Cidade das Sombras escrita por Cris Herondale Cipriano


Capítulo 11
Angustia e Salvação!


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaaa
Um draminha básico para vocês rsrsrsrsrrs
Boa leitura!!



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Londres - 1878.

Após as revelações bombásticas Charlotte decidiu que era melhor para todos irem dormir para descansar os corpos feridos e a mente agitada. Jessamine foi a primeira a se retirar, já havia descoberto o que queria, agora só precisava de uma oportunidade para entrar em contato com Nat.

Charlotte mostrou os quartos em que ficariam os caçadores do futuro, no entanto apenas Simon e Isabelle aceitaram, Clary e Alec resolveram dormir em um dos leitos da enfermaria para poderem cuidar de Jace durante a noite. 

Jem já se sentia melhor, mas resolveu dormir na enfermaria também, Will resolveu que ficaria com o parabatai e Tessa também ficou, afinal Jem era seu noivo e queria estar lá caso ele tivesse uma recaída.

Como estava tarde Charlotte ofereceu um quarto para Magnus, o bruxo aceitou de bom grado, pois havia começado a chover e o caminho de volta para a casa de Camille não seria agradável, além disso queria ficar perto de Jace, o bruxo não admitia, mas estava preocupado com o garoto, era muita injustiça alguém tão belo assim morrer tão jovem. Magnus sempre teve um fraco por coisas belas e quebradas e mesmo sem conhecer Jace Herondale sentia que este era tão quebrado quanto Will.

 Clary observava ao lado de Tessa Alec e Will jogando xadrez, os garotos arrastaram uma pequena mesa redonda para perto dos leitos onde se encontravam Jace e Jem e agora estavam sentados em bancos baixos jogando uma partida que já durava meia hora.

Clary ainda estava espantada com a semelhança entre Alec e Will, olhando para os dois podia jurar que eram a mesma pessoa, Will havia emprestado algumas roupas para Alec este havia tomado banho e parecia um pouco mais animado. Com as roupas de época Alec poderia ser muito bem confundido com um irmão gêmeo de Will, ambos usavam uma camisa branca meia aberta no pescoço e olhavam concentrados na partida. Desejou estar com seu caderno queria desenhar aquela cena tão peculiar e encantadora.

Clary soltou um suspiro, estava cansada mas sabia que não conseguiria dormir, estava muito preocupada com Jace para isso. Depois das revelações Charlotte havia mandado todos dormirem e havia mostrado os quartos ao qual cada um dormiria, Clary não quis, não queria deixar Jace sozinho, então a gentil líder do instituto oferecera algumas de suas roupas para que pudesse tomar banho. Sentiu vontade de chorar, estava exausta e um banho lhe faria muito bem, como era baixinha apenas as roupas de Charlotte serviram nela.

Tessa ainda olhava surpresa de Will para Alec, se não o conhecesse bem poderia muito bem confundir os dois, ambos se pareciam muito, ainda mais agora com a mesma roupa e olhando concentrados no jogo, vez ou outra ela via Alec bufando quando uma jogada não saia de seu agrado e Will franzindo o senho quando perdia alguma peça importante, estavam em silêncio e pareciam tensos, mas ela sabia que toda a tensão não tinha a ver com a partida e sim com os acontecimentos recentes. 

Jem que estava sentado em seu leito também observava a partida, estava impressionado com o quanto Alec era bom, ele não se desesperava com as jogadas de Will, simplesmente analisava e depois fazia a melhor jogada que pudesse no momento, tudo com uma tranquilidade invejável.

Mas Jem estava preocupado com Will, após as revelações dos caçadores o garoto não havia dito mais nada, parecia perdido em seus próprio pensamentos, hora ou outra conseguia fraga-lo olhando para Jace com interesse e o que parecia ser animação, depois sempre fechava a expressão como se tivesse se lembrado de algo ruim, mesmo ali jogando e fazendo lances espetaculares Jem podia jurar que seus pensamentos estavam longe e isso o deixava intrigado.  Sabia que Will se achava incapaz de ser amado, percebia isso pelas atitudes do parabatai e ver um parente seu do futuro devia ter mexido e muito com a cabeça dele. Isso era o que mais o preocupava, Will era uma caixinha de surpresas, nunca podiam saber exatamente qual seria sua reação quando o assunto era sentimento. 

 

                                                                          * * * 

 

Nova York -  Dias atuais.

Magnus estava sentado no chão do quarto no apartamento que dividia com Alec, livros e mais livros estavam espalhados por todo quarto, havia se passado três dias que os meninos haviam desaparecidos e o bruxo ainda tentava encontrar um jeito de traze-los de volta. 

Com um suspiro derrotado Magnus se espreguiçou e olhou ao redor de seu quarto, ou melhor, quarto que dividia com Alec, era um quarto grande, mas não chamativo, tinha uma cama de casal que era feita de carvalho e possuía dossel, era uma cama antiga, grande e espaçosa, sorriu ao lembrar do chilique que Alec havia feito quando " comprara " aquela cama, Alec não gostava de nada extravagante e quase surtara quando Magnus a arrumou, mas o bruxo o havia convencido a ficar com ela. Na parede oposta a cama havia um guarda-roupas também de carvalho e bem grande, pegava a parede toda. 

Na parede ao lado havia uma escrivaninha em frente a janela, em cada lado da cama havia um criado mudo. Quem olhasse o quarto veria um ambiente sério e muito reservado, assim como a personalidade de Alec, Magnus o havia deixado decorar o quarto e o apartamento para que este se sentisse em casa, pois o bruxo gostava muito de coisas chamativas e o caçador não era assim, então chegaram a um meio termo, afinal a sala havia sido Magnus quem decorara, continuou olhando ao redor e seus olhos foram atraídos para um dos criados mudo, nele havia um porta retrato duplo, Magnus se levantou e pegou o porta o retrato, eram duas fotos, a primeira Alec e ele em sua viajem ao Brasil, ambos estavam de frente ao Cristo Redentor e se abraçavam sorridentes, a segunda era Alec  olhando para a praia sorridente, o sol batia um pouco em seu rosto deixando seus olhos azuis mais evidentes que já eram, ele havia conseguido tirar a foto enquanto o caçador estava distraído, era raro um momento em que o garoto se dava ao luxo de ficar relaxado, era sempre muito tenso. Magnus lembrou quando tiraram aquela foto, após seis meses da batalha contra Sebastian Magnus ainda se sentia doente, suas forças estavam voltando a cada dia, mas o bruxo ainda se sentia fraco e também deprimido, era sempre assim quando pensava no pai, por isso nunca falava dele, nunca pensava nele. Alec percebendo que o bruxo estava deprimido pediu uma licença a Clave, licença que havia sido negada, haviam tido muitas perdas graças a Sebastian então a Clave não podia se dar ao luxo de dispensar nenhum caçador. Sem se importar Alec chegou no apartamento aquele dia e falou animado a Magnus que iriam viajar, quando o bruxo perguntou o destino o caçador apenas disse sorridente: para qualquer lugar, desde que estejamos juntos! 

Uma lagrima escorreu pela face do bruxo, não estavam mais juntos, por uma burrada sua Alec estava preso no passado, seu Alec estava sozinho no passado. Um soluço escapou pela garganta de Magnus, Alec estava preso no passado e ele não conseguia achar um único meio de traze-lo de volta. A dura realidade se abateu no bruxo, ele poderia nunca mais ver Alec, nunca mais ver seu sorriso contido, olhar seus olhos azuis que sempre eram tão sinceros e gentis, nunca mais poder vê-lo soltando uma de suas raras e gostosa gargalhada, poderia nunca mais poder abraça-lo e beija-lo, poderia perder seu Alec para sempre!

O desespero se abateu sobre o bruxo que caindo de joelhos no chão deixou que as lagrimas caíssem e desabafou num planto sofrido e angustiado, o som de seus soluços ecoavam pelo apartamento vazio causando mais angustia em Magnus.

 

                                                 * * * 

 

Londres - 1878.

Jem acordou sobressaltado, havia tido um pesadelo onde Tessa era arrancada dele por Mortmain e Will era morto pelo mesmo. Girou a cabeça no travesseiro e pode ver que todos já dormiam, Alec estava deitado no leito em frente ao Jace e dormia um sono inquieto, a todo momento balbuciava algo que Jem não conseguia entender. O leito ao lado de Jace estava vazio e desarrumado, como se quem estivesse estado ali não houvesse conseguido dormir, olhou para o leito de Jace e pode ver Clary dormindo ao lado dele tranquilamente, então ela não conseguiu ficar longe, pensou entretido. Observou Jace e percebeu que este estava com um pouco de dificuldade para respirar, a febre parecia ter baixado, pois seu rosto não estava tão rosado quanto antes. 

Olhou para a cama em frente a sua e viu Tessa dormindo profundamente agarrada ao travesseiro, a unica vela do recinto estava em um criado ao lado de sua cama e a chama da vela causava sombras no rosto da garota, ficou um momento a observando fascinado, até que um suspiro sofrido o tirou de seus pensamentos, olhou para o leito a seu lado e viu Will sentado encolhido e abraçado as próprias pernas com o queixo encostado no joelho. 

O fato dele estar acordado não surpreendeu Jem, Will raramente dormia, existia algum motivo que não o deixava dormir, mas o que o surpreendeu foi olhar para o rosto de seu parabatai sobre a meia luz de velas e ver que este estava chorando. Will tinha os olhos vidrados na parede a sua frente e parecia estar em transe, as lagrimas rolavam pelo rosto alvo, mas ele não soltava nenhum ruído, nenhum soluço, apenas deixava as lagrimas correrem silenciosas por seu rosto. 

Levantou preocupado e se sentou na cama de Will pegando-o pelos ombros e o chacoalhando levemente pelos ombros para tentar tira-lo de seu transe.

— Will?! Willian o que você tem?! 

O pavor tomou conta de seu corpo quando viu Will olha-lo sem expressão alguma, como se não o visse realmente.

— Willian pelo Anjo, o que você tem?! - Perguntou desesperado.

Will pareceu finalmente ter despertado e olhava para Jem confuso.

— Will? Você está bem? 

— James?! O que foi? 

— Eu é que pergunto o que foi, você estava chorando Willian e parecia em transe!

Will olhou para o parabatai e viu a preocupação estampada em seu rosto, soltou um suspiro e lembrou do que estava pensando antes, estava pensando que talvez ainda houvesse uma chance para ele já que teria descendentes, não queria mais viver magoando as pessoas que amava, não conseguia mais, por isso havia pedido ajuda a Magnus, estava farto de afastar as pessoas de si. E quando achava que seu futuro era negro e sozinho, aparecia Jace Herondale se dizendo seu parente, não sabia o que sentir, o que pensar, será que se casaria por amor ou com alguém que o odiasse? Será que quebraria a maldição?

Estava cansado de viver nessa escuridão, cansado de fazer Jem sofrer se preocupando com ele, Jem sua melhor  metade, seu lado bom, estava cansado de tentar afastar Tessa, a mulher que tanto amava mas que agora era de seu parabatai. Seu amor impossível, pois nunca trairia seu melhor amigo! Will não conseguia ver um futuro menos negro para si, não conseguia ver uma luz mais adiante e ver Jace ali não ajudava, não sabia o que pensar a respeito, pois temia a resposta que encontraria. 

Lembrou de como afastou as pessoas esses anos todos, de como as magoou, mas foi tudo para protege-las, sentiu uma saudade enorme dos pais, de Cecile, de Ella. Lembrar de Ella lhe causou uma enorme dor, era sempre assim, por isso não gostava de lembrar, lembrar da garota corajosa e bondosa que fora sua irmã, de como ela o protegia de tudo e de todos, até mesmo dos malditos patos que tinham no lago perto de sua casa em Gales quando ele tinha apenas seis anos. Lembrar de como ela deu a vida por ele. 

Um novo nó se formou em sua garganta e sem que pudesse controlar um soluço escapou de sua garganta e novas lagrimas escorriam por seu rosto. Jem olhava para o irmão assustado, o que está acontecendo com você Will?

Mas no fundo ele sabia a resposta, o muro que Will havia construído em torno de si estava ruindo, e Will após tanto tempo reprimindo seus verdadeiros sentimentos não sabia como lidar com eles agora, estava perdido e desamparado. 

Will levantou a cabeça e olhou em seus olhos, parecia um garotinho assustado com lagrimas nos olhos, olhar perdido e angustiado, parecia tão frágil e vulnerável. 

— Será que ainda tenho salvação James? - Perguntou com um fio de voz.

Jem sentiu seu coração se partir, Will estava pela primeira vez completamente exposto  de suas armaduras, frágil e vulnerável que poderia se quebrar ao mais leve toque. Sem pensar duas vezes abraçou o parabatai apertado como se quisesse protege-lo desse mundo tão cruel que tudo o que fazia era machuca-lo. 

Will viva dizendo que ele era sua melhor metade, mas o que Will não sabia era que o próprio Will era também a melhor metade dele.

Will o havia tirado de sua depressão pela perda dos pais, da depressão por viver do jeito que vivia, um viciado sem lugar no mundo, Will com seu jeito dramático e suicida de ser havia dado a ele o que mais precisara no momento, havia dado a ele um irmão, alguém que o compreendia, que o aceitava mesmo sendo um viciado sem muito tempo de vida. De certa forma Will também era sua melhor metade, mas parecia não perceber isso. 

— Claro que você tem salvação Willian, não duvide disso nunca! Lembre-se sempre de nosso juramento parabatai,nunca estará sozinho meu irmão, aonde fores eu também irei! 


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Notas finais do capítulo

Sim eu sei que ficou muito dramático, mas precisava, pois eu tinha que mostrar que Alec não era o único a sofrer, que Magnus também sofria.
E quanto a Will, bem ele sempre foi um mártir, e a chegada de Jace só serviu para confundir mais a cabeça do nosso dramático numero um! Além disso tentei ressaltar a ligação parabatai que ambos tem e que é talvez o laço mais bonito da trilogia.
Espero que tenham gostado!
Bjsss e até o próximo!!!!



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