Aventuras de Jack e Branca escrita por Emmy Tott


Capítulo 7
Que caminho escolher?




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Parte I – A Água da Vida

Capítulo 7 - Que caminho escolher?

 

 

—Pensaram que podiam se livrar de mim, seus vermes traidores? - ameaçou Barbossa.


—Barbossa! Nós não sabíamos o que tinha acontecido... - começou Ragetti.


—Branca disse que você tinha ficado para trás... - completou Pintel.


—Aquela cobra peçonhenta me empurrou para dentro daquele buraco fundo e escuro! Mas ela vai se ver comigo, vou ensina-la porque não se deve enganar um pirata como eu! - bradou Barbossa - mas antes, eu preciso da Água da Vida.


Barbossa foi andando para entrar na ilha, seguido de perto por Pintel e Ragetti. Enquanto andavam, Pintel perguntou:


—Como conseguiu chegar até aqui sozinho?


—Aquela ilha não era tão deserta quanto pensávamos. Acabei descobrindo, para minha sorte, que ela fazia parte da rota de um navio mercante. Então, quando ele chegou, eu dei um jeito de enganar o Capitão e tomei o navio dele, digamos, temporariamente, até que eu recupere o Pérola.


Ao encerrar a pequena explicação, Barbossa já tinha entrado na mata e não pôde ver o que estava acontecendo na praia.

 

***

 

Lucy tinha conseguido atracar na praia antes que Engles chegasse. Assim que conseguiu fincar o bote na areia, pulou para fora dele e saiu correndo, em direção à mata fechada para encontrar Branca. Assim que ela sumiu mata adentro, Engles chegou na praia e também atracou. Logo depois, ele se embrenhou na mata, na mesma direção que Lucy tinha seguido. Mas como ela estava correndo, Engles não corria o risco de se encontrar com ela pelo caminho. 

 

***

 

Enquanto isso, Jack procurava pelo caminho certo dentro da caverna. Ele sentia que estava cada vez mais próximo da Água da Vida. Porém, ele se deparou com uma bifurcação. Olhando para a sua bússola em busca de orientação, descobriu que ela apontava para o caminho que levava de volta à mata. Jack não entendia o que estava acontecendo, pois o que ele mais queria não podia estar na mata da ilha. Por um instante ele pensou que a causa daquela confusão era alguma coisa, ou, mais precisamente, alguém, que ele havia deixado lá fora. Mas aquilo simplesmente não podia estar acontecendo com ele. Não de novo. Então, tentando afastar Branca de sua mente, Jack fechou a bússola e a segurou entre suas mãos, se concentrando na Água da Vida. Mas quando a abriu de novo, descobriu que não tinha dado certo. Agora o ponteiro girava para um lado e para o outro, sem contudo, apontar para um lugar específico.


Jack, furioso com sua bússola, a fechou com força e a enfiou no bolso. Ele sabia que ela não iria mais ajudar em nada. Mas ele sabia que ficar bravo também não iria ajudar em nada na busca pela Água da Vida, por isso ele procurou manter a calma. Tudo o que Jack precisava agora era se decidir entre o caminho da direita e o caminho da esquerda, mas por algum motivo ele não conseguia escolher que direção tomar. Ele estava diante de um grande impasse: esquerda ou direita?


Jack se viu obrigado a escolher logo, pois sabia que, mais cedo ou mais tarde, viria mais alguém atrás da Água da Vida e ele não podia ficar ali para sempre. Foi então que ele teve uma idéia: caminhou até o centro dos dois caminhos, fechou os dois olhos com as mãos e começou a rodopiar em torno do seu eixo até que ficasse tonto. Depois, ele abriu os olhos e, cambaleante, se dirigiu para o primeiro caminho que apareceu na sua frente, que era o da esquerda.


Mas Jack tinha demorado demais para fazer a sua escolha, pois quando ele retomou a sua caminhada, Barbossa, Pintel e Ragetti já tinham alcançado a entrada da caverna. Sem perceber que as folhagens logo atrás dele se moviam, Barbossa e seus homens entraram na caverna e logo também se depararam com a bifurcação. Foi Ragetti quem perguntou primeiro:


—E agora? Qual é o caminho certo?


—Vocês vão para a direita e eu vou para a esquerda. - ordenou Barbossa.


Dessa forma, o Capitão se separou novamente dos seus subordinados e seguiu para a esquerda, a mesma direção que Jack havia tomado.

 

***

 

As folhagens que se mexiam quando Barbossa passou na verdade escondiam Branca, ainda amarrada na árvore. Lutando inutilmente para se soltar, ela amaldiçoava Jack de todas as formas possíveis que ela conseguia se lembrar. Mas, por sorte, o movimento das folhas não passou despercebido por Lucy, que sempre estava atenta a tudo que acontecia à sua volta.
 

—Branca? Branca, é você? - gritava Lucy, enquanto corria em sua direção.


—Lucy! Mas é claro que sou eu! Quem mais poderia ser? - respondeu Branca, impaciente.


Lucy ficou paralisada quando encontrou Branca amarrada daquele jeito.


—O que você está esperando? Me tire logo daqui, vamos!!!


—Hã... claro! - Lucy começou a desamarra-la - Mas o que aconteceu com você? Como foi parar ai?


—Isso foi obra de Jack Sparrow! - seus olhos se encheram de fúria - Eu não acredito que cai na conversa fiada dele!!! Ah, mas ele me paga! Vou faze-lo se arrepender do dia em que saiu da barriga da mãe dele!

Enquanto falava, Branca foi desamarrada e se pôs de pé, massageando as mãos que estavam doloridas por causa das cordas.


—Eu acho que se você quiser mesmo fazer isso precisará da sua espada. Onde ela está? - quis saber Lucy.


—Me ajude a procura-la, ela caiu em algum lugar por aqui!


As duas começaram a procurar pela espada, mas como ela tinha caído bem perto dali, logo Branca a encontrou e mostrou a entrada da caverna para Lucy. Então as duas entraram.


Se Branca e Lucy tivessem demorado por mais dez minutos, dariam de cara com Engles, pois alguns minutos após terem entrado na caverna, o Comodoro chegou ao local e também entrou.


Após algum tempo andando na caverna, Branca e Lucy também se depararam com a bifurcação. As duas pararam, sem saber que caminho tomar.


—Branca, por favor, me diz que você sabe qual é o caminho certo.


—Ora, Lucy, como eu poderia saber qual é o caminho certo se eu nunca estive aqui antes! Ah, mas com certeza, há essa hora, o Jack já está quase chegando à Água da Vida! Isso se ele já não tiver chegado, porque com aquela bússola, as coisas ficam bem mais fáceis.


—Bom, se é assim, então eu acho melhor a gente escolher logo um caminho.


—Está bem, deixa só eu pensar um pouco... hum... - Branca estava indecisa, mas como ela corria contra o tempo, precisava tomar uma decisão logo - já sei, vamos para a direita!


—Como você pode ter certeza disso?


—Lucy, não discuta comigo! Apenas vamos para a direita e, se não encontrarmos nada, voltamos e pegamos o caminho da esquerda, ok?


Lucy estava meio indecisa, mas não tinha outra escolha a não ser ir atrás de Branca. Assim, as duas seguiram pela direita, o mesmo caminho tomado por Pintel e Ragetti.


O Comodoro Engles estava bem atrás delas e, quando chegou na bifurcação, parou por um momento, confuso. Mas como ele ansiava por tomar a Água da Vida para si, logo decidiu que seguiria pelo caminho da direita também. Não tardaria muito e ele acabaria descobrindo que não era o único naquela caverna. 

 

***

 

Longe dali, em alto mar, os dois navios ainda guerreavam. A todo momento oficiais ingleses e marujos piratas caiam ao mar, assim que eram atingidos pelas balas dos canhões.

Como as duas embarcações eram bem estruturadas e ambas estavam devidamente preparadas para o combate, era difícil dizer qual delas sairia vencedora daquela batalha naval.


Dentro do navio inglês, um dos oficiais finalmente tinha percebido a ausência do Comodoro.


—O Comodoro sumiu! O que faremos agora? - ele indagava aos outros.


—Ele nos passou a perna e nos deixou aqui sozinhos para morrer! - disse o outro.


—Eu acho melhor desistirmos da luta, porque ela não vai acabar antes que todos morram. - propôs um terceiro.


—Apoiado! - incentivou o primeiro.


Decididos, eles estenderam a bandeira branca, indicando rendição. No Pérola, o Sr. Gibbs ficou estático ao perceber que os ingleses tinham desistido. A princípio, pensou que aquilo  fosse um truque deles para os pegar desprevenidos. Mas, ao se aproximarem mais do navio inimigo, Gibbs descobriu que o Comodoro não estava a bordo.


Gibbs sabia que o Comodoro tinha ido atrás da Água da Vida e Jack não iria gostar nem um pouco quando soubesse que ele havia deixado Engles escapar. Por esse motivo Gibbs decidiu ir com o Pérola até a ilha para impedir que o Comodoro chegasse até o tesouro. Os ingleses seguiram o Pérola e também foram para a ilha, porque queriam saber o que tinha acontecido com o chefe deles.


Porém, quando chegaram na ilha, todos perceberam que alguma coisa muito estranha estava acontecendo com ela. O verde das árvores tinha sumido e toda a mata estava agora com uma estranha cor acinzentada. O vulcão, que antes parecia inativo, agora expelia uma nuvem de fumaça, que combinava com o tom adquirido pela vegetação. Gibbs arregalava os olhos o máximo que podia, tentando absorver tudo o que eles captavam.


—Pelas garras de Davy Jones! O que está havendo aqui?


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