Burning Love escrita por Beatrix Costa


Capítulo 3
Good bye Maura


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.
Espero que gostem.



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Anteriormente…

Um sorriso invadiu a cara de Maura enquanto pensava em todos os planos que tinha feito para aquela semana com Ian… Fora e dentro de casa.

Maura foi até ao carro para ir para casa. Estava desejosa de lá chegar. Não pensou mais no caso, mas sim nas palavras que Jane tinha dito. “Não esperes muito dele”, pensava a patologista para si própria enquanto percorria as estradas de Boston a grande velocidade. Os compromissos nunca foram o forte dos homens com quem se relacionava, mas ela sabia que Ian só não ficava com ela porque não podia. Aliás… era mais do que saber, era uma certeza que se lhe entranhava no peito cada vez que, de muito em muito tempo, ele cruzava a porta de sua casa para entrar, e depois para sair.

Chegou ao destino e saiu do carro. Abriu a porta e viu Ian na cozinha. Como sempre quando lá estava, preparava o jantar.

–Olá… (cumprimentou ele quando Maura se aproximou beijando-a de seguida) Então, o dia correu bem?

–Sim! Resolvemos o caso, estou de férias. Temos todo o tempo que quisermos para fazer o que nos apetecer – informou ela com um sorriso esboçado no rosto.

Ele sorriu igualmente e abraçou-a com força depois de largar a colher com que mexia o esparguete. Eles jantaram, na paz da felicidade. A sobremesa foi gelada de chocolate, o qual partilharam numa taça, cada um com a sua colher, que às vezes iam trocando. De seguida levantaram-se. Ian pegou na loira ao colo e levou-a até ao quarto como um verdadeiro cavalheiro. Nessa noite eles desejavam-se, e muito. A temperatura parecia estar acima do normal naquele quarto. Cada vez que Ian tocava em Maura, a patologista sentia-se viva e gozando com prazer cada movimento que ele executa.

No “Spatule Golden”…

Jane e Kent sentaram-se numa das mesas do restaurante, mesmo no centro da sala. O espaço era bom, tal como Maura havia descrito, elegante e descontraído. A detetive estava deslumbrante como sempre, só que mais bem vestida. Ostentava um vestido vermelho pelos joelhos que lhe realçava o peito. Já o cabelo estava solto, mas mais penteado do que o normal, e as suas pestanas pareciam mais compridas devido ao rímel que tinha posto, pela primeira vez em muitos meses. Normalmente Jane não se teria dado ao trabalho de se arranjar tanto, mas já tinha experiência no que toca a ir a restaurantes finos devido aos convites “irrecusáveis” de Maura. Pediram e jantaram calmamente. A conversa foi agradável embora os dois tivessem gostos muito diferentes.

Depois do jantar, Kent convidou Jane para beber um copo ao bar de Korsak, esquecendo-se por completo que a mãe da detetive trabalhava lá. Ela aceitou, e quando lá chegaram Kent murmurou:

–Ups…

–Disseste alguma coisa? – questionou ela.

–S… sim. Vou à casa de banho.

–Queres que peça alguma coisa para ti?

–Uma coisa forte, por favor.

Ele seguiu para a casa de banho deixando Jane sentada ao balcão. Angela chegou-se ao pé dela e fez as perguntas que a detetive já esperava, não por ser detetive, mas pelo facto de Angela ser previsível.

–Então…

–Então o quê mãe…

–Não houve contacto?

–Não mãe! Não houve contacto. Não te esqueças que não podes ir para casa, a Maura e o Ian precisam de estar sozinhos – avisou Jane mudando de assunto rapidamente para evitar constrangimentos.

–Tudo bem, então vou ter de passar outra noite em casa do Frankie com vocês.

–Não!

–AHAHAH… estava a brincar. Vou ter com o John. Devo passar lá a noite.

–Ok, tu lá sabes. Vai lá ter com o teu namorado – disse Jane com uma cara desagradada.

Entretanto Kent chegou e sentou-se junto com Jane. Beberam e ouviram boa música. Cerca de duas horas depois, os dois já evidenciavam algum cansaço. Decidiram ir para casa, cada um para seu lado. Kent deu-lhe boleia visto que tinha bebido pouco.

–Bom… acho que chegamos. Eu… espero que tenhas gostado da noite – disse ele parado com o carro em frente do prédio de Frankie.

–Sim, gostei, temos de repetir.

Ficaram em silêncio durante alguns segundos e, num impulso Jane beijou Kent. Abriu a porta do carro e saiu, deixando-o de boca aberta.

Uma semana depois…

Eram 13:10 e ela sentia-se deprimida. Pensou em todas aquelas tardes bem passadas na cidade. Tinham ido ao cinema, a jardins, passear e namorar. Nas noites escaldantes que haviam tido durante aquele tempo e nas curtidas no sofá, em cima da bancada da cozinha… Enfim. Tudo o que é bom acaba depressa e a semana em que Maura e Ian podiam fingir que tinham uma relação normal tinha chegado ao fim. Ao ver as malas à porta de casa sentiu um aperto no peito. Ian olhou uma última vez para aquela casa e falou para Maura, mas sem deixar transparecer a tristeza que havia na sua voz.

–Bem… parece que tenho de ir embora...

–Parece que sim… Para onde vais? – questionou Maura sem esperança de obter resposta.

–Já sabes que não te posso dizer para tua segurança.

–Voltas?

–Volto sempre.

–Quando?

–Não sei mas… pensa que isto não é um adeus, mas sim um até já.

–Então... até já.

–Até já – disse ele despedindo-se com um beijo que durou cerca de um minuto. Ela saboreou bem aquele último carinho que incluiu um jogo de línguas sublime.

Ian cruzou a porta levando todas as malas de uma vez. Segundos depois ela fez o mesmo, vendo-o ainda a por os sacos na mala do carro e o veículo a afastar-se e desaparecer no horizonte. Uma lágrima caiu-lhe pelo rosto e ela ficou ali, parada, à espera do nada como se tivesse todo o tempo do mundo. Finalmente, passados intermináveis minutos, ela entrou, pegou num copo e tirou um bom vinho da garrafeira. Pôs música clássica no leitor de CD’s, Beethoven para ser mais precisa, descalçou os seus saltos altos, sentou-se no sofá e afogou as suas mágoas num único copo de vinho antes de cair num sono profundo ao som da música.

Horas depois, um barulho de pratos e tachos invadiu os ouvidos da loira, o que a fez acordar lentamente. Era Jane.

–Então bela adormecida.

–Quando é que tu… que horas são?

–São 22:40. Cheguei há cerca de uma hora. Como estavas a dormir comecei a fazer o jantar. Achei melhor não te acordar.

–Ah, ótimo. Obrigada – disse Maura que deixava transparecer agonia no olhar.

–Como é que estás?

–Não sei… mas bem não estou de certeza.

–Não sabes! Uau deves estar mesmo doente – aquele comentário arrancou um pequeno sorriso à patologista.

Foram para a mesa e lá conversaram e desabafaram. Jane falou do estranho ambiente que ficava cada vez que ela e Kent se encontravam na esquadra. Já Maura, falou das suas mágoas em relação a Ian. Ela parecia diferente, estranha e magoada, portanto Jane evitou as piadas sarcásticas. No final do jantar, a loira sentia-se um pouco indisposta.

–Estás bem? Pareces um pouco… pálida.

–Não me sinto muito bem.

–As coisas estavam dentro do prazo – Jane olhou para o rótulo do molho de tomate para confirmar.

–Eu sei… Eu não tenho comida fora do prazo Jane – disse Maura deitando as mãos à cabeça – deve ser das saudades – adicionou ela, ainda que não parecesse, fora de brincadeiras.

–Vai-te deitar. Amanhã é um novo dia.

–Sim, tens razão.

Elas abraçaram-se. Jane ficou a arrumar a cozinha e Maura cambaleou até ao quarto deitando-se na cama ainda vestida com as roupas do dia. Olhou em volta e lembrou-se das noites sem dormir (por boas razões) daquela semana junto com Ian. Ainda sentia o toque dele, o cheiro. E, envolvida em pensamentos, tal como no início daquela tarde, caiu no sono, desta vez, deitada sobre lençóis de seda.


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Notas finais do capítulo

Agora que Ian se foi embora, como será que Maura irá ficar estes próximos dias... E esta má disposição de Maura, será normal?
E esta ah? Jane e Kent. Quem iria imaginar, será que sim será que não, eis a questão XD
Quero comentários e opiniões ;)



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