Burning Love escrita por Beatrix Costa


Capítulo 2
Tudo está perfeito...


Notas iniciais do capítulo

O segundo capítulo...
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669271/chapter/2

Anteriormente…

Eles riram e beijaram-se. Maura saiu porta fora com grande pena, preparada para enfrentar mais uma cena de crime. Por seu lado, Ian ficou com uma cara preocupada, e olhou para o tablet, onde estava a pesquisar bilhetes de avião… Para a síria!

Maura chegou ao local do crime (uma casa enorme que parecia pertencer a alguém da alta sociedade), e foi ter com Jane, que percebeu logo que alguma coisa boa tinha acontecido, através do sorriso radiante dela.

–Ei Maura… vê lá se não assustas o morto com tanta felicidade.

–Bom dia Jane… deduzo que ainda não tenhas tomado a tua dose de cafeina matinal.

–NÃO, não tomei. As confeitarias de Boston devem ser as únicas que fecham depois de uma onda de calor! Maldito estado em que vivo – lamentou-se a detetive, rabugenta.

–Na verdade não. Normalmente todos os estabelecimentos públicos encerram por um determinado tempo com o intuito de verificar as funcionalidades elétricas e…

–Ok ok… já percebi. Não há frio não há café, fixe. Lembra-me de arranjar casa na Dinamarca quando começar a procurar – ironizou Jane – E tu? Qual é o motivo desse sorriso contagiante (mais uma vez a ironia foi mais forte na última palavra)?

Maura puxou-a para um canto, ato que Jane achou estranho.

–Adivinha quem é que voltou?

–Hum… O Jack! - ela abanou a cabeça em tom negativo – Não pode! O Albert Einstein ressuscitou – Maura fulminou-a com o olhar depois daquela piada, a qual provocou risos em Jane. – Bem… sei lá Mura, tu conheces meio mundo!

–Que detetive que me saíste… O Ian… foi o Ian que voltou!

–O… O Ian. O gajo das identificações falsas.

–Não fales assim dele Jane – exigiu Maura intimidadora.

–O que é? Só digo verdades.

Depois de discutirem amigavelmente um pouco, foram chamadas por Korsak para irem ver o cadáver. Todos sabiam que sem cafeína o cérebro de Jane não funcionava como habitualmente, portanto, para seu bem-estar físico, Frankie decidiu não referir a máquina de roupa que a irmã devia ter posto a lavar na noite anterior. Este iria ser o último caso de Maura antes de entrar para férias, logo, ela queria acelerar todo aquele processo.

–A vítima é Stana Bell, mulher caucasiana 53 anos. Foi encontrada esta manhã pelo marido, Henry Bell, no jardim interior – informou Frankie.

–Morreu há cerca de seis horas e a causa da morte foi um único tiro na nuca… Vou dar a ordem para levarem o corpo – explicou Maura retirando-se de seguida.

–O que coloca o marido como nosso principal suspeito – deduziu a detetive.

–Não… Ele estava na Venezuela, em viagem de negócios. Aterrou à hora e meia em Boston – disse Korsak despedaçando em bocadinhos as esperanças de Jane.

Na esquadra…

Maura fazia a autópsia atentamente… exceto quando recebia mensagens amorosas de Ian, momentos esses em que se descuidava do trabalho, mas nem por isso o seu cérebro brilhante deixava escapar os mais ínfimos pormenores. Quando terminou a autópsia foi ter com a equipa à ala dos detetives para os informar de todos os detalhes. Todos estranharam o facto de a autópsia ter sido tão rápida mas Jane tratou logo de defender o profissionalismo e a eficácia da amiga sem deixar escapar qualquer detalhe da sua vida amorosa. Maura agradeceu-lhe mentalmente. Foi uma tarde atribulada. Jane interrogou 4 suspeitos sozinha; Korsak analisou as fotografias do local do crime e verificou o álibi do marido; já Frankie, esteve a analisar as contas e chamadas da vítima, juntamente com Idara; Maura e Kent analisaram terra encontrada nas unhas da vítima

No final da tarde, as pistas já eram bastantes e havia algumas conclusões. A filha de Stana e Henry não tinha um álibi sólido e vários motivos para matar a mãe. A irmã da vítima, uma toxicodependente em busca de dinheiro para pagar dívidas, também tinha muitas evidências que indicavam que ela poderia ser a assassina incluindo a terra encontrada nas unhas de Stana, que pertencia ao local onde vivia.

Depois deste longo dia, Maura saiu energeticamente da morgue ansiosa para se encontrar com Ian. No elevador cruzou-se com Jane, que pediu-lhe que não esperasse muito de Ian para que não se voltasse a magoar. A patologista disse que não se preocupasse e que sabia perfeitamente que aquele “romance” iria terminar daí a uma semana. Abraçaram-se e despediram-se embora Jane soubesse que Maura se estava a fazer de forte.

Em casa de Maura…

Ela abriu a porta e ficou de boca aberta com o cenário que a esperava. A mesa estava posta e convenientemente decorada já com as travessas de arroz e carne assada na mesa. Uma salada para acompanhar e um bom champagne francês num frappe cheio de gelo. Ian surgiu por detrás dela e abraçou-a pela cintura. Ela sorriu e agradeceu-lhe o jantar. Aproximaram-se da mesa e o rapaz moveu a cadeira para que ela se sentasse num ato de cavalheirismo; logo de seguida sentou-se ele na cadeira ao lado.

–Maura, eu sei que não venho tantas vezes como deveria. Acredita que eu queria… mas não posso. Portanto, eu vou fazer com que esta semana seja a melhor da tua vida… Em todos os aspetos – prometeu Ian.

Mais uma vez Maura gradeceu-lhe com uma lágrima de emoção que conseguiu reter. Jantaram calmamente, conversando e rindo. Abriram o champagne e brindaram aos reencontros. Maura não estava à espera, mas Ian contou-lhe algumas das suas perigosas aventuras com um toque de comédia; por sua vez, Maura, falou-lhe dos mais estranhos casos no laboratório que haviam tido nos últimos anos. Quando terminaram de jantar, a patologista lembrou-se das poucas vezes que Ian tinha cozinhado para ela e chegou a uma conclusão… Ele daria um ótimo chef se não estivesse sempre a tentar salvar pessoas. Ele levou-a para o quarto… No caminho, havia pétalas de rosa vermelha espalhadas por todo lado. Ela abriu a porta e mais pétalas rodeavam a cama, desta vez de rosas brancas. Ele olhou-a nos olhos e beijou-a intensamente. Apaixonada, ela retribuiu com a mesma vivacidade os gestos do parceiro. Quando começaram a tirar a roupa, os corações aceleraram; ela deitou-se sobre ele; Ian beijava-a pelo corpo e Maura acariciava-o. A noite estava quente e ele senti-a essa quentura, que se juntava ao calor dos cabelos loiros da patologista que caiam em cascata e rodeavam a sua face. A entrega foi total, tal como na noite anterior. Ambos estavam com as emoções à flor da pele. A certo ponto, as suas bocas entraram num jogo de línguas que durou vários minutos. Num súbito movimento de Ian, Maura gemeu alto. Queriam satisfazer os desejos um do outro, lentamente mas com eficácia. Entre elogios mútuos e trocas de juras de amor Maura sentia-se livre, como nunca se sentira antes. Depois de tantas relações falhadas apercebeu-se de que era com Ian que realmente se sentia bem, não só na cama, mas em tudo. Apesar de todas estas emoções era impossível… ela sabia disso, e nem outra coisa lhe passava pela cabeça. “Ele é um fugitivo”, pensava ela para si própria depois de o rapaz ter caído num sono profundo às quatro da manhã. Fitou-lhe o rosto afectuosamente e acariciou-lhe a face ao de leva para não o acordar. No meio de tantos pensamentos, enroscou-se em Ian, e, poucos segundos depois, adormeceu embrulhada no corpo o rapaz, e em ideias.

Na manhã seguinte, Maura foi a primeira dos dois a acordar. Olhou para o telemóvel para verificar se tinha alguma chamada (visto que de noite o punha em silêncio) mas focou-se noutra coisa que a fez dar um sobressalto: as horas! Maura era a chefe, e podia chegar atrasada, mas detestava quando isso acontecia. Eram 11:27 e ele ficou de estar no laboratório às 9:30 para mostrar a Jane (que lhe tinha ligado duas vezes) algumas das coisas que tinha encontrado no corpo da vítima Stana Bell. Vestiu-se rapidamente com um conjunto de Stefano Gabbana e uns sapatos azuis de salto Luís Onofre. Ela acordou Ian para o informar que ia embora e deu-lhe um beijo que ele fez questão de prolongar agarrando-a pela cintura (um hábito que ele tinha).

Na esquadra…

Maura ia a entrar no elevador quando se lembrou que ainda não tinha tomado o pequeno-almoço. Foi até ao bar e sentou-se numa das mesas altas que lá havia depois de pedir um pão integral com manteiga magra. Quando foi servida, viu Jane a chegar ao bar e entalou-se.

–Há… muito bem, nós a resolver um homicídio e a menina a comer sandes aqui – acusou Jane assim que chegou perto de Maura com o seu tom irónico habitual – ou será que estives-te a comer outra coisa noutro sítio qualquer – brincou Jane baixando o tom de voz que nesse dia já tinha conseguido tomar um bom café.

–Distrai-me com as horas – respondeu a patologista um pouco inquieta.

–Pois... Entretanto o Kent deu-me todas as noções precisas. Aquele homem é uma máquina no que toca a gravar informações. A possível assassina está lá em cima, vamos tentar faze-la confessar. Sabes, estás com sorte, este caso está a ser rápido, pode ser que ainda consigas passar a semana com o teu namorado fugitivo.

As duas riram perante aquela afirmação, dirigiram-se para o elevador e cada uma foi para o seu departamento. Maura chegou ao laboratório e pediu desculpas a Kent por ter sido ele a informar Jane sobre a vítima quando essa tarefa devia ter sido dela.

–Não faz mal – respondeu ele dando pouca importância ao assunto – olha… eu gostava de te fazer uma pergunta…

–Faz.

–Ok… eu não quero que isto pareça estranho. Eu sei que tu és amiga dela e tal e não quero que penses que tenho 2ª’s ou 3ª’s intenções mas… eu…

–Kent, vai direto ao assunto que eu acho que já estou a perceber a situação.

–Ok… sabes se ela gosta de comida chinesa?

–Nem por isso. Sabes, a Jane (Kent fez-lhe sinal para ela falar baixinho) … ela gosta de fast food e uma cerveja fresca. Leva-a ao bar do Korsak, ela vai gostar… Oh, não, espera. A mãe dela trabalha lá. Leva-a ao “Spatule Golden”, fica na zona sul e é elegante e descontraído. Ela vai adorar.

–Ok… sim, vou fazer isso. Obrigado Maura – ele saiu do laboratório atrapalhado deixando Maura sozinha perdida de riso.

Passaram algumas horas e Jane saiu da ala dos detetives toda satisfeita por mais uma detenção feita. A assassina de Stana, tinha sido a própria filha, para conseguir rapidamente a parte do dinheiro que lhe era destinada após a morte da progenitora. “Que espécie de mãe faz isto a uma filha”, pensou Jane para si própria. À saída da esquina que dava para o elevador chocou contra Kent, derrubando-o. Ele levantou-se rapidamente pedindo-lhe mil desculpas que foram aceites imediatamente. Ficou um estranho silêncio. Quando ela se ia embora, Kent convidou-a subitamente para sair. Jane ficou apática e ele começou a falar aos gaguejos.

–Há um restaurante… um bar… não, um restaurante. Tem comida… quer dizer, comida que deves gostar, acho – ele estava nervoso à espera de uma resposta da morena.

–Há… Ok, sim pode ser. Vais buscar-me às oito? – a detetive nem soube porque aceitou, mas na altura não lhe passou pela recusar um convite para jantar fora, algo que não fazia há muito tempo.

–Sim… Claro! Só um jantar – disse ele afastando-se devagarinho.

–Só um jantar – sublinhou ela.

Foi até à morgue depois daquele estranho encontro. Encontrou Maura a trocar mensagens no seu escritório. A patologista disfarçou bem enquanto Jane contava o convite súbito de Kent. Maura achou que lhe ia fazer bem sair com outras pessoas. A detetive passou ao assunto que iria interessar verdadeiramente a Maura.

–Muito bem… Tenho a informar-te que estás oficialmente… de férias!

Um sorriso invadiu a cara de Maura enquanto pensava em todos os planos que tinha feito para aquela semana com Ian… Fora e dentro de casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo as coisas começam a aquecer...
Leiam e enviem as vossas opiniões ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Burning Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.