Uma Semideusa Inadequada escrita por Geek Apaixonada
Notas iniciais do capítulo
Sugiro que vocês imaginem o "namorado" como Luke Hemmings, mas pode ser qualquer cara loiro de olhos azuis que vocês queiram. Boa leitura!
Assim que saio do banheiro enrolada na toalha, vejo o deus grego deitado na minha cama com a cabeça apoiada na mão e um sorriso nos lábios.
— Apolo! — exclamo, apertando a toalha contra ao corpo. – O que você está fazendo aqui?!
— Vim te ver.
— Caso você não tenha percebido, eu não estou apropriadamente vestida.
— E daí? – ele dá de ombros, se sentando na cama. – Trouxe um presente pra você.
Suspiro e tento não parecer tão animada.
— E o que é?
Ele fica de pé e vêm até mim. Estava usando jeans, sapatos do tipo mocassim e camiseta sem mangas. Eu nem preciso dizer o quanto ele é lindo, preciso? Ele é a droga do deus sol.
— Vire-se.
Eu obedeço e ele coloca um colar no meu pescoço. Me arrepio com o seu toque e ele sorri ainda mais.
— Gostou?
A corrente é de ouro e o pingente é um sol dourado, com raios solares metalizados saindo dele.
— É lindo...
Apolo abraça minha cintura e apoia o queixo no meu ombro.
— É mágico. Quando precisar de ajuda, puxe o pingente.
— E o que acontece?
— Eu vou aparecer.
Desvio o olhar do pingente para seus braços em volta de mim e me dou conta da nossa proximidade.
— É melhor você se afastar – digo, saindo de seus braços. - Eu estou de toalha.
— E daí? Tracy, se eu quisesse ver você nua já teria visto. Quer dizer, não que eu não queira, na verdade eu quero, mas é que...
— Apolo.
Ele dá um sorriso torto. - Desculpe.
— Espera aí – ponho uma mão em seu peito. - Se você está me dando um presente pra conseguir ajuda... Pra que exatamente vou precisar de ajuda?
Ele para de sorrir. Só um pouco.
— Sabe como é, né? Eu me preocupo com você. Aliás, o que diabos você estava pensando quando fugiu do internato e cruzou o país sozinha até aqui? Imagine o que poderia ter acontecido?!
— Não, se você me deu esse colar é por que eu vou correr perigo em breve. Vai haver uma profecia, não vai?
— Hum... talvez. Quem sabe?
— Você sabe, você é o deus das profecias!
Ele dá de ombros.
— Tenho que ir, querida. O Olimpo me chama.
Ele me dá um selinho e some. Puff.
— Agrh! Odeio quando você faz isso!
***
Com a camisa do Acampamento Meio-Sangue, short e coturnos, sigo sozinha para o Pavilhão do refeitório. Os campistas das outras filas me olham curiosos. Sou a primeira meio-sangue filha de Despina. Eles nunca viram ninguém pisar dentro daquele chalé, e os que viram não estão me reconhecendo ou estão surpresos demais com o meu retorno.
Devoro um hambúrguer, sozinha, ignorando os olhares, e bebo um refrigerante. Também aproveito para examinar os campistas, a procura de um rosto conhecido. Tem muitos deles, coisa que eu não esperava. O que mais me incomodou foram as expressões de confusão nos rostos de Wendy e Lyra, que foram minhas melhores amigas durante anos. Eu meio que estava esperando elas virem falar comigo durante a cantoria em torno da fogueira, mas isso não aconteceu.
Eu fiquei observando o oráculo à espera de uma profecia. Senti vontade de cantar junto, mas fiquei calada. De tempos em tempos, algum campista olhava para mim e desviava o olhar envergonhado quando era pego no flagra.
Quando pensei que Lyra ia finalmente se levantar e vir falar comigo, outra pessoa se sentou do meu lado.
— Oi. Você é nova aqui, né? Eu sou Trent, filho de Ares, dezoito anos.
— Tracy, filha de Despina, dezessete.
Ele sorri. Tem olhos castanhos e cabelo escuro encaracolado. E, é, ele tem um sorriso bonito e desafio nos olhos, o que torna ainda mais atraente.
— Qual é a sua história? – Trent pergunta.
— Há quanto tempo você está aqui?
— Um ano e meio, por quê?
— Eu vim pra cá com doze anos. Não sou nova, apenas passei um tempinho fora.
— E você é bem bonita...
Sinto o pingente do colar se aquecer contra minha pele, dentro da camisa.
— Se eu fosse você, tomaria cuidado com o que diz... Tenho um namorado bem ciumento e super poderoso.
Trent ri, os olhos brilhando divertidos.
— Eu conheço? Ele é filho de quem?
— Não sei se você o conhece, mas digamos que ele tem sangue de Apolo.
— Que irônico... Sabe como é, você sendo filha da deusa do inverno e ele... – Trent dá de ombros e ri novamente. – É estranho.
— Eu sei. – suspiro. – O que eu posso fazer se ele é louco por mim?
Volto a encarar o oráculo, e subitamente o tempo de cantoria acaba e Quíron nos manda para os nossos chalés, avisando do toque de recolher. Eu suspiro aliviada. Nenhuma profecia hoje.
Quando estou quase chegando à área de chalés ouço a voz insegura de Wendy chamar meu nome. Ela e Lyra estão de braços dados, com expressões tão nervosas que eu quase me senti mal. Quase.
— Oi. – dei um sorriso irônico para elas. – Como vocês estão?
— Bem... – diz Wendy.
— Na verdade estamos confusas. – Lyra interrompe. – Você não quer nos contar as novidades da sua vida?
Dou um sorriso torto.
— Por que não vamos até a praia conversar? Como fazíamos antigamente.
Lyra sorri como se estivesse se lembrando. Apesar das risadas, dos segredos e de todas as fofocas, éramos tão inocentes naquela época que o único palavrão que conhecíamos era merda.
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