Burning Love escrita por Beatrix Costa


Capítulo 4
Suspeitas e suposições


Notas iniciais do capítulo

Afora é que as coisas vão aquecer... vêm ai grandes mudanças.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669271/chapter/4

Anteriormente…

Jane ficou a arrumar a cozinha e Maura cambaleou até ao quarto deitando-se na cama ainda vestida com as roupas do dia. Olhou em volta e lembrou-se das noites sem dormir (por boas razões) daquela semana junto com Ian. Ainda sentia o toque dele, o cheiro. E, envolvida em pensamentos, tal como no início daquela tarde, caiu no sono, desta vez, deitada sobre lençóis de seda.

Passaram duas semanas desde a partida de Ian e as coisas não estavam lá muito bem…

Angela voltara para casa de Maura e pelos visto aquela semana que passara em casa de John servira para perceber algumas “manias” exageradas de arrumação que ele tinha. Também Jane praticamente se tinha mudado para casa da patologista e evitava ao máximo cruzar-se com Kent. Quando não estava no trabalho, estava lá a apoiá-la pois ela estava estranha. Maura sentia-se triste e angustiada, irritava-se com facilidade e andava maldisposta frequentemente.

Maura acordou de manhã. Tinha chegado o fim das suas férias. A sua cabeça parecia prestes a explodir e ainda agora se tinha levantado. Vestiu-se sem dar muita importância à roupa que levava no corpo (o que não era normal), foi até à cozinha e encontrou Jane à sua espera.

–Bom dia Maura.

–Só se for para ti – respondeu ela calmamente.

–Ei calma! Que é isso amiga…

–Não estou nada bem.

–Devias ir ao médico, já andas assim há algum tempo… come qualquer coisa – aconselhou Jane pondo-lhe um prato com uma pequena omelete de vegetais à frente. Não era normal Jane levantar-se de manhã para ir para casa de alguém e cozinhar (ou para fazer qualquer outra coisa que não seja beber café), mas por Maura era capaz de qualquer coisa.

Maura sentiu o jantar da última noite na boca, mas conteve o vómito. Tinha uma sensação muito estranha na barriga. Não percebia o que se passava… ou não queria perceber.

–Não tenho fome…

Angela chegou à cozinha, já vestida e deu os bons dias às duas. Jane disse que Maura não estava bem e que não insistisse para ela comer. O telemóvel da detetive tocou e ela foi atender lá dentro.

–Rizzoli… - a voz ia ficando menos nítida até que deixou de se ouvir quando Jane entrou num dos corredores da casa.

–O que tens Maura… Tens andado irritada, diferente – questionou Angela antes de dizer o que queria dizer.

–Não sei… Não me sinto bem, estou constantemente enjoada, não me apetece comer só me apetece dormir… acho que vou ao médico como a Jane disse.

–Eu acho que tu sabes muito bem o que é que tens – disse Angela olhando para ela com um pequeno sorriso.

–Eu… Não, não…

–Tu és uma mulher inteligente Maura.

–Eu… estou atrasada dois dias – informou ela um pouco envergonhada.

–Então! Faz o teste.

–Não… não é possível. Nós tivemos sempre cuidado.

–Sim, mas às vezes as coisas correm de outra maneira sabes.

Jane chegou e as duas pararam de falar. A detetive informou Maura que tinham um caso e que ela tina o telemóvel desligado. Maura nem se tinha apercebido. Depois daquela conversa com Angela, ela estava pensativa… e Jane notava isso. Ela fora a viagem de carro até à esquadra sempre calada e quando entraram no elevador Jane fez a pergunta clássica.

–O que é que se passa Maura?

–Não se passa nada Jane, está tudo bem não te preocupes – mentiu Maura não querendo confirmar as suas suspeitas.

Cada uma foi para o seu departamento. Jane já começava a ficar aborrecida de fazer só trabalho de secretária. Não era chamada para investigar um caso há mais de uma semana e isso deixava-a frustrada, assim como a toda a equipa. De repente Kent entrou na ala dos detetives e pediu para falar com ela a sós. Jane aceitou deixando a estranhar, especialmente Frankie, que já notava o comportamento estranho da irmã. Dirigiram-se para o corredor e antes que Kent pudesse começar a falar, Jane tomou a iniciativa.

–Kent, eu só quero que tu saibas que naquele dia eu estava bêbada… aquilo foi um erro, não devia ter acontecido.

–Ah, eu… eu ia convidar-te para sair mas se tu achas isso…

–Não! Nós… podemos ser amigos e os amigos saem, juntos, quer dizer para se divertirem.

–Sim (ele sorriu)… Então, vamos ao cinema?

–Sim… pode ser.

Cada um voltou para o seu departamento. Jane começou a pensar que talvez não fosse assim tão mau estar com Kent. Mas não pretendia ter uma relação… por agora.

Há hora de almoço, Maura passou pela farmácia. Antes de lá entrar respirou três vezes e suspirou. Pediu um teste, pagou e saiu tão rápido quanto entrou. Guardou-o na mala e foi almoçar, com a cabeça a mil.

No final da tarde Jane foi ter com Kent e Maura foi para casa. Quando chegou, Angela perguntou-lhe se já tinha feito o teste e esta respondeu-lhe que não com a cabeça baixa. Justificou-se dizendo que já se sentia melhor e Angela tentou faze-la ver a razão, em vão. A mãe de Jane disse que tinha de ir trabalhar e aconselhou Maura a pensar melhor. Deu-lhe um beijo na face e saiu. A patologista ficou ali, sozinha, e sentou-se no sofá. Pensou em todas as vezes em que tinha feito amor com Ian, tentando ver onde tinha falhado, mas nada lhe ocorria. Ela tinha quase a certeza de que Angela estava certa e estava receosa, com o pânico a percorrer-lhe o corpo. Tirou o teste da mala e ficou a olhar para ele e a pensar “faço ou não faço, eis a questão”.

Jane e Kent saíram do cinema animados. O filme era um policial misturado com ficção científica (algo que agradava a ambos). No final, Jane não sentiu vontade de beijar o patologista, mas sim de estar na companhia dele. A versão da história que interiorizara de só ter beijado Kent por estar bêbada afinal talvez fosse verdade, no entanto, não queria magoá-lo, e quando o carro parou em frente à casa de Maura (pois queria ir ter com a amiga) ela fez questão de esclarecer isso…

–Só amigos…

–Sim… só amigos – repetiu Kent desconsolado. Apesar de tudo não estava disposto a desistir de Jane tão facilmente.

A detetive entrou em casa e chamou por Maura, que não respondeu. Começou a procurar pela casa e quando viu que a porta da casa de banho estava aberta e com a luz acesa, entrou. Viu Maura e sorriu-lhe, mas quando viu o reflexo do seu rosto triste e assustado, quase em lágrimas, no espelho as suas feições tiveram uma rápida mudança.

–Maura… o que é que se passa? – perguntou Jane alarmada, colocando-lhe a mão sobre o seu ombro esquerdo.

Maura pôs a sua mão sobre a dela e apertou-a com força. De seguida, virou-se, encarando a amiga de cabeça baixa, que com as repas louras não deixava que Jane lhe visse o olhar. A detetive reparou que ela tinha algo na mão.

–O que é isso? – perguntou Jane com uma certa calma na voz.

Maura não disse nada. Abriu a mão e mostrou o resultado do teste de gravidez a Jane que arregalou os olhos e disse:

–Maura, tu estás grávida!

A patologista levantou a cabeça, revelando o seu rosto branco e delicado, agora sim lavado em lágrimas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então e agora? Muita coisa vai acontecer a partir de agora ;)
Espero que tenham apreciado a leitura!
Comentem e deem as vossas opiniões.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Burning Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.