Escrevendo Uma Nova História escrita por Alessia Serafim


Capítulo 5
Capítulo 5 - Corações Puros


Notas iniciais do capítulo

Estou muito animada com a fic, essa é a primeira fanfic que atualizo com tanta rapidez rsrs. Apreciem o capitulo.



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Já fazia horas que andava naquela estrada estava cansada e com sede, tinha perdido seu cavalo em um ataque de orcs, três deles tinham aparecido no meio da noite, tinha cavalgado sem parar, dormiu por algumas horas e quando acordou lá estava os orcs, xingou em voz baixa por ter abaixado aguarda, é claro que as criaturas das trevas estariam saindo dos seus esconderijos, podiam sentir a escuridão sendo revivida e em breve poderiam ter um novo mestre. Mas não deixaria que aquelas criaturas vivessem por muito tempo, assim que se levantou do chão começou a murmurar simples palavras em língua élfica, concentrado sua magia no que queria.

— Vocês acham que podem matar uma maga só por que a pegaram de guarda baixa? – perguntou em tom debochado – Não fizeram a lição de casa meninos? – os galhos das arvores começaram a balançar furiosamente suas folhas caiam no chão pelos movimentos bruscos, um dos galhos mais grossos da arvore que ficava atrás dos orcs começou a ganhar vida e se enrolou como uma cobra em um dos orcs – Um já foi – observou a maga com um sorriso largo – Faltam dois – mesmo aquelas deformadas criaturas sendo burras, não eram tão burras ao ponto de continuar paradas, apertaram o cabo de suas lanças e partiram para o ataque, só não esperavam que o chão se desfizesse e que teria um buraco em baixo deles.

— Acharam mesmo que poderiam matar uma maga como eu? – perguntou debochadamente, se ajoelhando no chão e observando as criaturas tentando sair do buraco – E acharam que as palavras que eu murmurei eram palavras de misericórdia? Façam-me favor! O mundo mudou queridinhos, não existem mais donzelas em perigo – disse em quanto se levantava e pegava as poucas coisas que levava, foi quando viu seu cavalo morto na arvore que o tinha amarrado. Uma lagrima silenciosa caiu de seus olhos de prata – Deixarei que a natureza decidam seus destinos – disse com uma expressão seria em seu rosto.

Desde então seguiu sua viagem a pé, não tinha muita opção, em qualquer direção que seguisse demoraria no mínimo um três dias para encontrar uma civilização, sua única escolha era seguir a pé em silêncio e fazer o possível para não chamar atenção para as outras criaturas que por lá tinha.

Por mais dois dias seguiu a pé, tinha comido toda a comida que tinha levado do pequeno vilarejo que deixou para trás, sua água tinha acabado no dia anterior, já não aguentava mais andar, suas pernas estavam doendo e cada passo que dava fazia um esforço enorme.

— Não morro por orcs, mas morro pela própria natureza, que irônico – reclamou à maga – Ah não, Orianna esta contando com todas nós para isso, não vou morrer aqui! – a animação perdida tinha voltado, começou a olhar para o chão que pisava, sabia exatamente o que fazer, pegou uma adaga de seu cinto e se abaixou, ficou verificando o solo, colocando a palma da mão em cima dele em quanto murmurava uma palavra em élfico “água”. Sua mão parou em cima de um pedaço de grama amarelada, deu um pequeno sorriso e começou a cavar um buraco no chão, usando sua adaga. Em quanto cavava começou a reparar que a terra estava mais fofa, portando tinha água no solo, só precisava cavar mais fundo e assim fez, para sua tristeza a água que achou não era pura, mas estava um pouco clara, para ela já bastava, fez uma conchinha com as mãos e bebeu um pouco daquela água.

— Acho que duro mais um dia – comentou limpando a adaga suja em sua calça.

Assim continuou seguido em frente, tendo que parar assim que anoiteceu, estava perto, não queria parar agora, mas seu corpo implorava por descanso. Como já tinha adentrado em uma floresta faria seu acampamento ali mesmo.

Começou a pegar umas pedras e muitos gravetos secos, que foi difícil de achar, alguns ainda estavam molhados da chuva. Preparou a fogueira em um espaço mais aberto entre as arvores, começou a acender o fogo com uma técnica bem pratica que tinha aprendido quando veio visitar a Terra-Média pela segunda vez, rapidamente conseguiu seu fogo, colocou as pedras que reuniu em volta dos gravetos para não ter risco do fogo espalhar, mesmo sendo uma fogueira bem pequena, mal daria para aquecê-la mas se fizesse maior poderia atrair atenção indesejada. Com a fogueira pronto retirou a mochila das costas e a fez de travesseiro, com sua capa verde grama foi-se deitar, teria que recuperar a energia perdida mesmo que fosse só um pouco. Dessa vez tomou o cuidado de preparar a terra para lhe ajudar caso algo aproxima-se e em fim dormiu.

Todas as magas tinham um poder dentro delas, graças aos dragões, quando passava a ser guardiã de um deles você adquiria certos poderes para ajuda-los caso entre em perigo, já que a maneira mais eficiente de matar um dragão branco era matando a hospedeira dele, mesmo o dragão sendo forte em sua plena forma, ficava fraco em quanto descansava em sua hospedeira, por isso eles deram poder a elas, para protegê-las e garantir seu descanso.

A maga dormia tranquilamente, sabendo que a natureza era sua amiga e que a estaria protegendo. Em seus sonhos estava no fim de uma grande cachoeira, tinha acabado de sair de uma floresta bem densa, sentia seu coração bater acelerado, puxava o ar dos pulmões desesperada, parecia que tinha corrido, se apoiava em uma arvore, quando escutou uma voz cansada e doente lhe chamar.

— Léeso – chamou a voz, parecia ser de uma garota, ele repetia seu nome com uma pausa de quatro segundos – Preciso de ajuda, vem até a mim. – pediu desesperada.

— Quem é você? – gritou em quanto olhava para toda a extensão da cachoeira e em sua volta, até parar seus olhos em um corpo no meio das pedras.

— No fundo você sabe quem eu sou – disse a voz cansada – Eu não sei quanto tempo mais eu posso aguentar.

— Espere por mim – pediu

Essas foram as suas ultimas palavras no mundo dos sonhos, acordou com o coração a mil. Olhou para a fogueira e a mesma já tinha e apagado. O amanhecer estava perto, o tempo estava nublado, com várias nuvens no céu, estava um tempo perfeito para o que tinha que fazer mas nem tanto para a sua colega da cachoeira, ela deveria estar quase morrendo de frio aquela altura, teria que ser rápida. Vestiu sua capa, limpando ela vagamente sacudindo-a no ar para tirar a sujeira, colocou a mochila nas costas e com um olhar decidido deu as costas para o caminho na sua frente.

— Preciso da sua forma física – disse Léeso colocando a mão em sua barriga.

— É muito perigo, você sabe disso – comentou a voz em sua cabeça.

— Ela esta morrendo! – insistiu a maga.

Falo isso para sua própria proteção, Camille – disse o dragão.

Anda logo, Zafira! – insistiu novamente.

Dentro de sua barriga algo começou a se mexer, uma dor horrível se alastrou naquela parte de seu corpo, fazendo-a cair de joelhos no chão. Um grito escapou de sua garganta, em quanto uma luz branca a cobria. Quando a luz sumiu sua respiração estava acelerada, sua testa pingava de suor, uma enorme sombra a cobria, essa sombra tinha uma forma, a forma de um dragão.

— Para onde vamos? – perguntou Zafira, em um tom descontente.

— Para a ilha de Avalon! – respondeu Léeso, escalando uma arvore alta.

***

Nunca imaginei que Daliah teria coragem de fazer tal atrocidade, sabia do seu potencial para matar, não como se ela o tivesse o escondido, mas ela nunca teve prazer antes. Lembro quando eu, Daliah e Eileen fomos a uma missão de reconhecimento, tínhamos que ver o que um bando de vampiros estavam aprontando, ficamos em uma distancia considerável deles, mas um vampiro chegou por trás e agarrou a Daliah, naquele mundo éramos bruxas, Eileen conjurou um feitiço que fez o vampiro soltar a Daliah e colocar as mãos na cabeça, ele sentia muita dor, eu senti pena por ele mas Daliah estava furiosa, queria mata-lo mas Eileen não deixou, quando ela parou com o feitiço Daliah quebrou o pescoço do vampiro. Ainda lembro suas palavras.

— Posso não mata-lo, mas pelo menos posso deixa-lo desacordado por um tempo – seu sorriso de satisfação era visto como uma preocupação por Eileen, na época eu não tinha entendido, mas agora eu sei, era um sinal que o coração dela estava escurecendo.

Mesmo estando sozinha encarando a lua, esperando que alguém me encontre antes que o frio me mate, ainda acredito que Daliah pode ser salva. Ela viveu por muito tempo como uma andarilha, já deveria imaginar que nem todos nós poderíamos manter nossos corações puros por tanto tempo.  


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam.



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