— Uhum. – A Rosa me olha quase gritando “duvido”.

— Tá... Vamos mudar de assunto? Sua festa é amanhã, você me ajuda com maquiagem?

— Claro. Já vi você se maquiando, e não vou dizer que é lindo não. – Ela ri.

— Tá bom, já pode parar com a palhaçada né Rosa?  - Dou um sorriso, mas não daqueles alegres, e sim do de incomodada.

— Tá ok, parei. – Ela sorri. – Seria uma honra te maquiar. – Continua sorrindo.

— Não é disto que estou falando. Estou te chamando para passar o dia se aprontando comigo. Minha mãe soube da festa, daí ela me forçou á ir ao spa. Então não queri... – Ela me interrompe e voa em mim.

— Eu nunca perderia um dia de spa! Principalmente com a chance de mandar fazer a maquiagem e o cabelo que eu gostaria em você! – Ela falta me sufocar.

— R-...Rosa...Me...Meu...Oxigên... – Ela entende e logo me solta.

— Desculpa. Vai ser que horas? – Ela fala sem ter medo de demonstrar o entusiasmo.

— Vai ser após o almoço. Minha mãe irá te buscar.

— Tudo bem! – Ela dá um sorriso grande, mas não chega de ser de orelha a orelha. Algo está errado.

— Tá tudo bem mesmo, Rosa? – Eu pergunto e inclino a cabeça para olhar sua face.

— Pra ser sincera... Não. – Ela abraça as pernas e abaixa a cabeça.

— O que houve?

— Leigh não poderá vir. Não consegui falar com ele, ele viajou para o exterior para uns desfiles de moda... – Ela fica um tempo em silêncio. -  ...Ultimamente nem tem tempo para mim... — Ela fala baixo, mas consigo escutar.

COMO DIZER QUE VAI FICAR TUDO BEM PRA UMA PESSOA QUE TÁ NA BAD E DEPOIS DELA TER OUVIDO ISSO UM ZILHÃO DE VEZES? NÃO DÁ NÉ GALERA? Mas não custa tentar algo novo.

— Ei... Calma. – Eu fico passando a mão na costa dela para tentar acalma-la. – Ele vai voltar aposto que ele deve tá morrendo de saudades de você. – Ela me olha e eu dou um leve sorriso.

— É pode ser. – Ela dá um sorriso fraco e o sinal toca. – Vem, vamos para sala. Agora vai ser aula da Delanay... Infelizmente né? – Ela ri. Depois me puxa e vamos para sala.

Eu me sento em meu lugar e começo a aula normalmente. Nathaniel senta do meu lado, ele coloca a cabeça na sua mão e me olha atentamente.

— O que foi? – Pergunto totalmente incomodada.

— Nada. Só é meio engraçado você fingindo que está prestando atenção. – Ele ri baixo.

— E-eu to prestando atenção tá fofo? – Continuo rabiscando o caderno.

— Aham. – Ele quase sussurra me olhando com uma cara engraçada. Sem perceber ele pega meu caderno e vê o que eu estava fazendo.

Ele me mostra o que eu estava fazendo. Desenhando.

— Tenho certeza que isso não é o que à professora está escrevendo. – Ele sorri.

— Tá bom. Estou boiando na aula, tá um tédio, eu não quis escrever. – Eu confessei logo. – Agora dá pra me entregar meu caderno queridinho?

— Tá bom. Devolvo depois.

— Ei! – Fiz biquinho, fiquei de braços cruzados e emburrada. – Não tem graça nenhuma Nathaniel. – Ele se vira para mim com um olhar engraçado.

— Você parece uma criança. – Ele chega perto e deposita um beijo na minha cabeça. – Tome. – Ele sorri e volta pra dele.

— Obrigada. – Eu pego meu caderno e volto a fazer o que estava fazendo... Ou seja, nada.

A aula continua, eu olho para trás e vejo Castiel conversando com a “Mary”. Ele ia olhando para cá quando me virei. Ufa! Pera ai? Ufa? Ciúmes? Não não Mi. Você não está se apaixonando... Não pode, não de novo. Eu balanço minha cabeça para afastar tudo isso, eu olhei para mesa o que eu estava fazendo de novo... Ou seja, nada de novo.

Eu fiquei praticamente boiando a aula inteira, foi nisso que se resumiu minha aula de hoje. O sinal toca e eu saio da minha piscina mental.

— Mi? – Nathaniel me chama.

— Eu – Respondo.

— Posso te acompanhar até em casa? – Ele olha entusiasmado. Eu olho para trás e vejo Castiel com aquela pessoa.

— Sim. Adoraria. – Eu sorri pra ele. E ele? Bom, ficou todo sem jeito e um pouco corado.

Saímos andando lado a lado. Conversando, jogando papo fora. Até que eu perguntei algo pra ele:

— Você acha que o Castiel gosta da Mary? – Perguntei na maior cara de pau.

— Não sei. Mas também não me interesso muito por esse tipo de assunto. – Ele virou a cara.

POR QUE EU PERGUNTEI ISSO CARA? QUE PESSOA MAIS INSENSÍVEL EU FUI MDS. CADÊ UM BURACO QUANDO PRECISO?

 — Vai fazer algo mais tarde? – Ele pergunta mudando de assunto.

— Não. Eu não sei. Tipo, se mais tarde eu tiver vontade na hora, eu faço me entende? – Ele ri.

— Você é uma graça. – Ele continua rindo. – Ai ai Mia.

— Eu sempre falo muito de mim, e você? Como você é? – Eu me viro e olho para ele.

— Bem... Meu nome é Nathaniel. Sou o filho mais velho, tenho uma irmã chamada Ambre... Tenho 17 anos. Sou um aluno de Sweet Amoris. Tenho bons amigos, sou bom aluno... – Ele para. – Vou parar, estou quase para falar meu tipo sanguíneo. – Eu rio e ele também.

— Você é uma boa pessoa. É legal ter um amigo como você. – Eu comento e ele se cala. Ficou pensando. Até que chegamos à porta da minha casa.

— Bom, é aqui. Tchau. – Eu aceno sorrindo para ele e ele faz o mesmo para mim.

— Tchau Mi!

— A gente se tomba por aí, até. – Brinco olhando por cima do ombro com um sorriso no rosto. Eu entro em casa.

Eu fecho a porta, jogo minha bolsa no sofá e sento na poltrona que fica do lado da janela. Eu olho pro lado e Nathaniel estava lá parado. Ele ri, dá de ombros e saí dali. Menino estranho meu Deus... Posso falar é nada que eu sou pior. Eu subo para meu quarto e tomo um banho. Coloco um short e uma blusa larga, fico descalça mesmo, afinal estou em casa. Desço e vou para cozinha caçar algo para comer. Quando chego lá tem almoço pra mim, tinha um bilhete perto, aposto que é do papai.

Filhota, como eu sei que seu pai é bem ocupado,

Fiz esse almoço para você minha querida!
Aproveite o maximo!

Beijos,
Mamãe.

Nossa, era da minha mãe, fiquei um pouco surpresa... Mas não posso negar que ela tem mãos de anjo na cozinha. Eu peguei o arroz com queijo (Sim é gostoso), carne assada ao forno, e uma salada. Devorei tudinho, depois limpei e guardei o resto na geladeira (Desperdiçar comida comigo perto? Jamais). Subi pro meu quarto e fui dormir um pouco. Dormi eram 14:00, acordei 16:30. Me levantei e fui olhar como estava meu cabelo, tava parecendo a mata Atlântica minha gente. Lá vou eu jogar uma água no corpo. Arrumei a bagaceira que eu chamo de cabelo. Eu olhei pela janela e vi que o sol estava baixo.

— Boa hora para caminhar por ai... – Falo para mim mesma.

Eu me visto com um short  jeans azul, um moletom azul meio cinza com um coração no meio, coloco uma meia calça e uma sapatilha, pego meu óculos de sol junto de meus fones e vou (Sim, também sei ser fofa).

Estou andando calmamente ouvindo Counting Stars – One Republic’s.

— Everything that kills me makes me feel alive... - Canto enquanto ando por aquela praça.
Ando um pouco mais a frente e encontro quem? Quem? Quem? Isso mesmo, o ruivo. Ele estava concentrado, compondo talvez? Estava sozinho. Ele estava em um banco em frente ao lago, em baixo de uma sombra de árvore de cereja. Tava parecendo aquelas cenas dos filmes sabe?

IMAGINAÇÃO ON

Ele estava lá em baixo daquela árvore de cereja, onde suas folhas saiam de acordo com que o vento batia em suas lindas folhas. O vento batia levemente em seus cabelos vermelhos “naturais”. Ele tocava seu violão docemente, e quando me viu me puxou para cantar com ele. Depois disto ele me pediu em casamento, daí nós fomos até seu castelo que fica no céu em cima de uma fofa nuvem, fomos em cima de seu unicórnio voador mágico, que fez uma berinjela virar abóbora, e que da abóbora virou carruagem...
Pera quê?

IMAGINAÇÃO OFF

— O que diabos eu acabei de imaginar? Parece imaginação de pessoas retardadas... – Sussurrei para mim mesma. — Quer saber, vou assustar o ruivinho.

Me aproximei e...

— BUU! – Ele acabou deixando alguma folhas voarem da sua mão... E eu? Eu pra caramba.

— I-isso não teve graça, Mia! – Ele exclama se levantando e pegando seus papeis, eu fui lá e ajudei.

— Você deveria ter visto sua cara. – Eu ri dele e ele franze o cenho.

— Idiota.

Nós pegamos tudo e nos sentamos naquele banco mesmo banco e começamos a conversar. Até que chegou onde eu não queria... Qual o assunto? Mary.

— Então o que você achou da Mary? – Ele me pergunta.

— Irritante. – Respondo sem pensar, só saiu mesmo.

— Sério? Hum. – Ele fica um pouco perplexo.

— Sim. Não fui com a cara dela não. – Reviro os olhos.

— Hum... Acho que até sei o porque... – Ele sorri. – Ciúmes é claro! – Ele ri.

— T-Teu olho! N-Não sinto ciúmes não. – Faço o máximo para não olhar pra ele.

— Aham, sei Senhorita Mia. – Ele sorri de novo, como ele me incomoda gente! – Sabe tocar? – Ele estende o vilão até mim.

— Claro. Você já me viu tocar lembra? – Levanto a sobrancelha e sorrio pra ele.

— Acho tão lindo quando você ri... – Ele sussurra e eu escuto, mas finjo não escutar.

— Que?

— N-Nada não. Toca um pouco pra mim? – Ele pergunta ainda corado.

— Claro. Qual?

— Quero uma só de violão pra cantar com você. Pode ser?

— Pode sim.
— Pode ser Shadow – Austin Mahone?

— Pensei que o mocinho só ouvia rock. – Brinco.

— Agora irá me conhecer melhor senhorita. – Ele sorri e mexe no meu nariz.

Eu corei, mas comecei a tocar e ele começa a cantar.

You walk into the room

So perfect but unaware

Making me stop and stare

Every time I heard he broke your heart

Can I just fix you girl?

Show you a different world?

I'll take you anywhere

I'll put you on a throne

I'll lay down my heart, I swear

And I'll make sure that you'll never be alone

Que voz linda… Eu entro com ele no refrão.

Only my shadow knows

How I feel about you

Only my shadow goes

Where I dream of you and me

Should I go or wait?

Is it too soon, too late?

Only my shadow knows

I've been loving you so long

And now that I got the chance

I see you need to dance on your own

So I'll wait another day

Maybe another year

I'm gonna be right here, oh

I'll take you anywhere

I'll put you on a throne

I'll lay down my heart, I swear

And I'll make sure that you'll never be alone (alone)…

Nós dois paramos do nada. Começamos a nos olhar, estávamos nos aproximando um do outro, quando nossos narizes se tocaram, quando íamos nos beijar...

— N-Não p-posso, desculpe. – Eu me levanto rapidamente e saio dali. Ainda ouvia ele me chamar.

— Mia! Espere! Por favor... – Ele consegue me alcançar e puxar meu braço. – Espera Mia...

Eu suspiro.

—... - O silêncio me toma de conta naquele momento.

— Por que você vive fugindo de mim Mia? – Ele pergunta totalmente confuso.

— ... – Eu permaneço em silêncio.

— ...O que você tem? – Ele pergunta já cabisbaixo.

— Eu não quero me machucar... Nem a você. – Minha voz sai por um fio.

— ? – Ele me olha mais confuso que antes.

— Eu... Eu... Eu não conseguiria aceitar isso de que eu poderia te machucar... E a propósito, você já tem companhia...  – Abaixo a cabeça.

— Hey... – Eu corro e vou para casa. Não agüentei. – Mia!
POR QUE É QUE EU, DONA MIA, SOU TÃO IDIOTA GALERA? NÃO SEI.