daquele bebé juntos. Embora ela soubesse que Ian não a estava a ouvir achou que naquele momento talvez devesse acreditar um pouco menos na ciência. Antes de sair, Maura beijou-o, com uma saudade enternecida dentro de si. Jane, ao ver aquilo sentiu um aperto no peito e vontade de chorar com pena dela, mas evitou-o para não preocupar a amiga. Antes de voltarem para o hotel Maura ainda teve tempo de ver o amado a ser levado para o bloco operatório. A cirurgia iria demorar cerca de dezassete horas e tudo podia acontecer mas a detetive e a patologista iriam rezar para que tudo corresse pelo melhor. Já no hotel as duas prepararam-se para ir dormir. Maura tomou um banho quente, mas com a temperatura certa para o bebé que trazia no ventre. As lágrimas que derramava no banho confundiam-se com a água que escorria continuamente do chuveiro. Quando terminou, limpou a cara e enrolou uma toalha branca sobre si para evitar o frio. Jane já se encontrava de pijama, na cama dentro dos lençóis. A patologista entrou no quarto, com a toalha que a cobria até aos joelhos e com aquele cabelo loiro molhada e as repas (já muito longas) a taparem-lhe os olhos. Ela sentou-se na ponta da cama.

—Ei… estás bem? – questionou Jane.

Ela hesitou, mas depois afastou as repas dos olhos chorosos e respondeu – Não… eu tentei Jane, eu juro que sim mas não consigo. Eu tenho medo!

Jane não disse nada, apenas aproximou dela e olhou-a nos olhos. Os seus rostos estavam a poucos centímetros de distância. Elas já se tinham entreolhado assim inúmeras vezes, mas daquela era diferente. Maura sentia-se a fraquejar e Jane também. Ela não sentia pena da amiga, mas sim desejo e uma coisa estranha dentro de si. Num impulso, controlado já há demasiado tempo, Jane aproximou o seu rosto ainda mais do da amiga e beijou-a nos lábios sentindo um calor diferente… e agradável.


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Notas finais do capítulo

E agora?! Como irão Maura e Jane reagir a esta mudança na sua amizade???
Comentem :)



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