Especial de Ano Novo escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 8
Everllark


Notas iniciais do capítulo

Esse é o penúltimo capítulo :( já estou com saudades de escrever fics sobre o ano novo. Espero que estejam gostando e vejo vocês lá embaixo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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Depois que os Jogos terminaram eu nunca mais fui a mesma, eu tenho pesadelos com as arenas até hoje, Prim não está mais aqui, minha mãe não voltou para casa e Gale virou um soldado do Distrito 2.

Peeta é a única pessoa capaz de me acalmar, as mesmo assim eu preciso de outro hobbie para me manter ocupada e continuar sã.

Todo dia de manhã Peeta vai para a padaria e eu para a floresta, alguns costumes nunca mudam. Eu caço até hoje, não para sobreviver à fome, mas para sobreviver ao meu passado, meu pesadelo e minhas inseguranças.

Me sento na campina e fico olhando o horizonte, minha vida mudou muito desde que a 74ª edição dos Jogos aconteceu. Não era para eu ter ido, não para minha irmã ter sido sorteada, era para Gale ter se voluntariado no lugar de Peeta e era para Peeta ter morrido naquela arena, mas nada disso aconteceu.

E quando eu menos imaginei me vi apaixonada pelo meu colega de arena e depois meu amigo, ele tinha razão. Eu já o chamei de muitas coisas e era quase impossível me entender, mas não tinha como saber direito o que pensar.

Minha vida tinha dado um giro 180 graus e ficado de cabeça para baixo. Minha família fora separada de mim, meu amigo se declarou para mim, eu fui para uma arena com um estranho que me conhecia melhor do que eu mesma, tive que matar pessoas, vi minha amiga e aliada morrer.

Comecei uma revolta, meu primeiro confidente da Capital foi morto na minha frente pouco antes de entrar na arena. Meu parceiro quase morreu afogado, fiz aliança com uma garota que me odiava. Peeta e Finnick ficaram de um lado e eu e Johanna do outro da arena. Eu e Finn fomos salvos e levados para o Distrito 13, desde o começo dizia que era para o Peeta ter ido em meu lugar. Aquela luta não era dele, era minha. Eu era quem deveria ter sido torturada em seu lugar. Finnick deveria estar vivo e deveria ver seu filho crescer, Annie estava mais forte. A criança fez com que ela tivesse um motivo para continuar e seguir em frente.

Johanna sempre sofreria por causa das sequelas e das marcas deixadas pela Capital. Eu espero de verdade que ela encontre a felicidade ou o mais próximo que conseguir chegar de ser feliz. No fundo ela não era uma má pessoa, só era alguém que sofreu demais e não sabia um descontar a raiva.

No fundo, todos éramos assim, eu caço, Peeta faz e decora bolos, Finnick fazia nós em cordas até seus dedos doerem, Annie fazia perguntas, Gale monta as estratégias de batalhas, Haymitch bebi, Effie se dedica à moda, Cinna desenhava roupas para canalizar suas emoções e Johanna desconta nas pessoas. São nossos meios de escapar da dura realidade em que vivemos.

Pouco antes do sol se pôr, me levanto e volto para casa, Peeta já deve ter voltado. Ele não se incomoda em chegar em casa e não me ver, sabe que estou na floresta aliviando minha tensão e tentando colocar meus medos para fora. É impossível, meu subconsciente está envenenado com as imagens e pensamentos das arenas e da guerra. Estou marcada para sempre e não são marcas físicas.

Peeta também tem pesadelos, ainda tem momentos em que não sabe o que é real e que é irreal. Me dá aflição de vê-lo se segurando na cadeira e lutando contra seus pensamentos. Eu queria poder tirar toda essa dor dele e pegá-la para mim. Ele não merece isso, eu sim. Ele nunca fez nada para merecer sofrer, apenas me apoiou e me defendeu. É injusto que ele tenha sido telessequestrado.

Coin disse que o plano inicial era salvá-lo, deveriam ter seguido com o combinado. Talvez eu tivesse sobrevivido melhor ao Snow, meu desejo mais profundo era matá-lo. Se estivesse na Capital teria facilitado meu trabalho, entretanto Coin também mereceu morrer. Balanço minha cabeça me livrando desses pensamentos. Entro na sala e dou um selinho em Peeta antes de subir. Tomo um banho rápido e coloco um vestido qualquer. Nunca comemorei o ano novo e agora não havia o porquê, pelo menos teria uma desculpa mais plausível para isso.

— Kat, vamos passar o ano novo na casa de Haymitch. – Peeta disse me guiando até a porta da casa de nosso antigo mentor e atual amigo. Algumas alianças duram para sempre.

— Antes de entramos tenho que dizer algumas coisas. Eu não queria ter lutado nos Jogos e não queria que você tivesse lutado, desejei que fosse sorteado na 75ª edição para que Haymitch fosse comigo para a arena e queria ter ido em seu lugar para a Capital. Tudo o que sofreu foi por minha culpa, fui egoísta e lenta demais para te salvar. Você estava sempre um passo à minha frente. Me desculpa por tudo o que te aconteceu, a guerra também foi minha culpa. – o abracei.

— Se acalma, a culpa não foi sua. Eu escolhi te salvar, eu escolhi ir para a 75ª edição dos Jogos e eu decidi te proteger como vou fazer para o resto de nossas vidas. Não se culpe por algo que não tinha controle. Já passou, sei que vamos sofrer para o resto de nossas vidas por conta dos Jogos e da guerra, mas também sei que vamos nos reconstruir e aos poucos vamos melhorar e os pesadelos vão diminuir. Feliz ano novo e pode ter certeza que vai ser ótimo, não vou deixar você sozinha, nunca mais eu prometo. – falou e me beijou como fiz com ele na primeira arena.

O beijo se tornou mais urgente, ele me pegou em seu colo e eu cruzei minhas pernas em sua cintura. Minhas mãos percorreram suas costas e suas mãos estavam em minha coxa. Nos separamos para respirar e com Haymitch pigarreando.

— Eu me enganei quando disse que ele nunca iria te merecer nem um milhão de anos. Agora entrem por favor, sabem como a Effie é com horários. – rimos e entramos para comemorar o primeiro ano novo juntos de muitos .


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar, a opinião de vocês é muito importante para mim. Vejo vocês no próximo capítulo.



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