Uma semana atrás...

Estava um lindo dia lá fora, o tempo estava agradável, o sol era relaxante, estava acompanhado com algumas nuvens no céu, mas Megan e Ivy ou como gostavam de ser chamadas Iwise e Ageha estavam admirando a sala de tesouros das rainhas de Solari. O chão era coberto por pilhas de moedas de ouro e encima dessas pilhas havia colares e joias, de todos os tamanhos e cores possíveis, mas o que mais chamou a atenção de Ageha era um pequeno pilar que guardava uma coroa, ela tinha várias pedras preciosas a decorando, no meio dela tinha dois desenhos que ficavam juntos, um sol e uma meia lua, dentro dos desenhos tinha a maior pedra da coroa.

— Não deveríamos estar aqui – comentou Iwise preocupada – Invadimos um castelo, passamos pelos guardas e agora VOCÊ ESTA SEGURANDO A COROA DO REINO! – gritou estupefata.

— Ela é linda, olha – mostrou Ageha, fazendo sua amiga lançar um olhar de matar – É melhor sairmos daqui antes que os guardas de Soleil nos encontrem – disse correndo para uma porta escondida na sala, ainda carregando a coroa.

Megan atravessou os corredores, subiu as escadas até ser cercada por vários guardas do castelo, achou que era seu fim quando uma mão lhe puxou para dentro de uma sala, era sua melhor amiga Ivy.

— Você tinha que ter me convencido a invadir esse maldito castelo! – reclamou Iwise segurando a porta para os guardas não invadirem a sala.

— Não foi tão ruim – comentou Ageha dando uma olhada na sala.

Não havia nenhum móvel no quarto que pudesse usar, só tinha uma enorme janela. Olhou para baixo para ver se a queda seria muito alta, pelos seus cálculos se não morressem pelo impacto provavelmente morreriam afogadas, elas estavam presas e para piorar ela ainda estava com a coroa da rainha, crime de invasão elas ainda podiam sair vivas, mas de roubo da coroa da rainha com certeza seriam sentenciadas a morte. Elas só tinham uma escolha, mas Iwise não ia gostar, na verdade iria odiar. Virou-se para amiga que tinha levado um susto por uma espada ter atravessado a madeira perto de seu rosto.

— Juro que se sairmos vivas daqui eu te mato! – prometeu a loira irritada – Da para ajudar com a porta ao invés de ficar olhando a paisagem?

— Adoraria ajudar, mas Solari esta sob ataque – respondeu Ageha olhando o céu.

— Além de nos?

— De um dragão na verdade – respondeu franzindo o cenho – Muito estranho...

— Um dragão? – disse Iwise surpresa – É o segundo que a gente encontra essa semana!

— Esse é vermelho metálico e já esta atacando a cidade – disse Ageha concentrada.

— O que a gente faz? Precisamos ir embora antes que ele alcance o castelo – falou se desesperando.

— Já trancaram o castelo, embora não adiante nada contra um dragão – disse pensativa, se Megan pudesse ver seu rosto veria um brilho estranho em seus olhos, Ivy tinha tido uma ideia e era péssima, mas podia funcionar.

— Confia em mim? – perguntou Ageha se virando para sua amiga.

— Mas é claro que eu confio – respondei Iwise sem entender nada.

— Segure isso para mim – pediu Ageha dando a coroa na mão de Iwise, que ficou ainda mais confusa.

Ageha tinha um plano, subiu com cuidado no parapeito da janela e começou a gritar, para chamar a atenção do dragão, deixando sua amiga horrorizada por sua atitude.

— Ei! Dragão, escravo de Daliah – chamou em gritos – Você mesmo abestado, acha mesmo que terá o mundo depois que Daliah nos matar? Uma surpresa para você, Daliah não é forte o suficiente para matar uma de nos! – o dragão estava muito próximo agora, se ele cuspisse suas chamas era o fim de Ageha, a essa altura os guardas tinham invadido a sala, mas Ageha não ligava, tinha conseguido o que queria a atenção do dragão.

— Você morrera humana e sentirá muita dor – disse o dragão

— É o que todos dizem – falou Ageha como se a ameaça não fosse nada – Como você se chama? – perguntou em quanto esticava seu braço e pressionava seu pulso.

— Você não merece tamanha honra – disse o dragão arrogante.

— Ah qual é vermelhinho, gosto de saber o nome das minhas vitimas – revelou a maga com um sorriso no rosto.

— Uma humana fraca como você jamais conseguirá me matar – disse o dragão abrindo a boca em ameaça.

— Fala isso para Krwon e Kali – disse estendendo o braço em direção ao dragão, na palma de sua mão saiu um raio de energia roxo, que perfurou a cabeça do dragão e o matou instantaneamente – Vou te chamar de vermelhinho. – pulou de volta para dentro da sala e deu um sorriso para os guardas assustados.

— Você é louca Alice – disse Iwise usando um antigo apelido de Ivy.

— Os loucos são os melhores – sorriu.

Pouco tempo depois a coroa tinha sido recuperada pelos guardas lunares, da rainha Lune. As magas foram levadas para se prepararem para ficar na presença das rainhas, tomaram um banho, tiveram suas armaduras polidas, roupas lavadas, cabelos penteados e presos em uma trança de peixe.

As magas ficaram em quartos separados, usavam uma fina camisola em quanto se alimentavam e esperava suas roupas secarem. Quando as servas trouxeram suas vestes já era noite e fazia frio. Iwise com ajuda colocou sua blusa bufante, depois de lavada estava branquinha, vestiu sua calça de couro marrom, era um pouco apertada, colocou o cinto em sua cintura, tinha perdido sua espada antes de invadirem Solari, o lar de dois povos, tinha esperança de conseguir uma nova, mas foi por agua abaixo com o ataque do dragão vermelho e a estupidez de Ageha. Deixou ser ajudada a colocar suas botas, elas eram muito chatas de serem colocadas e por fim colocou as proteções do braço e de seu tronco, era feito completamente de cobre, completamente puro, o que o deixava bem pesado. Quando já estava pronta ficou esperando Ageha no corredor, acompanhada por dois guardas.

— Por que são duas rainhas governando Solari? – perguntou Iwise curiosa. O guarda nada disse. – Não vai fazer diferença se você me disser, não é como se eu pudesse fugir somente com essa informação – argumentou.

— Antes de Solari virar um grande reino ele era dividido em dois povos rivais – respondeu o segundo guarda – Em um tratado de paz foi firmado entre os Solaris e os Lunares, por isso temos duas rainhas no trono de Solari.

— Interessante, obrigada por ter sido simpático e ter respondido a minha pergunta – agradeceu Iwise – Se eu sair viva dessa prometo saber mais da história de vocês – prometeu, era verdade, tinha gostado do povo do sul, principalmente dos refugiados eles tinham muitas histórias para contar, mas sempre estava armada quando falava com algum deles.

Cinco minutos se passaram até que Ageha apareceu no final do corredor, usava uma fina blusa de manga cumprida preta por baixo do espartilho roxo que cobre todo o seu tronco, com detalhes e desenhos em azul escuro e prata, com umas fitas que lembra a espinhos de rosas. Sua calça era azul marinho, mas com o tempo ficou desbotada e com alguns rasgos, dizia que ficava fashion, usava botas da cor cinza. Em seus pulsos havia braceletes protetores azuis. Seu cabelo escuro estava preso em uma trança de peixe de lado. Sua expressão era seria, odiava aquela expressão, significava duas coisas, uma delas era, ela faria algo muito estupido ou ela usaria sua arma secreta.

Quando ficaram lado-a-lado nenhuma disse nada, andaram em silêncio até a sala do trono. As paredes eram de pedra polida, no final do cômodo tinha três janelas uma do lado da outra, ocupada toda a parede, de frente para eles tinha dois tronos, um feito de ouro e o outro era feito de prata, ambos tinha várias pedras encrustadas, uns formavam desenhos de sois e luas com estrelas.

A rainha Solari tinha cabelos extremamente loiros e encaracolados, usava um lindo vestido dourado com detalhes em amarelo, sua coroa era bem grande, lindamente polida com cristais que o Thranduil ficaria com inveja, no meio dela havia um desenho de um sol. Usava uma maquiagem leve já que sua pele era delicada e um pouco pálida, seus lábios estavam rosados e seus olhos cor de mel eram contornados com um lápis preto.

Já a rainha Lunar tinha cabelos negros e muito lisos, cortados em três camadas, com um pouco de volume. Usava um vestido longo azul escuro, cheio de detalhes com pedrinhas e partes em amarelo. Sua coroa era um pouco menor que a rainha Solari, mas linda da mesma forma, no meio dela tinha um desenho de uma meia lua. Já a sua maquiagem era bem diferente, mais carregada e escura, seus lábios eram pintados com um pigmento rosa avermelhado. Sua expressão era seria e fechada, ao contrario da rainha ao seu lado, que parecia ser muito gentil e simpática.

— Vocês cometeram dois crimes graves contra Solari – começou a rainha Lune, governante do povo lunar. – Invadiram a morada da realeza de Solari e roubou o cofre dos tesouros, o que vocês têm a dizer em sua defesa? – perguntou a rainha seria.

— Em minha defesa majestade – começou Iwise cautelosa – Eu não queria invadir o seu castelo, só queria recuperar a minha espada que um dos seus soldados tirou de mim – explicou à maga – Já sobre o cofre, eu sabia que era errado, insiste inclusive para que minha amiga saísse de lá. – A rainha de Solari olhou curiosa para Ageha.

— E os seus motivos? – perguntou Soleil pacientemente.

— Fomos atrás da espada da minha amiga, mas não achamos o guarda que a roubou, então seguimos vários corredores até ficarmos perdidas, foi quando encontramos o salão dos tesouros, não pretendia pegar nada até ver aquela linda coroa a mesma que eu tinha visto em minha visão, então eu a peguei. – explicou Ageha sem remorso algum, com um sorriso no rosto.

Iwise queria dar um tapa em seu rosto, custava ela ter mentido sobre a coroa? Agora com certeza seriam executadas e sua espada estaria perdida para sempre. As rainhas se entre olharam e consentiram, concordando com alguma decisão silenciosa.

— Nós as rainhas de Solari... – começou Soleil

—... Lhe daremos o nosso perdão, pelos crimes cometidos – finalizou Lune.

— Estamos perdoadas? – disse Iwise perplexa, não acreditando na sorte que tiveram.

— Sim – respondeu Lune.

— Por terem derrotado o dragão vermelho – disse Soleil – E você terá sua espada devolvida.

Um guarda entrou na sala com a espada de Iwise e a entregou, que a mesma aguardou em seu cinto.

— E a coroa – disse Lune, um guarda deu a coroa nas mãos de Ageha – Pedimos para que guarde a coroa do crepúsculo até que exista uma rainha nascida da união dos dois povos de Solari.

— Fico muito agradecida por tamanha honra majestades, cuidarei dessa coroa com a minha vida – prometeu Ageha – Mesmo que eu morra eu assombrarei a coroa até que sua dona a tenha.

— Com sua licença vossas majestades – disse um mensageiro com uma roupa engraçada ao ver de Ageha, parecia o uniforme da guarda Suíça.

— Diga – ordenou Lune.

— Trago uma carta para Iwise e Ageha – respondeu o mensageiro assustado. Ageha tinha achado graça nele, era baixinho com um rosto redondo.

— Creio que são para a gente, majestades – disse Iwise com uma das mãos levantadas que logo abaixou.

— Dê a carta a ela – ordenou Lune.

— Sim, majestade – o mensageiro fez o que lhe foi ordenado e Iwise pegou a carta, reconheceu o selo assim que o viu.

Só havia uma frase no pedaço de papel.

— A ordem foi convocada, purificaremos o mal, estamos aguardando sua chegada – recitou Iwise, que olhou para sua amiga que estava com um sorriso super empolgado.

— Parece que partiremos para uma ultima aventura – disse Ageha.