Burning Love escrita por Beatrix Costa


Capítulo 19
Burning Love


Notas iniciais do capítulo

Este é o último capítulo! Disfrutem desta leitura e depois não ignorem as notas finais ;)
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669271/chapter/19

Anteriormente…

Todos começaram a circular de novo, mas mais sorridentes. As pessoas pareciam satisfeitas. Jane rodeou Maura com um braço e as duas começaram a caminhar para fora do aeroporto já a fazer planos para o futuro… um futuro feliz!

4 Meses depois…

—Despacha-te Jane senão vamos… ó meu deu filha, tu estás linda!

Jane desceu as escadas de casa de Maura sorridente enquanto Angela olhava para ela com o maior orgulho do mundo. A detetive estava com um vestido de noiva ao estilo vintage que lhe dava até aos tornozelos, muito justo na cinta e com uma renda no corpete. O cabelo parecia mais encaracolado do que o normal, mais denso, mas menos ensarilhado.

—Então… o que achas? – questionou Jane insegura.

—Ainda estás mais bonita do que na prova.

—Obrigada.

—Vá! Vamos, eu sei que é tradição a noiva chegar atrasada mas no vosso caso deve funcionar de maneira diferente hahaha.

Jane também riu. Saíram de casa e meteram-se no carro do pai da detetive. Ele tinha vindo da Florida dias antes, e ao início também havia achado o facto de Jane se ir casar com Maura estranho, mas quando viu o sorriso na cara da filha quando estava com a loira não fez outra coisa senão apoiá-la (assim como todos os seus amigos). As inseguranças de Jane haviam desaparecido por completo naqueles últimos meses. Também Frankie e Tommy iam no carro, nos bancos de trás a conversar com a irmã.

—Então maninha, quem diria que afinal tu é que irias acabar com a Maura – disse Tommy no gozo.

—Cala-te! Ao menos não a tentei seduzir com o xadrez – relembrou-lhe Jane.

—Lá isso é verdade Tommy… - comentou Frankie que não guardava ressentimentos.

—Ei meninos, sem discussões! – disse Angela, com o mesmo tom zangado que fazia quando os três eram pequenos.

—Sim mãe… - responderam os eles em coro.

A certa altura, o carro entrou pelo portão da quinta onde se iria realizar o casamento. Aquele havia sido o primeiro cenário do crime onde Jane e Maura tinham trabalhado juntas. Alguns acharam um pouco macabro o facto de elas quererem realizar o casamento ali mas para as duas era um sítio especial, como elas queriam... Jane começou a rever a cena do crime e lembrou-se de uma conversa que havia tido com Maura sobre o cadáver, a sua primeira discussão com ela. Já nessa altura a loira não gostava de dar palpites e Jane tinha insistido com ela cerca de vinte minutos para que lhe desse alguma informação. Curioso, depois de todos aqueles anos Maura não tinha mudado muito…

Quando saiu do carro, Jane viu John ao colo de Korsak e foi de imediato ter com eles. Todos lhe elogiaram o maravilhoso vestido e o cabelo mas especialmente o olhar, nesse dia, a detetive tinha um brilho especial nos olhos. O menino esticou os braços para ir ao colo da morena que rapidamente acudiu aos seus gestos. Ele sorria para ela e tocava-lhe no cabelo despenteando-a. John estava um autêntico gentleman, muito elegante com fato e gravata à medida e uns sapatinhos a condizer. Jane deixou-o gatinhar no chão mesmo com as contradições de Angela.

—Jane! Ele vai sujar-se todo na relva.

—Ah, deixa-o brincar mãe… não lhe faz mal nenhum. Ei, a Hope e a Constance, onde estão? – questionou Jane que estranhou não as ver, visto que todos os convidados (cerca de 50) já estavam sentados, incluindo Cailin e o pai de Maura, e à espera que a cerimónia começasse.

—Elas estão a ajudar a Maura a arranjar-se…

—As duas?! – exclamou Jane extremamente surpreendida.

Korsak acenou em tom afirmativo. Jane reparou que Arthur já não estava na cadeira, portanto ela pressupôs que a sua noiva estivesse a chegar. Abriu ainda mais o sorriso que tinha nos lábios e deu a mão ao pai, pedindo-lhe que a levasse ao altar.

—Com todo o prazer – disse ele também com um sorriso afectuoso.

E assim foi… Eles desfilaram até ao altar sob o olhar atento de todos e sob o sol que irradiava de luz quente naquele dia. Korsak sentou-se na fila da frente e colocou o pequeno John na cadeira. Ele acenou a Jane que fez o mesmo e lhe mandou um beijinho com um sorriso na face. Frankie sénior colocou-se ao lado de Angela, que olhava atentamente para Cavanaugh que lhe retribuía a expressão, para esperarem pela segunda noiva. A morena nunca se sentira tão nervosa na sua vida (nem quando disparara uma vez contra si própria para poder matar um criminoso). Em segundos viu a vida toda a passar-lhe à frente, mas todas as suas visões desapareceram quando a clássica música do casamento começou a tocar e Maura começou a ser vista por todos de braço dado com o pai. Ela estava tão maravilhosa quanto Jane, mas num estilo diferente. O seu vestido era tal e qual o de uma princesa da Disney… Comprido e espampanante da cintura para baixo. A parte de cima era caicai, mas as costas da patologista estavam praticamente descobertas. Nos braços, ostentava um tecido transformado em renda muito bonito e com formas floreadas. Aqueles segundos em que ela caminhou para o altar pareceram eternos a Jane e quando a loira finalmente chegou à sua frente ela deu-lhe a mão em sinal de afeto. Arthur apertou a outra mão da morena com um olhar que ela não sabia se significava orgulho ou respeito, no entanto, bloqueou os seus pensamentos pela mulher da conservatória que as iria casar.

—Bom, visto que as noivas já cá estão, podemos começar.

Elas assentiram sem deixarem de se olhar. Pareciam querer decifrar a mente uma da outra… Praticamente não ouviram as sábias palavras da alegre senhora, mas quando chegou a hora dos votos… ah! Os votos! Jane havia-se esquecido completamente de planear o que iria dizer. A patologista começou e ela tentou pensar rapidamente em alguma coisa sem desviar a atenção das palavras dela.

—Eu, Maura Isles, prometo amar-te, respeitar-te, ser-te fiel e também passar a dar palpites nos homicídios quando o meu instinto o disser (ouviram-se risadas). Jane, o meu mundo não iria ser o mesmo sem ti, tu mudas-te a vida, a minha perspetiva de ver as coisas e ensinaste-me a pensar não só com a cabeça… mas também com o coração. Quero passar o resto da minha vida contigo meu amor – Jane não hesitou em derramar uma lágrima com aquelas últimas palavras e ao lembrar-se do dia no aeroporto soube exatamente o que iria dizer.

—Eu, Jane Rizzoli, prometo amar-te, respeitar-te, ser-te fiel e mais paciente… em todos os aspetos (mais risadas e a morena deu-lhe as duas mãos). Durante anos e anos tu estives-te a meu lado para tudo e vice-versa. Por muito tempo que passe, e aconteça o que acontecer, eu amo-te e a minha vida não seria a mesma sem ti e (fez uma pausa prolongada)… eu sempre te amei, só que de maneira diferente. Esta é a maneira certa.

Todos se levantaram perante o final dos votos e bateram palmas ruidosas. Angela estava com as emoções à flor da pele, assim como Constance e Hope que não deixaram de derramar lágrimas de alegria. De longe, para não ser visto, Ian piscou observou o rosto feliz da ex-amada e o filho sentado na cadeira. Satisfeito, retirou-se novamente, mas feliz. Maura sentiu nesse momento um calafrio inexplicável e por segurança olhou para John, que lhe devolveu o calor ao corpo e à alma. No final, e perante o sim de Maura, a mulher da conservatória questionou o mesmo à morena.

—Jane Rizzoli, aceita Maura Isles como sua legitima esposa?

—Aceito – respondeu sem hesitar.

—Muito bem… Perante o poder que me foi concedido pela justiça do estado de Massachusetts eu declaro-vos mulher e mulher. As noivas podem beijar-se.

Jane puxou Maura para o beijo em modo de paço de tango. Mais uma vez, aquela quinta foi inundada pelo barulho das palmas dos convidados e, quando o beijo terminou, numa das imensas cadeiras via-se uma coisa surpreendente…

—Jane! Olha – chamou Maura a atenção da morena.

Na cadeira ao lado de Korsak, John descia dela cuidadosamente enquanto se apoiava com as mãos no objeto. E o rapaz que tinha os joelhos todos sujos de gatinhar na relva e as mãos ligeiramente arranhadas das ervas da ninha em que tinha tocado, começou a dar pequenos passos em direção às duas mães. Maura estava perplexa, John tinha cerca de cinco meses e estava naquele dia, logo naquele dia, a caminhar pela primeira vez perante e para ela. Melhor presente não havia! Antes que conseguisse cair apoiou-se no vestido da mãe e sorriu para ela. Depois fez o mesmo a Jane que também estava encanada. A morena pegou no menino ao colo.

—Nós vamos ser muito felizes – disse ela pegando na mão de Maura e beijando-a de leve no rosto.

A festa decorreu da melhor maneira! Todos comeram, beberam, dançaram e divertiram-se muito. Angela havia passado o tempo todo numa mesa com Cavanaugh e a família. Frankie havia dançado uma vez com Maura, e isso fora o suficiente para perceber a felicidade de que estava rodeada. Tommy, Lydia e TJ pareciam estar a dar-se melhor do que nunca. Hope, Constance e Arthur pelos vistos também pareciam estar a fazer um esforço para se darem bem. Cailin havia passado o tempo todo com o sobrinho a brincar num escorrega que havia dentro da quinta. No final da festa, Maura ofereceu o seu presente de casamento a Jane… Uma bola assinada por todos os membros dos Red Sox. Ela ficou eufóricae agradeceu-lhe com inúmeros beijos e abraços. Depois foi a sua vez. Jane havia-se decidido por um vestido vermelho muito bonito que iria assentar a Maura como uma luva. Também ela adorou a prenda. Era tarde, e todos da esquadra (que era cerca de 80% dos convidados) começaram a dispersar, pois iriam ter de trabalhar no dia seguinte.

—Amanhã não trabalham, mas depois quero-vos ver às duas prontas ao serviço! – exclamou Cavanaugh num tom brincalhão, embora estivesse a falar a sério.

—Sim senhor – disseram as duas em conjunto.

—Acho que já tivemos lua-de-mel que chegasse – acrescentou a morena ao que os três riram.

Também ele saiu, mas na companhia de Angela. Os restantes membros das famílias das duas foram os últimos a sair, deixando-as sozinhas com John. Eles iriam passar a noite na gigantesca casa daquele sítio maravilhoso. Foram para dentro.

—Eu preferia passar a noite em tua casa.

—Tens a certeza – disse Maura sentando-se ao lado dela depois de ter deitado John no de cima.

—Tu não?

—Bom, em casa provavelmente não podíamos fazer isto… - disse Maura pondo música do gosto das duas em alto som, que pelos vistos não se ouvia no andar de cima, e servindo-lhe um copo de vinho. Sentou-se no colo de Jane, que se encontrava sentada no sofá da sala.

A detetive começou a beijá-la e as duas deixaram-se envolver na noite escura, na música e no vinho, que ia aquecendo aos poucos. Entre juras de amor e toques intermináveis, elas tiveram a melhor noite das suas vidas, a seguir à primeira claro.

Na manhã seguinte, a morena acordou ao som do telemóvel, assim como a loira. Elas estavam seminuas e o sofá virado do avesso. A garrafa de vinho estava vazia e a música tinha parado a meio da noite.

—Rizzoli… mas eu…muito bem…

—Isles…não…sim, estarei aí em meia-hora.

Elas desligaram os telemóveis em simultâneo.

—Bom, parece que afinal não temos folga – afirmou Maura.

—Pois… parece que sim – completou Jane esfregando a cara para acordar, embora isso fosse inútil sem o café matinal.

As duas levantaram-se, arranjaram-se rapidamente com a muda de roupa que tinham levado e depois de ajudarem John a preparar-se puseram-se à porta.

—Bom, não era assim que eu contava passar o dia, mas vamos trabalhar! – disse Maura com o filho ao colo e cheia de energia.

—Vamos lá – finalizou Jane abrindo a porta da rua e fechando-a à chave com a certeza de que um dia iriam voltar lá para mais uma noite inesquecível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Confesso que me deu imenso gozo escrever esta fic, acho que ficou muito boa, pelo menos na minha modesta opinião... Quero agradecer a todos os que comentaram, que favoritaram ou que apenas leram porque para mim isso já é muito bom. OBRIGADA POR TUDO! Espero que continuem a acompanhar o meu trabalho.
PS: em breve escreverei mais sobre estas meninas! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Burning Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.