Uma Semideusa Inadequada escrita por Geek Apaixonada


Capítulo 27
Perigo


Notas iniciais do capítulo

Imaginei três tipos de pensamento se passando quando vocês vissem a notificação de um capítulo novo:
"Que isso?"
"Essa fanfic ainda existe?"
"Deve ser um aviso"
Espero que as três estejam erradas. Eu não vou começar a explicar minha demora por que primeiro, creio que ninguém esteja lendo isso, e segundo por que não iria caber aqui. Digamos que foi um motivo pessoal entre eu e minha escrita. Mas eu não queria desistir da fanfic, então editei capítulo por capítulo e vocês nem imaginam como foi difícil escrever esse aqui. Então... boa leitura.



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☼  ❅

Trent parou de falar comigo, o que, depois do susto que Apolo deu nele, foi bem sábio de sua parte. Ficar perto da namorada de um Olimpiano é extremamente perigoso, e é exatamente por isso que escondo meu relacionamento com o deus dos haicais ruins.

Agora Trent evitava se sentar comigo nos ônibus e só me dirigia à palavra quando fosse necessário. Aquilo já estava enchendo o saco. A gota d’água foi quando ele pediu um pouco de néctar pra Juliet, mas quando ofereci o meu, recusou.

— Ok – falei, já cansada daquela palhaçada. – Foda-se então!

E saí andando na frente, furiosa com Apolo, furiosa com Trent e furiosa comigo mesma por... por... Sei lá o porquê!

Entrei numa lanchonete e pedi um refrigerante. Foi que aí que uma mulher cheia de tatuagens e piercings se sentou ao meu lado.

— Será que você não prefere uma cerveja?

Encarei Éris. Minha vontade era derrubá-la daquele banquinho e jogá-la no chão.

— Não tenho idade pra comprar bebida.

— Isso não te impediu de ficar bêbada com o Solzinho lá na Colômbia alguns meses atrás, não é mesmo?

Apenas a encarei, um pouco assustada. O que mais ela me espiou fazendo  com Apolo?

O sorriso de Éris aumentou.

— Olhe, eu vim me desculpar. A pista que eu dei foi um teste, mas você se provou mais ou menos esperta, então agora vim dar a pista verdadeira.

Meus músculos ficaram tensos de desconfiança. A deusa abriu um sorrisinho malicioso e me passou um pedaço de papel, levantando e saindo da lanchonete.

Abri papelzinho, encontrando um endereço, e perguntei pra um funcionário da lanchonete se ele sabia me informar onde era.

— A uns vinte minutos daqui, se você for andando.

Agradeci e saí apressada atrás dos meus companheiros de missão. No entanto, quando botei os pés pra fora, percebi o caos. Quatros homens com dois metros de altura seguravam claves cheias de espinhos e avançavam na direção de Juliet e Trent.

Merda!

Silenciosamente, fui dando passos para trás e tirei o anel do dedo. Juliet já tinha transformado seu batom em uma espada e duelava com um dos lestrigões. Trent havia sacado a sua da bainha, mas enquanto lutava, olhava várias vezes para a lanchonete. Se continuasse desconcentrado, iria morrer. Cada um deles lutava com dois lestrigões agora.

Ergui meu arco e encaixei a flecha. Após cinco segundos estabelecendo uma mira, puxei a flecha para trás e a soltei. Arcos são pesados, portanto não dá pra ficar segurando-os por muito tempo. Seu braço cansa. Não acredite nos filmes.

— JULIET! – Trent gritou, quando um de seus atacantes explodiu em areia. – CUIDADO!

Eu já havia soltado a segunda flecha. Era difícil acertar quando os monstros estavam em movimento, e eu tinha medo de acertar meus amigos. Estava tão preocupada com isso que não reparei no som dos passos, e só percebi a proximidade quando fui erguida do chão.

— Você matou meu irmão. – disse um quinto lestrigão, estranhamente calmo. – Mamãe vai ficar brava.

E então, ele me bateu com a clava cheia de espinhos. Foi de lado, acertando meu braço e um pouco dos dedos que rodeavam minha barriga e braços. Com um “ai”, o gigante burro me soltou e levou a mão à boca, chupando o sangue dos dedos.

— Olhe o que você fez! – acusou ele. – Eu machuquei meus dedos por sua culpa!

Minha vontade era chorar de dor, mas agarrei uma flecha que caíra no chão com o braço bom e a finquei no pé do gigante, o que não foi muito sábio. Ele berrou e me chutou pra longe com o pé ferido. Depois, retirou a flecha, e com os dentes cerrados, avançou até mim.

Eu havia sido jogada pelo chute contra uma parede, e todos os músculos do meu corpo doíam, sem falar do braço jorrando sangue sem parar. Eu não conseguia nem respirar direito e havia uma dor lancinante dentro do meu peito. Tentei me mover, mas o que fiz foi soltar um gemido de dor.

Não quero soar mais dramática do que já sou, mas só consegui pensar “é o fim”  antes do lestrigão me alcançar e sua sombra me cobrir.

Então, de repente, o monstro arregalou os olhos e explodiu em areia. Atrás dele estava Trent. Ele se aproximou e correu os olhos sobre mim, desesperado e sem saber o que fazer.

— TRENT! – berrou uma voz feminina.  – AJUDA AQUI!

Ele se foi, e o mundo escureceu.

Quando voltei a abrir os olhos, estava deitada numa espaçosa cama de casal num quarto conhecido.

— Raio de Sol?

Suspirei de alivio.

— Apolo?

— Eu mesmo. – Ele me cutucou, e eu virei meu rosto para o lado, encontrando-o. Ele estava deitado com o rosto apoiado na mão, as sobrancelhas estavam levemente franzidas de preocupação. – Você está bem?

— Não sei – respondi. – Eu morri?

— Não. – um leve sorriso presunçoso se formou no rosto dele. – Eu te salvei, como sempre.

Senti vontade de dizer que quem me salvou foi Trent, mas se Apolo havia me curado, ele havia me salvado também.

— Mas você chegou perto. – falou, parando de sorrir. – Se eu demorasse, seu nome logo entraria pra lista de Tânatos.

— Oh grande Apolo, sempre um grande consolo. Se morrer ele derrama um choro!

— Não estou brincando, Tracy. – ele se sentou na cama e olhou dramaticamente pro teto. – Você podia ter realmente morrido. Entende o que isso quer dizer? Morrer? — suspirou, exasperado. – Não quero que volte para aquela missão.

Me sentei na cama.

— Olha, entendo que esteja preocupado, mas não pode me prender aqui.

— Na verdade, eu posso. – ele parecia estar falando consigo mesmo, não comigo. – É, posso sim.

Apolo!— ralhei. – Me mande de volta agora.

— Hã... não. – ele se levantou e saiu andando, falando consigo mesmo. – É pro seu bem. Você vai me agradecer por isso no futuro...


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Notas finais do capítulo

Os créditos para o pequeno poema "Oh grande Apolo/ Sempre um grande consolo/ Se morrer ele derrama um choro!" se devem a Celestia Kane, também conhecida como Arminthanilys



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