Sunshine escrita por Downpour


Capítulo 21
Capítulo 21 - The reason to start again


Notas iniciais do capítulo

oii espero que voces nao me matem pelo capítulo anterior kdsakf
queria dizer que agora sunshine esta chegando nos seus ultimos capítulos, eu pretendo escrever entre dois / três capítulos e talvez um bônus se houver tempo. espero que mesmo estando na reta final vcs apareçam aqui nos comentários :)



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Capítulo 21 - The reason to start again

“Porque eu tenho um coração negro

E tem um furacão por baixo disso

Tentando nos manter separados

Eu escrevo com uma caneta de veneno

Mas essas químicas se movendo entre nós

São as razões para recomeçar”

5 Seconds of Summer, Jet Black Heart.

 

Os dias tinham ficado nublados para Edmundo Pevensie.

Ele, o garoto que tinha tirado a vida da garota que amava, a pedido da mesma. Não podia deixar de se sentir mal, não somente pela morte de Rosalie, mas por tudo que tinha acontecido com ela quando ele estava fora. Eddie tinha a total compreensão de que ela era uma garota forte, que se mantivera sozinha por todos aqueles anos tentando manter em segurança o povo narniano.

Acontece que aos olhos dele, Rosalie era além de uma rainha, uma garota quebrada, com suas inseguranças e que precisava abaixar suas muralhas para demonstrar suas fraquezas, demonstrar sua humanidade como qualquer outra pessoa.

A determinação dos olhos da menina para proteger seu povo e fazer a coisa certa o encantava muito, desde que a conhecera, ela sempre fora centrada e determinada.

Ela era tão linda, e apesar de ser uma pessoa triste, tinha um sorriso que se assemelhava aos tímidos raios de sol depois da chuva. Edmundo sentia que o sorriso de Rosalie poderia iluminar seus piores dias.

Sempre pensara nela desde que a mesma partira de Cair Paravel. Tanto em Nárnia quanto em Londres, era ela, sempre fora ela a pessoa que ocupara um espaço em seu coração. E ele passara todo aquele tempo acreditando que iria vê-la novamente.

Fora por isso que ele não a julgou. Porque sabia que se estivesse em sua pele, também faria o possível vê-la novamente. 

Ele a admirava muito, não somente porque era perdidamente apaixonado pela menina, mas também porque ela dera a sua vida não somente pelo amor que sentia por ele e pelo povo narniano, mas também porque ela decidira se sacrificar para o amor, para a paz. Ele não poderia imaginar um gesto mais nobre que aquele.

Edmundo a esperaria, nem que fosse em outras vidas, ele esperaria.

Contudo, enquanto continuasse a viver em um mundo sem Rosalie, ele acordaria com um vazio no peito que nunca poderia ser preenchido.




ROSALIE MCCARTNER

 

Abri meus olhos vagarosamente, me surpreendi ao encontrar um teto de madeira familiar. Um sorriso surgiu nos meus lábios quando empurrei meu próprio corpo para fora da cama. Meus pés encostaram no chão gelado, mas eu não me importei. Estava muito espantada com o que tinha acabado de acontecer para poder me importar com tais pormenores.

Aquilo era o paraíso?

Saí do meu antigo quarto, me dirigindo até as escadas. Da última vez que tinha estado lá meus pais foram mortos na minha frente, ainda era doloroso ter aquelas lembranças vivas.

Quando terminei de descer as escadas, senti o ar escapar dos meus pulmões.

— Mãe. — sorri, sentindo meus olhos lacrimejarem ao ver ela do mesmo jeito que eu me lembrava, com os longos cabelos castanhos presos em um coque simples, sorrindo para mim, como se estivesse me esperando todo aquele tempo.

Corri para os seus braços, sentindo aquele calor, aquele amor materno que não sentia há milhares de anos. Me deixei ser embalada por seus braços acolhedores.

— Oh querida, estou tão orgulhosa de você. Desde que foi levada dessa casa, para longe dessas terras-

— A resistência me ajudou a se livrar dos soldados de Jadis, mamãe. Eles me treinaram para que eu pudesse ser a rainha deles.

— Eu sei disso querida, estou tão orgulhosa. Sempre soube que você seria forte.

— Mãe, — falei erguendo o meu olhar — se eu estou aqui, significa que estou no Paraíso ou algo do gênero?

Pela primeira vez em milhares de anos vi os olhos da minha mãe se enrugarem, e ela pender a cabeça para trás enquanto dava risada.

— Claro que não criança. Aqui é um território de passagem, as almas que tem assuntos inacabados costumam passar por aqui antes de ascenderem para suas vidas futuras.

— U-Uau. — murmurei, surpresa demais para poder elaborar uma frase decente.

Minha mãe parecia ter total noção disso, pois sorriu para mim, pegando minha mão.

— Tem duas pessoas que querem muito te ver, elas estão lá fora. Venha.

Com seu toque quente e acolhedor, minha mãe me guiou para fora da pequena casa de madeira. Me engasguei quando vi que no jardim na frente da casa, estavam meu pai e Aslan conversando diante das roseiras.

As lágrimas teimavam em queimar quando eu os assistia de longe.

— Vá. — ela sussurrou enquanto sorria feliz.

Então eu fui.

Recebi meu pai com um abraço, daquele tipo de abraço que pode fazer você facilmente se desmoronar em lágrimas. E por fim, recebi Aslan com uma reverência profunda.

— Não há necessidade para tais formalidades Rose, levante-se por favor.

Ergui o meu rosto um tanto assustada com a presença de Aslan, e me surpreendi quando rugiu em um barulho que se assemelhava a uma risada calorosa.

— Acredito que depois de passar tanto tempo viajando mundo afora, você finalmente encontrou o seu lugar.

— Sim, o meu lugar era em Nárnia, sempre foi. — assumi em voz baixa, admitindo que o local o qual eu tinha partido, era justamente o meu lar todo aquele tempo.

— Era? — meu pai ergueu as sobrancelhas com um sorriso pleno no rosto.

Parei alguns minutos para pensar e por fim poder responder.

— Sim, acredito que depois de tudo eu não mereça mais estar lá, mas fico feliz de ter feito algo bom pelo menos os meus últimos suspiros. Ter abdicado da minha vida para poder defender o meu povo de Jadis.

Não sei se era possível dizer que leões podem sorrir, mas algo me dizia que Aslan estava sorrindo para mim, como se ele estivesse feliz como meu avanço para chegar até onde eu cheguei.

— Vejo que mesmo depois de anos, até você não entendeu o funcionamento da Magia Profunda. — Aslan disse solenemente ao mesmo tempo em que meu coração acelerou com a fala — Nos seus últimos suspiro, criança, você não somente sacrificou a sua vida, como também algo bem maior que isso, seu amor por sua pátria, sua imortalidade. 

Pisquei, não conseguindo acompanhar aquele raciocínio.

— E-Eu não entendo. A Magia Profunda não estava centrada na Mesa de Pedra?

— A Mesa de Pedra se trata apenas de um símbolo, o que importa na Magia Profunda é a intenção, a essência. Sua alma Rosalie, é voltada para o bem, você abdicou de sua vida, sua imortalidade, por um país o qual você sequer nasceu. Você, Rainha de Charn, se encantou por Nárnia e encontrou lá o seu lar. E Nárnia jamais te negaria esse lar Rosalie. O sacrifício que você fez foi muito mais complexo do que sua mente possa sequer imaginar.

Abri e fechei a minha boca, ainda me sentindo confusa.

— Agora estamos em um local de passagem das almas, seus pais não podem ficar aqui por muito tempo. Então lhe oferecei as opções que seu coração desejar. Você pode seguir para o outro mundo, para uma próxima vida assim como seus pais. Ou você pode voltar para Nárnia até que a sua hora verdadeira chegue. A escolha é sua.

Tapei minha boca com as mãos, sentia meu coração martelar em meu peito. Desviei meu olhar de Aslan para o meu pai que me olhava com afeição, senti as lágrimas queimarem nos meus olhos e em uma batalha perdida, comecei a chorar.

Meu pai me embalou em um abraço como se eu fosse uma criança, sua mão fez carinho no meu cabelo até que meu choro cesasse e tanto meu coração quanto minha mente ficasse silenciosa.

— Aslan, eu não posso aceitar uma oferta tão generosa como essa… Eu não mereço...

O leão balançou a cabeça, como que negando.

— Não seja tão dura consigo mesma. Faça a sua escolha, se esta lhe foi dada, é porque foi merecida. Saiba que ao escolher Nárnia, você não terá mais a sua imortalidade de volta, apenas seus poderes solares. Você irá envelhecer como uma Filha de Eva do mundo mortal.

Pisquei novamente, não conseguindo acreditar na oportunidade que Aslan estava me dando. 

Por um lado eu poderia finalmente estar em paz com todo o meu passado, deixar tudo para trás e seguir para uma vida nova em um lugar melhor. Mas eu também poderia voltar para Nárnia, reencontrar Edmundo, Caspian, Lúcia e os outros… poderia ajudá-los na guerra contra Miraz…

— Eu escolho Nárnia. — disse sentindo a certeza no meu coração — Eles precisam de ajuda na guerra contra Miraz, quero poder arrumar a bagunça que deixei para trás. Quero poder fazer as coisas certas dessa vez.

Aslan me olhou misteriosamente, como se soubesse desde o começo que aquela seria a minha decisão e compreendesse cada um dos meus sentimentos.

— Escolha feita. — ele disse solenemente. 

— Filha, antes de ir, eu queria saber de uma coisa.

Me virei para o meu pai com um sorriso no rosto.

— Esse tal Edmundo, ele é um bom garoto?

Senti que cada canto do meu rosto ficou extremamente vermelho, me engasguei com a minha própria saliva enquanto Aslan ria.

— Ah s-sim p-pai. 

— Espero que ele cuide bem de você então. 

— Pai! — reclamei tentando disfarçar o rubor nas minhas bochechas.

— Vá criança. — Aslan disse solenemente, apontando em direção a uma porta em meio as roseiras, porta essa que eu não tinha visto até então. — E feliz aniversário de dezesseis anos.

Sorri, ao mesmo tempo em que respirei uma lufada de ar.

— No seu pescoço está um colar em formato de ampulheta, cada vez que o ciclo se completar, um ano terá passado. Por agora, aproveitei seu aniversário.

Me despedi de meu pai e do leão, e respirando fundo, abri a porta.





Acordar em meio ao escuro era uma experiência estranha para mim, sempre era desesperador acordar e não ver nada além da escuridão e se perguntar onde você estava, o que tinha acontecido. Fiquei alguns minutos deitada olhando para o teto, para por fim me lembrar de tudo o que tinha acontecido.

Me levantei lentamente da cama e fui surpreendida por um texugo entrando no meu quarto.

— Não é possível! A senhorita… Pela juba do Leão!

Sorri de uma forma meiga para o animal.

— Você poderia me dizer o que está acontecendo?

— Eu que gostaria de estar sabendo o que está acontecendo… que loucura, que loucura. — ele murmurava as palavras repetidamente com o assombro no olhar. — Está havendo uma guerra nesse exato momento. O Rei Edmundo ordenou que alguns narnianos ficassem de guarda, para que nenhum telmarino encostasse no seu corpo.

Somente de ouvir o nome de Edmundo o meu coração se remexeu.

— Uma guerra você diz?

— Sim. Os telmarinos invadiram o nosso território.

— Oras, então é melhor eu me preparar.

O texugo parecia pronto para falar alguma coisa para me contradizer, mas estava tão transtornado em me ver viva que apenas acenou com a cabeça e saiu do quarto desolado murmurando palavras desconexas.

Abri meu baú e joguei sobre as cobertas da cama uma calça, uma blusa branca de botões e uma espada. Rapidamente eu vesti as roupas e calcei meu costumeiro coturno, não tive tempo de prender meus cabelos então os deixei soltos e prendi minha espada na bainha.

Comecei a andar apressadamente pelos corredores, a princípio me deparei com alguns narnianos atormentados com a minha presença. O texugo tinha lhes contado sobre o meu despertar.

— Por favor, não gastem sua força para me proteger. E sim proteger Nárnia. Espero encontrar vocês no campo de batalha. — falei com um sorriso agradecido por cada um deles terem cuidado do meu corpo enquanto eu estava no mundo das almas.

Tornei a caminhar, decidida a enfrentar aquela guerra, decidida a fazer as coisas corretamente e ser uma pessoa melhor.

Respirei fundo enquanto saía da enorme construção. 

O campo de batalha que estava silencioso e apreensivo se preencheu de murmúrios, os arqueiros acima de mim começaram a soltar vivas atraindo a atenção dos que estavam posicionados a frente.

Sorri, acenando para os que estavam a frente. E quase senti meu coração saltar pela minha garganta, quando mesmo longe encontrei o olhar dele, Edmundo.

— R-Rose. — ele sussurrou quando eu já estava um pouco mais perto. — C-como.

— Eu tenho dezesseis anos agora. — sorri abertamente.


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