Aventuras de Jack e Branca escrita por Emmy Tott


Capítulo 6
Corazón del Fuego




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  Parte I – A Água da Vida

Capítulo 6 - Corazón del Fuego

 

 

—Você não podia ter me trazido de volta! - dizia Branca, enfurecida.


—E o que você queria? Ficar no navio inimigo para ser morta a queima-roupa? - argumentava Jack.


—Eu estava na cola de Engles e ia mata-lo, mas você estragou tudo!


—E depois de matar Engles, o que pretendia fazer com os militares ingleses?


—Isso não importa! A única razão para eu ainda estar viva é para me vingar do homem que matou o meu pai. O que acontecer comigo depois disso, eu não me importo!


—Você não devia estar tão obcecada assim pela sua vingança. Quando temos um único objetivo, nossa vida se resume a realiza-lo ou não. Então, quando conseguimos, perdemos o único vínculo que nos prendia a vida, então estamos mortos. É isso que você quer?


—Você não entende nada de objetivos!


—Entendo mais do que pode imaginar. - Jack encarou Branca nos olhos.


Branca desviou os seus para o mar. De repente, sua expressão mudou.


—Jack, olha! - Branca apontava para um ponto além, sorrindo.


Ali, bem à frente do Pérola Negra, estava finalmente a ilha de Corazón del Fuego. Não era uma ilha muito grande, mas podia-se ver uma densa mata que cobria a sua superfície, tingindo-a de verde.


O que mais impressionava naquela paisagem toda era um enorme vulcão que estava localizado bem no centro da ilha. Aparentemente ele estava inativo, mas só a sua presença já era suficiente para amedrontar muitos homens.


—Deve ser por isso que se chama Corazón del Fuego. - dizia Ragetti, enquanto se aproximavam da ilha.


—Eu só espero que não saia nenhum monstro de dentro dele. - falou Pintel.


—Não seja ridículo! Não podem sair monstros de dentro de um vulcão! - tornou Ragetti.


—Depois que nós fomos até o fim do mundo e voltamos, eu não duvido de mais nada.


—Eu acho que você está é ficando maluco!


—Será que vocês dois podem calar essas bocas e descer um bote para chegarmos até a terra firme? - disse Jack, com autoridade.


—Sim capitão! É pra já! - respondeu Pintel.


—Agora escutem - Jack se dirigia aos demais tripulantes. - Os Senhores Pintel e Ragetti levaram a mim e a Branca até a encosta da ilha, enquanto que o resto da tripulação ficará aqui, esperando.


—Mas Jack! Não vamos participar da ação? - objetou Gibbs.


—Não! Sr. Gibbs, eu preciso que a tripulação do Pérola fique alerta. - Jack se aproximou de Gibbs, para que só ele pudesse ouvir. - É possível que mais alguém apareça para pegar a Água da Vida e, se isso acontecer, quero que detenham-no, entendeu?


—Se está se referindo a um certo homem de roupa azul e vermelha, com uma peruca grisalha encaracolada na cabeça, está entendido, Jack! Por aqui, ele não passa!


—Ótimo, Sr. Gibbs! - encerrou Jack, sorrindo. - Agora vamos indo!


Pintel e Ragetti levaram Jack e Branca até a praia da ilha. Lá, Jack ordenou que eles cuidassem do bote enquanto ele e Branca iriam atrás do tesouro.


Eles caminharam por um bom tempo. Jack ia à frente, sendo guiado pela sua sempre-fiel bússola. O caminho era tortuoso e longo, mas a sombra produzida pelas árvores ajudavam a suportar o calor exagerado que fazia. Branca caminhava pensando em um jeito de enganar Jack para poder pegar a água da vida quando fosse o momento certo. De repente, ela se deu conta de um fato muito estranho.


—Jack, não acha estranho não ter nenhum vestígio de vida humana por aqui? Quero dizer, uma ilha que ficou tantos anos em poder dos espanhóis teria que ter ruínas de construções, ossos humanos no chão, ou sei lá, qualquer coisa que indicasse que já houve gente morando aqui.


—Esse é mais um dos mistérios que rodam Corazón del Fuego.


—Você tem mesmo certeza de que está indo pro lugar certo?


—Minha bússola nunca falha... e pelos meus cálculos, já estamos quase chegando.


—Chegando? Mas onde, exatamente, estamos chegando?


A apreensão e o suspense cresciam a cada passo. Parecia que já se passara uma eternidade desde que eles entraram na ilha. Mas Jack sabia que eles estavam próximos agora. Muito próximos. Ele podia pressentir o perigo. Mas o seu instinto de pirata o instigava a ir adiante, para receber a merecida recompensa que estava no final daquela louca aventura.


Jack parou subitamente, ao se deparar com uma caverna. Sua bússola indicava que o que mais desejava estava lá dentro, no interior daquela caverna misteriosa.


—É aqui! - anunciou Jack.


—Tem certeza de que a Água da Vida está ai dentro? - perguntou Branca.


Jack assentiu sem se virar para ela. Ele estava admirando a entrada da caverna. Sabia que o caminho era incerto e arriscado, mas ele tinha que seguir em frente.


Enquanto Jack tomava coragem para entrar na caverna, Branca resolveu se aproveitar do seu momento de distração para tira-lo, de uma vez por todas, do caminho da Água da Vida. Ela só conseguia pensar no pai e na vontade que tinha de vê-lo vivo novamente. Por esse motivo, e sem hesitar, Branca se postou na frente de Jack, bloqueando a sua passagem e ergueu sua espada para ele, ameaçadoramente.


—Me desculpe Jack, mas não posso deixar que pegue a Água da Vida.


Jack riu.


—Acha mesmo que pode enganar o velho Jack e ficar com a Água da Vida só para você?


—Eu não a quero para mim! Vou usa-la para trazer o meu pai de volta à vida. Desista, Jack! Você não pode me vencer!


—Na espada talvez não... - Jack sorria para Branca, com uma expressão estranha no rosto.


Branca franziu as sobrancelhas, intrigada.


—Que quer dizer com isso?


Isso foi a última coisa que Branca conseguiu dizer. Quando ela menos esperava, Jack afastou a sua espada, puxou Branca para si e lhe deu um beijo avassalador. Branca, confusa, deixou sua espada cair, mas colocou suas mãos no peito de Jack, tentando afasta-lo. Jack, por sua vez, passou sua mão direita pela cintura de Branca e, com a outra por baixo de seus cabelos, acariciava sua nuca. Branca, por fim, se rendeu aquele beijo. E eles se beijaram vorazmente, um sentindo o calor do corpo do outro, um querendo devorar o outro.


Mas então, depois de alguns segundos, Jack afastou Branca dele e lhe disse, triunfante:


—Perdeu!


—O quê!? - disse Branca, ofegante.


Jack pegou Branca como se ela fosse um saco de batatas e a jogou sobre seu ombro direito.


—Mas o que você pensa que está fazendo? Me ponha no chão!!! - Branca gritava para Jack.


Ela se debatia e dava socos nas costas de Jack, tentando se desvencilhar dele, mas sem a sua espada, estava totalmente indefesa. Jack a levou até uma árvore não muito longe dali e a amarrou com uma corda que ele havia trazido para emergências.


—Agora você fica ai quietinha e depois eu volto pra te pegar. - disse Jack, se divertindo com a situação.


—Você vai se arrepender por isso, Jack Sparrow, ou eu não me chamo Branca Werneck! Espere até eu sair daqui! - Gritava Branca, com ódio.


Mas Jack já ia longe, não podia mais ouvir os berros de fúria de Branca.

 

***

 

Em alto mar, a tripulação do Pérola esperava, em alerta, como ordenou o seu Capitão. Mas a sua espera não duraria por muito tempo, pois logo o Sr. Gibbs avistou o enorme navio do Comodoro se aproximando. Percebendo a ameaça, ele ordenou que os homens se posicionassem para lutar.


Entrementes, no navio inglês, Engles ordenou que seus homens lançassem fogo contra o Pérola. Os dois navios começaram uma luta naval sangrenta, os dois atirando um no outro. Dentro do Pérola, Lucy tomou uma resolução: Precisava avisar Branca sobre a presença de Engles, e precisava fazer isso logo. Então, ela foi até um dos botes do navio e o desceu para poder chegar até a ilha. Ninguém percebeu a sua atitude, pois estavam todos concentrados na guerra contra o navio inglês.


Engles pareceu ter tido a mesma idéia que Lucy, pois também desceu um bote sem que ninguém o visse e saiu remando em direção à ilha. Mas ao contrário de Lucy, ele queria chegar até a ilha para se apoderar da Água da Vida. Ele sentia em seu interior que era o maior merecedor da imortalidade. Enquanto Capitão pirata, tinha sido o mais temido dos sete mares, e agora que se tornara um militar, só faltava mesmo ele se eternizar, literalmente, como o homem mais temido e respeitado da face da Terra.

 

***

 

Totalmente alheios à luta dos navios, Pintel e Ragetti esperavam no bote, impacientes e aborrecidos. Eles estavam fartos daquela monotonia toda. Ansiavam por algo mais emocionante.


—Se Barbossa estivesse aqui, as coisas seriam diferentes! - Lamentava Pintel, enquanto Ragetti tentava jogar pedras no mar o mais longe possível.


—O que é aquilo!? - disse Ragetti, ao avistar um pequeno navio que vinha na direção deles.


Pintel correu até a beira da praia e pôs as mãos na testa para ver melhor.


—Mas está parecendo... não, não pode ser! - falou Pintel.


—Ou será que pode? - perguntou Ragetti.


Os dois se entreolharam. Custavam a acreditar no que estavam vendo. Mas era mesmo verdade. O navio chegou até a encosta da praia e de, dentro dele, saiu o Capitão Barbossa com o seu macaco Jack no ombro.


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