Burning Love escrita por Beatrix Costa


Capítulo 17
Is it too late now to say sorry?


Notas iniciais do capítulo

Estamos a entrar na fase final! Aproveitem estes últimos capítulos. Obrigado à minha comentadora JaneRizzoli pelas sugetões ;)
Espero que gostem!



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Anteriormente…

Jane não disse nem mais uma palavra e saiu a correr do laboratório com a cara lavada em lágrimas deixando Maura a refletir sobre tudo e sobre todos.

Tinham-se passado três dias desde a volta das meninas a Boston, e a relação entre as duas não continuava a melhor… Sempre que se cruzavam no trabalho nem se falavam, bom, só uma vez, porque Jane disse a Maura que já não fazia sentido ela continuar com a aliança que a morena lhe havia oferecido. A patologista tirou-a nesse preciso momento e devolveu-a a Jane. Todos estavam a estranhar aquele comportamento, mas ninguém tinha coragem para perguntar o que se passava, pois cada vez que se tocava no nome da outra em frente a uma, viam-se olhares enraivecidos e ouviam-se palavras de indiferença. Mas havia uma pessoa que já tinha percebido tudo, e que iria ter uma conversa com uma das duas, para a tentar fazer ver a voz da razão.

Nessa manhã, Angela acordou muito cedo e deixou um bilhete em cima da bancada da cozinha a dizer:

“Bom dia Maura.

Tive que sair e só volto mais tarde, portanto hoje não poderei tomar conta do John. Qualquer coisa liga. Beijos!

Angela”

A empregada de mesa saiu da casa da patologista e foi até à de Frankie. Teve de tocar umas três vezes à campainha para que o filho lhe atendesse, e, como sempre, o apartamento estava uma bagunça…

—Onde está a tua irmã? – questionou Angela ao filho com um olhar reprovador ao ver o estado da casa.

—No quarto pequeno – respondeu ele, e de seguida voltou para a cama sem sequer questionar o porquê de a mãe querer falar com a irmã.

Angela andou até ao pequeno quarto, abriu a porta sem bater (o que acordou uma Jane muito mal humorada) e abriu as persianas, o que deixou a detetive ainda mais furiosa e a espingardear palavras por todos os lados, pois estava um sol muito forte.

—Ei! Qual é a tua mãe, são sete da manhã!

—Nós precisamos de falar.

—Não vem aí coisa boa... – concluiu Jane sentando-se na cama, ainda ensonada pronta para ouvir algo que não lhe iria certamente agradar.

—Tu e a Maura estão juntas certo?

—Quê? De… de que é que estás a falar? Eu… nós não… – Jane não conseguia fazer uma frase coerente pois estava extremamente surpreendida com o facto de a mãe saber algo que não devia.

—Ah, não negues Jane! Eu já percebi perfeitamente, aliás, vocês não estão juntas mas sim separadas! E eu gostaria de saber o porquê.

Jane acabou por ceder pois percebeu que a mãe não se ia deixar enganar tão facilmente. Suspirou, enterrou a cabeça nos braços por segundos, recebendo algumas caricias nos longos cabelos cachados e começou a contar tudo:

—Na noite em que nós descobrimos que era mesmo o Ian que estava internado no hospital a Maura não estava nada bem… - a detetive ia tendo um flashback dos acontecimentos enquanto contava tudo à mãe – Nós íamos dormir e eu fui à casa de banho, mas quando voltei ela estava lavada em lágrimas e a dizer que não ia aguentar tudo aquilo. Eu olhei-a, queria conversar mas em vez disso beijei-a! Foi um impulso! Eu fui embora, a pensar que ela nunca mais me iria querer ver mas… no dia seguinte eu fui ter com ela ao hospital e quando fomos para o hotel ela beijou-me e nós, bem… nós…

—Foram para a cama…

—Mãe!

—O quê? Até parece que é uma coisa assim tão invulgar.

Jane contou como as coisas em Londres se tinham desenrolado a partir daí, como se sentia bem quando estava com Maura, a noite do parto, o que tinha acontecido a Ian e confessou todo o amor que tinha pela loira.

—Tens medo não é?

—Não… ok, sim. Tenho medo de a desiludir, tenho medo que as pessoas não nos aceitem. É muita coisa.

—Já a desiludiste quando a deixas-te filha. Vai atrás dela antes que seja tarde demais… vocês amam-se, é pena só terem reparado nisso agora.

Angela levantou-se, deu um beijo ao de leve na face da filha e foi-se embora deixando Jane a pensar muito. A detetive não conseguiu dormir mais. Depois de uma hora com a cabeça às voltas, levantou-se e vestiu-se. Ela iria finalmente seguir o conselho de Angela…

Foi para a esquadra apressada, com um leve aperto no peito, parecia o nervosismo do primeiro encontro. Foi até ao laboratório e viu uma cadeirinha de bebé.

—Ei John… a tua mamã? – perguntou ela ao menino acariciando-lhe a cara com um sorriso de orelha a orelha. Ele fez pequenos sons enquanto brincava com um peluche vestido de cientista.

—O que é que estás aqui a fazer? – questionou a loira assim que apareceu, com uma expressão desagradada.

—Podemos falar?

—Se fores rápida, estou a trabalhar. Mas também não percebo porque é que vieste ter comigo, que eu saiba não temos nenhum caso em mãos.

—Por favor Maura.

—Diz lá então – disse a patologista impaciente.

—Eu quero reatar contigo. Eu sei que fiz muita merd… - Maura arregalou os olhos para ela antes que a morena completasse a palavra – ah… porcaria, sim, eu fiz muita porcaria. Mas eu adoro-te e tu tens razão. Não interessa o que os outros vão dizer eu quero ficar contigo.

—Já acabas-te?

—Ah… sim – disse Jane hesitante pois não gostou do tom dela.

Maura ficou calada por breves momentos e depois deu o seu veredito:

—Eu não vou voltar para ti Jane.

A detetive sentiu como se uma bala a perfurasse lentamente, agora ela sabia o que Maura tinha sentido quando ela a tinha deixado sozinha naquela ponte dias antes depois das crueldades que lhe tinha dito.

—Mas… porquê?

—Porquê? Tu ainda tens a lata de me perguntar porquê! – barafustou Maura enraivecida – Tu deixaste-me porque quiseste, ninguém te apontou uma arma à cabeça. Quem é que me garante que não vais voltar a fazer isso.

—Mas o teu medo é que eu não queira assumir-te perante os outros? Eu assumo, eu sou lésbica, eu amo-te, queres ver?

A seguir as estas palavras Jane chamou a atenção a um dos técnicos de laboratório e em frente a ele, e, depois de confessar que gostava de mulheres, beijou Maura, que ficou estupefacta assim como o técnico que as observava e que logo a seguir saiu dali rapidamente.

—Eu não te deixei porque quis! Eu tinha medo e sobretudo… eu não te queria desiludir.

—Lamento Jane… eu agora sou mãe, quero dar estabilidade ao meu filho. Segue com a tua vida em frente, eu vou tentar fazer o mesmo – terminou ela ainda estupefacta com o beijo que tinha recebido.

Maura foi para o escritório juntamente com John, deixando Jane sozinha no laboratório completamente arrependida do erro que havia cometido.

Ao final da tarde, quando todos estavam a sair da esquadra Jane ficou sozinha com Korsak na ala dos homicídios… para lhe contar tudo!

—Já não era sem tempo!

—O quê tu também?

—Desde que vos conheço às duas que sempre achei que havia uma ligação especial…

—Pois… eu quero recuperá-la Korsak eu amo-a e tu… tu tens experiência com mulheres, não tens nenhum conselho? – pediu Jane quase em desespero.

—Faz-lhe uma surpresa. Pelo que percebi ela está chateada contigo porque tu estavas com dúvidas, mas se ela te ama mesmo vai-te perdoar mais cedo ou mais tarde.

—Sim… sim é isso! Obrigada Korsak – agradeu Jane abraçando o amigo com uma ideia em mente.

—De nada – Jane ia sair – Há! E jane…

—O quê?

—Parabéns! Vocês vão ser muito felizes tenho a cereteza.

—Obrigada.

Jane foi até ao escritório de Maura para pôr em marcha o seu plano. Ligou o computador que a patologista deixava sempre lá e felizmente arranjou umas quantas fotografias das duas. Fez um vídeo muito romântico com uma das musicas clássicas que a loira adorava, escreveu um bilhete a dizer “casa comigo” e deixou a aliança que lhe havia tirado em cima do papel. Depois programou o computador para que assim que fosse ligado no dia seguinte começasse a dar o vídeo. Estava tudo pronto, Jane só fazia figas para que resultasse, se tudo corresse bem elas ainda iriam ter uma grande festa de casamento. Antes de sair lançou uma olhadela ao escritório, parecia mais vazio do que o habitual. Ela sorriu e voltou para casa do irmão. Se o plano funcionasse, na noite seguinte ela já iria estar a dormir nos braços da loira dos quais nunca devia ter saído.

No dia seguinte, a detetive acordou ao som do telemóvel.

—Rizzoli… sim… muito bem, estou aí em meia hora.

Jane levantou-se, vestiu-se e foi até à cozinha. Lá encontrou Frankie ao telemóvel, a dizer que se iria dirigir igualmente para o local do crime. A morena tomou o pequeno-almoço com um sorriso nos lábios, ao que o irmão estranhou tanta alegria matinal.

—E então maninha o que é que se passa?

—Oh nada… só que a probabilidade de hoje já não dormir aqui agrada-me hahaha.

—Mal agradecida – brincou Frankie.

Eles riram, e foram para o local do crime. Era uma ruela estreita e escura cheia de bares à volta. Jane aproximou-se do cadáver para observar melhor.

—Ei! Deixa passar Rizzoli – disse uma voz masculina e reconhecível atrás dela.

—Pike?!

—Dr. Pike se faz favor! Sai daí que me estás a tapar a luz!

—Onde está a Maura?

—Não sei, mandaram-me vir para cá e eu vim… mas quem é que precisa da Dr.ª Isles quando a polícia de Boston tem um profissional como eu a seu dispor – observou Pike com uma voz tão elevada como o seu ego.

Jane estava chocada. Sentiu o telemóvel vibrar nas calças. Tirou-o do bolso e viu o nome “Angela” no visor. Num gesto rápido atendeu.

—Mãe, por acaso sabes onde... – Angela falou do outro lado da linha palavras que a detetive não queria ouvir – Como assim? Não!!!


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Notas finais do capítulo

Onde estará Maura? Será tarde demais?
Continuem a acompanhar e deem as vossas opiniões!



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