Burning Love escrita por Beatrix Costa


Capítulo 18
Loucura sensata


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo minha gente!!!
Deu-me imenso gozo escrever este. Só uma dica! Enquanto estiverem a ler, imaginem muito bem cada cena na vossa cabeça com o máximo de pormenores possíveis, porque só assim conseguirão perceber a beleza e o amor contido neste capítulo! ;)
Espero que gostem!



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Anteriormente…

Jane estava chocada. Sentiu o telemóvel vibrar nas calças. Tirou-o do bolso e viu o nome “Angela” no visor. Num gesto rápido atendeu.

—Mãe, por acaso sabes onde... – Angela falou do outro lado da linha palavras que a detetive não queria ouvir – Como assim? Não!!!

Jane entrou na casa de Maura de rompante onde encontrou a mãe com uma cara assustada assim como Hope.

—Onde é que ela está? – questionou Jane alarmada.

—Olha – disse Angela mostrando-lhe um bilhete deixado pela loira.

“Preciso de recomeçar, não consigo ficar num sítio onde olho todos os dias para a pessoa que amo sabendo que ela nunca mais vai ser minha. Já tratei de tudo na esquadra. Não se preocupem, nós ficamos bem…

Maura”

Nessa altura, Jane teve realmente a certeza que Maura ainda a queria e que a conversa do dia anterior sobre começar de novo não fora à toa.

—Jane, por favor traga de volta a minha filha e o meu neto – pediu Hope desesperadamente.

—Eu vou trazer – respondeu a detetive sem hesitar.

Ela saiu de casa e meteu-se novamente no carro para ir até à esquadra. Tinha de haver uma pista qualquer, talvez Maura tivesse conversado com alguém ou tenha deixado outro bilhete… Tinha de haver qualquer coisa! O trânsito estava um inferno, só se ouviam buzinadelas por todo o lado. Iria demorar muito tempo até Jane chegar ao destino. Enquanto o carro estava parado no meio de tantos outros a morena ainda tentou ligar várias vezes para Maura, mas ia sempre parar à caixa postal…

—Vá lá Maura por favor, onde é que tu estás?! – dizia ela para consigo própria.

Por entre o barulho dos carros e dos insultos que as pessoas gritavam pelas janelas dos mesmos Jane teve um flashback de uma conversa que havia tido com a loira anos antes…

Vá lá Jane! Eu quero oferecer-te alguma coisa especial, e uma viagem é a coisa perfeita, nós quase nunca temos férias… - insistia Maura que já estava com aquela conversa há muitos dias por causa dos anos da amiga.

—Como é que tu consegues ser tão chata! Eu já te disse que se me deres bilhetes para aquele filme de ação está tudo bem.

—Jane, o filme chama-se “shed blood and bullets”! Tu queres ver no cinema algo que vez todos os dias na vida real… a isso chama-se falta de originalidade.

—Prontos ok! Venceste-me pelo cansaço. Então onde é que vamos?

—Boa! Eu pensei em Berlim… é a minha cidade preferida. Tu vais amar!

—Tudo bem…

A verdade é que essa viagem não se chegou a concretizar pois entretanto tinha havido um importante homicídio que elas tiveram de resolver juntamente com o resto da equipa. Maura acabara por lhe oferecer um par de botas que ela ainda usava. Desviou-se dos pensamentos alheios. O aeroporto! Se Maura queria ir embora e se Berlim era a sua cidade preferida era provável que ela fosse para lá. Ligou a sirene de polícia, deu meia-volta de dirigiu-se para o aeroporto. Era um tiro no escuro mas o instinto de Jane dizia-lhe que era aquilo que ela tinha de fazer.

Estacionou o mais perto de pôde e foi a correr para dentro do aeroporto que estava recheado de gente. Seguiu as indicações que diziam para onde se tinham de dirigir as pessoas que iriam voar em direção a Berlim. Quis passar pelos seguranças para ir para a sala de espera mas não conseguiu! Mesmo com o crachá eles não a deixaram passar… precisava de um mandato, diziam eles.

—É importante, eu preciso de passar por favor!

—Lamentamos detetive, só com mandato.

Jane já estava a desesperar! Faltavam 15 minutos para o voo e Maura já poderia estar a entrar no avião. De repente teve uma ideia maluca, mas que era a única coisa que poderia funcionar. Correu até à cabina de som do aeroporto, abriu a porta e mostrou o crachá. Desta vez as pessoas nem questionaram e deixaram-na usar o microfone que usualmente informava os clientes de todo o gigantesco edifício da hora dos voos.

—Atenção, peço a vossa atenção a todos! – disse Jane para o microfone com uma voz alarmada – preciso que todos parem o que estão a fazer e me ouçam.

Assim fizeram. As pessoas de todo o aeroporto pararam para ouvir a voz grave da detetive, assim como uma mulher loira que se encontrava com um bebé ao colo e que reconhecia aquela voz muito bem.

—Maura, se me estás a ouvir e eu sei que estás… presta atenção, por favor. E se depois não quiseres voltar falar comigo eu vou-me embora, mas agora ouve… – esperou uns segundos e continuou – Durante anos, nós conversamos, rimos e choramos juntas. Sentimos a dor uma da outra nos momentos maus e partilhamos os nossos medos, ansiedades, sentimentos. Cada vez que eu olho para ti parece que o tempo pára. E embora eu tenha demorado tanto tempo a perceber isso, sempre senti amor por ti, só que o demonstrava de outra maneira. Eu fui uma idiota, cometi imensos erros contigo, deixei-me levar pela cabeça e não pelo coração e eu… eu só quero pedir-te desculpas. Eu amo-te, mais do que qualquer outra pessoa no mundo! E quero cuidar de ti e do John. Por favor volta para mim.

Da sala de espera onde se encontrava, Maura, assim como todas as pessoas, estava de boca aberta. Por todo o aeroporto ouviam-se murmúrios de para quem seria aquela mensagem tão bonita, e num impulso a loira gritou:

—Eu sou a Maura!

—Você é a Maura… Ei, ela está aqui, passem a palavra – pediu uma senhora de idade às pessoas à volta.

Começaram-se a ouvir num raio de 3, 10, 20 metros as palavras “Ela está aqui”. As pessoas iam passando a palavra enquanto a loira ficava imobilizada no meio de um círculo de gente que iam abrindo espaço para que ela pudesse estar bem à vista.

Jane ia sair da cabina por entre olhares de pena, mas mesmo antes de isso acontecer, uma funcionária do aeroporto abriu a porta e disse:

—Ela está aqui!

Jane rasgou um sorriso nos lábios e seguiu a mulher em passos apressados. Passaram por inúmeros corredores em que as pessoas abriam espaço a pedido da funcionária. Desceram escadas, correram, passando por seguranças, incluindo aqueles que não a tinham deixado passar da primeira vez, até que Jane viu um caminho aberto para um círculo de gente e ao fundo avistou a sua amada com o bebé ao lado, sentado numa mala de viagem. Correu para eles.

—Jane!

—Maura, eu…

—Desculpa! – disse Maura abraçando fortemente a morena sob os olhares atentos e surpreendidos de muitos incluindo do filho.

—Eu é que peço desculpa, eu errei muito, mas quero compensar-te… a ti e ao John.

—Sim… sim!

Jane ajoelhou-se para surpresa da loira.

—O que estás a fazer? – perguntou ela baixinho.

—Eu sei que isto não é como tu imaginavas, e que já fiz isto antes, e também que não há anel mas… Maura, aceitas casar comigo… outra vez?

—Aceito – disse Maura sem hesitar com um grande sorriso nos lábios.

A morena levantou-se e beijou-a. Todos sorriram, bateram palmas e gritaram palavras como “sejam felizes”. E era isso que iria acontecer… elas iriam ser felizes, muitos felizes.

Separaram as bocas e olharam para John que sorriam também intensamente e demonstrava um brilho nos olhos pouco comum. Maura pegou nele e Jane na mala da loira.

—Vamos para casa? – questionou a morena já sabendo qual era a resposta.

—Sim, vamos…

Todos começaram a circular de novo, mas mais sorridentes. As pessoas pareciam satisfeitas. Jane rodeou Maura com um braço e as duas começaram a caminhar para fora do aeroporto já a fazer planos para o futuro próximo...


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Notas finais do capítulo

O próximo é o último, recheado de felicidade e amor!
Comentem :)



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