Cidade das Sombras escrita por Cris Herondale Cipriano


Capítulo 12
Isso não é amor?


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaaaaa
Boa leitura!!!



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Nova York - Dias atuais.

Magnus estava deitado no tapete ao lado de sua cama, após a crise de choro o bruxo se sentia exausto e sem ânimo para mais nada, sua cabeça latejava pelas horas de choro, não si lembrava se já havia chorado tanto antes, nem quando perdeu seu primeiro amor sofrera a esse ponto. Com certeza Alec era muito especial em sua vida. 

Com um suspiro de dor virou a cabeça para o lado, tentando controlar as fortes pontadas na cabeça o bruxo leva a mão à têmpora, olha pela janela e vê que já havia amanhecido. Olhou para a bagunça do quarto com desanimo, havia espalhado seus raros livros de magia pelo quarto todo. Com evidente esforço se levantou e começou a recolher os livros, até que um em especial lhe chamou a atenção, o livro branco, aquele que Clary havia lhe dado para salvar sua mãe, o livro estava aberto e passando os olhos por ele Magnus percebeu que havia um feitiço ali que ele não havia reparado, era um feitiço complicado de comunicação. 

Será? Será que dará resultado? Perguntou-se o bruxo com uma nova chama de esperança no olhar.

                                             * * * 

Londres - 1878.

— Acha que seu caçador já morreu a essa altura? Já se passou um dia e meio, você disse que ele morreria agonizando mas que seria rápido! 

— Mortmain a paciência com certeza não é uma virtude sua. Ele já deve estar nas ultimas, Jace é forte, mas até ele sucumbira a esse veneno.

— Não estou com paciência hoje! Tenho que buscar minha doce Senhorita Gray! 

— Você disse que seu maior problema é o jovem Herondale? Vamos ataca-lo onde mais dói, o que acha? Sabe o ponto fraco dele? 

—James Carstairs é o ponto fraco dele, seu parabatai.

— Interessante, acho que podemos agir. - Disse a mãe dos demônios com um sorriso assustador.

Mortmain que estava sentado perto da lareira sentiu um arrepio, aquela mulher era perigosa, não seria sábio tê-la como inimiga.

— Já pensei nisso, estive pensando em comprar todo o yin fen então os caçadores não teriam opção senão obedecer as minhas vontades.

— O garoto é viciado em yin fen? 

Mortmain podia jurar que havia visto pânico nos olhos normalmente frios da mulher. 

— Sim, por que? 

— Nada, mas tenho uma ideia melhor.

— Que seria? 

— Vamos trazer o jovem James para uma visitinha! - Disse diabolicamente. 

                                                      * * * 

Isabelle subiu a sacada do instituto e não se decepcionou, Simon estava lá e olhava para a bela paisagem distraído. Estava com roupas de época, roupas emprestadas por Jem, pois Will era atlético demais para que suas roupas coubessem em Simon. As roupas de época o deixavam muito bonito, era como se Simon houvesse sido criado para aquele cenário, aquela época. O garoto estava escorado na mureta e olhava a paisagem com um ar meio tristonho.

Isabelle se aproximou e colocou a mão no ombro do rapaz com cautela. Era assim desde que Simon recuperara boa parte de sua memória graças a alguns feitiços de Magnus, sempre tinha que ter cautela com ele, ele sabia do relacionamento de ambos, mas não se sentia a vontade perto dela, isso era visível, era como se ela o assustasse. A menina sofria muito com isso, ela realmente amava Simon, no começo ficava com ele só pra se distrair e irritar Clary, mas com o passar do tempo o jeito nerd e brincalhão de Simon foram conquistando-a, ela já não conseguia pensar em sua vida sem ele. 

Os dias que passou sem vê-lo quando este estava sem memória foram os piores de sua vida, sentia que falta algo em sua vida, faltava sua outra metade, pois só estava completa ao lado dele, por isso aceitava essa situação, por que era melhor tê-lo ali distante e a considerando apenas uma amiga, do que não tê-lo de jeito nenhum.

— Você está bem?

O menino a olhou assustado, não havia percebida a presença dela. Seu coração disparou na hora, Isabelle era linda, tinha uma coragem admirável, era sensível e muito protetora com os que amava. Simon soube através de Clary que ele e Isabelle haviam tido um relacionamento, mas pensava que por todo o tempo que ficaram separados por sua falta de memória e pela cautela da garota com ele, que está já não o amava mais, se é que realmente já o havia amado, afinal Clary fora vaga em dizer que tipo de relacionamento eles tiveram.

— Você quer saber se eu estou bem? - Perguntou espantado.

— Sim, por que? - Perguntou Isabelle confusa.

— Bem, você é a primeira pessoa que me pergunta isso, além disso quem está mal é o Jace.

— Sofro por meu irmão, mas ele já está sendo bem cuidado por Clary, Alec e Magnus. Quero saber como você está, afinal essa nossa viajem está sendo um verdadeiro caus!

Simon soltou um suspiro frustrado, não sabia ao certo o que sentia em relação a viajem, mas estava com saudade de casa, saudade de sua mãe e irmã, além disso todos estavam tensos e preocupados com Jace, ele também estava, mas o que mais estava o deixando frustrado era ficar perto de Isabelle, mesmo quando não se lembrava dela sentia algo especial por ela, sabia que ela era especial, era frustrante estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe da caçadora. Sentia que um abismo os separava, abismo que ele sabia ter sido criado por ele, só não sabia como supera-lo, pois uma coisa tinha certeza, não fora por Clary que havia voltado ao mundo dos caçadores.

— Estou frustrado admito, estou com saudades de nossa época e preocupado com o estado de Jace. E como você está?

A menina suspirou.

— Estou surtando, Jace esta morrendo e eu não posso fazer nada! Meu irmão está morrendo Simon! Alec está desesperado sem notícias de Magnus, sofre a cada vez que vê o Magnus dessa época e eu estou me sentido fraca sem poder ajudar, tola e me sinto completamente sozinha. 

Simon olhou para a garota que estava de cabeça baixa tentando lutar contra as lagrimas. 

— Isabelle, você alguma vez me amou?

Isabelle arregalou os olhos e levantou a cabeça rapidamente. Simon a encarava com uma pontada de expectativa, a resposta dela era muito importante para ele, dependendo dela ele saberia se valia ou não a pena lutar pelo que já tiveram. Sentia seu coração bater forte contra o peito, tinha sentimentos por ela, sabia que a amava, soube disse desde  a primeira vez que a reencontrou depois de sua perda de memória.

—  E-eu, sim Simon eu já o amei, muito na verdade. - Sua voz não passava de um murmuro fraco. - Na verdade, ainda amo.

— Sabe Izzy, eu  . . . - Começou a dizer, mas foi interrompido pela garota.

— Não! Simon, não venha dizer algo que não sente para tentar não me magoar, por favor isso eu não suportaria. - Disse Isabelle com lagrimas descendo pelo rosto.

Sem esperar uma resposta ela se virou para voltar por onde veio, mas Simon foi mais rápido e a segurou pelo braço.

— Isabelle, pode me escutar por favor?

Quando viu a garota assentir com a cabeça, Simon soltou seu braço, passou a mão pelo cabelo e suspirou.

— Isabelle, admito que essa situação não é fácil, eu sei que já te magoei, mesmo sem saber como, afinal não me lembro o porque de estar sem memória, mas sei que isso te machuca, porém eu sei que, não. Droga não sou bom com palavras! Eu sinto algo especial por você! Eu te amo Izzy, sei disso a um bom tempo, no começo não sabia o que era esse sentimento, mas agora eu sei!

Isabelle soltou um suspiro sofrido e angustiado.

— Por favor Simon, não diga essas coisas para tentar me fazer sentir melhor, isso me machuca! -  Disse chorando.

Simon pegou o rosto da garota entre as mão e a encarou.

— Isabelle Lightwood, você é a a garota mais teimosa, voluntariosa, bonita, corajosa, amorosa, sensível e companheira que já conheci. Dói quando não estou perto de você, fico angustiado quando não te vejo, sinto uma alegria imensa e sem tamanho quando estamos juntos, tenho vontade de te proteger o tempo todo, não gosto de ver triste ou chorando, queria poder curar todas as dores que você já sofreu. Se isso não é amor Izzy, eu não sei o que é! E se não bastasse, não foi por Clary que votei pra esse mundo, eu poderia vê-la sempre, afinal somos melhores amigos, ela iria me visitar. Foi por você Izzy, por você que eu voltei, só não sabia na época, mas hoje eu sei, sempre é por você! 

Isabelle não sabia o que falar, não sabia como reagir, parecia que estava num sonho, ver Simon lhe falando isso, o seu Simon estava de volta, o Simon que ela amava, o Simon que sempre a protegia, que nunca a deixava sozinha.

Simon aproximou seus rostos e Isabelle fechou os olhos, sentiu uma imensa onda de felicidade quando seus lábios finalmente se tocaram, o beijo começou casto, como se ambos tivessem medo de estar sonhando e acordar a qualquer momento, foi intensificando quando os sentimentos foram mudando, saudade, dor, desespero, felicidade, amor. 

Quando o ar finalmente lhes faltou Simon olhou nos olhos de Isabelle e viu nele a mesma confusão de emoções interior, cuja a que mais predominava era a saudade.

— Você não está sozinha Izzy, eu estou aqui, estou com você, eu te amo! -  disse ofegante.

Isabelle o abraçou com força e colocou o rosto na curva de seu pescoço, soltou um soluço e murmurou.

— Obrigada Simon, eu também estou aqui para você, sempre estou.

                                                     * * * 

Jace acordou com uma dor aguda pelo corpo, seus olhos parecia feitos de areia, sentia um calor exorbitante, olhou para o lado e viu Clary dormindo tranquilamente aconchegada a ele. Não sabia como ela podia estar dormindo tão tranquila sem sentir o calor infernal que estava. Girou a cabeça e viu Jem dormindo tranquilo no leito ao lado, a cama depois da dele estava desarrumada, mas não havia sinal de quem houvesse dormido ali. Na cama enfrente a sua estava Alec, este tinha um sono inquieto, porém profundo.

A julgar pela luz que entrava pela janela já devia ser pelo menos meio dia. O garoto tentou se levantar mas sentiu uma dor muito forte na cabeça, a frustração se abateu sobre ele, se sentia inútil deitado ali, não gostava de ficar deitado, nunca dormia até tarde. 

Sentiu um movimento no leito ao lado e que Jem havia acordado e que agora o encarava.

— Bom Dia! Quer que chame Magnus? - Perguntou o garoto prateado ao notar a careta de dor que Jace fazia.

— Não eu estou bem.

Mas nesse momento Jace sentiu seu corpo esquentar mais do que já estava e a dor se intensificar, começou a tremer descontroladamente e não conseguiu segurar um gemido de dor.

— Vou chama-lo. - Disse Jem levantando preocupado.

Jace não retrucou, pois a dor se tornara insuportável demais, abriu a boca para dizer algo mas tudo o que saiu foi um grito angustiado de dor. Sentia que seu corpo iria queimar até não sobrar nada, a dor era terrível, quando estava com o fogo celestial a todo vapor não sentia dor, ele não o machucava, mas agora era como se tivesse fogo jorrando por suas veias e o queimando de dentro para fora.

Clary acordou assustada com um grito, olhou para o lado ao sentir uma movimentação, era Jace este se debatia na cama e gritava de dor, Jem tentava segura-lo na cama, mas parecia ser inútil, Jace era mais forte que o garoto. Ficou sem reação quando viu o garoto gritar mais forte e abraçar o próprio corpo como se não suportasse mais.

Magnus chegou nesse momento, havia escutado os gritos e logo deduzira que era Jace, mas sabia que não poderia fazer muita coisa, Jace estava morrendo, isso era um fato, essa dor  e queimação que ele sentia era como o estagio final. Ele duvidava que Jace sobrevivesse.

— Jace! 

Olhou para o lado e viu que quem havia gritado era Alec, este havia acordado e olhava para o parabatai sem acreditar em que seus olhos viam, Jace nunca  gritava, sempre tentava não demonstrar dor, mas agora estava ali, se contorcendo e gritando como uma criança desesperada. 

No fundo Alec sabia o que estava acontecendo, Jace estava sucumbindo, estava perdendo a batalha contra o maldito veneno!

 


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Notas finais do capítulo

Gente desculpa qualquer coisa, tentei fazer um momento fofo entre Simon e Izzy, mas não sou muito boa quando o assunto é eles :( Sorry!
Espero que tenham gostado!
Bjsss e até o próximo!!!!



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