Sunshine escrita por Downpour


Capítulo 13
Capítulo 13 - It hurts but I won't fight you




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Capítulo 13 - It hurts but I won't fight you

“Continue sonhando, não pare de respirar, enfrente esses demônios

Venda sua alma, não você por completa

Se eles te virem quando você estiver dormindo, faça-os irem embora.”

The Neighbourhood






 “Acordei, sentia o meu corpo doer da cabeça aos pés, não consegui identificar onde estava. A única coisa que eu sabia, era que estava com medo. Eu iria morrer, apesar da dor sorri débil, finalmente eu poderia descansar em paz, eles estavam me dando justamente o que eu queria. Não conseguia mais ter fé em Nárnia, Aslan parecia ter esquecido de nós, os Telmarinos tomaram posse de tudo. E a minha magia decaía novamente, tinha certeza de que perderia ela um dia, só não saberia lidar com isso.

Talvez estar presas nessas amarras prestes a ser leiloada como escrava fosse o meu destino, eu tinha sido uma pessoa má, talvez eu realmente merecesse isso. Estava morrendo, não tinha como negar, minhas feridas sangravam cada vez mais, e logo eu apagaria por falta de sangue. Como tinha dito, eu iria morrer de qualquer forma.

Um homem entrou na caverna escura, pegando algumas pessoas para o leilão, até chegar em mim.

— Como vai a Feiticeira do Sol? — disse em deboche do meu título.

— Perdendo sangue — disse sorrindo débil, apesar de toda a dor que eu sentia — estou morrendo.

— Então se cure! — ele gritou furioso, sua mão atingiu o meu rosto o estapeando, senti o sangue se acumular na minha boca, meu rosto ardia e meus olhos lacrimejavam.

Cuspi o sangue no chão, tossindo.

— Eu os perdi.

O homem furioso ordenou que me tirassem dali, alegando que eu era uma farsa. Assim, eu fui jogada no meio da floresta, sozinha e sem nada para me proteger.

Apoiei a minha cabeça num tronco de uma árvore, esperando pela minha morte. A única coisa que eu queria é que ela chegasse rápido e que não doesse.

— Como eu esperei por isso! — uma voz familiar me fez abrir os olhos, não me espantei ao ver que era Jadis. Apesar de morta, sua alma rondaria Nárnia para sempre, pois ela jamais ficaria em paz consigo mesma.

— Quanto tempo. — disse com ironia —, eu quase senti a sua falta.

— Mesmo eu seu leito de morte tem coragem de ser tão imprudente. — a Feiticeira balançou a cabeça negativamente rindo.

— Céus, eu não posso morrer sozinha? É pedir demais?

Ela sorriu maliciosa.

— Eu vim propor exatamente o contrário minha querida, ainda não acabei com você, quero te ver sofrer mais um pouco.

— Maravilhoso. — revirei os olhos.

— Você está sem magia, mas se pronunciar as exatas palavras que eu lhe disser, você poderá se curar.

— Mas como sempre, tem um preço. — eu resmunguei entendendo todo o motivo de ela ter aparecido ali justamente agora.

Ela sorriu mais ainda, era óbvio que Jadis faria isso.

— Apenas o sangue de um filho de Adão pode me trazer de volta, mas digamos que você não seja exatamente uma filha de Adão, sendo assim, não pode suprir as minhas necessidades. — ela revirou os olhos irritada — mas, como eu quero te ver sofrer, irei te propor algo. Posso te oferecer um feitiço que lhe curará e irá fortalecer os seus poderes, mas toda vez que você usá-los irá ferir alguém que ama ou a si mesma.

Meus olhos se arregalaram com o que ela falava, Céus, eu não podia acreditar, ela realmente estava fazendo isso comigo?

— Nós duas sabemos que no fundo, você não quer morrer, muito menos de forma covarde. Você deseja vê-lo novamente, por mais que ele talvez tenha te esquecido. — seus olhos faiscaram ao ver que tinha conseguido o que queria, me ver com os olhos lacrimejando — Afinal, homens sempre serão homens.

— Você está enganada — disse em tom firme — Edmundo é diferente.

Repetia aquilo mentalmente como um mantra, tinha conhecido diversos homens, e não pude deixar de me envolver com alguns na tentativa falha de tirar um certo rei da minha cabeça, mas ninguém me parecia igual ou parecido a ele.

— Se você acha — ela sorriu —, agora, repita o feitiço caso deseje sobreviver. Porque eu tenho certeza que Nárnia não saíra desse caos sem você — riu com a maldade brilhando em seus olhos.”



~•~




Acordei com alguém me sacudindo, meu coração palpitava e lágrimas escorriam pelos meus olhos, mesmo que dormindo. Meu rosto estava inchado e a minha vista era um completo borrão, minha respiração estava falha e minha garganta arranhava. Era Lúcia, suas mãos pequenas me sacudiam assustadas quase que me sufocando, me fazendo tossir se debatendo.

— Rose, Rose, você está bem? — seus olhos brilhavam assustados, atrás dela estavam os outros Pevensie com os olhos arregalados.

Esperei a minha vista focar, demorou um pouco, logo os borrões coloridos se transformaram em pessoas. Minha voz voltava aos poucos, e ao ver que estava segura, meus batimentos voltaram ao normal e as lágrimas cessaram.

— O quê foi isso? — Pedro arqueou a sobrancelha preocupado.

— Pesadelos, — menti descaradamente, e eles não acreditaram, mas estavam cansados demais para rebater — não é nada demais, voltem a dormir, vocês precisam descansar.

Os irmãos estavam grogues demais para se darem conta que eu tremia assustada, voltaram a dormir, já eu não consigo fechar os olhos. Comecei a caminhar pelas ruínas da antiga Cair Paravel, sem conseguir parar de me sentir culpada, se eu não tivesse partido nada disso estaria dessa maneira. Ou talvez sim, não tinha como saber.

Me sentei, encostando-me numa árvore e suspirando. Os dias seguintes não seriam fáceis, teríamos de ir atrás de Caspian e reconquistar o território narniano. Só tinha um leve problema, ou talvez vários problemas, eu não podia pisar em território de Miraz, caso o fizesse, seria assassinada por seus soldados e estava incapacitada de usar os meus feitiços tipo, para sempre.

Não tinha mais nada que eu pudesse fazer por Nárnia, talvez meu destino fosse morrer. Era difícil reconhecer isso, mas talvez essa fosse a verdade.

A única coisa que eu tinha certeza no momento, era que se eu não fosse a até Caspian, ele viria até eu e os Pevensie.

 


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