Cupido escrita por wolfnir


Capítulo 3
Capítulo 3 — Sotaque




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C U P I D O

Leo estava atrasado, o que por si só dizia o quanto ele estava ferrado, não era comum do latino se atrasar para a faculdade, mas na noite anterior ele simplesmente não conseguira dormir pensando que seu plano estava dando certo, o que acarretou na sua hiperatividade subindo a patamares extremos.

Ele mal conseguira tomar café da manhã pegando somente uma maçã que fez questão de derrubar em sua corrida para a faculdade, suas roupas estavam amarrotadas, seus cabelos pareciam um ninho de rato – e ele esperava que fosse um ninho de rato cool. De repente seu corpo bateu contra algo fazendo Leo arfar e cair de bunda no chão, Leo soltou um pequeno lamurio de dor antes de olhar para cima e se deparar com um jovem de cabelos de ébano e olhos de um tom que quase se assemelhava com caramelo.

— Me desculpa! — Leo piscou percebendo o forte sotaque e...

— Desculpe-me. — Ele soltou inconscientemente, o outro rapaz pareceu levemente confuso. — O certo é desculpe-me, e eu também sinto muito, eu não estava prestando atenção por onde andava. — Leo completou envergonhado, massageando o pescoço em nervosismo.

O outro jovem corou levemente por ter sido corrigido por um erro bobo, mas pelo que o latino havia percebido o outro simplesmente ainda estava aprendendo a língua. Leo levantou-se, pegando suas coisas antes de estender a mão para o moreno que ainda se encontrava no chão. O outro recebeu sua ajuda se pondo de pé e naquele momento Leo que o mesmo era um tanto menor que si – o que se poderia considerar um milagre já que Leo não era a pessoa mais alta do mundo.

— Eu sinto muito que esbarrei em você. — O desconhecido falou dessa vez com uma pronúncia melhor, mas ainda tendo a fala carregada de sotaque, o corado de suas bochechas deixava o outro um tanto...fofo, se Leo pudesse admitir para si mesmo.

— Não tem problema, eu que deveria estar olhando por onde andava. — Percebeu que suas mãos com o menor ainda estavam unidas e o jovem estrangeiro pareceu também perceber, logo puxando suas mãos separadas e corando ainda mais.

— Correndo. — O outro falou e foi a vez de Leo olhar confuso. — Você não estava andando, você estava correndo. — Leo sentiu-se corar e agradecia naquele momento a todos os deuses por sua pele ser mais escura e assim não deixava isso tão evidente.

— Eu sinto muito mesmo! — Juntou as mãos fazendo uma cara de arrependimento puro. Viu o outro desmanchar o olhar sarcástico que tinha antes suspirando logo em seguida.

— Está tudo bem. — Falou mansamente, o que fez Leo derreter internamente com o timbre de voz do outro. Leo abriu um sorriso largo. Não soube por que, mas aquele sorriso foi como o acordo fechado entre si de pararem com aquela conversa estranha no meio de um corredor vazio da faculdade e cada um seguir o seu caminho.

Leo não poderia dizer que passou o resto do dia com aquele encontro na mente, logo após entrar na sala de aula se esquecera de que até mesmo havia perdido seu café da manhã nas ruas.


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